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sábado, abril 19, 2025

Às vezes a paleontologia é muito divertida...

Dormir em “conchinha”: tudo começou há 250 milhões de anos, com um abraço eterno

 


 

Amizade improvável entre anfíbio e um mamífero na Grande Morte: ficaram para sempre juntos numa pequena toca, na África do Sul, que foi descoberta há 50 anos. Momento eternizado ficou para a história como “O Aconchego Triássico”.

Há 250 milhões de anos, em plena Grande Morte, um momento único de partilha foi eternizado.

Descobrimo-lo em 1975 - ou melhor, o paleontólogo James Kitching descobriu-o - quando uma toca fossilizada foi desenterrada perto da base do desfiladeiro de Oliviershoek, na África do Sul.

Se inicialmente só se via a cabeça de um Thrinaxodon - um pequeno réptil semelhante a um mamífero - um exame mais minucioso revelou uma presença inesperada na pequena toca: um anfíbio raro, conhecido como Broomistega. Fossilizaram em contacto próximo, num repouso eterno que viria a ser conhecido como “The Triassic Cuddle” (“O Abraço/Aconchego Triássico”).

 


 

O Thrinaxodon ficou para sempre enrolado na forma típica de uma toca, enquanto o Broomistega ficou deitado de barriga para cima sobre o mamífero.

Mas como é que esta amizade tão improvável sequer aconteceu?

Os cientistas queriam responder a esta pergunta e especularam que o anfíbio, parecido com uma salamandra, e o principal ocupante da toca - o mamífero - teria sido enterrado pela lama. Mas era muita coincidência, a lama escorrer e levar um anfíbio para a toca do mamífero.

Olhando para o ponto de situação, a posição de”conchinha” não foi acidental. O anfíbio poderia na verdade ter sido arrastado para a toca pelo outro animal, maior e mais forte, mas o estado dos ossos e a orientação do fóssil sugeriam o contrário.

O Broomistega apresentava sinais de ferimentos sarados, incluindo costelas partidas, mas não correspondiam aos dentes daquele a quem ficou agarrado para sempre, lembra o National Geographic.

Restava uma hipótese: o anfíbio entrou propositadamente no refúgio subterrâneo num sinal de desespero, durante a dura estação seca da “Grande Morte”, a extinção mais devastadora do planeta Terra, que dizimou cerca de 90% das espécies marinhas e 70% da vida terrestre.

O Thrinaxodon, possivelmente num estado de sono profundo, pode não ter notado ou simplesmente não se incomodou com o hóspede não convidado.

 


 

Amor ou não, o que é certo é que os dois animais acabaram por ser sepultados juntos por um súbito fluxo de lama e outros sedimentos.

 

 

in ZAP

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Novidades sobre a mãe de todas as extinções em massa - a Permo-Triássica...

Identificado o momento da maior extinção em massa de sempre

  

 

  

Determinado com maior precisão: ocorreu há mais de duzentos milhões de anos, no final do período Pérmico.

Recentemente, os cientistas tinham encontrado a explicação para o clima misterioso da Terra durante o  maior evento de extinção em massa no planeta.

Agora, uma equipa de investigação liderada por cientistas chineses determinou com precisão o momento da extinção em massa que ocorreu há mais de 200 milhões de anos, no final do período Pérmico - a maior de sempre na Terra.

O estudo da equipa, cujas conclusões foram publicadas a semana passada na revista Science Advances, revelou que diferentes ecossistemas responderam a ritmos distintos à degradação ambiental, ajudando a reconstruir com maior precisão o processo de extinção em massa.

“A extinção no final do período Pérmico foi a maior da história geológica, eliminando mais de 80% das espécies marinhas e 90% das terrestres“, disse Nanjing Shen Shuzhong, investigador da Universidade e autor principal do estudo, ao jornal oficial chinês China Daily.

Os cientistas acreditam que a extinção em massa ocorreu há 252 milhões de anos, mas “faltava uma investigação detalhada sobre o seu processo em diferentes regiões e ecossistemas”, disse Shen.

Agora, após mais de dez anos de amostragem no terreno e de datação isotópica de alta precisão, investigadores da China e dos Estados Unidos determinaram pela primeira vez o momento específico da extinção em massa de organismos terrestres na região de baixa latitude no final do período Pérmico.

Com base em amostragens e datações, a extinção em massa da vida terrestre nas baixas latitudes no final do período Pérmico começou há 251,88 milhões de anos, pelo menos 60.000 anos mais tarde do que a extinção em massa da vida marinha e pelo menos 430.000 anos mais tarde do que o desaparecimento em grande escala da vida terrestre nas altas latitudes.

Com recurso à base de dados paleontológica global, os investigadores analisaram também as alterações da biodiversidade em diferentes latitudes antes e depois da extinção em massa, o que os levou a concluir que a extinção em massa nas baixas latitudes ocorreu não só mais tarde, mas também a uma escala mais pequena. Isto poderá indicar que o ecossistema terrestre nas baixas latitudes era, nessa altura, mais resistente à pressão ambiental.

“Com base nos últimos resultados, podemos reconstituir com maior exatidão o processo de extinção em massa que ocorreu há mais de 200 milhões de anos”, afirmou Shen.

A extinção foi parcialmente causada por erupções vulcânicas maciças que desencadearam uma mudança climática que eliminou a maioria das espécies da Terra, dando início à era dos dinossauros.

A primeira extinção em massa na Terra ocorreu há 550 milhões de anos, no final do período Ediacarano, e foi causada por uma queda na disponibilidade de oxigénio em todo o mundo.

 

in ZAP