Alexandre foi o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como
preceptor o
filósofo Aristóteles. Tornou-se o rei aos vinte anos, na sequência do assassinato do seu pai.
O império de Alexandre
A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um
império que ia dos
Balcãs à
Índia, incluindo também o
Egito e a
Báctria (aproximadamente o atual
Afeganistão). Este império era o maior e mais rico que já tinha existido. Existem várias razões para esses grandes êxitos militares, um deles é que Alexandre era um general de extraordinária habilidade e sagacidade, talvez o melhor de todos os tempos, pois ele nunca perdeu nenhuma batalha e a expansão territorial que ele proporcionou é uma das maiores da história, a maior expansão territorial em um período bem curto de tempo. Além disso era um homem de muita coragem pessoal e de reconhecida sorte.
Ele herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai, que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta que frequentemente reclamava por mais privilégios, as ligas lideradas por
Atenas, e
Tebas (a
batalha de Queroneia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades
gregas e de uma certa concepção de liberdade), revolucionando a arte da guerra.
A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo a percepção de quem o examina: por um lado, homem de visão, extremamente inteligente, tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente (encorajou o casamento entre oficiais seus e mulheres
persas, além de utilizar persas ao seu serviço), respeitador dos derrotados (acolheu bem a família de
Dario III e permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes) e admirador das ciências e das artes (fundou, entre algumas dezenas de cidades homónimas,
Alexandria, que viria a se tornar o maior centro cultural, científico e económico da Antiguidade durante mais de trezentos anos, até ser substituída por
Roma); por outro lado, profundamente instável e sanguinário (as destruições das cidades de
Tebas e
Persepólis, os assassinatos de
Clito e de
Parménio, dois de seus melhores generais, a sua ligação com um
eunuco), limitando-se a usar o pessoal de valor que tinha à sua volta em proveito próprio.
De qualquer modo, fez o que pôde para expandir o
helenismo: criou cidades com o seu nome, com os dos seus veteranos feridos por todo o território e deu até o nome a cidades homenageando o seu inseparável e famoso cavalo,
Bucéfalo. Abafou uma rebelião de cidades gregas sob o domínio macedónio e preparou-se para conquistar a Pérsia.
A tendência de fusão da cultura dos macedónios com a grega provocou nestes temor quanto a um excessivo afastamento dos ideais helénicos por parte do seu monarca. Todavia, nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao oriente. Durante cerca de dois anos Alexandre manteve-se ocupado em várias campanhas de curta duração para a consolidação do seu império. Mas, em 327 a.C., conduzindo as suas tropas por cima das montanhas
Hindu Kush para o vale do
rio Indo, para conquistar a Índia, país mítico para os gregos, foi forçado a regressar à
Babilónia devido ao cansaço das suas tropas, e instalaria aí a
capital do seu império. Deixou atrás de si novas colónias, como
Niceia e
Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, nas margens do
rio Hidaspes.
Ele tinha provavelmente a intenção de fazer ainda mais conquistas. Sabe-se que planeava invadir a Arábia e, eventualmente, as regiões ao norte do Império Persa. Poderia também ter planeado outra invasão da
Índia ou a conquista de
Roma,
Cartago e do Mediterrâneo ocidental
.
Infelizmente nenhuma das fontes contemporâneas sobreviveu (
Calístenes e
Ptolomeu), nem sequer das gerações posteriores: apenas possuímos textos do
século I, que usaram fontes que copiaram os textos originais, de modo que muitos dos pormenores da sua vida são bastante discutíveis.
Alexandre morreu depois de doze anos de constante campanha militar, sem completar trinta e três anos, possivelmente como resultado de
malária,
envenenamento,
febre tifóide,
encefalite virótica ou em consequência de alcoolismo.