Auto-retrato de Aurélia de Sousa (circa 1900)
Vida
Maria Aurélia Martins de Souza nasceu a 13 de junho de 1866, dia de Santo António, em Valparaíso, Chile, sendo filha de António Martins de Souza e de Olinda Peres, ambos emigrantes portugueses que partiram para o Brasil e o Chile em busca de fazer fortuna na construção do caminho-de-ferro na América do Sul, sendo a quarta dos sete filhos do casal.
Em 1869, com apenas 3 anos de idade, acompanhou o regresso da sua família a Portugal, que se fixou na cidade do Porto e passou a residir na Quinta da China, junto ao rio Douro, tendo a propriedade sido comprada por seu pai com o dinheiro ganho durante a sua emigração. Em 1874, quando Aurélia tinha apenas oito anos, o seu pai faleceu. Após a morte do pai, a sua mãe voltou a casar-se em 1880.
Realizou as primeiras exposições e, durante os três anos seguintes, viajou e visitou os museus de
Bruxelas,
Antuérpia,
Berlim,
Roma,
Florença,
Veneza,
Madrid e
Sevilha. Tendo regressado a Portugal em
1901, desenvolveu intensa atividade como
ilustradora e participou regularmente na vida artística portuense, expondo na
Sociedade de Belas-Artes do Porto, na
Galeria da Misericórdia e, anualmente, na
Sociedade Nacional de Belas-Artes, em
Lisboa.
Passou a última fase de sua vida residindo na Quinta da China, onde faleceu em 1922, com apenas cinquenta e cinco anos.
Obra
Nas palavras da
biógrafa Raquel Henriques da Silva, a obra de Aurélia de Sousa "regista a silenciosa narrativa da
casa: a presença da velha mãe, os afazeres das mulheres e das crianças, os cantos escuros da
cozinha e do
atelier, as tardes em que a
luz se confunde com os fatos de
verão, os caminhos campestres ou as vistas do rio. Pratica uma pintura vigorosa, raramente volumétrica, detida na análise das
sombras para nelas captar a luz".
Cena familiar (1911) - Aurélia de Sousa
Morte
Aurélia de Sousa faleceu no
Porto, a
26 de maio de
1922, aos 55 anos de idade. Apesar da causa ser desconhecida, estudos recentes apontam para que tenha sido vítima de
tuberculose
prolongada. Nunca se casou nem deixou descendência direta, deixando em
testamento quase todo o seu espólio para as suas sobrinhas. Encontra-se
sepultada no
Cemitério do Prado do Repouso, na mesma cidade, em jazigo de família.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Este Blog gosta que os seus leitores comentem os posts - mas seja respeitador das ideias dos outros, claro e conciso. Por favor não coloque aqui links fora da temática do Blog ou do post que comenta. Se o fizer eles poderão ser apagados...