(imagem daqui)
Hamida Djandoubi (Tunísia, 1949 - Marselha, 10 de setembro de 1977) foi a última pessoa a ser guilhotinada na França. Era um imigrante tunisino e foi condenado por tortura, seguida de assassinato, da sua ex-namorada, Elisabeth Bousquet, de 21 anos. Após ter perdido o seu último recurso, foi guilhotinado, ao alvorecer do dia 10 de setembro de 1977.
Biografia
Nascido na Tunísia por volta de 1949, Hamida Djandoubi imigrou para a França em 1968, tendo ido viver em Marselha, onde trabalhava numa mercearia. Passou a trabalhar como paisagista, mas teve um acidente de trabalho em 1971, que resultou na perda de dois terços da sua perna direita.
Em 1973,
uma mulher de 21 anos chamada Elizabeth Bousquet, que Djandoubi
conheceu no hospital enquanto recuperava da amputação, apresentou
uma queixa na polícia contra ele, alegando que tentou forçá-la a se
prostituir.
Após a sua detenção e eventual libertação da custódia, durante a
primavera de 1973, Hamida Djandoubi serviu como proxeneta de duas prostitutas da sua confiança. Em julho de 1974
sequestrou Elizabeth Bousquet e levou-a para a sua residência, onde, à
vista das prostitutas que mantinha, agrediu fisicamente Elizabeth e
torturou-a com um cigarro aceso, queimando-a nos seios e na área genital.
Elizabeth Bousquet sobreviveu às agressões e torturas. Sendo assim,
Hamida Djandoubi levou-a de carro para os arredores de Marselha e
estrangulou-a.
No seu retorno à casa, Hamida Djandoubi alertou as duas prostitutas para
não dizerem nada do que tinham visto. O corpo de Elizabeth Bousquet foi
descoberto num barracão por um menino, em 7 de julho de 1974. Um mês depois, Hamida Djandoubi raptou outra menina, que conseguiu fugir e denunciá-lo à polícia.
Após um processo de pré-julgamento longo, Djandoubi finalmente
apareceu no tribunal de Aix-en-Provence, acusado de tortura,
assassinato, estupro e violência premeditada, em 24 de fevereiro de 1977. A sua principal defesa girava em torno dos supostos efeitos da amputação
de sua perna seis anos antes, que o seu advogado alegou ter levado a um
paroxismo de abuso de álcool e violência, transformando-o num homem
diferente. Em 25 de fevereiro foi condenado à morte. O recurso contra a sua sentença foi indeferido em 9 de junho, e no início da manhã de 10 de setembro de 1977,
Hamida Djandoubi foi informado de que seria executado às 04.40 horas.
Após a execução, antes da qual teria fumado dois cigarros e bebido um
pouco de rum, o seu corpo foi enterrado no cemitério de Saint-Pierre.
A história de vida de Hamida Djandoubi é contada no livro When the Guillotine Fell (“Quando a Guilhotina Caiu”, ainda não traduzido para o português), escrito pelo autor canadiano Jeremy Mercer.
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