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sexta-feira, abril 26, 2024

Christian Leopold Freiherr von Buch, geólogo e paleontólogo alemão, nasceu há duzentos e cinquenta anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder , 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o estudo da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette, em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.
  

quarta-feira, abril 17, 2024

Um fóssil fantástico descoberto em Inglaterra - o SeaRex...!

“Um em mil milhões”. Crânio gigante de monstro marinho bate recorde mundial

    


   

O crânio de pliossauro, descoberto em Dorset, é o mais completo descoberto até agora e inclui 130 dentes.

A observação atenta de um entusiasta de fósseis ao longo da Costa Jurássica em Dorset, Inglaterra, levou à descoberta de um crânio de pliossauro com 150 milhões de anos.

Este antigo réptil marinho, conhecido pela sua formidável força de mordida, potencialmente superior à do Tyrannosaurus rex, foi agora reconhecido pelo Guinness Book Of World Records por ter o crânio de pliossauro mais completo encontrado até à data, aponta o IFLScience.

Batizado de “SeaRex”, o crânio apresenta uma preservação sem paralelo, com 95 por cento da sua superfície intacta e 130 dentes pontiagudos, fixados no lugar tal como estariam quando a criatura percorria os mares durante o período Jurássico.

A descoberta foi inicialmente desencadeada por Phil Jacobs, que tropeçou no focinho do pliossauro na praia, alertando posteriormente o especialista em fósseis Steve Etches MBE. Utilizando drones e expedições com cordas pela falésia, a equipa conseguiu localizar e eventualmente extrair o enorme crânio, com 2 metros de comprimento, de uma altitude de 12 metros acima da praia.

A importância desta descoberta não pode ser subestimada, com a especialista em pliossauros, Doutora Judyth Sassoon, da Universidade de Bristol, a salientar a sua excecional preservação. “Eu estudei muitos pliossauros Kimmeridgianos, mas nunca vi um que estivesse tão bem preservado. Ele contém muitos detalhes anatómicos num único espécime que só são encontrados parcialmente preservados noutros espécimes”, considera.

A escavação, uma proeza de determinação e perícia, foi relatada no programa da BBC “Attenborough And The Giant Sea Monster”, captando a atenção e a imaginação do próprio Sir David Attenborough, que ficou espantado com a dimensão da descoberta.

Agora orgulhosamente exposto na Coleção Etches em Kimmeridge, Dorset, o crânio do “SeaRex” representa uma contribuição monumental para a paleontologia, oferecendo uma visão sem paralelo da vida dos pliossauros.

A equipa envolvida na recuperação e estudo do crânio acredita que o resto do corpo do pliossauro permanece enterrado ao longo da Costa Jurássica, com restos parciais já identificados. Este facto sugere que novas escavações poderão revelar ainda mais sobre este extraordinário espécime.

 

in ZAP

terça-feira, março 19, 2024

Mais um dinossáurio português...

Identificada nova espécie de dinossauro na Lourinhã

 

A nova espécie chama-se ‘Hesperonyx martinhotomasorum’, juntando os nomes 'martinho' e 'tomas', em homenagem a Micael Martinho e Carla Tomás, os preparadores de fósseis do Museu da Lourinhã.

 


 

Paleontólogos identificaram na Lourinhã uma nova espécie de dinossauro, que percorria o local há 150 milhões de anos, era herbívoro, bípede e relativamente pequeno, anunciou esta segunda-feira em comunicado o Museu da Lourinhã, que colaborou nas investigações.

A nova espécie, designada Hesperonyx martinhotomasorum, foi identificada a partir de vestígios de uma pata quase completa e semi-articulada descobertos durante escavações feitas em 2021 na formação geológica da Lourinhã, no afloramento rochoso da praia de Porto Dinheiro.

O resultado do trabalho, feito por paleontólogos das Universidades Nova de Lisboa, de Saragoça (Espanha) e Bona (Alemanha), em colaboração com o Museu da Lourinhã e a Sociedade de História Natural de Torres Vedras, é divulgado esta segunda-feira na edição digital da publicação da especialidade Journal of Vertebrate Paleontology.

A nova espécie tem na sua designação os nomes 'martinho' e 'tomas', em homenagem a Micael Martinho e Carla Tomás, os preparadores de fósseis do Museu da Lourinhã, onde os restos da pata do Hesperonyx martinhotomasorum estão expostos ao público.

Segundo os investigadores, o novo dinossauro, pelas suas características, era bastante raro no período geológico do Jurássico na Europa.

 

 in SIC Notícias

segunda-feira, março 04, 2024

Christian Leopold von Buch morreu há cento e setenta e um anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder, 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o progresso da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner e viajou muito depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) nomeou o seu prémio anual de Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a Medalha Wollaston de 1842, concedida pela Sociedade Geológica de Londres.
   

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Novidades paleontológicas nacionais...

Nova espécie de pterossauro “de tamanho considerável” descoberta em Portugal

 

Reconstrução do Lusognathus almadrava e do seu habitat paleobiológico

 

Uma equipa internacional de investigadores liderada pelo português Octávio Mateus descobriu em Portugal um fóssil de uma nova espécie de pterossauro, a que foi dado o nome de Lusognathus almadrava.

O fóssil, composto por um crânio incompleto e vértebras parciais, foi descoberto em 2018, na Formação Lourinhã, na Praia do Caniçal, no centro-oeste de Portugal, e apresentado num artigo publicado na revista PeerJ.

A espécie, que pertence à subfamília Gnathosaurinae da família Ctenochasmatidae, remonta ao período Jurássico e é a primeira do seu género a ser encontrada em Portugal.

Com uma envergadura estimada superior a 3,6 metros, o Lusognathus almadrava é um dos maiores pterossauros conhecidos e o maior pterossauro gnatosaurino, desafiando conceções anteriores sobre o tamanho dos pterossauros do Jurássico.

O paleontólogo Octávio Mateus, investigador da Universidade Nova de Lisboa e fundador do Museu da Lourinhã, realça a riqueza e diversidade do Jurássico em Portugal, onde outros fósseis de vertebrados como plesiossauros, ictiossauros, mosassauros e dinossauros também foram encontrados.

“A distribuição global conhecida e diversidade dos pterossauros reforça o seu sucesso como grupo, uma vez que são encontrados em todos os continentes - incluindo a Antártida”, diz o paleontólogo português, citado pela Sci News.

No entanto, até agora, o registo fóssil de pterossauros em Portugal tinha sido limitado devido à sua estrutura óssea frágil, tornando esta descoberta notável. “A relativa escassez do seu registo fóssil levanta desafios na compreensão da sua paleobiologia, quando comparados com outros vertebrados”, explica Octávio Mateus.

O pterossauro recém-descoberto habitava um ambiente de lagoa flúvio-deltaica, e os seus robustos dentes sugerem que se alimentava provavelmente de peixe.

A descoberta acrescenta informações críticas à paleobiologia dos pterossauros do Jurássico, especialmente em relação ao seu tamanho.

Embora os pterossauros do Triássico e Jurássico fossem habitualmente considerados menores, com envergadura de cerca de 1,6 a 1,8 metros, novas evidências sugerem que poderiam ter sido maiores do que se pensava anteriormente.

A descobertas oferece mais evidências de que os pterossauros já tinham atingido tamanhos consideráveis no final do Jurássico, possivelmente como uma resposta evolutiva para competir com as aves. Este grande tamanho aponta para um ecossistema próspero e abundante em presas durante este período.

 

in ZAP

quarta-feira, fevereiro 07, 2024

Mais icnofósseis de dinossáurios - os mais antigos do país foram encontrados em Alvaiázere...!

Descobertas em Portugal as mais antigas pegadas de dinossauros da Península Ibérica

 

Foram identificadas 17 pegadas durante os trabalhos de campo realizados em julho de 2022


Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo estudo publicado na revista científica Historical Biology. Carlos Neto de Carvalho, investigador do Instituto Dom Luiz (IDL), é um dos autores do trabalho.

A equipa de investigadores portugueses identificou um conjunto de pegadas de dinossauros associadas a crocodilomorfos com cerca de 195 milhões de anos. As pegadas representam os vestígios mais antigos da presença destes animais na Península Ibérica. A descoberta permitiu ainda identificar uma nova espécie, Moyenisauropus lusitanicus, que ampliou o conhecimento acerca da diversidade de dinossáurios e outros vertebrados conhecida no registo fóssil do Jurássico Inferior europeu e mundial.

 

pegadas

Fotografia e modelação 3D dos holótipos das pegadas utilizadas para definir a nova icnoespécie (fonte CPGP)

 

Estes registos antecipam em cerca de 25 milhões de anos a mais antiga ocorrência de dinossáurios conhecida até hoje na Península Ibérica - as pegadas de dinossauros saurópodes da Pedreira do Galinha têm cerca de 170 milhões de anos.

O registo fóssil de Jurássico Inferior na Península Ibérica é escasso, constituindo-se assim este trabalho como um importante contributo para a o conhecimento sobre os dinossauros deste período a nível internacional e para a reconstituição paleogeográfica e paleobiológica do Sinemuriano de Portugal.

As primeiras pegadas foram descobertas em 2006 por João Forte, um dos coautores do estudo. Neste estudo, realizado em 2022, foram descritas de forma detalhada 17 pegadas identificadas durante os trabalhos de campo realizados em julho de 2022. As pegadas de dinossauros apresentam algumas afinidades com outras do mesmo período descritas na Polónia e na África do Sul, embora com algumas diferenças, que permitiram a classificação desta nova espécie.

 O estudo foi liderado pelo paleontólogo Silvério Figueiredo, professor do Instituto Politécnico de Tomar e presidente do Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP). Contou com a participação de Carlos Neto de Carvalho, investigador do IDL Ciências ULisboa; Pedro Cunha e Luís Duarte, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Universidade de Coimbra; Alexandre Fonseca, do CPGP; Cláudio Monteiro, da CAA-Portugal; e João Forte, da Al-Baiaz - Associação de Defesa do Património.

 

in Ciências - ULisboa

quarta-feira, abril 26, 2023

Christian Leopold Freiherr von Buch nasceu há 249 anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder , 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o estudo da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette, em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.
  

 

sábado, março 04, 2023

O famoso geólogo alemão Christian Leopold von Buch morreu há cento e setenta anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder, 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o progresso da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner e viajou muito depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) nomeou o seu prémio anual de Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a Medalha Wollaston de 1842, concedida pela Sociedade Geológica de Londres.
   

terça-feira, abril 26, 2022

Christian Leopold Freiherr von Buch nasceu há 248 anos

 
Christian Leopold Freiherr von Buch (26 de abril de 1774, Stolpe an der Oder - 4 de março de 1853, Berlim) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o estudo da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette, em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.
  

sexta-feira, março 04, 2022

Christian Leopold von Buch, famoso geólogo alemão, morreu há 169 anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder, 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o progresso da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner e viajou muito depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) nomeou o seu prémio anual de Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a Medalha Wollaston de 1842, concedida pela Sociedade Geológica de Londres.
   

segunda-feira, abril 26, 2021

O geólogo alemão Christian Leopold Freiherr von Buch nasceu há 247 anos

 
Christian Leopold Freiherr von Buch (26 de abril de 1774, Stolpe an der Oder - 4 de março de 1853, Berlim) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores à Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.
  

quinta-feira, março 04, 2021

Christian Leopold von Buch, importante geólogo alemão, morreu há 168 anos

 
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder, 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o progresso da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner e viajou muito depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) nomeou o seu prémio anual de Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a Medalha Wollaston de 1842, concedida pela Sociedade Geológica de Londres.
 

domingo, dezembro 15, 2013

Mais informações sobre o novo Geo-Monumento em São Bento - Porto de Mós (PNSAC)

Praia Jurássica com 166 milhões de anos em S. Bento

Fotos - C.M. Porto de Mós

A paisagem deste lugar, que é hoje a Serra de Aire e Candeeiros, era, há cerca de 170-166 milhões de anos (Jurássico Médio), uma planura litoral, pejada de zonas inundadas por lençóis de água, com um a dois metros de profundidade...

A paisagem deste lugar, que é hoje a Serra de Aire e Candeeiros, era, há cerca de 170-166 milhões de anos (Jurássico Médio), uma planura litoral, pejada de zonas inundadas por lençóis de água, com um a dois metros de espessura.

Nessa altura, a Europa ainda se encontrava ligada ao continente norte-americano e, entre a Ibéria e a Terra Nova, no Canadá, penetrava um mar pouco profundo de águas tépidas e límpidas, propícias à formação de recifes de coral. O clima era quente e húmido e a vegetação exuberante.

Este tipo de testemunho geológico/paleontológico, está deste modo atestado nesta zona, pela pedreira da Ladeira em São Bento – Porto de Mós, onde podemos encontrar conforme as fotos demonstram, cerca de 2 mil metros quadrados de um antigo fundo marinho/praia, com inúmeras espécies de estrelas do mar, crustáceos, peixes, ouriços do mar, lírios do mar, sulcos feitos por animais marinhos e as próprias ondas do mar fossilizadas - ripple marks.

Neste contexto de biodiversidade paleontológica, passeavam-se nestas margens dum mar jurássico tropical a subtropical, dinossáurios, como aqueles que têm sido encontrados no Concelho de Porto de Mós e até aquele que foi identificado no Concelho da Batalha que vem provar que a Europa ainda se encontrava ligada ao continente norte-americano, ficando assim marcado num dos muitos estratos de calcário, do Maciço Calcário Estremenho.

É, pois, no fundo das lagunas litorais que se depositavam, constantemente lamas de calcário, onde facilmente ficavam impressos, estes testemunhos paleontológicos a que chamamos icnofósseis.

Na sequência da evolução geológica regional, esta área afundava-se constantemente permitindo a invasão das águas marinhas e a continuidade da sedimentação. Muito mais tarde houve deformação destes estratos do que resultou a elevação da serra de Aire e Candeeiros, ao mesmo tempo que se afundava a Bacia Terciária do Tejo.

Neste contexto, é muito importante este sítio geológico, pela sua dimensão, raridade, beleza e acima de tudo pela sua geodiversidade (ou diversidade geológica) que é a variedade (a diversidade) de elementos e de processos geológicos, sob qualquer forma, a qualquer escala e a qualquer nível de integração, existente no planeta Terra (do grego , Terra + latim diversitate, diversidade).

O conceito de geodiversidade é um conceito integrador fundamental que engloba todos os materiais e fenómenos geológicos que dão corpo ao Planeta e o modificam (a sua estrutura e a sua superfície) e que, em conjugação com a biodiversidade, define a essência material da Terra e o modo como ela se transforma e evolui.

Geoconservação: Todas e quaisquer acções empreendidas no sentido de preservar e de defender a geodiversidade.

Património geológico: O conjunto dos aspectos notáveis e de exemplos concretos de geodiversidade, aos mais diversos níveis, que, por esta ou por aquela razão, se entendeu salvaguardar por meio de medidas especiais protecção, tal como consignadas na legislação específica de cada país.

Deste modo, a Assembleia Municipal de Porto de Mós, na sua sessão de 29 de novembro de 2013, aprovou por unanimidade sob minha proposta uma recomendação à Câmara Municipal para se classificar o sitio em causa como Geo-Monumento pelos aspetos atrás citados.

Esta jazida geológica/paleontológica já estava referenciada há algum tempo, mas só agora, é que é divulgada porque, por um lado a câmara municipal tem nos seus planos um Geoparque e por outro, porque está a ser objecto de estudo por parte de vários investigadores, no âmbito de uma tese de Doutoramento, com a colaboração da Universidade de Bristol – Reino Unido.

Dr. António José Menezes Teixeira

quarta-feira, dezembro 11, 2013

Notícia sobre Geologia no PNSAC

(imagem daqui)

Praia jurássica descoberta em Porto de Mós
Agência Lusa, 10.12.2013

Vestígios de um fundo marinho/praia jurássica foram descobertos numa antiga exploração de pedra desativada há vários anos, na freguesia de S. Bento, no concelho de Porto de Mós.

A descoberta foi revelada, na última reunião de Assembleia Municipal de Porto de Mós, por António José Teixeira, geólogo/arqueólogo e deputado do PS.

Segundo o investigador, que está a estudar os vestígios encontrados no âmbito de uma tese de doutoramento, os "Fósseis de equinodermes da Pedreira da Ladeira" encontrados são do período "Jurássico médio 170-166 milhões de anos", explicou António José Teixeira à Agência Lusa.

"De acordo com o reconhecimento paleontológico realizado até agora, foram identificados cerca de 60 exemplares, entre moldes e restos fossilizados de três grupos de equinodermes: Equinoides (ouriços-do-mar), asteroides (estrelas-do-mar), Crinoides (lírios-do-mar) e ondas do mar fossilizadas, (Ripple marks)", revelou o investigador.

António José Teixeira explicou que a paisagem deste lugar - que é hoje a Serra de Aire e Candeeiros - era "uma planura litoral, pejada de zonas inundadas por lençóis de água, com um a dois metros de espessura".

Nessa altura, "a Europa ainda se encontrava ligada ao continente norte-americano e, entre a Ibéria e a Terra Nova, no Canadá, penetrava um mar pouco profundo de águas tépidas e límpidas, propícias à formação de recifes de coral", acrescentou, ao salientar que o "clima era quente e húmido e a vegetação exuberante".

Considerando que a descoberta "reveste-se de uma importância científica extrema", o geólogo esclareceu que "este testemunho geológico/paleontológico" evidencia "cerca de dois mil metros quadrados de um antigo fundo marinho/praia, com inúmeras espécies de estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, lírios do Mar, sulcos feitos por animais marinhos, intraclastos e as próprias ondas do mar estão fossilizadas".

"Neste contexto de biodiversidade paleontológica, passeavam-se nestas margens de um mar jurássico tropical a subtropical, dinossauros, como aqueles que têm sido encontrados no concelho de Porto de Mós e até aquele que foi identificado no concelho da Batalha, que vem provar que a Europa ainda se encontrava ligada ao continente norte-americano ficando assim marcado num dos muitos estratos de calcário, do Maciço Calcário Estremenho", informou António José Teixeira.

O geólogo defende a importância desde sítio geológico "pela sua dimensão, raridade, beleza e, acima de tudo, pela sua geodiversidade".

A descoberta já despertou o interesse de universidades. António José Teixeira referiu que os investigadores irão "centrar-se no potencial fossilífero que a jazida tem, bem como em aspetos sedimentológicos relevantes para o estudo não só deste fundo marinho/praia do Jurássico médio", como também "para uma nova contribuição para o conhecimento da geologia e paleontologia regional, nacional e até internacional".

Para José António Teixeira, "dada a raridade deste tipo de ocorrência de uma associação de fósseis de equinodermes articulados, isto é, ocorrendo com elementos do seu esqueleto preservados 'in situ', é, de facto, uma ocorrência singular e rara ao nível de jazidas de invertebrados do Mesozoico em Portugal e raríssimo em termos internacionais", acrescentou.

Para o geólogo, este "possível geomonumento pode ajudar o concelho de Porto de Mós e a região a potenciar uma nova vertente económica, baseada no conhecimento científico, gerando diretamente uma riqueza económica relacionada com investigação científica".

Além disso, "com a criação de um geoparque com outros geomonumentos importantes de Porto de Mós em conjunto com os concelhos vizinhos, onde existem geosítios idênticos", poderá também gerar "uma economia indireta vocacionada para o chamado geoturismo, integrando-o numa história interdisciplinar mais vasta a nível local e regional".

domingo, novembro 10, 2013

Às vezes, em Paleontologia, não é até que a morte os separe...

Descoberto na China raro fóssil de insetos a acasalar

O fóssil, com o macho à direita e a fêmea à esquerda

O comportamento sexual destes animais parece ter permanecido inalterado desde o Jurássico.

Os restos fossilizados de dois pequenos insetos em pleno acto sexual foram descobertos no nordeste da China. Com 165 milhões de anos, trata-se do mais antigo registo fóssil do comportamento sexual dos insetos.
O fóssil mostra um casal da espécie Anthocytina perpetua, pequeno inseto que salta de planta em planta, à maneira de uma minúscula rã.
Este tipo de fósseis é muito raro, o que faz com que o conhecimento actual das posições de acasalamento e a orientação dos órgãos sexuais dos primórdios da evolução destes insetos seja limitado.
O acasalamento “fóssil” decorre frente a frente, com o órgão reprodutor do macho a introduzir-se na estrutura sexual da fêmea, explica em comunicado a revista PLOS ONE, onde a descoberta foi agora publicada.
“Estes dois insetos permitem-nos vislumbrar um interessante comportamento e fornecem dados importantes para perceber a posição do acasalamento e a orientação dos órgãos genitais dos insetos no Jurássico Médio”, diz Dong Ren, da Universidade Normal da Capital em Pequim (China) e autor principal do artigo, citado pelo mesmo documento.
A comparação com a forma de acasalamento dos insetos actuais da mesma espécie, escrevem os cientistas, sugere  que esse comportamento terá permanecido inalterado ao longo da evolução.

in Público - ler notícia

quinta-feira, abril 26, 2012

O geólogo alemão Christian Leopold Freiherr von Buch nasceu há 238 anos

Christian Leopold Freiherr von Buch (26 de abril de 1774, Stolpe an der Oder - 4 de março de 1853, Berlim) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores à Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. Seu interesse científico era voltado a um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. Seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.

quinta-feira, maio 13, 2010

O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos

CONVITE

15 de Maio | sábado | 21.30 horas

Igreja de Nossa Senhora do Cabo Espichel

A Câmara Municipal de Sesimbra e a Confraria de Nossa Senhora do Cabo convidam V. Ex.ª a assistir à conferência intitulada O Cabo Espichel há 160-110 Milhões de anos, que terá como oradores Miguel Magalhães Ramalho, professor jubilado da FCUL e coordenador do Museu Geológico, e Jacques Rey, professor emérito da Universidade de Toulouse, França.

O ciclo de conferências promovido no âmbito das comemorações dos 600 Anos do Santuário do Cabo Espichel apresenta este mês uma sessão dedicada à geologia e às origens do promontório. Como era a região há 140 milhões de anos, durante o Período Jurássico, ou como evoluiu o ambiente e a geografia nos milhões de anos seguintes são algumas das questões que vão ser debatidas nesta conferência.