sábado, maio 16, 2015

Partiu o músico B.B. King...

Morreu o músico B.B. King


O músico B.B. King, considerado o "rei dos blues" e que entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 1987, morreu quinta-feira em Las Vegas, nos Estados Unidos, aos 89 anos, revelou o advogado.

No início de abril, B.B. King foi hospitalizado depois de sofrer de desidratação causada pelos diabetes de tipo 2, de que padecia há mais de 20 anos, tendo recentemente voltado a ser internado.

Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, B.B. King ganhou 16 prémios "Grammy" e gravou mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira. Para a história ficam temas como "Three O'Clock Blues", "The Thrill Is Gone" e "When Love Comes to Town", em colaboração com os irlandeses U2. B.B. King foi um dos inspiradores do músico português Rui Veloso, que com ele tocou em 1990, realizando um sonho de vida.

Entre os clássicos daquele que é considerado um dos maiores guitarristas da história destacam-se também temas como "Payin The Cost To Be The Boss", "How Blue Can You Get", "Everyday I Have The Blues" e "Why I Sing The Blues" e algumas "joias" do início de carreira, como "You Don't Know Me", "Please Love Me" ou "You Upset Me Baby".

in JN - ler notícia

sexta-feira, maio 15, 2015

Acabou a Queima das Fitas 2015...

O Metro de Moscovo foi inaugurado há 80 anos

The Moscow Metro (RussianМоско́вский метрополите́н]) is a rapid transit system serving MoscowRussia and the neighbouring Moscow Oblast towns of Krasnogorsk and Reutov. Opened in 1935 with one 11-kilometre line and 13 stations, it was the first underground railway system in the Soviet Union. As of 2014, the Moscow Metro has 196 stations and its route length is 327.5 km. The system is mostly underground, with the deepest section 74 metres underground at the Park Pobedy station, one of the world's deepest. As of 2013, the Moscow Metro is the busiest metro system outside of Asia, the world's busiest by daily ridership and the 6th longest in the world.

(...)


Sokolniki station. Opened in 1935 (the first stage)

First stage
The first line was opened to the public on 15 May 1935 at 07:00 am. It was 11 kilometres long and included 13 stations. The line connected Sokolniki to Okhotny Ryad then branching to Park Kultury and Smolenskaya. The latter branch was extended westwards to a new station (Kiyevskaya) in March 1937, the first Metro line crossing the Moskva Riverover the Smolensky Metro Bridge.


Paulo de Carvalho - 68 anos

(imagem daqui)

Manuel Paulo de Carvalho Costa (Lisboa15 de maio de 1947) é um cantormúsico e compositor português.

(...)

"Comecei por cantar pop-rock com os "Sheiks", depois cantei ligeira e mais tarde um rock-funky-jazz, porque gosto de experimentar novos desafios, mas acho que baralhei o meu público. Percebi que estava a fazer tudo errado e a partir de 1985 achei que me devia preocupar mais com as minhas raízes. Se eu sou de Lisboa e a música da cidade é o fado, decidi partir deste e misturá-lo com os sons de culturas a que estamos ligados há séculos e a africana é uma delas. E é esta a música que estou a fazer e a que chamo etno-urbana. Portanto a minha música do futuro é etno-urbana, designação que inventei." (PC/Correio da Manhã)
"Muitos dos momentos que têm importância para as pessoas não serão os que têm importância para mim. Por exemplo: conhecer o Manolo Diaz (compositor), que escreveu "Walk On The Grass" para eu cantar, os momentos de convívio, a finalização da música em estúdio... " (PC/Correio da Manhã)
"Ganhar o Festival RTP da Canção em 1974 não foi das coisas mais importantes para mim... provavelmente foi mais importante ter convidado o baterista Pedro Taveira (que, infelizmente, já morreu) para ir tocar comigo o «Flor sem tempo» ao Festival de 1971. Ter trabalhado com a Orquestra Filarmónica em Londres, ter gravado no ex-estúdio dos Beatles. Ter trabalhado com o Ivan Lins e os outros músicos no "Mátria" e depois ter ido ao Brasil com eles, fazer espectáculos em clubes de jazz do Rio de Janeiro, foi muito mais importante do que o não sucesso que o disco teve." (PC/Correio da Manhã)
Paulo de Carvalho Antologia 40 anos foi editado em junho de 2002. "Disco duplo com 40 cantigas, uma por cada ano que comemoro e a selecção é do José Niza. É um disco que atravessa quatro décadas, desde os Sheiks até ao último disco, Mátria, com alguns temas que nunca saíram em CD, estavam nos arquivos da editora e são anteriores a 1974." PC
"Alfredo Delgado, um ex-jornalista, ex-homem da rádio. Sabe mais da minha vida do que eu. Vamos tentar que seja publicada [uma biografia sobre Paulo de Carvalho]". PC


Brian Eno - 67 anos

Brian Peter George St. Jean le Baptiste de la Salle Eno (WoodbridgeInglaterra15 de maio de 1948) é um músico, compositor e produtor musical britânico, um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento da ambient music.

Eno é famoso pelo uso de sintetizadores, utilizados nos seus diversos trabalhos, como nos 2 primeiros álbuns do grupo Roxy MusicRoxy Music (1972) e For Your Pleasure (1973). E, na sua parceria com o guitarrista Robert Fripp, com quem produziu os álbuns: "(No Pussyfooting)" (1973), "Evening Star" (1975), "The Equatorial Stars" (2004) e "Beyond Even (1992–2006)" (2007).


D. Duarte de Bragança, o Chefe da Casa Real Portuguesa, faz hoje 70 anos!

D. Duarte Pio de Bragança (Berna, 15 de maio de 1945) é um pretendente ao trono de Portugal, e detentor actual do título de Duque de Bragança, reivindicando direitos dinásticos de ser o Príncipe Real de Portugal e o Rei de Portugal. Como tal, Dom Duarte vem a ser o chefe da Sereníssima Casa de Bragança e, por conseguinte, o Chefe da Casa Real Portuguesa.

D. Duarte Pio de Bragança nasceu em Berna, ao 15 de maio de 1945, oito dias depois da rendição da Alemanha Nazi (1933-1945). Foi o primeiro filho de D. Duarte Nuno de Bragança e da Princesa Dona Maria Francisca de Orléans e Bragança, Duques de Bragança. Os seus padrinhos de baptismo foram, por representação, o Papa Pio XII, a Rainha-viúva D. Amélia de Orléans e a Princesa Aldegundes de Liechtenstein.
A família Bragança foi autorizada a regressar a Portugal pela lei 2040, de 20 de maio de 1950, embora o regresso da família se desse apenas três anos mais tarde. A família fixou residência na Quinta da Bela Vista, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, propriedade de D. Maria Manuela Borges de Quental Calheiros, condessa da Covilhã, e do seu esposo, Dr. Miguel Gentil Quina, conde consorte da Covilhã, mudando-se posteriormente para o Palácio de São Marcos, uma propriedade em São Silvestre, nos arredores de Coimbra, que foi parcialmente cedida pela Fundação da Casa de Bragança para servir de residência à família. Sem fortuna e "sem meios financeiros para sustentarem o imenso casarão", com mobiliário etiquetado com "deselegantes referências de pertença à «carga»", os Braganças pagavam as despesas com donativos de monárquicos leais. D. Duarte estudou em Portugal, iniciando o seu percurso no Colégio Nuno Álvares (Caldas da Saúde) e mudando-se depois para o Colégio dos Jesuítas de Santo Tirso, que frequentou entre 1957 e 1959. Em 1960 ingressou no Colégio Militar em Lisboa. Posteriormente, frequentou o curso de licenciatura em engenharia agrónoma e estudou no Instituto para o Desenvolvimento da Universidade de Genebra.
Entre 1968 e 1971 cumpriu o serviço militar em Angola como tenente-piloto da Força Aérea Portuguesa, passando, em 1972, para a vida civil. Nesse ano organizou, com um grupo multiétnico angolano, uma lista independente de candidatos à Assembleia Nacional, iniciativa que terminou com a sua expulsão do território angolano por ordens de Marcelo Caetano, então Presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo (1933-1974). Em 25 de abril de 1974, com a Revolução dos Cravos, divulgou um comunicado enquanto pretendente ao trono, onde afirma: "Vivo intensamente este momento de transcendente importância para a Nação. Dou o meu inteiro apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional".
D. Duarte Pio foi o presidente da campanha Timor 87, uma campanha nacional da apoio à independência do Timor-Leste (ex-colónia portuguesa que era, na época, ocupada pela Indonésia) e aos timorenses residentes em Portugal e noutros países. Tal iniciativa deu destaque à causa timorense, unindo personalidades como Maria Cavaco Silva, esposa do então primeiro-ministro de Portugal; João Soares, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa; o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Portuguesas e os representantes das centrais sindicais portuguesas (a Intersindical e a UGT). Com esses e outros apoios, D. Duarte conseguiu a construção de um bairro de quarenta casas para timorenses desalojados. Através da Fundação Dom Manuel II, a que preside, enviou ainda ajudas para Timor-Leste no valor de várias centenas de milhares de euros.
Em 2006, em resposta às dúvidas levantadas por alguns sectores monárquicos portugueses, o Governo da República Portuguesa, personalizado no Departamento de Assuntos Jurídicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, reconheceu oficialmente D. Duarte como o legítimo herdeiro do trono de Portugal e como Chefe da Casa Real Portuguesa. Tal reconhecimento foi fundamentado num parecer emitido por aquele Departamento, em que se justifica o reconhecimento dado como sendo baseado no "reconhecimento histórico e da tradição do Povo Português", nas "regras consuetudinárias da sucessão dinástica"; e no "reconhecimento tácito das restantes casas reais da Europa e do Mundo com as quais a legítima Casa de Bragança partilha laços de consanguinidade". Nesse mesmo documento, o Estado Português conferiu a D. Duarte Pio representatividade política, histórica e diplomática, justificando-o no facto de que os Duques de Bragança "são várias vezes enviados a representar o Povo Português em eventos de natureza cultural, humanitária ou religiosa no estrangeiro, altura em que lhes é conferido o passaporte diplomático". O documento nega ainda que o Estado esteja a pagar qualquer remuneração ou subsídio à família Bragança, mas nada diz quanto ao suporte financeiro emitido para financiar os serviços e viagens que D. Duarte Pio faz em nome de Portugal e do Estado Português.
Casou-se, em 13 de maio de 1995, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com D. Isabel Inês de Castro Curvelo de Herédia (Lisboa, 22 de novembro de 1966) e tem três filhos:
 

quinta-feira, maio 14, 2015

Há um século, a república mostrava outra vez como era vermelho o nosso sangue...

(imagem daqui)

A Revolta de 14 de maio de 1915 foi um levantamento político-militar liderado por Álvaro de Castro e pelo general Sá Cardoso, tendo como objectivo o derrube do governo presidido pelo general Pimenta de Castro e a reposição da plena vigência da Constituição Portuguesa de 1911 que os revoltosos consideravam estar a ser desrespeitada pelo Presidente da República, Manuel de Arriaga, ao dissolver unilateralmente o Congresso da República sem que tivesse poderes constitucionais para tal acto. O movimento foi vitorioso, levando à substituição do governo pela Junta Constitucional de 1915 e à demissão de Manuel de Arriaga. A revolta causou cerca de 200 mortos e cerca de 1.000 feridos. Durante a revolta, João Chagas, indigitado para chefe do governo, foi atingido a tiro no Entroncamento, pelo senador João José de Freitas, ficando gravemente ferido e cego de um olho. O agressor foi linchado pela multidão.

in Wikipédia


Golpe de Estado de 14 de maio de 1915

Normalmente esquecido, no meio das várias convulsões que ocorreram na sociedade portuguesa na segunda década do século XX, o golpe de estado de 14 de maio de 1915 foi a mais sangrenta revolta ocorrida em Portugal no decurso do século XX e levou mesmo à intervenção estrangeira no país, em plena I guerra mundial.

Após o golpe de estado de 1910, em que um pequeno grupo de republicanos tinha logrado depor a monarquia constitucional, estes tinham tomado o controlo do país.

Foi imposta uma nova constituição republicana, e publicada em 3 de julho de 1913 uma lei eleitoral onde se proibia o direito de voto aos analfabetos e às mulheres, tendo sido implementadas alterações legais que com o tempo assumiram um cariz abertamente anti-democrático, radical e mesmo ditatorial.

Após garantirem o controlo do país, as divisões minaram o campo republicano, onde a sede de poder rapidamente levou à sua divisão em três grupos. Os radicais renomearam o partido para Partido Democrático, e logo surgiram duas cisões importantes, os Unionistas e os Evolucionistas. A somar a estas divisões, continuava a haver pressão por parte dos monárquicos, que se organizavam especialmente na Galiza.

O governo português estava isolado internacionalmente. A Inglaterra era hostil ao governo, a Espanha, depois de ter perdido o seu império, olhava para a instabilidade portuguesa com um interesse evidente e a Alemanha olhava para os territórios portugueses com redobrado fervor.

Afonso Costa, a cara mais conhecida do extremismo radical da 1ª república portuguesa, era um político excêntrico, corrupto e sedento de poder. No entanto a sua personalidade e a profunda ligação à maçonaria garante-lhe o apoio de vários militares e políticos portugueses. Fará parte de vários governos e será o principal responsável pela continua degradação da economia portuguesa. Com o golpe de 28 de maio de 1926 sairá do país para França, onde morrerá. Visto como um fanático, o extremista republicano Afonso Costa chegou a - levado pela paranóia - saltar aflito de um carro elétrico em andamento, a 3 de julho de 1915, fraturando a cabeça, por pensar estar a ser alvo de um atentado. Os graves ferimentos impedirão Costa de tomar posse, depois de, curiosamente, ter ganho as eleições de junho de 1915.

Durante 1913 e 1914 cresceu o radicalismo e o país tornara-se ingovernável, nomeadamente com o governo do republicano extremista Afonso Costa (janeiro de 1913 a fevereiro de 1914), a que se seguiram dois governos incapazes de Bernardino Machado (fevereiro a dezembro de 1914), e posteriormente o governo de Azevedo Coutinho (dezembro de 1914 e janeiro de 1915) chamado de governo dos miseráveis. No final de 1914, ocorrera uma crise no Senado e as tensões entre as várias fações republicanas levam a uma situação complexa em que o país fica sem Senado e sem possibilidade de eleger senadores (Já que uma disposição constitucional o impedia na primeira eleição). É hoje claro, que a crise que resultaria no golpe de estado de 1915 esteve intimamente ligada às movimentações dentro da Maçonaria em 1914, já que o governo que substituiu Pimenta de Castro era integralmente constituído por maçons do Grande Oriente Lusitano. O próprio Grão-Mestre e o Grão-mestre-Adjunto faziam parte do governo. A Maçonaria perderia gradualmente importância até março de 1926, altura em que as fações voltaram a unir-se. No entanto, o golpe de militares conservadores, de 28 de maio desse ano, levaria a Maçonaria para a clandestinidade.

No inicio de 1915, no meio de um imbróglio jurídico resultado das «armadilhas» colocadas no texto constitucional e após uma demonstração de mal estar entre militares do exército, o presidente da república Manuel de Arriaga (o primeiro presidente português, foi eleito por votação indireta, recebendo 121 votos (56,5%) da câmara dos deputados; o seu principal opositor foi Bernardino Machado, apoiado pelos republicanos radicais com 40,2% dos votos; na sequência do golpe de 14 de maio de 1915 apresentará a sua demissão ao chefe do governo e será substituído interinamente por Teófilo Braga) nomeia chefe do executivo, o mais antigo general do exército, Pimenta de Castro, no que foi visto como uma tentativa dos setores conservadores para evitar o controlo total do país pelas forças radicais e para organizar eleições que tinham sido adiadas desde setembro de 1914.

Pimenta de Castro era um oficial conservador, que já tinha sido ministro da guerra e que tinha apoiado as primeiras tentativas republicanas para derrubar a monarquia, embora fosse também visto como aliado dos monárquicos liberais. Pimenta de Castro foi assim o líder de um governo de iniciativa presidencial, mas logo atraiu sobre si a raiva e a ira dos radicais republicanos comandados pelo extremista Afonso Costa.

Pimenta de Castro foi empossado a 24 de janeiro de 1915, e iniciou uma política de apaziguamento destinada a acalmar o país, voltando a estabelecer a liberdade de culto, e direitos civis que os republicanos tinham negado aos monárquicos.

No entanto, rapidamente os extremistas radicais iniciam uma série de protestos aos quais o governo de Pimenta de Castro não pode ou não quer responder.

Pimenta de Castro, trajado à civil. O general insistiu em dar garantias a todos, não afrontar ninguém e marcar eleições dissolvendo o parlamento. Atraiu a ira dos radicais e da maçonaria, que o deporiam, acusando-o de ditador.


Vista a farda, senhor General

Os rumores de golpe avolumam-se e a imprensa conservadora de Lisboa, nomeadamente o jornal «O Dia» ainda apela a Pimenta de Castro quando publica nas suas páginas a frase «vista a farda sr. General», dando a entender que deveria ser instaurado um estado de sítio.

Mas Pimenta de Castro, que já tinha marcado eleições para junho mostra-se mas incapaz de debelar a contestação por parte dos radicais. Ainda manda a Guarda Republicana impedir uma reunião do parlamento a 4 de Março, dado as eleições terem já sido marcadas para 6 de Junho, mas os radicais não param.

A partir de 4 de março os radicais passam à oposição frontal e aberta acusando Pimenta de Castro de ditador, ainda que durante essa «ditadura» os opositores tivessem toda a liberdade de expressão, não houvesse censura e fossem tomadas medidas de reconciliação da sociedade.

Os grupos radicais, com Afonso Costa à cabeça, começaram de imediato a conspirar, apoiando-se em organizações de cariz terrorista como o grupo Formiga Branca e o que restava da Carbonária (um grupo terrorista que funcionava como braço armado da Maçonaria Portuguesa), rapidamente se prepararam para voltar a controlar o país.

O golpe

Beneficiando da influência que tinham especialmente sobre a marinha de guerra (os oficiais do exército eram vistos como conservadores e favoráveis aos monárquicos) é organizado um golpe, que deveria seguir as linhas gerais do 5 de outubro de 1910.

Leote do Rego (à esquerda na foto) dá inicio ao golpe, abordando o cruzador Vasco da Gama e matando o comandante Assis Camilo (à direita na foto). Leote do Rego continuará a bombardear Lisboa até à chegada do couraçado espanhol «España» na 2ª-feira seguinte.

Antes das 03.00 da manhã de sexta-feira, 14 de maio, o Capitão de Fragata Leote do Rego dirige-se numa lancha ao cruzador blindado Vasco da Gama. Às 03.20 da madrugada ouvem-se tiros. O grupo comandado por Leote do Rego mata o Capitão de Mar e Guerra Assis Camilo, que comandava o navio e que se opôs ao golpe.

Às 03.45 Leote do Rego ordena que sejam disparado três tiros de salva, o sinal combinado com as forças em terra. O navio levanta ferro e vai posicionar-se frente ao Terreiro do Paço onde se concentram os ministérios.

 
Civis e militares à civil da organização maçónica Formiga Branca. Recebendo armas durante a madrugada (a policia de Lisboa não tinha autorização para andar armada) estes grupos estabeleceram o caos na cidade durante três dias. Roubos, vinganças pessoais, assassinatos e violações ocorreram por toda a cidade sem que fosse possível controlar os revoltosos armados. A maçonaria terá sido responsável pela maioria das mortes. O número de vítimas ainda hoje continua por conhecer.

Um pequeno grupo de militares da marinha e alguns elementos da GNR, da Guarda Fiscal e do exército tomaram o arsenal da marinha, na baixa de Lisboa e iniciaram uma distribuição das armas que ali estavam pelas organizações para-militares Formiga Branca e Carbonária que se tinham preparado para receber armamento. Estima-se que os grupos de revoltosos terão atingido 7.000.

Às 04.00 da madrugada também se ouvem tiros nas imediações do arsenal do exército, junto à estação de Santa Apolónia.

Às 06.00 da manhã uma das duas baterias (4 peças de artilharia operacionais) do Regimento de Artilharia nº 1 dirige-se para o alto de Santa Catarina com ordens para alvejar o cruzador Vasco da Gama, que se acredita na altura ser a única unidade naval sublevada. Às 08.00 começa a alvejar os navios. O cruzador protegido Almirante Reis, cuja blindagem é inferior à do Vasco da Gama é atingido. Os navios respondem com fogo contra o alto de Santa Catarina, atingindo residências e provocando vítimas entre os civis com fogo das peças de 150 mm.

1 – Arsenal da marinha
2 – Posição dos cruzadores no Tejo
3 – Arsenal do exército
4 – Quartel da GNR, onde se refugiou o governo
5 – Alto de Santa Catarina de onde foram alvejados os navios
6 – Submarino Espadarte, que recebeu ordem de ataque
7 – Quartel de Infantaria 16
8 – Quartel de Artilharia 1, que enviaria tropas para o ponto 3 e 5.

Ao fim da manhã, com a situação tática em seu favor, Leote do Rego envia um ultimatum ao chefe do governo, que ao inicio da tarde se vai refugiar com a maior parte dos ministros no quartel da GNR, no Largo do Carmo, exigindo a sua demissão.

Ainda durante a manhã dessa sexta-feira, forças do regimento de infantaria 16, cercam o arsenal do Alfeite tentando desalojar os revoltosos, mas estes têm apoio dos canhões dos navios da esquadra que bombardeiam as imediações do arsenal, para proteger os revoltosos sitiados.

Também durante a manhã do dia 14, o ministro da Marinha, vice-almirante Xavier de Brito sabendo da situação a bordo do Vasco da Gama, dá ordens ao submarino «Espadarte» que se encontrava ancorado em Belém, para torpedear o cruzador. Porém o comandante do submarino não cumpre as ordens recebidas e dirige-se para a margem sul do Tejo, atracando ao lado de um contra-torpedeiro.

Rendição de Pimenta de Castro

Ao fim do dia, percebendo que não tem apoio suficiente em Lisboa, o chefe do governo, O General Pimenta de Castro, apresenta a sua demissão, sendo aprisionado a bordo do próprio cruzador Vasco da Gama.

Na noite de 14 para 15 de maio, a cidade de Lisboa fica sem policiamento e hordas de assaltantes roubam lojas e casas de particulares.

Na manhã de 15 de maio continuam os recontros entre forças do exército e forças revoltosas, com o apoio dos navios ancorados no Tejo. Os dois lados tentam um cessar-fogo, mas ao anoitecer de sábado dia 15 de maio, o cruzador Vasco da Gama ainda continua a disparar sobre Lisboa embora com menos intensidade.

Espanha toma posições em Lisboa

Os planos de Pimenta de Castro, previam um acordo com a Espanha, que deveria servir para alinhar Portugal numa posição neutral relativamente ao conflito, no que formaria um bloco com a Espanha. Desta forma, esperava-se aplacar os interesses anexionistas de alguns setores da sociedade espanhola. Por isso, o golpe de 14 de maio deixou os espanhóis especialmente irritados. A imprensa espanhola da altura justificava a necessidade de a Espanha intervir para salvaguardar os muitos cidadãos espanhóis que viviam em Portugal.

Couraçado «España», o mais poderoso navio de guerra espanhol entra no Tejo em 17 de maio. A partir dessa data, Leote do Rego não disparará um único tiro sobre Lisboa

Na segunda-feira 17 de maio entra a barra do Tejo, o mais poderoso navio de guerra espanhol, o couraçado España (8 canhões de 305 mm e 20 de 100 mm), e o cruzador protegido Rio de la Plata, escoltados por um contratorpedeiro, a que no dia seguinte se junta um segundo. Na baía de Cascais fundeia o cruzador protegido Extremadura.

A França e a Inglaterra aparentam ter ficado alarmadas com a dimensão do contingente espanhol e enviaram navios aparentemente para desincentivar qualquer possibilidade de intervenção espanhola. A Espanha retirará os dois cruzadores protegidos e manterá o couraçado e dois contra-torpedeiros no Tejo durante mais alguns dias, sob o pretexto de proteger os cidadãos espanhóis.

Na Grã Bretanha, o golpe será seguido com algum interesse, mas não é possível deixar de referir que o transatlântico Lusitânia tinha sido afundado a 7 de maio (uma semana antes).
Ainda assim a imprensa britânica reagirá de forma violenta contra os golpistas, acusando o exército português de ser uma continua fonte de desordem e acusando a marinha portuguesa de só servir para bombardear Lisboa.

Participação da Maçonaria

O golpe de estado de 14 de maio foi inspirado pelos radicais republicanos mas teve o apoio das estruturas da Maçonaria, de entre as quais se destacou o Grão-Mestre Sebastião Magalhães de Lima.
Lima será mais tarde julgado pela sua participação como Grão-Mestre nos crimes praticados naquele dia.

Já Afonso Costa, nunca reconheceu publicamente que foi o principal instigador do golpe de estado, alegadamente por não querer ficar ligado ao massacres que ocorreram naqueles dias.
Políticos republicanos confirmaram posteriormente ter sido ameaçados e atacados.

Fernando Pessoa dirá sobre o golpe de 14 de maio, ter sido o mais anti-nacional de todos os golpes. Pimenta de Castro, que dirigia um governo que preparava eleições foi deposto porque quem o depôs não estava interessado no estabelecimento de um regime democrático.

Número de vítimas

Talvez nunca se venha a saber na realidade quantas pessoas morreram durante o golpe de 14 de maio de 1915. Porque foi considerado um golpe «democrático», nunca foram feitas investigações sérias sobre o assunto. O número de mortos foi fixado em 200, no entanto esse número é muito pouco credível.

A principal razão tem a ver com o facto de a imprensa espanhola já avançar com esse número de mortos, quando ainda decorriam combates em Lisboa e quando os canhões dos cruzadores ainda estavam a disparar contra a cidade, sendo virtualmente impossível, que não morresse mais ninguém.
Sabe-se que houve recontros entre a Polícia e civis, mas muitos desses recontros pouco ou nada tiveram de político, tratando-se apenas de tentativas de contrariar a vaga de assaltos que foram levados a cabo pelos civis descontrolados a quem a Maçonaria entregou armas na madrugada de 14 de maio.

Sabe-se que, muitos desses cinco ou seis milhares de «milicianos» estiveram entre os que durante noites de autêntico terror (conforme publicado pela imprensa internacional) participaram em roubos por toda a cidade de Lisboa.

Massacre de 14 de maio

Mais recentemente o número de 500 mortos tem sido referido como mais realista. No entanto, o golpe de 14 de maio, levado a cabo pelos setores mais radicais e anti-democráticos da republica, continua a ser visto de forma benigna, ignorando-se os factos que o transformaram de revolução em massacre.


NOTA: Formiga Branca é a designação dada a uma força para-militar criada pela fação mais radical do movimento republicano português, liderada pelo extremista radical Afonso Costa que comandava o chamado «Partido Democrático». A Formiga Branca foi formada com o que restou da Carbonária, uma organização para-militar terrorista criada pela Maçonaria Portuguesa no final do século XIX e que, por sua vez ,foi responsável pelo assassinato de El-Rei D. Carlos I, em 1908.

quarta-feira, maio 13, 2015

Hoje comemora-se o fim da Escravatura no Brasil...!


Avé Maria!


A sismóloga dinamarquesa Inge Lehmann nasceu há 127 anos

Inge Lehmann (Østerbro, Copenhaga, 13 de maio de 1888 - Copenhaga, 21 de fevereiro de 1993) foi uma geodesista e sismóloga dinamarquesa que descobriu a consistência do núcleo do planeta Terra. Através da análise de dados sísmicos, ela afirmou que o centro da Terra não era constituído apenas de material fundido como se acreditava até então, e que um núcleo interior não só existia como este possuía propriedades físicas diferentes das do núcleo externo. Esta afirmação foi logo aceita pelos sismólogos da época, já que na época não havia uma hipótese do porquê das ondas P criadas pelos terramotos diminuírem aceleração quando alcançavam determinadas áreas do centro da Terra.


NOTA: o Google Doodle de hoje, celebra, e bem, o aniversário desta grande cientista. Para memória futura aqui fica:

terça-feira, maio 12, 2015

Hoje é dia de ouvir canto gregoriano de Taizé...


O Irmão Roger nasceu há um século...!

Frère Roger (Irmão Roger) (VaudSuíça12 de maio de 1915 - Taizé, França, 16 de agosto de 2005), baptizado Roger Louis Schütz-Marsauche, foi o fundador da Comunidade de Taizé.


segunda-feira, maio 11, 2015

Carlos Lyra nasceu há 79 anos

Carlos Eduardo Lyra Barbosa (Rio de Janeiro, 11 de maio de 1936) é um cantor, compositor e violonista brasileiro. Junto com Roberto Menescal, era uma das figuras jovens da bossa nova. Fez parte de uma bossa nova mais ativista, propondo o retorno do ritmo às suas raízes no samba.
Dentre suas canções mais famosas estão "Maria Ninguém", "Minha Namorada", "Ciúme", "Lobo bobo", "Menina", "Maria moita" e "Se é tarde me perdoa".




domingo, maio 03, 2015

O Princípe Perfeito nasceu há 560 anos



D. João II de Portugal (Lisboa, 3 de Maio de 1455Alvor, 25 de Outubro de 1495) foi o décimo-terceiro Rei de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto D. Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa. Sucedeu ao seu pai após a sua abdicação em 1477, mas só ascendeu ao trono após a sua morte, em 1481. Concentrou então o poder em si, retirando-o à aristocracia. Nas conspirações que se seguiram suprimiu o poder da casa de Bragança e apunhalou pelas suas próprias mãos o seu primo Diogo, Duque de Viseu. Governando desde então sem oposição, João II foi um grande defensor da política de exploração atlântica iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique, dando prioridade à busca de um caminho marítimo para a Índia para o que ordenou as viagens de Bartolomeu Dias e de Pêro da Covilhã. O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos, morrendo no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal.

(...)
João II morreu em 1495, sem herdeiros legítimos. Dado o ódio que a nobreza portuguesa sempre lhe teve, a hipótese de envenenamento não é de excluir. Antes de morrer, João II escolheu Manuel de Viseu, duque de Beja, seu primo direito e cunhado (era irmão da rainha Leonor) para sucessor.

A rainha Isabel, a Católica, de Castela, por ocasião da sua morte, terá afirmado «Murió el Hombre!», referindo-se ao monarca português como o Homem por antonomásia, devido às posições de força que assumira durante o seu reinado.

Foi-lhe atribuído o cognome o Príncipe Perfeito pois foi graças às medidas por ele implantadas que emergiu triunfante o valor da sua obra, ou seja, a época de ouro de Portugal.


sexta-feira, maio 01, 2015

Há 55 anos o Caso U-2 piorou a Guerra Fria

Francis Gary Powers (17 de agosto de 1929 - 1 de agosto de 1977) foi capitão da Força Aérea dos Estados Unidos. Era o piloto norte-americano do avião espião U-2, abatido a tiros enquanto sobrevoava a União Soviética, em 1960, causando assim a "Crise do U-2".

Nasceu em Burdine, Kentucky, e cresceu em Pound, Virgínia, cidade na fronteira de Virgínia com Kentucky. Depois de graduar-se no Milligan College, Tenesse, Gary alistou-se na Força Aérea dos Estados Unidos, em 1950. Para completar seu treinamento (52-H) foi escalado para o 468º Esquadrão Estratégico de Combate na Base Aérea de Turner, Geórgia, pilotando um F-84 Thunderjet. Foi designado para operações na Guerra da Coreia, mas (de acordo com seu filho) foi recrutado pela CIA por causa de seu extraordinário trabalho com uma aeronave a jato com um único motor, logo depois de recuperar de uma doença. Obteve o posto de Capitão da Aeronáutica em 1956, integrando-se ao programa U-2 da CIA.
Os pilotos do U-2 executavam missões de espionagem em países hostis, inclusive na União Soviética, fotografando sistematicamente instalações militares e outros importantes alvos de inteligência. Powers foi designado para a base área dos U-2 em İncirlik, Turquia. Em virtude do abate de sua aeronave por um míssil de superfície no dia 1 de maio de 1960, ao sobrevoar Sverdlovsk, ele foi condenado por espionagem contra a União Soviética e sentenciado a três anos de prisão e mais sete anos de trabalhos forçados. No entanto, no dia 10 de fevereiro de 1962, vinte e um meses depois da sua captura, ele foi trocado junto com o estudante norte-americano Frederic Pryor, numa operação de troca de espiões pelo coronel soviético Vilyam Fisher da KGB (vulgo Rudolf Abel) na ponte de Glienicke, em Potsdam, Alemanha. Esta troca de prisioneiros seria a primeira de uma série do género ocorrida durante a Guerra Fria.
No seu retorno aos EUA, Powers foi criticado por não ter acionado o dispositivo de auto-destruição da aeronave, nem ter destruído a câmara ou a película fotográfica, e componentes do avião antes de sua captura. Além do mais, outros o criticaram por não usar o equipamento de suicídio opcional criado pela CIA. Tratava-se de um alfinete envenenado, oculto num orifício de uma moeda de um dólar, podendo ser usado para evitar dor e sofrimento em casos de tortura. Depois de ser extensamente interrogado pela CIA, pela Lockheed e pela Força Aérea dos Estados Unidos, em 6 de março de 1962 ele compareceu diante de uma Comissão do Senado dos Estados Unidos sobre Serviços Especiais, presidida pelo Senador Richard Russell e incluindo os Senadores Prescott Bush e Barry Goldwater,  que determinaram que Powers atendesse as seguintes ordens: não divulgasse qualquer informação crítica contra os soviéticos, e se comportasse "como um bom rapaz sob circunstâncias perigosas".
Depois de sua volta, Powers trabalhou para a Lockheed como um piloto de provas de 1963 a 1970. Em 1970, ele co-escreveu um livro sobre o incidente, "Operação de Sobrevoo: Memórias do Caso U-2" ("Operation Overflight: A Memoir of the U-2 Incident").
Ele faleceu em um acidente de helicóptero em Los Angeles, no dia 1 de agosto de 1977, enquanto trabalhava como repórter aéreo para a emissora de televisão KNBC. O acidente de seu helicóptero aparentemente foi causado por um manutenção mal feita no sistema de combustível, que teria sido realizada sem o seu conhecimento. Homenageado por sua esposa Sue e pelos dois filhos Dee e Francis Gary Jr., ele foi sepultado no Cemitério Nacional de Arlington.
Seu filho, Powers Jr., dedicou bastante tempo para ver honrada a memória de seu pai, e trabalhou para criar o Museu da Guerra Fria em Washington, D.C. para mostrar às pessoas a realidade do período de rivalidade entre os EUA e a URSS.
Em 1998, uma informação obtida nos arquivos secretos revelou que a missão fatídica de Powers realmente se tratava de uma operação conjunta da Força Aérea dos Estados Unidos e da CIA. Em 2000, no aniversário de 40 anos do episódio, sua família finalmente foi contemplada com homenagens póstumas concedidas a Powers, a Medalha dos Prisioneiros de Guerra, a Cruz do Mérito da Aviação e a Medalha do Serviço Nacional de Defesa.
Quando perguntado sobre a altura em que voava em 1 de maio de 1960, ele frequentemente respondia, "eu não estava a voar suficiente alto".