Abrem-se crateras gigantes que ameaçam cidade da Amazónia brasileira
Buriticupu,
no estado do Maranhão, vive um fenómeno geológico extremo de erosão,
relacionado com chuva intensa, intensa desflorestação e mau planeamento
de obras.
Uma das crateras que ameaça engolir a cidade de Buriticupu
A cidade de Buriticupu, no extremo Nordeste da Amazónia
brasileira, está a ser lentamente engolida pela terra. O problema tem
anos, mas nas últimas semanas, agravou-se: enormes buracos, com vários
metros de profundidade, abriram-se no solo e levaram a câmara municipal a
declarar estado de emergência.
Cerca
de 1200 pessoas, de um total de 55.000 habitantes, correm o risco de
ver as suas casas cair no abismo que se está a alargar.
"Nos
últimos meses, as dimensões das crateras aumentaram exponencialmente.
Estão a aproximar-se muito, das residências", diz um decreto de
emergência emitido pelo município do do estado do Maranhão no início de
fevereiro.
Vários edifícios foram já destruídos, refere o decreto. As crateras que se abriram recentemente representam uma escalada de um problema que os moradores de Buriticupu têm enfrentado nos últimos 30 anos.
Vários edifícios foram já destruídos, refere o decreto. As crateras que se abriram recentemente representam uma escalada de um problema que os moradores de Buriticupu têm enfrentado nos últimos 30 anos.
Imagem captada por drone de uma das enormes crateras que se abriu em Buriticupu
As chuvas arrastam lentamente os solos vulneráveis devido à sua natureza arenosa, mas o fenómeno acontece devido a uma combinação de obras de construção mal planeadas e desflorestação desregrada.
Estes fenómenos de gigantesca erosão do solo são conhecidas no Brasil como "voçoroca", ou "boçoroca", palavra de origem indígena que significa "rasgar a terra".
O
problema agrava-se em períodos de chuva intensa, como o atual, disse
Marcelino Farias, geógrafo e professor da Universidade Federal do
Maranhão.
Antónia dos Anjos, que mora em Buriticupu há 22 anos, teme que mais buracos apareçam em breve. "Tem esse perigo bem na nossa frente, e ninguém sabe onde esse buraco está se abrindo por baixo", disse a senhora de 65 anos.
Antónia dos Anjos, que mora em Buriticupu há 22 anos, teme que mais buracos apareçam em breve. "Tem esse perigo bem na nossa frente, e ninguém sabe onde esse buraco está se abrindo por baixo", disse a senhora de 65 anos.
O engenheiro e secretário de obras públicas de Buriticupu, Lucas Conceição, disse que o município claramente não tem capacidade para encontrar soluções para a complexa situação destas crateras. "Os problemas vão desde os processos de erosão até a remoção de pessoas que estão na área de risco", disse.
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