Artur de Sacadura Freire Cabral, mais conhecido por Sacadura Cabral (Celorico da Beira, São Pedro, 23 de maio de 1881 - Mar do Norte, 15 de novembro de 1924) foi um aviador e oficial da Marinha Portuguesa.
(...)
Era filho primogénito de Artur de Sacadura Freire Cabral (Celorico da Beira, São Pedro, 16 de outubro de 1855 — Lisboa, 19 de março de 1901) e de sua mulher (casados em Seia) Maria Augusta da Silva Esteves de Vasconcelos (Viseu, Sé Ocidental, 11 de julho de 1861 - Lisboa, 3 de abril de 1913), de família oriunda da Beira Interior. Após os estudos primários e secundários, assentou praça em 10 de novembro de 1897 como aspirante de marinha e frequentou a Sala do Risco, antecessora da atual Escola Naval,
onde foi o primeiro classificado do seu curso. Foi promovido a
segundo-tenente em 27 de abril de 1903, a primeiro-tenente a 30 de
setembro de 1911, a capitão-tenente em 25 de abril de 1918 e, por
distinção, a capitão-de-fragata em 1922. Terminado o seu curso, seguiu
em 1901, a bordo do São Gabriel, para a Divisão Naval de Moçambique.
Serviu nas colónias no decurso da Primeira Guerra Mundial. Foi um dos primeiros instrutores da Escola Militar de Aviação, diretor dos serviços de Aeronáutica Naval e comandante de esquadrilha na Base Naval de Lisboa.
Unanimemente considerado um aviador distintíssimo pelas suas
qualidades de coragem e inteligência, notabilizou-se a nível mundial,
ultrapassando as insuficiências técnicas e materiais que na época se
faziam sentir. Quando conheceu, em
África,
Gago Coutinho, incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do
sextante de bolha artificial. Juntos inventaram um "corretor de rumos" para compensar o desvio causado pelo
vento. Realizou diversas travessias aéreas memoráveis, notabilizando-se especialmente em 1922, ao efetuar com Gago Coutinho, a
primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
(...)
Em 1923 elaborou um projeto de viagem aérea de circum-navegação, que
não conseguiu realizar por falta de meios materiais. Em 1924, convencido
de que o Governo não correspondia ao esforço por ele levado a cabo para
a eficiência da Aviação Marítima, apresentou o seu pedido de demissão
de oficial da Marinha, pedido que foi indeferido. Ainda em 1924, foi
nomeado para estudar uma proposta feita ao governo para o
estabelecimento de carreiras aéreas com fins comerciais. Morreu a 15 de
novembro de 1924, quando pilotava um
Fokker 4146 de
Amesterdão
para Lisboa, um dos cinco aviões que haviam sido adquiridos por
subscrição pública, e que seriam utilizados no seu projeto da viagem
aérea à
Índia, uma vez fracassado o seu projeto de circum-navegação.
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