Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de fevereiro de 1933 – Lisboa, 9 de maio de 2017) foi um jornalista e escritor português.
Biografia
Nascido no
Bairro da Ajuda, ficou órfão de mãe precocemente, aos seis anos de idade. A profissão do pai, tipógrafo - viria a ser chefe de tipografia em
O Século - despertará em Baptista-Bastos um interesse pela imprensa e,
reflexamente, pela literatura, que o acompanhará pela vida fora.
Contudo, na infância, Baptista-Bastos aspirava tornar-se arquiteto,
tendo frequentado com esse intuito a
Escola de Artes Decorativas António Arroio, em
Lisboa. Também estudou francês no Liceu Francês Charles Lepierre
.
Aos 14 anos publicou os seus primeiros contos na secção infantil do
Diário Popular. Aos 19 entrou como estagiário para a redação d'
O Século, instituição conhecida à época no meio da imprensa por «universidade» do jornalismo. O chefe de redação,
Acúrsio Pereira
foi decisivo nos primeiros anos de Baptista-Bastos como jornalista,
fazendo-o trabalhar em rotatividade em todas as secções do jornal. Em
1953 tornou-se subchefe de redação da revista
O Século Ilustrado, assinando uma coluna de crítica, comentário de cinema
, e iniciando, assim, um estilo jornalístico próprio, inovador, mas frequentemente tido como controverso e polémico
.
Baptista-Bastos participou na
Revolta da Sé em
1959, e embora não tenha sido sequer julgado, foi despedido d'
O Século em
abril de
1960,
dada a inconveniência para o jornal em manter um opositor declarado do
regime salazarista na sua redação. Desempregado e sob o controlo da
polícia política, chegou a pensar exilar-se em
Paris, mas conseguiu subsistir, na clandestinidade. Sob o pseudónimo de
Manuel Trindade, redigiu notícias para a
RTP e colaborou em diversos documentários da estação pública, realizados por
Fernando Lopes (
Cidade das Sete Colinas,
Os Namorados de Lisboa,
Este século em que vivemos) e
Baptista Rosa (
O Forcado, a que ficaria associada a imagem de
Augusto Cabrita e a música
Scketchs of Spain, de
Miles Davies).
Proibido de colaborar na
RTP por ordem direta do diretor do
Secretariado Nacional de Informação,
César Moreira Baptista, ficou mais uma vez no desemprego, passando sazonalmente pela redação da
Agence France Press, em
Lisboa. Pouco tempo depois, entrou para o jornal
República. No entanto, resolveu aceitar o convite de
Raúl Solnado, que então procurava lançar-se como ator no
Brasil,
e que tinha sido contratado pela TV Rio, e acompanhá-lo na qualidade de
seu secretário. Por coincidência, quando o jornalista chegou ao
Brasil
deu-se o golpe militar contra o presidente Goulart, fazendo
Batista-Bastos a cobertura dos acontecimentos subsequentes, redigindo
notícias para o jornal
República, que nunca chegarão a ser publicadas, por impedimento da censura.
Volvidos oito meses, de regresso a
Portugal, Baptista-Bastos regressa ao
República, mas não por muito tempo, pois é convidado para integrar o
Diário Popular. Neste matutino irá permanecer por cerca de duas décadas
, mais precisamente, 23 anos, desde
1965 até
1988,
ficando para sempre associado a este jornal, onde assinou centenas de
peças, entre reportagens, entrevistas e crónicas. Foi também aí que teve
oportunidade de viajar e escrever sobre
Portugal
e muitos outros países europeus, americanos, africanos, e contactar e
entrevistar inúmeras personalidades, da política, à cultura e ao
desporto, mas sem deixar de revelar a opinião e o sentimento do povo
anónimo
.
Foi um dos fundadores do semanário O Ponto, periódico onde
registou uma série de entrevistas semanais, entre outros textos e
reportagens, posteriormente editadas no livro O Homem em Ponto.
Apresentou na televisão o programa de entrevistas
Conversas Secretas, emitido na
SIC. A convite do jornal
Público, realizou também uma série de 16 célebres entrevistas, com o título «
Onde é que você estava no 25 de Abril?»,
posteriormente editadas em CD-ROM, uma pergunta que se tornou icónica
da imagem de Baptista-Bastos e recorrente em entrevistas de caráter
biográfico, por outros jornalistas.
Faleceu a 9 de maio de 2017, aos 84 anos de idade, no
Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internado há várias semanas.
Henrique Araújo Moreira (Avintes, Vila Nova de Gaia, 9 de Maio de1890 - Porto, 16 de Fevereiro de 1979) foi um escultor português.
ResponderEliminarApós a conclusão da licenciatura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, passou a trabalhar no atelier do Mestre Teixeira Lopes, vindo, poucos anos depois, a seguir um caminho autónomo.
Tem muitas obras espalhadas pelo país (Monumento à Padeira de Avintes e os bustos de Eng.º Arantes de Oliveira e de Calouste Gulbenkian em Avintes, Vila Nova de Gaia; a estátua de Ferreira de Castro e Nossa Senhora de La Salette, em Oliveira de Azeméis; o Monumento aos Mártires da Grande Guerra e o Conde Dias Garcia, em S. João da Madeira; a escultura de Cristóvão Colombo no Funchal; a homenagem ao Almirante Jaime Afreixo em Murtosa; o Padre Saúde em Sandim; estátua a António Cândido em Amarante; estátua do Infante D. Henrique em Tomar; o Bombeiro em Barcelos; quatro-relevos para o Salão de Festas do Pavilhão dos irmãos Rebelo de Andrade para a Exposição Ibero-Americana de Sevilha, de 1929; participação nas decorações do Pavilhão de Raul Lino para a Exposição Internacional e Colonial de Paris, de 1931; etc.) e até por Angola (Padrão aos Mortos da Grande Guerra na Praça dos Lusíadas), mas a maior e mais substancial parte da sua vasta obra foi produzida para a cidade do Porto, sendo por isso justamente considerado "o escultor do Porto". São marcantes obras suas como o busto de Camilo Castelo Branco, na Avenida Camilo; A Juventude popularmente conhecida como a Menina da Avenida e Os Meninos, na Avenida dos Aliados, O Salva-vidas ou Lobo-do-mar e o monumento de homenagem a Raul Brandão na Foz do Douro, a estátua do Padre Américo no Jardim da República ou o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular na Rotunda da Boavista.
Ver:
http://bioterra.blogspot.com/2023/04/a-escltura-juventude-mais-conhecida.html?m=1
https://sigarra.up.pt/up/pt/p/antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20henrique%20moreira
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/henrique-moreira-escultor/
Obrigado pela sugestão - publicámos um post sobre o escultor...
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