João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de maio de 1913 — Lisboa, 21 de janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.
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sexta-feira, maio 10, 2013
O grande Villaret nasceu há um século!
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quarta-feira, março 21, 2012
Porque hoje é Dia Mundial da Poesia
Adivinhação
- Que é, o que é?
Que é, o que é?
Tem cara de santo
Tem cheiro de santo
Tem força de santo
Mas santo não é!
Ninguém adivinha?
Não sabe o que é?
Tem artes do diabo
Tem manhas do diabo
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é!
- Tem cara de santo...
Tem cheiro de santo...
Tem tudo do diabo
Mas diabo não é?
Deus não me perdoe
Um raio me cegue
O diabo me leve
Si não for muié!
Martins d'Alvarez
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sábado, setembro 17, 2011
Cântico Negro - Villaret declama Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio
NOTA: gosto também muita desta versão, de Maria Bethânia:
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sexta-feira, janeiro 21, 2011
Um poema dito por Villaret em desenho animado
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Poema dito por aniversariante de hoje
Postado por Pedro Luna às 18:26 0 bocas
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João Villaret morreu há 50 anos
João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de Maio de 1913 — Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.
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segunda-feira, maio 10, 2010
João Villaret nasceu há 97 anos
João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de Maio de 1913 — Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.in wikipédia
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domingo, março 21, 2010
Poesia declamada para o dia da mesma
Postado por Pedro Luna às 23:21 0 bocas
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quinta-feira, janeiro 21, 2010
João Villaret morreu há 49 anos
João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de Maio de 1913 — Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.in Wikipédia
O monstrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
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segunda-feira, novembro 30, 2009
Hoje é dia da poesia
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
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Fernando Pessoa morreu há 74 anos
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".
Morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo a sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... " ("Não sei o que o amanhã trará").
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domingo, outubro 11, 2009
Poesia para um dia com eleições
Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio
Postado por Pedro Luna às 08:00 0 bocas
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quinta-feira, abril 23, 2009
Dia do Livro
Os livros sábios,JONATHAN WOLSTENHOLME
Com uma poesia aparentemente contrária ao espírito do dia, de Fernando Pessoa e magistralmente declamada por João Villaret, celebremos o Dia do Livro:
Liberdade - João Villaret
LIBERDADE
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Postado por Fernando Martins às 20:18 0 bocas
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