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sábado, maio 21, 2011

Sakharov nasceu há 90 anos


Andrei Dmitrievich Sakharov (Moscovo, 21 de Maio de 1921 — Moscovo, 14 de Dezembro de 1989) foi um físico nuclear da extinta União Soviética.
Recebeu o Nobel da Paz em 1975, pela defesa dos direitos humanos na União Soviética.
Filho de um professor de física e de uma pianista. Frequentou a Universidade de Moscovo a partir de 1938. Estudou os raios cósmicos. Desempenhou com Igor Kurchatov um papel de primeiro plano na preparação da primeira bomba de hidrogénio, que foi desenvolvida na União Soviética e cujos primeiros ensaios se realizaram em 1953. Este feito valeu-lhe a entrada na Academia das Ciências da União Soviética no mesmo ano; todavia, não tardou a pedir a limitação dos armamentos nucleares. Sakharov propôs a ideia de gravidade induzida como teoria alternativa à da gravitação quântica.
Em 1965 reclamou a desestalinização efectiva do país e do partido; a sua obra "A Liberdade Intelectual na URSS e a Coexistência Pacífica", publicada no exterior em 1967, deu-lhe um lugar destacado na oposição ao regime. Tal como Aleksandr Solzhenitsyn, a quem apoiou sem esconder o seu desacordo com o romantismo místico do escritor, denunciou os gulags, os internamentos arbitrários e outras violações da Constituição Soviética e dos Direitos Humanos.
Casa com a activista dos direitos humanos Yelena Bonner em 1972.
Galardoado com o Nobel da Paz em 1975, não foi autorizado a ir receber a sua distinção em Oslo. Com residência fixa a partir de 1980, só conseguiu a liberdade de movimentos após a chegada ao poder de Mikhail Gorbachev e a implementação da perestroika e da glasnost, apesar da pressão da opinião pública internacional e de uma greve de fome em 1984. Na sequência da revisão constitucional de 1989 o académico foi candidato ao Congresso, obteve a investidura da Academia das Ciências, mal grado uma forte obstrução processual, e chegou a deputado. Morreu em 14 de Dezembro de 1989 por enfarte do miocárdio.
Em sua memória a União Europeia instituiu o Prémio Sakharov para destacar pessoas que lutam pela defesa dos direitos humanos e liberdade de expressão. Este prémio é atribuído desde 1988.

sábado, dezembro 18, 2010

Cuba e os Direitos Humanos

Dissidente cubano não pôde ir receber o Prémio Sakharov
Cadeira vazia para Guillermo Fariñas em Estrasburgo

Uma cadeira e a bandeira de Cuba aguardavam por Fariñas

O psicólogo e jornalista cubano Guillermo Fariñas, galardoado pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Expressão, aconselhou as autoridades europeias a não se “deixarem enganar pelos cantos de sereia” do Governo de Cuba, que acusou de andar a “simular mudanças económicas imaginárias” apenas para poder beneficiar das ajudas e investimentos dos países da União.

Fariñas enviou uma declaração gravada aos parlamentares europeus, reunidos em sessão plenária em Estrasburgo – o dissidente do regime castrista, que este ano cumpriu uma greve de fome de mais de 130 dias pela libertação dos presos políticos, não foi autorizado a viajar pelas autoridades cubanas. “Peço-vos que não cedam às reivindicações da elite governamental cubana”, apelou, sublinhando que “nada se alterou no sistema autocrático” do seu país.

Descrevendo-se como “uma pequena parcela da rebelião que alimenta o povo cubano”, Guillermo Fariñas pediu aos países europeus para reverem a sua política relativamente a Cuba e manterem a pressão sobre Havana, nomeadamente exigindo a revogação de todas as penas por delitos de consciência e a aceitação de partidos políticos de oposição e de uma imprensa livre e independente.

Fariñas deixou ainda críticas veladas ao acordo negociado pela Igreja Católica de Cuba e mediado pelo governo espanhol que conduziu à libertação – e posterior exílio – de 52 presos políticos. “É um erro pensar que eles foram postos em liberdade. Tanto eles como as suas famílias suportam um exílio psicológico, dado que os seus entes queridos são alvo dos abusos do governo neo-estalinista cubano”, considerou.

A cerimónia de entrega do prémio contou com uma cadeira vazia, “o o melhor exemplo de como a luta pelos direitos humanos é importante”, explicou o Presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek. “Mesmo que activistas como Guillermo Fariñas sejam perseguidos e encarcerados, a sua voz não pode ser silenciada. O papel do Parlamento Europeu é amplificar a sua voz”.

Já em edições anteriores, o prémio foi entregue na ausência do vencedor. A birmanesa Aung San Suu Kyi (1991) e o chinês Hu Jia (2008), cumpriam pena de prisão quando foram homenageados pelo Parlamento Europeu. As “Damas de Branco” cubanas, que receberam o prémio em 2005, também não obtiveram visto de Havana para viajar para a Europa.