terça-feira, setembro 10, 2024

Porque um Poeta nunca morre, enquanto o continuamos a ler...

 

Não durmo ainda 

   

Não durmo ainda

Só na cama
o tempo
ainda é meu

como a palavra

Discretamente
me agito
no colchão

Não penso em Deus
na morte

Imprimo
Aqueço-me
Escuto

conservo a posição

A Elsa dorme

Só na cama
o tempo ainda é dela

como um fruto

   
   

António Reis

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