sábado, abril 27, 2019

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.
 
 
in Antologia dos Sessenta Anos (2002) - Vasco Graça Moura

Vasco Graça Moura morreu há cinco anos

(imagem daqui)
  
Vasco Navarro da Graça Moura (Foz do Douro, 3 de janeiro de 1942 - Lisboa, 27 de abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português
  
Biografia
Vasco Graça Moura nasceu a 3 de janeiro de 1942, na freguesia de Foz do Douro, no Porto.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde colaborou na publicação académica Quadrante (1958-1962) publicada pela Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.
Passou 39 meses na tropa, numa altura em que era já casado e pai de dois filhos.
Foi advogado entre 1966 e 1983.
Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do independente pró-Comunista Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos ligados ao Grupo dos Nove) e dos Retornados (VI Governo Provisório, José Pinheiro de Azevedo).
Na década de 80 enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um dos maiores defensores da língua portuguesa contra o denominado "Acordo Ortográfico" que tem sido alvo de grande polémica e resistência, não só em Portugal como em todos os países faladores de português, devido à sua introdução e implementação forçada e conta-vontade da generalidade dos povos.
Divorciou-se da sua primeira mulher, Maria Fernanda de Sá Dantas, no início dos anos 80, e voltou a casar-se mais duas vezes. Primeiro com a ensaísta Clara Crabbé Rocha, filha de Miguel Torga e de Andrée Crabbé Rocha, em 1985, e depois com Maria do Rosário Sousa Machado, em 1987, com quem teve mais duas filhas, enternecidamente referidas em vários poemas dos seus últimos livros. A sua última companheira foi Maria Bochicchio (italiana), que o acompanhou até perto da sua morte e com quem publicou O Binómio de Newton & A Vénus de Milo.
Foi director da RTP2 (1978), administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995), director da revista Oceanos (1988-1995), director da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e director do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).
Juntamente com António Mega Ferreira, foi o autor da proposta de realização da Exposição Mundial de 1998 em Lisboa, que mais tarde seria considerada pelo Bureau International de Expositions uma das melhores exposições internacionais de sempre.
De novo pelo PSD foi durante dez anos consecutivos deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, desde 1999 até 2009.
Em janeiro de 2012, o Secretário de Estado da Cultura do governo de Passos Coelho, Francisco José Viegas, nomeou Vasco Graça Moura para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém, substituindo assim António Mega Ferreira, mantendo-se no cargo mesmo quando procurava curar-se do cancro que lhe provocou a morte, a 27 de abril de 2014. No mesmo dia, Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro de Portugal, destacou o percurso político de Graça Moura e a sua actividade como "divulgador das letras portuguesas", afirmando que o escritor deixou um "vasto legado literário, marcado pela inspiração e pela dedicação à língua portuguesa, que enriqueceu como poucos, uma constante procura da identidade nacional e um clarividente pensamento sobre as raízes, a herança política e filosófica e o futuro da Europa", concluindo: "Portugal perdeu hoje um dos seus maiores cidadãos".
Graça Moura foi uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico, que considerava que apenas "serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo".
  
Obras publicadas
Poesia
  • Modo Mudando (1963);
  • Semana Inglesa (1965);
  • O Mês de Dezembro e Outros Poemas (1976);
  • A Sombra das Figuras (1985);
  • O Concerto Campestre (1993);
  • Sonetos Familiares (1994);
  • Uma Carta no Inverno (1997);
  • Nó cego, o Regresso (2000);
  • Testamento de VGM (2001);
  • Letras do Fado Vulgar (2001);
  • Antologia dos Sessenta Anos (2002);
  • Variações Metálicas (2004);
  • Mais Fados & Companhia (2004);
  • Os nossos tristes assuntos (2006);
  • O Caderno da Casa das Nuvens (2010);
  • Poesia Reunida, vol. 1 (2012);
  • Poesia Reunida, vol. 2 (2012);
  • A Puxar ao Sentimento - 31 Fadinhos de Autor (2018, póstumo).
  
Ensaio
  • Luís de Camões: Alguns Desafios (1980);
  • Caderno de Olhares (1983);
  • Camões e a Divina Proporção (1985);
  • Os Penhascos e a Serpente (1987);
  • Várias Vozes (1987);
  • Fernão Gomes e o Retrato de Camões (1987);
  • Cristóvão Colombo e a floresta das asneiras (1991);
  • Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000);
  • Adamastor, Nomen Gigantis (2000);
  • Páginas do Porto (2001);
  • Fantasia e Objectividade nos Descobrimentos Portugueses (2006);
  • Acordo Ortográfico: A Perspectiva do Desastre (2008);
  • Diálogo com (algumas) imagens (2009);
  • Amália Rodrigues: dos poetas populares aos poetas cultivados (2010);
  • Miguel Veiga - Cinco Esboços para um Retrato (2011);
  • Os Lusíadas para Gente Nova (2012);
  • A Identidade Cultural Europeia (2013);
  • Discursos Vários Poéticos (2013);
  • Retratos de Camões (2014).
 
Novela
  • O pequeno-almoço do Sargento Beauchamp: (uma novela) (2008)
  • Os Desmandos de Violante (2011)
   
Romance
  • Quatro Últimas Canções (1987);
  • Naufrágio de Sepúlveda (1988);
  • Partida de Sofonisba às seis e doze da manhã (1993);
  • A Morte de Ninguém (1998);
  • Meu Amor, Era de Noite (2001);
  • Enigma de Zulmira (2002);
  • Por detrás da magnólia (2008);
  • Alfreda ou a Quimera (2008);
  • Morte no Retrovisor (2008);
  • O Mestre de Música (2015) (continuação da novela O pequeno-almoço do Sargento Beauchamp);
  • As botas do Sargento.
 
Diário e Crónica
  • Circunstâncias Vividas (1995);
  • Contra Bernardo Soares e Outras Observações (1999).
 
Traduções (resumo)
  • Fedra, de Racine
  • Andromaca, de Racine
  • Berenice, de Racine
  • O Cid, de Corneille
  • A Divina Comédia, de Dante
  • Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand
  • O misantropo, de Molière
  • Sonetos, de Shakespeare
  • Testamento de François Villon e algumas baladas mais (1997)
  • A Vita Nuova, de Dante Alighieri
  • Alguns amores, de Ronsard
  • Elegias de Duino e Os Sonetos a Orfeu, de Rainer Maria Rilke
  • Os triunfos, de Petrarca
  • As Rimas, de Petrarca
  • O Poema sobre o Desastre de Lisboa, de Voltaire
Antologias
  • As mais belas Histórias Portuguesas de Natal;
  • 366 Poemas que Falam de Amor;
  • Visto da Margem Sul do Rio o Porto
  • O Binómio de Newton e a Vénus de Milo.
   
   
Prémios e distinções
Prémios
  
Obras premiadas
  • Prémio Literário Município de Lisboa (1984) por Os rostos comunicantes
  • Prémio Literário Município de Lisboa (1987) por A furiosa paixão pelo tangível
  • Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português (1994) por O concerto campestre
  • Prémio Municipal Eça de Queiroz (1995) por Sonetos familiares
  • Grande Prémio de Tradução Literária (1996) por Vita Nuova de Dante
  • Grande Prémio de Poesia APE/CTT (1997) por Uma carta no Inverno
  • Prémio Internacional Diego Valeri (2004) por Rimas de Petrarca
  • Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (2004) por Por detrás da magnólia
  • Prémio de Tradução Paulo Quintela, da Universidade de Coimbra (2006) por Rimas de Petrarca
    
Condecorações nacionais
   
Condecorações estrangeiras



soneto do amor e da morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.  
Vasco Graça Moura

Dinho Ouro Preto - 55 anos!

Dinho Ouro Preto, nome artístico de Fernando de Ouro Preto (Curitiba, 27 de abril de 1964), é um músico brasileiro. É líder e vocalista da banda brasileira Capital Inicial, além de irmão do músico brasileiro Ico Ouro Preto e meio irmão do também músico Dado Villa-Lobos.
   
Biografia
Fernando de Ouro Preto nasceu em Curitiba, Paraná, em 27 de abril de 1964, filho do embaixador Afonso de Celso Ouro-Preto - tataraneto do Visconde de Ouro Preto - e a historiadora Marília. Era o terceiro filho, depois de Ico e Ana. A carreira do pai fez a família se mudar para os Estados Unidos, Áustria e Suíça antes de se fixar em Brasília. Em meio às viagens, conheceu em 1974, outro filho de diplomatas, Dado Villa-Lobos, que mais tarde se tornaria seu meio-irmão. Aos 11 anos, teve seus primeiros contatos com o rock através de Herbert Vianna e Bi Ribeiro, que mais tarde fundariam Os Paralamas do Sucesso.
Sai do Brasil e volta aos 16 anos, na época da ditadura, quando os punks começavam a invadir as ruas de Brasília. Começou a participar das reuniões da chamada turma da colina, um lugar estratégico, de onde era possível ver toda cidade. Em 1981, Afonso casou com a mãe de Dado, Lucy, e ambos vão trabalhar na Guiné-Bissau, enquanto Marília mudava para a França. O pai de Dado também sai do país, então Dinho, Dado, seu irmão Luiz Otávio "Tavo" Villa-Lobos, e o irmão de Bi, Pedro Ribeiro, passam a morar juntos no mesmo apartamento em Brasília.
Dinho começou a namorar com uma rapariga chamada Helena que era irmã de Felipe "Fê" e Flávio Lemos, os quais eram integrantes da banda Aborto Elétrico. Lá Dinho tornou-se amigo de Renato Russo, vocalista da banda dos irmãos Lemos, Aborto Elétrico. Dinho tornou-se fã incondicional da banda, frequentando ensaios e shows e conhecendo todas as músicas.
  
Carreira
Quando os Aborto Elétrico se separaram em maio de 1983, os irmãos Lemos, com o guitarrista Loro Jones, pretendiam criar um novo grupo. Dinho compareceu a uma audição na casa de Fê, e após uma performance da canção "Psicopata", foi aceite como vocalista dos Capital Inicial aos 19 anos. Três meses depois faziam seu primeiro show na Universidade de Brasília, no mesmo dia em que Dinho fez o vestibular. Um mês depois faziam um show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, e outro no SESC Pompeia em São Paulo. Eventualmente o grupo decidiu se mudar de Brasília para São Paulo, onde todos residem até hoje. Os pais de Dinho estavam fora do país e nada sabiam de sua carreira artística, só souberam que ele tinha se tornado músico quando ele e a banda já estava fazendo sucesso.
O Capital Inicial lançou seu álbum homônimo de estreia em 1986, com canções escritas ao longo de 3 anos de carreira. A banda então começou a ter um sucesso estrondoso, vivendo uma vida de excessos - sexo, drogas, festas - e discos compostos às pressas. Em 1993, após um show frustrante no Circo Voador, Dinho anunciou a sua saída do Capital. Dinho parou de trabalhar, passando noites em claro em raves, consumindo muitas bebidas alcoólicas e drogas. Quando o dia amanhecia voltava para casa e dormia o dia inteiro. Nessa época Dinho tornou-se irreconhecível, tinha dreadlockss no cabelo, era clubber e estava bêbado diariamente; o seu apartamento estava sempre cheio de pessoas desconhecidas. Em alguma dessas festas que aconteciam em seu apartamento, alguém acabou levando certa quantia considerável de seu dinheiro cerca de 20.000 de dólares, deixando-o quebrado. Durante o hiato, Dinho decidiu estudar música, aprendendo a tocar instrumentos e buscando ser artista independente. Lançou dois álbuns em carreira solo, Vertigo, em 1994, e Dinho Ouro Preto, em 1995, sem sucesso. Para ganhar dinheiro, procurava serviços em tradução e publicidade.
Em março de 1998, Dinho e os ex-companheiros decidiram encontrar-se para marcar uma série de shows em comemoração aos 15 anos de nascimento do Capital Inicial. Após a bem-sucedida turnê, dois meses depois receberam proposta para um novo álbum, e em novembro daquele ano lançaram o CD Atrás dos Olhos. O sucesso do disco levou a um show na série Acústico MTV, com o álbum resultante em 2000 passando de um milhão de cópias vendidas e consagrando o retorno do Capital Inicial.
Em 2012 lançou seu terceiro álbum em carreira a solo intitulado Black Heart, todas as canções são em inglês, o álbum conta apenas com regravações de bandas de rock.
  
Vida pessoal
O primeiro casamento de Dinho foi com a modelo e produtora de moda Mary Stockler, que segundo o cantor "desandou por abuso de drogas. Então, traía e ela ficava sabendo, e eu também descobria [traições] dela." Também namorou com mais uma produtora, Flávia Lafe.
Em 1994, Dinho conheceu a arquiteta Maria Cattaneo num evento da MTV Brasil. Passaram dez dias juntos, até ela ir para Génova, onde ficou de casamento marcado. Os dois continuaram em contato, e seis meses depois Cattaneo decidiu romper o noivado e mudou-se para o Brasil. Dinho e Maria se casaram em 1995, e o casal tem três filhos: Giulia (n. 1997), Isabel (n. 1999) e Affonso (n. 2006).
Em 31 de outubro de 2009 o vocalista sofreu um acidente durante um show realizado em Patos de Minas, Minas Gerais. Dinho caiu de uma passarela com cerca de 3 metros de altura, sofrendo um traumatismo craniano leve, mais a quebra de três costelas e a fratura de seis vértebras. O cantor foi socorrido e levado a um hospital na cidade mineira, de lá ele foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Dinho foi internado na manhã de 1 de novembro na unidade de terapia intensiva do hospital. Ficou 20 dias internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e impossibilitado de cantar por seis meses, mas recuperou.
   
  

Luísa Maita faz hoje 37 anos

Luísa Maita (São Paulo, 27 de abril de 1982) é uma cantora e compositora brasileira.
   
Biografia
Filha de Amado Maita, músico e compositor que teve o seu único álbum considerado o Holy Grail entre colecionadores no mundo, e da produtora cultural Myriam Taubkin. Luisa teve contato direto com o samba jazz e o meio musical desde a infância. Conviveu com grandes músicos como Sizão Machado, Moacir Santos, Naná Vasconcelos, Paulinho da Viola, Lenine e Guilherme Vergueiro, entre outros.
Mostrou a sua capacidade de composição, tendo músicas gravadas por Virgínia Rosa, Mariana Aydar (“Beleza” eleita pela revista Rolling Stone uma das melhores músicas de 2009) e participado dos álbuns de Rodrigo Campos e Carlos Núñes. Luísa Maita também trabalhou com grandes produtores no Brasil como Antonio Pinto, Beto Villares e Bid. Teve destaque como cantora nos vídeos da campanha para olimpíadas Rio 2016 dirigidos por Fernando Meirelles, apresentados em Copenhaga e veiculados no mundo todo.
Em 2010, Luísa apresenta "Lero-Lero", o seu álbum de estreia, lançado no Brasil pelo selo Oi Música e no mundo todo pela Cumbancha/Putumayo, pontuado por influências da música pop e eletrónica indissociáveis da base acústica enraizada no samba, na bossa nova e na música popular brasileira que une referências musicais e pessoais com preciosismo e despojamento.
Após o lançamento nos EUA, o programa “All Things Considered” da NPR disse que Luísa é a "Nova Voz do Brasil" e salientou que "se continuar fazendo discos como este, pode muito bem estar no caminho para o estrelato internacional". Logo em seguida a cantora embarca para sua primeira turnê pelos Estados Unidos e Canada, recebendo ótimas críticas do The New York Times, The Washington Post e Boston Globe.
No Brasil, o álbum figurou nas principais listas de melhores discos de 2010 - entre elas a da revista Veja, Rolling Stone e MTV e, em julho de 2011, Luísa recebeu o prémio de Artista Revelação do Ano na vigésima segunda edição do conceituado Prémio da Música Brasileira, além de se apresentar na festa de entrega ao lado de Lenine.
No mesmo período, Luísa estreou na Europa passando por importantes festivais de verão como o Nuits du Sud, na França e o Músicas do Mundo, em Portugal. Em agosto de 2011, a cantora regressou à América do Norte, realizando 30 shows em 26 cidades durante 45 dias e, uma vez mais, enchendo os festivais e casas de shows por onde passou e recebendo elogios da imprensa com destaque especial no jornal LA Times.
 
 

Patrick Vaughn Stump, o vocalista da banda Fall Out Boy, faz hoje 35 anos

Patrick Vaughn Stump, nascido Patrick Martin Stumph (Glenview, Illinois, 27 de abril de 1984) é o vocalista e guitarrista da banda de pop-punk Fall Out Boy. Ele é filho de David Stumph, um cantor de Folk e Patricia Vaughn. Tem uma irmã mais velha chamada Megan e irmão mais velho chamado Kevin, que é um exímio violinista.
  
Carreira
Em 2001, Patrick co-fundou os Fall Out Boy com o guitarrista Joe Trohman e Pete Wentz.
Antes de ser o vocalista do Fall Out Boy, Patrick exerceu a função de baterista, mas o seu talento nos vocais foi descoberto, todavia, ele não tinha experiência como vocalista. Originalmente, Stump era somente o vocalista, mas depois saída de dois membros seguinte ao lançamento de Fall Out Boy's Evening Out with Your Girlfriend, ele também começa a tocar guitarra na banda. Neste ponto, o baterista Andy Hurley, chegou à banda.
O primeiro álbum da banda, o Fall Out Boy's Evening Out with Your Girlfriend, foi lançado em 2003 pelo selo Uprising Records, embora eles deixassem o selo para assinar com a Fueled By Ramen. Então, lançaram o Take This to Your Grave em maio de 2003, o seu segundo álbum, o qual os ajudou a ganhar fãs e algum sucesso.
Em 2003, Patrick e os seus colegas de banda assinaram um contrato com a Island Records e lançaram o seu EP acústico My Heart Will Always Be the B-Side to My Tongue e um DVD em 2004. Este foi seguido do seu segundo álbum de estúdio, o From Under The Cork Tree.
Nos Fall Out Boy, Patrick compôs a maioria das músicas para a banda, enquanto que o Pete compôs a maioria das letras.
Eu acho que o Patrick é um génio musical, ele é um cientista maluco.

- Joe Trohman, Patrick Stump
Como produtor trabalhou com os The Hush Sound no Like Vines e os Gym Class Heroes no álbum As Cruel As School Children. Patrick também produziu o álbum ¡Viva La Cobra! do Cobra Starship. Produziu Rising Down, do The Roots. Também produziu uma faixa chamada Little Weapon do álbum The Cool do Lupe Fiasco, e várias faixas em No Itroduction do rapper Tyga. Recentemente, produziu uma nova mistura de Little Things do Good Charlotte, para uma coletânea remisturada da banda.
No final de 2008 Patrick fecha contrato com a gretsch guitars para lançar a sua "signature model", intitulado até então de stump-o-matic. Trata-se de uma guitarra estilo corvette vintage,com captação tripla (tres hum buckers) e cor cinza prateada (Silver Gibson) fazendo alusão à sua guitarra favorita, uma Gibson SG G - 400 silver edition.
Além de produzir álbuns, Stump também já fez novas misturas de várias faixas para bandas sonoras e lançamentos especiais, incluindo uma nova mistura de "Queen Of Apology" para a banda sonora de The Sounds on the Snakes on a Plane, um nova mistura de Sugar, We're Goin Down numa edição especial do From Under The Cork Tree e "Pace Yourself", para os The Higher no álbum On Fire.
Foi um dos cantores que atuaram no single da coca-cola Open the happiness!, juntamente com outros cantores de sucesso tais quais Brendon Urie, Cee-lo Green e Travis Mccoy.
Em fevereiro de 2011, lançou o seu EP Truant Wave, que contém seis músicas anteriormente divulgadas pelo cantor e uma delas, "Spotlight (Oh!Nostalgia)", foi escolhida pelos fãs numa inquérito online feita pelo próprio Patrick Stump.
Em outubro do mesmo ano, lançou o seu primeiro álbum solo: Soul Punk, com participação de Lupe Fiasco na música "This City".
   
 

Há 25 anos, o Dia da Liberdade terminou com o apartheid na África do Sul...

O dia 27 de abril é o “Dia da Liberdade” para os sul-africanos. A data marcou a primeira eleição (em 1994) que não foi determinada pelas regras do apartheid (regime de segregação racial oficializado pelo governo da África do Sul) desde 1948. Até então, a cor restringia a participação nas eleições, de tal modo que, de uma população de quase 28 milhões, apenas 3 milhões eram eleitores. A eleição de 1994, sem restrições raciais, (para as assembleias regionais e para a assembleia nacional do país) foi possível em função das negociações de paz que envolveram toda a sociedade sul-africana após a libertação de Nelson Mandela, em 1990. O partido do mais famoso dissidente político do mundo, o Congresso Nacional Africano, foi o grande vencedor da eleição, o que garantiu a eleição de Mandela para a presidência da República.
A votação foi organizada pela Comissão Eleitoral Independente, formada por representantes de diversos setores da sociedade sul-africana e presidida pelo líder do principal tribunal do país. A Comissão enfrentou uma série de problemas, a ponto de relatório do Departamento de Estado dos EUA ter considerado sua tarefa um “pesadelo logístico”.
Os eleitores não estavam cadastrados em qualquer banco de dados específico. O documento exigido era o de identidade, e os membros das mesas eleitorais foram instruídos a flexibilizar soluções para os casos mais complicados. A eleição ocorreu ao longo de seis dias, e, como o eleitor podia votar em qualquer mesa, alguns locais tiveram filas cujo tamanho alcançaram quilómetros. Depois de todos estes problemas, os observadores internacionais, vinculados tanto à ONU quanto à União Europeia, afiançaram a credibilidade da votação, que marcou uma nova era na política sul-africana.
 
   
    
   
National Parliament results
    
National Assembly The 400 members of the National Assembly were chosen from party lists in proportion to each party's share of the national ballot.

Party Leader Votes % Seats

African National Congress Nelson Mandela 12,237,655 62.65 252

National F. W. de Klerk 3,983,690 20.39 82

Inkatha Freedom Party Mangosuthu Buthelezi 2,058,294 10.54 43

Freedom Front Constand Viljoen 424,555 2.17 9

Democratic Party Zach de Beer 338,426 1.73 7

Pan Africanist Congress
243,478 1.25 5

African Christian Democratic Party Kenneth Meshoe 88,104 0.45 2

Africa Muslim Party
34,466 0.18 0

African Moderates Congress Party
27,690 0.14 0

Dikwankwetla Party
19,451 0.10 0

Federal Party
17,663 0.09 0

Minority Front Amichand Rajbansi 13,433 0.07 0

Sport Organisation for Collective Contributions and Equal Rights
10,575 0.05 0

African Democratic Movement
9,886 0.05 0

Women's Rights Peace Party
6,434 0.03 0

Ximoko Progressive Party
6,320 0.03 0

Keep It Straight and Simple Party
5,916 0.03 0

Workers' List Party
4,169 0.02 0

Luso-South African Party
3,293 0.02 0
Total 19,533,498 100.00 400
Spoilt votes 193,112
 
    
Senate
The 90 members of the Senate were chosen, 10 from each province, by the newly elected provincial legislatures. Each province's Senate seats were allocated in proportion to the parties' representation in the provincial legislature.
   
Determination of seats in the Senate as a consequence of the 26–29 April 1994 provincial elections
Party EC FS G KZN M NW NC NP WC Total

African National Congress 9 8 6 3 8 8 5 10 3 60

National 1 1 2 1 1 1 4
6 17

Inkatha Freedom Party


5




5

Freedom Front
1 1
1 1 1

5

Democratic Party

1 1



1 3
Total 10 10 10 10 10 10 10 10 10 90
     

A canonização de João XXIII e João Paulo II foi há cinco anos

   
O Papa João XXIII (25 de novembro de 1881 - 3 de junho de 1963) e o Papa João Paulo II (18 de maio de 1920 - 2 de abril de 2005) reinaram como papas da Igreja Católica e soberanos do Estado do Vaticano, respectivamente de 1958 a 1963 e de 1978 a 2005.
A decisão de canonizá-los foi oficializada pelo Papa Francisco a 5 de julho de 2013, após o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II, enquanto que João XXIII foi canonizado por seus méritos de abrir o Concílio Vaticano II. A data da canonização foi marcada a 30 de setembro de 2013.
A canonização dos dois Pontífices aconteceu no dia 27 de abril de 2014. A missa de canonização foi celebrada pelo Papa Francisco, tendo o papa emérito, Bento XVI, sido concelebrante. Ocorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma, na manhã do Domingo da Divina Misericórdia, o segundo domingo da Páscoa e no final da Oitava da Páscoa.
Esta Santa Missa Solene com o Rito de Canonização foi a primeira a ser transmitida em 3D e em HD em cinemas do mundo inteiro, numa parceria entre o Centro Televisivo Vaticano (CTV), RadioAudiodifusione Italiana (RAI) e SKY. No Brasil foi exibida pela rede Cinemark Brasil.
   
  
Cerimónia
Entre 140 e 150 cardeais, 1.000 bispos, 6.000 padres, e 200 diáconos concelebraram a missa de canonização.
A cerimónia começou com a chegada do Papa Francisco numa procissão formada pelos cardeais, bispos e patriarcas do Oriente, que cantaram a Ladainha de Todos os Santos. Depois de Francisco fazer as honras a seu antecessor, Bento XVI, o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhado por dois postuladores deu início ao ritual de canonização, para que o Papa pudesse pronunciar a fórmula consagrada em latim, "louvando a Santíssima Trindade, exaltando a fé católica no desenvolvimento da vida cristã, através da autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e nossa". Depois de muito pensar, invocou várias vezes a ajuda divina e, por fim, declarou Santos os beatos João XXIII e João Paulo II, inserindo-os no Livro dos Santos, e emitiu um decreto que deve ser aceite por toda a Igreja. Finalizou o momento com o sinal da cruz. A fórmula foi recebida com euforia pela multidão (cerca de 800.000 fiéis), que emanou gritos e foram soados os sinos, cantando o Veni Creator Spiritus. No final do rito, foram apresentadas relíquias dos dois santos, decoradas com ramos de oliveira de prata: um pedaço de pele de João XXIII e um pequeno frasco com o sangue de João Paulo II. 
93 delegações de Estados ou de organizações internacionais compareceram ao evento.
   
  
in Wikipédia
   

sexta-feira, abril 26, 2019

Count Basie morreu há 35 anos

William "Count" Basie ( Red Bank, Nova Jersei, 21 de agosto de 1904 - Hollywood, Flórida, 26 de abril de 1984) foi um pianista, compositor e bandleader de jazz (swing era) dos Estados Unidos.
Foi autor de temas, como "One O'clock Jump" e "Jumpin' at the Woodside" que foram executados, com primor, respectivamente, por Duke Ellington e Benny Goodman, com as suas orquestras.
Foi chamado de "Count" (conde em português), considerando a sua importância entre os grandes mestres da swing era, como Benny Goodman (Rei), Duke Ellington (Duque), Lester Young (Presidente) e Billie Holliday (Dama).
     
    

O pintor Eugène Delacroix nasceu há 221 anos

Eugène Delacroix, Autorretrato
   
Ferdinand Victor Eugène Delacroix (Charenton-Saint-Maurice, 26 de abril de 1798 - Paris, 13 de agosto de 1863) foi um importante pintor francês do romantismo.
Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de William Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "…nem sempre a pintura precisa de um tema". E isso seria de vital importância para a pintura das primeiras vanguardas.
   
    

O inigmático nazi Richard Hess nasceu há 125 anos

Rudolf Walter Richard Hess (Alexandria, Egito, 26 de abril de 1894 – Berlim, 17 de agosto de 1987), foi um político de destaque da Alemanha nazi, nomeado Delegado do Führer (Stellvertreter des Führers em alemão) por Adolfo Hitler em 1933, e nesse cargo até 1941, quando viajou de avião, sozinho, para a Escócia, numa tentativa de negociar a paz com o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Foi detido e, posteriormente, julgado por crimes de guerra, sendo condenado a prisão perpétua.
Hess alistou-se no 7.º Regimento de Artilharia Terrestre da Baviera no início da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido por diversas vezes e recebeu a Cruz de Ferro de segunda classe, em 1915. Pouco antes da guerra terminar, Hess matriculou-se na força aérea como piloto-aviador, mas não chegou a combater. Deixou as forças armadas em dezembro de 1918 com a patente de Leutnant der Reserve (Tenente de Reserva).
No outono de 1919, Hess entrou para a Universidade de Munique, onde estudou geopolítica com Karl Haushofer, um proponente do conceito de Lebensraum ("espaço vivo "), que mais tarde se tornaria um dos pilares da ideologia do Partido Nazi. Hess juntou-se ao NSDAP em 1 de julho de 1920, e esteve ao lado de Hitler a 8 de novembro de 1923 no Putsch da Cervejaria, uma tentativa falhada dos nazis de tomarem o controlo do governo alemão. Durante o tempo de prisão devido ao golpe, Hess ajudou Hitler a escrever a sua obra, Mein Kampf, que se tornou numa das fundações da plataforma política do NSDAP.
Depois da tomada de poder nazi em 1933, Hess foi designado para Delegado do Führer do NSDAP, e recebeu um cargo no gabinete de Hitler. Passou a ser o terceiro homem mais poderoso da Alemanha, atrás de Hitler e Hermann Göring. Para além de aparecer em manifestações e palestras em nome de Hitler, Hess redigiu grande parte da legislação, incluindo as Leis de Nuremberga de 1935, as quais retiravam os direitos dos judeus na Alemanha, e que estiveram na origem do Holocausto.
Hess continuou o seu interesse na aviação, e aprendeu a pilotar os mais modernos aviões que estavam a ser desenvolvidos no início da Segunda Guerra Mundial. A 10 de maio de 1941, voou sozinho para a Escócia, onde esperava reunir-se com Douglas-Hamilton, o qual ele pensava fazer parte da oposição ao governo britânico, para falar sobre acordos de paz. Hess foi preso de imediato à sua chegada, e detido, sob custódia britânica, até ao final da guerra, voltando à Alemanha para ser julgado nos Julgamentos de Nuremberga, em 1946. Durante uma grande parte do julgamento, alegou sofrer de amnésia, mas, mais tarde, admitiu tratar-se de um estratagema. Hess foi condenado contra crimes contra a paz e conspiração com outros líderes alemães para cometer crimes, e foi transferido para a Prisão de Spandau em 1947, após ser condenado a prisão perpétua. A sua família e destacados políticos, tentaram que fosse libertado mais cedo, mas foram impedidos pela União Soviética. Morreu em 1987, com 93 anos de idade, em circunstâncias não totalmente esclarecidas, em Spandau.
   
Hesse e os Nazis
Nascido de uma família de comerciantes bávaros, de mãe britânica, Hess serve sob uniforme alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Adere ao NSDAP em 1920, quando encontra Hitler, que ajudará a escrever Mein Kampf quando ambos eram prisioneiros, após o Putsch de Munique de 1923. Torna-se mais tarde secretário particular de Hitler, ascendendo à terceira posição na Alemanha Nazista, após Hitler e Hermann Göring.
Hess teve uma posição privilegiada como adjunto de Hitler nos primeiros anos do regime nazi, mas foi sendo posto de lado pouco a pouco, durante os anos 30, à medida que Hitler ganhava mais poder. Essa tendência de marginalizar o seu papel acentuou-se durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, que focalizou toda a glória popular nas outras personalidades próximas de Hitler: Hermann Göring, Joseph Goebbels e Heinrich Himmler. Ele foi, no entanto, nomeado membro do Conselho de Defesa do Reich em 1939, destinado assim a ser o sucessor de Hitler e Göring.
   
A fuga
Hess foi também o personagem principal de uma história rocambolesca da Segunda Guerra Mundial, quando na iminência da invasão da União Soviética pelas tropas de Hitler em 1941, embarcou sozinho num avião até o Reino Unido, saltando de pára-quedas sobre a Escócia na noite de 10 de maio, partindo o tornozelo na queda, na esperança de encontrar o Duque de Hamilton.
Hess supunha que Hamilton fosse um opositor de Winston Churchill e por isso tentou encontrar-se com ele, pois Hess julgava Churchill e seu gabinete responsáveis pelo começo da guerra e não queria negociar diretamente com eles. A sua proposta de paz foi similar àquela proposta por Hitler a Chamberlain pouco antes da invasão da Polónia: a Alemanha protegeria o Império Britânico enquanto a Inglaterra não se opusesse aos projetos alemães.
O estranho comportamento de Hess, bem como sua proposta extrema, acabaram por minar sua reputação como negociador, principalmente depois de Hamilton ter certeza de que ele não fora enviado por Hitler.
Hess ficou furioso quando as autoridades o fizeram prisioneiro em vez de ser tratado como um enviado especial para uma missão de paz e revelou-se uma pessoa extremamente ansiosa. Um dia atirou-se das escadas, acabando por partir uma perna.
A pedido dos Serviços Secretos britânicos, o médico militar britânico Henry Dicks examinou Rudolf Hess a 2 de junho de 1941, quando este esteve detido em Surrey considerando-o um psicopata, mais “patético do que ameaçador”.
Hess foi aprisionado na Torre de Londres, e Hitler divulgou a notícia de que Hess havia enlouquecido e agido por iniciativa própria. Martin Bormann tomou o seu lugar no posto de adjunto.
    
Julgamento
Hess foi julgado no Processo de Nuremberga após a guerra por crimes contra a paz e foi condenado à prisão perpétua, por insistência da URSS. Durante os anos que se seguiram, foi o «prisioneiro número 7». Após as libertações de Baldur von Schirach e Albert Speer, em 1966, Hess tornou-se o último prisioneiro da Prisão de Spandau (Berlim oeste). Segundo os seus guardas, a sua saúde mental degradara-se profundamente, e que havia perdido a memória.
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Não me defendo de meus acusadores, aos quais nego o direito de me acusarem, a mim e aos meus compatriotas.
Não me defendo das acusações que competem aos assuntos internos da Alemanha, e que nada importam aos estrangeiros.
Não protesto contra as declarações que afetam a minha honra e a honra de todo povo alemão. Durante longos anos de minha vida foi-me concedido viver ao lado do homem mais poderoso produzido pelo seu povo na sua história milenar. Mesmo se pudesse, não desejaria apagar esse tempo de minha existência.
Eu me sinto feliz por haver cumprido com o meu dever como alemão, como nacional-socialista e como fiel do Führer.
Não me arrependo de coisa alguma. Se tivesse de começar tudo de novo, trabalharia da mesma forma, mesmo sabendo que ao final me aguardaria uma fogueira para a minha morte.
Pouco importa o que podem fazer os homens. Comparecerei diante do Todo-Poderoso. A Ele prestarei as minhas contas e sei que me absolverá.
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  Hess  Nuremberga, 31 de agosto de 1946
   
Morte
Hess morreu em 1987, ainda prisioneiro em Spandau, e a sua morte foi qualificada de suicídio. Hess, então com 93 anos, estava quase cego e movia-se com extrema dificuldade. Segundo a versão oficial, ele foi até à casa do jardim, colocou um cabo elétrico ao redor do pescoço e cometeu suicídio. Entretanto, as declarações da sua enfermeira pessoal também colocam em xeque a versão oficial. Ela encontrou Hess sem sinal de vida no interior da casa do jardim. Tentando reanimá-lo pediu o saco de primeiros socorros, que, segundo ela, "foi entregue com uma grande demora, exageradamente longa" e que lhe chegou às mãos já aberto, com os instrumentos cirúrgicos destruídos e a garrafa de oxigénio vazia.
Esta enfermeira que acompanhou os últimos 5 anos da vida de Rudolf Hess afirma que "Hess tinha muita artrite nas mãos e já estava bastante fraco para se manter de pé sem apoio. Ele não conseguia atar os seus sapatos nem levantar os seus braços a uma altura suficiente para colocar um cabo no seu pescoço - o que derrubaria a tese de suicídio por enforcamento.
Uma segunda autópsia foi efetuada a pedido do seu filho, Wolf Hess, que contratou o patologista Dr. Spann, do Hospital de Munique. A sua conclusão refuta a opinião do médico britânico, James Malcom Cameron: "Muito provavelmente Rudolf Hess foi estrangulado por trás, por outra pessoa".
Após sua morte, as autoridades tentaram sepultá-lo em lugar secreto. Mais uma vez, o seu filho interveio e conseguiu levar o corpo para o cemitério da família. A cerimónia só pôde ser realizada de madrugada, com familiares mais próximos, não podendo exceder os 2 minutos, tudo sob controle das autoridades.
Após a morte de Hess, neonazis da Alemanha e de toda a Europa encontraram-se em Wunsiedel, onde ele foi enterrado, para uma certa "marcha pela memória". Essas manifestações repetem-se a cada ano, no dia da morte de Hess, apesar de proibidas de 1991 a 2000 (anos durante os quais as marchas ocorreram em diversas cidades das redondezas). As marchas de 2002 e 2003 (novamente autorizadas) reuniram 2500 neonazis.
Em julho de 2011 os responsáveis pela comunidade de Wunsiedel exumaram os restos mortais de Rudolf Hess e destruíram o seu túmulo, com a intenção de acabar com os manifestos e atos em torno da figura símbolo de Rudolf, pois tais manifestações perturbavam a ordem e a paz da pequena cidade.