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terça-feira, novembro 26, 2013

Música para recordar que hoje é o aniversário do cantautor Fausto



Fausto - 65 anos!

  
(imagem daqui)

Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias (Vila Franca das Naves, 26 de novembro de 1948) é um compositor e cantor português.

Biografia
Nascido em Vila Franca das Naves, onde a mãe era professora primária, foi ainda bebé no navio Pátria, que o levou de Portugal a Angola. Foi naquela então colónia portuguesa que formou a sua primeira banda, "Os Rebeldes". Veio para Lisboa com vinte anos, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociais, no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP).
Estudava ainda quando lançou o primeiro álbum, Fausto. No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.
Autor de doze discos, gravados entre 1970 e 2011 (dez de originais, uma coletânea regravada e um disco ao vivo), é presentemente um importante nome da música portuguesa e da música popular em particular.
A sua obra tem sido revisitada por nomes como, entre outros, Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro, Cristina Branco ou Ana Moura.
  
Discografia

Álbuns de originais
Singles e EPs
Coletâneas
Ligações externas

    quarta-feira, dezembro 19, 2012

    O'Neill e a Música


    Fausto - Daqui desta Lisboa
    Letra de Alexandre O'Neill e música de Fausto e António Pedro Braga

    Daqui, desta Lisboa compassiva,O'Neill
    Nápoles por Suíços habitada,
    onde a tristeza vil, e apagada,
    se disfarça de gente mais activa;

    Daqui, deste pregão de voz antiga,
    deste traquejo feroz de motoreta
    ou do outro de gente mais selecta
    que roda a quatro a nalga e a barriga;

    Daqui, deste azulejo incandescente,
    da soleira da vida e piaçaba,
    da sacada suspensa no poente,
    do ramudo tristôlho que se apaga;

    Daqui, só paciência, amigos meus !
    Peguem lá o soneto e vão com Deus...




    Amália/Dulce Pontes - Gaivota
    Letra de Alexandre O'Neill e música de Alain Oulman


    Se uma gaivota viesse
    trazer-me o céu de Lisboa
    no desenho que fizesse,
    nesse céu onde o olhar
    é uma asa que não voa,
    esmorece e cai no mar.

    Que perfeito coração
    no meu peito bateria,
    meu amor na tua mão,
    nessa mão onde cabia
    perfeito o meu coração.

    Se um português marinheiro,
    dos sete mares andarilho,
    fosse quem sabe o primeiro
    a contar-me o que inventasse,
    se um olhar de novo brilho
    no meu olhar se enlaçasse.

    Que perfeito coração
    no meu peito bateria,
    meu amor na tua mão,
    nessa mão onde cabia
    perfeito o meu coração.

    Se ao dizer adeus à vida
    as aves todas do céu,
    me dessem na despedida
    o teu olhar derradeiro,
    esse olhar que era só teu,
    amor que foste o primeiro.

    Que perfeito coração
    no meu peito morreria,
    meu amor na tua mão,
    nessa mão onde perfeito
    bateu o meu coração.

    ADENDA: o nosso Blog dedica estas belas músicas ao Carlos Faria, ilustre geólogo faialense, amigo de alguns geopedrados e responsável pelo fantástico blog GEOCRUSOE...

    segunda-feira, novembro 26, 2012

    Fausto - 64 anos


    Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.

    Tendo nascido em Vila Franca das Naves, onde sua mãe era professora primária, embarcou ainda bebé no navio Pátria, que navegava entre Portugal e Angola. Foi naquela então colónia portuguesa que formou a sua primeira banda, Os Rebeldes. Veio para Lisboa com vinte anos, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociais, no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP).
    Estudava ainda quando lançou o primeiro álbum, Fausto. No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.
    Autor de doze discos, gravados entre 1970 e 2011 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), é presentemente um importante nome da música portuguesa, e da música popular em particular.
    A sua obra tem sido revisitada por nomes como Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro, Cristina Branco e Ana Moura.



    sexta-feira, agosto 10, 2012

    Né Ladeiras faz hoje 53 anos

    Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras Porto, 10 de Agosto de 1959).
    Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projectos musicais entre os quais, um duo acústico formado com uma amiga da escola.

    A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projecto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos pelo país e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
    Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
    No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
    Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
    Entre 1980 e 1982, integra um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex- Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns No Jardim da Celeste (em 1981) e Também Eu (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam Natação Obrigatória e Salvé Maravilha.
    O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
    Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
    Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
    Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
    Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
    Em 1988 integra o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.
    Em 1989, ela curiosamente lança um álbum dedicado à actriz sueca Greta Garbo, Corsária, fruto de um projecto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
    Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da actividade musical.
    Em 1993 participa nas gravações de Matar Saudades,tema bónus incluído na edição em CD do disco Banda do Casaco com Ti Chitas.
    Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias.O disco recebeu o Prémio José Afonso.
    A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em dialecto mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
    No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
    Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
    O álbum Todo Este Céu, editado em (1997), é inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
    No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
    Durante a Expo '98 partilha Afinidades com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espectáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
    Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paúl e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale. Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização. Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser gravado.
    Colabora no disco Sexto Sentido que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a colectânea Cantigas de Amigos com produção de João Balão e Moz Carrapa.
    Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois concertos realizados no mês de Novembro de 2000.
    O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espectáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
    Ao mesmo tempo foi delineando outros projectos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto")contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
    É editada uma compilação com os discos "Alhur" e "Sonho Azul".
    Em Abril de 2010 iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Conta com as participações de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Nuno Patrício (Blasted Mechanism), Francesco Valente (Terrakota), Corvos, Lara Li e Mísia.


    terça-feira, maio 01, 2012

    Porque hoje é o 1º de maio

    Porque o 1º de Maio é vermelho mas os nossos leitores são de muitas cores, aqui fica uma música para recordar aos nossos leitores a situação difícil em que se encontram os trabalhadores portugueses (os que ainda cá estão e os que cumpriram o designo nacional, referido recentemente por um ministro, de irem lá fora encontrar o que cá não têm):


    domingo, dezembro 04, 2011

    Fausto na RTP - lançamento do álbum Em busca das Montanhas Azuis


    NOTA: o CD dizem que está excelente (é hoje o 1º do Top de Vendas) - eis uma boa sugestão para prenda de Natal...

    sábado, novembro 26, 2011

    Fausto - 63 anos

    (imagem daqui)

    Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias O L (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.
    Tendo nascido em Vila Franca das Naves, onde sua mãe era professora primária, embarcou ainda bebé no navio Pátria, que navegava entre Portugal e Angola. Foi naquela ex-colónia portuguesa que formou a sua primeira banda, Os Rebeldes. Veio para Lisboa com vinte anos, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociais, no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP). Estudava ainda quando lançou o primeiro álbum, Fausto. No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.
    Autor de doze discos, gravados entre 1970 e 2005 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), é presentemente um dos mais importantes nomes da música portuguesa, e da música popular em particular. A sua obra tem sido revisitada por nomes como Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro, Cristina Branco e Ana Moura.


    Fausto - A tua presença

    Eu já nada sinto
    e afinal
    eu gosto de não sentir nada
    sozinho na calma das horas passadas
    tão só numa outra quietude
    num sossego tão so´ sossegado
    e esquecido
    eu me esqueça de mim
    aos bocados
    adormece-me um sono dormente
    que aos poucos se apaga
    um sonho qualquer
    mas não me acordes
    não mexas
    não me embales sequer
    eu quero estar mesmo como eu estou
    quietamente
    ausente
    assim
    a viagem que eu não vou
    nunca chega até ao fim
    é longe
    longe
    tão longe
    que de repente tu chegas
    tu brilhas e luzes
    na cor das laranjas
    tu coras e tinges
    a mancha da marca
    na alma da luz
    da sombra que finges
    e tu já não me largas
    saudade
    tu queres-me tanto
    e se eu lembro
    tu mexes comigo
    tu andas cá dentro
    à volta do meu coração
    no meu pensamento
    também
    e por mais que eu não queira
    tu queres-me bem
    e desdobras os mundos em cores
    e levas-me pela tua mão
    cativando o meu corpo
    a minha alma
    a razão
    só a tua presença
    é que me inquieta
    aquela outra ausência
    dói
    como um passado projecta
    aquele futuro que se foi
    p´ra longe
    longe
    tão longe
    que nunca se acaba
    esta inquietação
    se evitas momentos
    já quase finais
    e ficas comigo
    ainda e sempre
    um pouco mais
    tu nunca me deixas
    saudade
    tu nunca me deixas

    in
    Crónicas da terra ardente (1994)

    quarta-feira, agosto 31, 2011

    Aprende a remar, Companheiro...




    Maré Alta - Sérgio Godinho

    Aprende a nadar, companheiro
    aprende a nadar, companheiro
    Que a maré se vai levantar
    que a maré se vai levantar
    Que a liberdade está a passar por aqui
    que a liberdade está a passar por aqui
    que a liberdade está a passar por aqui
    Maré alta
    Maré alta
    Maré alta

    domingo, agosto 21, 2011

    quarta-feira, agosto 10, 2011

    Né Ladeiras - 52 anos

    Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras - Porto, 10 de Agosto de 1959.
    Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projectos musicais entre os quais, um duo acústico formado com uma amiga da escola.

    A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projecto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos pelo país e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
    Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
    No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
    Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
    Entre 1980 e 1982, integra um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex- Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns No Jardim da Celeste (em 1981) e Também Eu (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam Natação Obrigatória e Salvé Maravilha.
    O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
    Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
    Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
    Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
    Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
    Em 1988 integra o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.
    Em 1989, ela curiosamente lança um álbum dedicado à actriz sueca Greta Garbo, Corsária, fruto de um projecto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
    Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da actividade musical.
    Em 1993 participa nas gravações de Matar Saudades,tema bónus incluído na edição em CD do disco Banda do Casaco com Ti Chitas.
    Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias.O disco recebeu o Prémio José Afonso.
    A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em dialecto mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
    No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
    Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
    O álbum Todo Este Céu, editado em (1997), é inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
    No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
    Durante a Expo '98 partilha Afinidades com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espectáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
    Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paúl e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale. Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização. Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser gravado.
    Colabora no disco Sexto Sentido que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a colectânea Cantigas de Amigos com produção de João Balão e Moz Carrapa.
    Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois concertos realizados no mês de Novembro de 2000.
    O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espectáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
    Ao mesmo tempo foi delineando outros projectos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto")contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
    É editada uma compilação com os discos "Alhur" e "Sonho Azul".
    Em Abril de 2010 iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Conta com as participações de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Nuno Patrício (Blasted Mechanism), Francesco Valente (Terrakota), Corvos, Lara Li e Mísia.


    sexta-feira, junho 10, 2011

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades



    ADENDA: outra versão, com o Fausto e Sérgio Godinho a acompanhar o José Mário Branco, num espectáculo fantástico que os três fizeram e gravaram:


    quarta-feira, fevereiro 23, 2011

    Mais Zeca


    PS - Com a curiosidade de um cantautor que eu tanto aprecio (o Fausto, meu conterrâneo, e cuja mãe foi professora de meu pai antes de irem viver para Angola, onde eram amigos de uma minha tia-avó...) tocar nesta música, do último espectáculo do Zeca. Note-se ainda o Júlio Pereira, que tive o prazer de rever este fim de semana, aparecer a tocar nas duas canções anteriores aqui colocadas...

    sexta-feira, novembro 26, 2010

    quarta-feira, julho 14, 2010

    domingo, maio 09, 2010

    Dia da Europa

    europa.gif

    Dia 9 de Maio de 1950, pelas 16.00 horas, Robert Schuman, o então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou, no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, em Paris, uma proposta com as bases fundadoras do que é hoje a União Europeia.

    Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", baseada numa ideia originalmente lançada por Jean Monnet, trazia consigo valores de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e social e equilíbrio ambiental e regional e incluía a criação de uma instituição europeia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura constituíam a base do poderio militar: o carvão e o aço.

    Por se considerar que esse dia foi o marco inicial da União Europeia, os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, decidiram consagrar o dia 9 de Maio como "Dia da Europa".

    Informação roubada daqui


    Comemoremos, com uma belíssima canção de Fausto, o dia do nosso amado continente:


    quarta-feira, março 03, 2010

    domingo, fevereiro 14, 2010

    Cupid's day - músicas para celebrar a data



    Namoro

    Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
    e com letra bonita eu disse ela tinha
    um sorrir luminoso tão quente e gaiato
    como o sol de Novembro brincando de artista
    nas acácias floridas espalhando diamantes
    na fímbria do mar
    e dando calor ao sumo das mangas

    Sua pele macia era sumaúma
    Sua pele macia, da cor do jambo,
    cheirando a rosas sua pele macia
    guardava as doçuras do corpo rijo
    tão rijo e tão doce como o maboque
    Seus seios, laranjas laranjas do Loje
    seus dentes marfim
    Mandei-lhe essa carta
    e ela disse que não.

    Mandei-lhe um cartão
    que o amigo Maninho tipografou:
    Por ti sofre o meu coração
    Num canto "SIM",
    noutro canto "NÃO"
    E ela o canto do "NÃO" dobrou

    Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
    pedindo, rogando de joelhos no chão
    pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia,
    me desse a ventura do seu namoro
    E ela disse que não.

    Levei à Avó Chica, quimbanda de fama
    a areia da marca que o seu pé deixou
    para que fizesse um feitiço forte e seguro
    que nela nascesse um amor como o meu
    E o feitiço falhou.

    Esperei-a de tarde, à porta da fabrica,
    ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
    paguei-lhe doces na calçada da Missão,
    ficamos num banco do Largo da Estátua,
    afaguei-lhe as mãos
    falei-lhe de amor
    e ela disse que não.

    Andei barbudo, sujo e descalço,
    como um mona-ngamba.
    Procuraram por mim
    -Não viu (ai não viu?) não viu Benjamim?
    E perdido me deram no morro da Samba.

    Para me distrair
    levaram-me ao baile do Sô Januário
    mas ela lá estava num canto a rir
    contando o meu caso
    às moças mais lindas do Bairro Operário.

    Tocaram uma rumba dancei com ela
    e num passo maluco voámos na sala
    qual uma estrela riscando o céu!
    E a malta gritou: Aí Benjamim !
    Olhei-a nos olhos sorriu para mim
    pedi-lhe um beijo
    lá lá lá lá lá
    lá lá lá lá lá
    E ela disse que sim e ela disse que sim.



    Namoro II

    Ai se eu disser que as tremuras
    Me dão nas pernas, e as loucuras
    Fazem esquecer-me dos prantos
    Pensar em juras

    Ai se eu disser que foi feitiço
    Que fez na saia dar ventania
    Mostrar-me coisas tão belas
    Ter fantasia
    E sonhar com aquele encontro
    Sonhar que não diz que não

    Tem um jeito de senhora
    E um olhar desmascarado
    De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
    Daquele que a gente sabe.
    O seu balanço gingado
    Tem os mistérios do mar
    E a certeza do caminho certo
    que tem a estrela polar.

    Não sei se faça convite
    E se quebre a tradição
    Ou se lhe mande uma carta
    Como ouvi numa canção
    Só sei que o calor aperta
    E ainda não estamos no verão.

    Quanto mais o tempo passa
    Mais me afasto da razão
    E ela insiste no passeio à tarde
    Em tom de provocação
    Até que num dia feriado
    P´ra curtir a solidão
    Fui consumir as tristezas
    P´ró baile do Sr. João

    Não sei se foi por magia
    Ou seria maldição
    Dei por mim rodopiando
    Bem no meio do salão
    Acabei num tal convite
    Em jeito de confissão
    E a resposta foi tão doce
    Que a beijei com emoção
    Só que a malta não gritou
    Como ouvi numa canção