terça-feira, julho 02, 2013

Poema para o Rei-Saudade, que nos deixou há 81 anos...

(imagem daqui)

Regulus

Não há sombra para nela abrigares
o olhar das estilhas da luz no amanhecer.

Nenhuma trama nasce dos teus passos
que o vento não apague, com o andar.

Sem passado, tens por céu um alvo
neutro como o horizonte. Não há intenção

por detrás do sono dos teus passos,
posto que é tudo deserto à tua volta.

As cidades foram o lugar de uma morte espaçosa
enquanto a chama ia medrando no calor.


in As Esperas e outros poemas (1997) - Paulo Teixeira

1 comentário:

  1. Todos os meus parabéns e minha coragem para você sobre o feito incrível deste site parece interessante e rico em informações.

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