Primeiros anos
Humberto da Silva Delgado nasceu a 15 de maio de 1906 em Boquilobo, freguesia de Brogueira, concelho de Torres Novas,
distrito de Santarém.
Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu
anticomunismo.
Carreira militar e pública
Em 1941 assumiu publicamente as suas simpatias para com a Alemanha
Nazi, publicando dois artigos, na Revistas Ar, onde afirmou: “O ex-cabo,
ex-pintor, o homem que não nasceu em leito de renda amolecedor,
passará à História como uma revelação genial das possibilidades humanas
no campo político, diplomático, social, civil e militar, quando à
vontade de um ideal se junta a audácia, a valentia, a virilidade numa
palavra.”
Em 1952 foi nomeado adido militar na Embaixada de Portugal em
Washington e membro do comité dos Representantes Militares da
NATO.
Promovido a general na sequência da realização do curso de altos
comandos, onde obteve a classificação máxima, passa a Chefe da Missão
Militar junto da NATO.
Regressado a Portugal foi nomeado Diretor-Geral da Aeronáutica Civil.
Oposição ao regime
Os cinco anos que viveu nos
Estados Unidos
modificam a sua forma de encarar a política portuguesa. Convidado por
opositores ao regime de Salazar para se candidatar à Presidência da
República, em 1958, contra o candidato do regime,
Américo Tomás, aceita, reunindo em torno de si toda a oposição ao Estado Novo.
Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime
salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha com
particular destaque para a entusiástica receção popular na
Praça Carlos Alberto no
Porto a 14 de maio de
1958.
Devido à coragem que manifestou ao longo da campanha perante a repressão policial foi cognominado «General sem Medo».
O resultado eleitoral não lhe foi favorável graças à fraude eleitoral montada pelo regime.
Exílio e morte
Em
1959, na sequência da derrota eleitoral, vítima de represálias por parte do regime salazarista e alvo de ameaças por parte da
polícia política, pede asilo político na Embaixada do
Brasil, seguindo depois para o
exílio neste país.
Convencido de que o regime não poderia ser derrubado por meios
pacíficos promove a realização de um golpe de estado militar, que vem a
ser concretizado em 1962 e que visava tomar o quartel de
Beja e outras posições estratégicas importantes de Portugal. O golpe, porém, fracassou.
Pensando vir reunir-se com opositores ao regime do Estado Novo, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola em
Los Almerines, perto de
Olivença, em 13 de fevereiro de
1965. Ao seu encontro vai um grupo de agentes da
PIDE, liderados por
Rosa Casaco. O agente
Casimiro Monteiro
assassina-o, bem como à sua secretária, Arajaryr Campos. Os corpos
foram ocultados perto de Villanueva del Fresno, cerca de 30 km a sul do
local do crime.
Homenagens
A
Assembleia da República Portuguesa decidiu, a 19 de julho de 1988, que fosse feita a transladação dos restos mortais de Humberto Delgado, do
Cemitério dos Prazeres para o
Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa. A cerimónia aconteceu a 5 de outubro de 1990, dia que se assinalava os oitenta anos da
imposição da República Portuguesa. Nesta mesma altura, o General foi elevado, a título póstumo, a
Marechal da Força Aérea. Em fevereiro de 2015, por ocasião do 50º aniversário do seu assassinato, a
Câmara Municipal de Lisboa propôs ao governo Português a alteração do nome do
Aeroporto de Lisboa para
Aeroporto Humberto Delgado. O governo aceitou a proposta e desde 15 de maio de 2016 que o
Aeroporto da Portela se designa por Aeroporto Humberto Delgado.