Mostrar mensagens com a etiqueta Devónico. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Devónico. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, maio 07, 2024

Mais novidades sobre os euripterídeos - escorpiões marinhos gigantes...

O mistério dos escorpiões marinhos gigantes foi finalmente desvendado

 

Reconstituição de um Terropterus xiushanensis, espécie de artrópode euripterídeo (escorpião do mar) que atingia 1 metro de comprimento

 

Os escorpiões marinhos gigantes são euripterídeos que viveram durante o período pré-histórico e que podiam atingir dois metros de altura. Até agora, alguns cientistas afirmavam que, apesar do seu tamanho, estes seres vivos não eram verdadeiros predadores.

Um novo estudo veio agora mostrar que os escorpiões marinhos gigantes tinham garras robustas e enormes que usavam para capturar grandes presas.

Os escorpiões marinhos gigantes, ou euripterídeos, eram seres rastejantes aquáticos que viveram entre 467 e 253 milhões de anos atrás, muito antes da existência dos dinossauros.

Alguns exemplos destes euripterídeos incluem o pterigotídeo e o acutiramus, que viveram no período Devónico. Ambos os seres possuíam garras assustadoras, e o seu tamanho podia chegar facilmente aos 2,5 metros de comprimento. São os maiores aracnídeos que alguma vez existiram na Terra.

Apesar do seu tamanho colossal, a comunidade científica tem-se dividido quanto à capacidade predatória dos euripterídeos. Alguns cientistas acreditam que os escorpiões marinhos gigantes eram predadores ferozes, comparando-o ao Tyrannosaurus rex da sua época.

Outros acreditam que o tamanho não é tudo e que as suas garras eram demasiado fracas para um verdadeiro predador. Afirmam ainda que o acutiramus só poderia agarrar presas fracas e de tecido mole, apelidando-o mesmo de “gatinho”, diz a SciNews, por ser o menos poderoso de todos os predadores.

Mas um novo estudo sugere que as garras do acutiramus eram muito mais robustas do que o que se pensava. A aparente falta de uma “articulação no cotovelo” não condiciona a sua capacidade predatória uma vez que a força está na base da garra.

Além disso, as garras eram usadas apenas para capturar as presas e não propriamente para as matar. Para tal, utilizavam aparelhos bucais localizados na base das pernas que serviam para matar e mastigar as presas.

A sua visão diminuta, que poderia ser um problema na hora de caçar, também não era um obstáculo já que as suas presas eram tão grandes quanto o seu tamanho. Além disso, alguns insetos não predadores, como as abelhas e borboletas, têm métricas oculares semelhantes às dos artrópodes considerados predadores.

 

Comparação do tamanho dos escorpiões marinhos (euripterídeos) ao longo do tempo

 

Algumas marcas de garras, vestígios de predação e fezes fósseis confirmam ainda que alguns euripterídeos se alimentavam de peixes, trilobites e até outros euripterídeos. Pensa-se também que a sua capacidade de predação notável possa ter influenciado a evolução de vertebrados.

No mesmo estudo, publicado em dezembro no Bulletin of Geosciences, mostrou-se também que os pterigotídeos eram nadadores mais lentos do que aquilo que se supunha.

Através de modelos computacionais e experiências com um euripterídeo robótico foi possível perceber que as suas pernas eram demasiado curtas em relação ao seu tamanho e, por isso não forneciam impulso suficiente para nadar. Para ultrapassar este obstáculo, os escorpiões marinhos gigantes utilizavam a cauda como leme, para apoiar na propulsão.

Através de modelos de computação, o comprimento do Jaekelopterus rhenaniae, o maior artrópode de sempre, poderá ser estimado em 2,6 metros de comprimento. Este valor é 10 centímetros superior a estimativas anteriores. Parece que os artrópodes ficaram um pouco maiores e o mundo pré-histórico mais assustador.

 

in ZAP

quinta-feira, outubro 31, 2019

Notícia sobre a evolução dos tetrápodes...

Descoberto o “antepassado perdido” do primeiro animal que caminhou na Terra
 
  
Investigadores identificaram uma nova espécie, chamada Parmastega aelidae, que é o tetrápode mais antigo encontrado. 
  
O estudo, publicado este mês na revista especializada Nature, revela que esta descoberta é essencial para reconstruir a passagem da vida nos oceanos para a vida na Terra.
Os tetrápodes são criaturas, de quatro membros, que viviam no oceano e que se aventuraram a andar e rastejar na superfície da Terra há pelo menos 390 milhões de anos, quando a Terra estava a passar pelo período devoniano. Além disso, são ancestrais de anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos.
Parmastega permite ver um tetrápode muito antigo”, disse à ABC Per Erik Ahlberg, primeiro autor do estudo e investigador da Universidade de Uppsala, na Suécia. “Até agora, os únicos tetrápodes dos devonianos – os géneros Ichthyostega, Acanthostega e Ventastega – são do fim devoniano”, continuou.
Os fósseis de Parmastega permitem “reconstruir toda a cabeça e a cintura escapular – a parte do membro superior mais próxima do corpo”, disse o autor. Portanto, a espécie “ilumina uma fase na evolução dos tetrápodes sobre a qual sabíamos muito pouco até agora”.
Os vestígios mais antigos de um tetrápode na Terra têm 390 milhões de anos. Os tetrápodes mais conhecidos têm cerca de 360 milhões de anos e os mais fragmentados têm até 373 milhões de anos. O novo tetrápode tem 372 milhões de anos e está muito completo.
Os fósseis desta espécie foram encontrados na formação de Sosnogorsk, algumas pedras calcárias originárias de uma antiga lagoa costeira tropical e que hoje fazem parte da margem do rio Izhma, perto da cidade de Ukhta, no noroeste da Rússia. Naquela época, os Urais ainda não se tinham formado e o oeste da Rússia e da Sibéria eram continentes separados por um oceano.
Parmastega aelidae vivia numa lagoa salobra, separada do mar por uma barreira de corais antigos. Acredita-se que este lago fosse habitado por uma rica fauna de peixes com lobos e placodermas (peixes primitivos blindados).
As características do Parmastega são muito semelhantes às dos peixes, o que indica que são animais muito primitivos, ou seja, mais adaptados para viver no oceano do que se aventurar em terra.
O formato da cabeça do Parmastega era semelhante à de um jacaré, “indicando que passava muito tempo a flutuar na superfície com os olhos na água”. A sua dentadura, equipada com fortes presas superiores e dentes finos, mostram que era um predador.
Porém, ao contrário dos répteis, o esqueleto era composto quase inteiramente de cartilagem, um tecido de suporte muito mais elástico e macio do que o osso. “Isso significa que não poderia ser um animal terrestre”, segundo Ahlberg.
Além disso, os cientistas descobriram traços de canais que formam a linha lateral, um órgão que, no peixe, capta vibrações e movimentos na água para detetar correntes ou presas.
De facto, a criatura não morava no continente: é um tetrápode primitivo que passou a maior parte da sua vida na água – foram os seus parentes mais recentes, que se aventuraram a deixá-la para trás. Naquela época, havia grandes artrópodes na superfície da Terra, como centopeias ou escorpiões marinhos.