sábado, outubro 12, 2024

Cristóvão Colombo pensou que chegou à Ásia há 532 anos...

Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536, atualmente na "Sala de los Almirantes", no Reales Alcázares de Sevilla

Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México, na América Central.
O seu nome em italiano é Cristoforo Colombo, em latim Christophorus Columbus e em espanhol, Cristóbal Colón. Este antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um país, Colômbia e duas regiões da América do Norte: a Colúmbia Britânica, no Canadá e o Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos. Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador pelo nome de Christophorum Colon com significado de Membro e nunca pelo latim Columbus com significado de Pombo.
 
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Foi em Portugal que Colombo começou a conceber o seu projeto de viagem para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril de navegações, descobrimentos, comércio e desenvolvimento científico, que converteram a Lisboa da segunda metade do século XV num rico e ativíssimo porto marítimo e mercantil, de dimensão internacional, e Portugal no país dos melhores, mais audazes e experientes marinheiros, com os maiores conhecimentos náuticos da época. O projeto terá surgindo não de forma repentina, mas gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão Bartolomeu. Após o processo de formação e maturação, o projeto de Colombo consistia em atravessar o oceano - o único conhecido à época, o Atlântico - em direção à Ásia.
O historiador norte-americano Vignaud tentou demonstrar que Colombo apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do Atlântico, mas não chegar às Índias, tendo alterado o projeto após as descobertas que fez. Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores colombinos de maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não era necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios e técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes. Tratava-se, sem dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância bem maior que uma expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai começou por pensar que se os portugueses navegavam já tão grandes distâncias para sul, que poderia fazer o mesmo para oeste, enumerando os fatores que o fizeram pensar na existência de terras a ocidente: a esfericidade da terra; e as leituras de autores clássicos, como Aristóteles, Estrabão e Plínio, que afirmavam a curta distância entre a Espanha e África, e a Índia. O mais provável, no entanto, é que não se tenha inspirado nesses autores, mas sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu projeto. Os supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por Isabel Moniz teriam juntado indícios materiais, como troncos de árvores e cadáveres de espécies desconhecidas arrastados pelo mar. Finalmente, as notícias que obteve de marinheiros que afirmavam ter encontrado terras a oeste, e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas do Atlântico, comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as condições dos ventos e correntes marítimas, a reconhecer a proximidade de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a experiência portuguesa.

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Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projeto da sua viagem junto dos Reis Católicos, após a conquista de Granada, com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão.
A partir do início de 1485 Colombo passa a Castela. Chegando a Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agosto de 1488, Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000 maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de Palos na sua primeira expedição.

Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña por causa do seu proprietário Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Na entrada de 12 de outubro de 1492 no seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes nos seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.
        
in Wikipédia
      
  
 
35. Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
   

Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
que é quase tumular mas que cantou a casa,
casa branca e nau preta,
e não ganhou austrálias,
pois fez o teu retrato dentro do coração
e destruiu a mentira de outra história.

Só um dia, já morto, disseram a Colombo
que a índia dele não era a verdadeira.



in Rua de Nenhures (2013) - Pedro Tamen

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