Edwin Powell Hubble (Marshfield, 20 de novembro de 1889 - San Marino, Califórnia, 28 de setembro de 1953) foi um astrónomo dos Estados Unidos da América.
Ficou famoso por ter descoberto que as até então chamadas nebulosas eram, na verdade, galáxias fora da Via Láctea e que estas se afastam umas das outras a uma velocidade proporcional à distância que as separa.
O seu nome foi dado ao primeiro telescópio espacial, posto em órbita em 1990, para estudar o espaço sem as distorções causadas pela atmosfera.
Biografia
Aluno promissor, embora não excecional na adolescência, destacou-se
mais na época por feitos atléticos, como quando bateu o recorde de salto em altura do estado de Illinois. Como o seu pai (o advogado e agente de seguros John Powell Hubble) queria, formou-se em Direito em 1910, na Universidade de Chicago,
e chegou a exercer a profissão de advogado, mas acabou por abandoná-la,
para seguir o seu interesse pela astronomia, pela matemática e pela
astrofísica.
Em 1914 foi aceite como pesquisador no Observatório Yerkes, em Williams Bay, Wisconsin, e dedicou-se ao estudo das nebulosas, que começou a dividir como pertencentes ou não à Via Láctea. Depois da I Guerra Mundial, em 1919, voltou aos Estados Unidos e começou a trabalhar no Observatório do Monte Wilson, perto de Pasadena, na Califórnia, onde trabalharia até à sua morte. Continuou a trabalhar com as nebulosas, utilizando um telescópio refletor recém-construído.
A partir da relação conhecida entre período e luminosidade das cefeidas, em geral, e do brilho aparente das cefeidas de Andrómeda, em 1923 Hubble pode calcular a distância entre esta e a Via Láctea, obtendo um valor de quase 1 milhão de anos-luz.
Mesmo obtendo um valor errado para a distância de Andrómeda, pois
atualmente o valor aceite é de um pouco mais de 2 milhões de anos-luz,
Hubble mostrou que ela estava para além dos limites de nossa galáxia,
que tem cem mil anos-luz de diâmetro. Assim ficou provado que Andrómeda
era uma galáxia independente. A descoberta não foi explorada pela
imprensa, mas, no ano seguinte, dividiu com um pesquisador de saúde
pública um prémio de mil dólares dado pela Academia Americana para o
Avanço da Ciência.
Hubble provou a existência de nebulosas extragalácticas constituídas de
sistemas estelares independentes. No ano seguinte descobriu diversas
galáxias e mostrou que várias delas são semelhantes à Via Láctea. A mancha luminosa no céu era na verdade um sistema estelar tão grandioso quanto aquele em que o Sol e a Terra estão situados. Elas passaram a ser chamadas de galáxias, por analogia com a denominação de nossa Via Láctea.
Depois dessas descobertas, passou a pesquisar a estrutura das
galáxias e a classificá-las pelo formato, como espiral ou elíptica.
Posteriormente começaria a estudar as distâncias que as galáxias se
encontram da Via Láctea
e suas velocidades no espaço. Em 1929 demonstrou que as galáxias se
afastam em grande velocidade e que essa velocidade aumenta com a
distância. A relação entre a velocidade e a distância da Terra é conhecida como a Lei de Hubble e a razão entre os dois valores é conhecida como Constante de Hubble.
Este deslocamento das galáxias serviria como base, em 1946, para George Gamow estabelecer a teoria do Big Bang. Analisando o desvio para o vermelho nas suas observações, desenvolveu a teoria da expansão do universo
e anunciou que a velocidade de uma nebulosa em relação a outra é
proporcional à distância entre elas (a chamada constante de Hubble). Ou
seja, Hubble estudou a luz emitida pelas galáxias distantes, observando
que o comprimento de onda em alguns casos era maior que aquele obtido no
laboratório. Esse fenómeno ocorre quando a fonte e o observador se
movem: quando se afastam um do outro, o comprimento de onda visto pelo
observador aumenta, diminuindo quando a fonte e o observador se
aproximam. Se uma galáxia estiver se aproximando, a luz desloca-se para a
cor azul e se estiver se afastando a luz desloca-se para a cor vermelha
(Efeito Doppler). Em cada caso, a variação relativa do comprimento é proporcional à velocidade com que a fonte se move.
Depois ser condecorado com a medalha de ouro da Real Sociedade de
Astronomia de Londres, em 1940, e com a medalha presidencial do mérito
dos Estados Unidos, em 1946, Hubble passou a utilizar o telescópio Hale,
concluído em 1948, no Monte Palomar, em Pasadena, para estudar objetos
estelares fracos.
Faleceu em 1953, antes de completar 64 anos, vitima de um acidente vascular
cerebral, que o matou, instantaneamente e sem dor, como garantiu o antigo
médico da família à sua esposa, Grace Hubble. Ela recusou-se a fazer um
funeral e a dar satisfações com o que havia feito com o corpo do seu
marido (alguns acham simplesmente que Hubble voltou para
casa).
O astrónomo seria homenageado, em 1990, quando um telescópio espacial (o Telescópio Espacial Hubble - HST)
foi batizado com o seu apelido. Após apresentar problemas relativos à
qualidade das imagens, foi consertado por astronautas. Por situar-se
fora da atmosfera da Terra, que distorce e enfraquece as imagens do
Universo, tem sido utilizado na recolha de dados sobre objetos muito
distantes.
O Telescópio Espacial Hubble, visto do Vaivém Espacial Atlantis, durante a Missão STS-125
in Wikipédia
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