domingo, março 30, 2014

MC Hammer faz hoje 52 anos

MC Hammer, nome artístico de Stanley Kirk Burrell, (Oakland, 30 de março de 1962) é um rapper norte-americano. Teve o seu auge musical durante a década de 80 e início da de 90. Foi conhecido pelas suas calças largas e calçado excêntrico, com as quais aparecia vestido no clip de seu maior hit: U Can't Touch This (um videoclip famoso pelas estranhas roupas usadas pelos seus bailarinos).



A Rainha Isabel, a Rainha Mãe do Reino Unido, morreu há 12 anos

Isabel Ângela Margarida Bowes-Lyon (4 de agosto de 190030 de março de 2002) foi a esposa do Rei Jorge VI e Rainha consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte de 1936 até 1952, a partir de então passou a ser conhecida como Rainha Isabel, a Rainha Mãe. Ela é mãe da Rainha Isabel II do Reino Unido e de Margarida, Condessa de Snowdon. Ela foi a última Imperatriz da Índia.
Nascida na nobreza britânica como "A Honorável Isabel Bowes-Lyon", ela se tornou "Lady Isabel Bowes-Lyon" quando o seu pai herdou em 1904 o título de Conde de Strathmore e Kinghorne. Ela ganhou proeminência em 1923 quando se casou com Alberto, Duque de Iorque, o segundo filho do rei Jorge V e da rainha Maria. O casal e as suas duas filhas representavam os ideais de família e serviço público. Isabel participou de uma grande variedade de eventos públicos e ficou conhecida como a "Sorridente Duquesa" entre o povo.
Em 1936, o seu marido, inesperadamente, tornou-se Rei quando o seu irmão, Eduardo VIII, abdicou para se casar com Wallis Simpson. Como Rainha consorte, Isabel acompanhou Jorge em viagens diplomáticas pela França e América do Norte antes do início da Segunda Guerra Mundial. O seu espírito indómito foi uma fonte de apoio moral ao povo britânico durante o conflito. Em reconhecimento pelo seu papel de trunfo para os interesses britânicos, Adolf Hitler descreveu-a como "a mulher mais perigosa na Europa". Após a guerra, a saúde do rei piorou e ele morreu em 1952.
Com a morte da rainha Maria em 1953, o seu filho, o ex-rei Eduardo VIII a morar no exterior e a sua filha sendo a Rainha, Isabel tornou-se o membro mais velho da família real britânica e assumiu uma posição matriarcal. Nos anos posteriores, ela teve sempre uma enorme popularidade junto do povo, mesmo comparativamente com os outros membros da família real, que passou por períodos de impopularidade. Ela continuou a ter uma ativa vida pública até alguns meses antes de morrer aos 101 anos, sete semanas depois da morte da sua filha Margarida.

(...)

Morte
A rainha-mãe morreu aos 101 anos de idade enquanto dormia no Castelo de Windsor, próximo de Londres, a 30 de março de 2002. Segundo a nota oficial divulgada pelo Palácio de Buckingham, ela morreu às 15.15 horas, com a sua filha, a rainha Isabel II, ao seu lado.
A saúde da rainha-mãe começou a piorar, até que morreu no Castelo de Windsor, devido a uma pneumonia e infecção pulmonar. O funeral foi realizado na Abadia de Westminster, de onde o caixão foi levado para o Castelo de Windsor, nos arredores de Londres, e enterrada junto ao marido, na Capela de São Jorge. Morreu tão popular quanto o era meio século antes, depois da II Guerra Mundial.
Foi a primeira pessoa da família real britânica a chegar a centenária, completando 100 anos de idade, com vigor físico e lucidez. Os britânicos chamavam-na da avó mais querida do país.
A rainha Isabel II disse que a sua mãe precisava descansar quando saiu do hospital onde esteve internada para tratar uma pneumonia que tinha no pulmão, em 2000. A rainha-mãe está enterrada na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor), ao lado do marido, o Rei Jorge VI do Reino Unido e da sua filha, a princesa Margarida do Reino Unido.


Brasão de armas da Rainha Isabel Bowes-Lyon como Rainha consorte e Rainha-mãe

sábado, março 29, 2014

Há 40 anos a sonda Mariner 10 chegou finalmente a Mercúrio e começou o 1º mapa do planeta

A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 1960 e 1970. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, a 18 de março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.

A Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária, o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol e numa trajectória em direcção a Vénus. Foram, entretanto, detectadas algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajectória, um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajectória provocada por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a Mariner 10 na direcção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem, obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a trajectória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens, obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que, devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece ainda inativa numa órbita em torno do Sol.

Compósito de fotografias de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta


A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também conectado à estrutura octogonal, um braço de 5,8 m que suportava um magnetometro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda no lançamento era de 503 kg.

O Rei Gustavo IV Adolfo da Suécia e Finlândia abdicou há 205 anos

Gustav IV Adolf or Gustav IV Adolph (1 November 1778 – 7 February 1837) was King of Sweden from 1792 until his abdication in 1809. He was the son of Gustav III of Sweden and his queen consort Sophia Magdalena, eldest daughter of Frederick V of Denmark and his first wife Louise of Great Britain. He was the last Swedish ruler of Finland, the occupation of which by Russian Czar Alexander I in 1808-09 was the immediate cause of his violent downfall. After an army revolt, the king was seized by officers and forced to relinquish the throne on behalf of his family on March 29; the same date as his father's death (due to gunshot wound, in 1792). The Instrument of Government subsequently written was adapted on June 6, the current National Holiday of Sweden, and was in effect until replaced 1974. The crown (now with strictly limited powers) passed to his childless uncle, Charles XIII, whose want of heirs set into motion an intense quest for a successor who was found the following year in the person of Jean-Baptiste Bernadotte, who assumed the throne in 1818, commencing the present House of Bernadotte.
Gustavia in Swedish Pomerania was named after Gustav, but was lost in the Napoleonic Wars.

(...)

Gustav IV 's arrest

Coup d'état and abdication
Gustav Adolf's inept and erratic leadership in diplomacy and war precipitated his deposition through a conspiracy of army officers.
On 7 March 1809, lieutenant-colonel Georg Adlersparre, commander of a part of the so-called western army stationed in Värmland, triggered the revolution by raising the flag of rebellion in Karlstad and starting to march upon Stockholm. To prevent the King from joining loyal troops in Scania, on 13 March 1809 seven of the conspirators led by Carl Johan Adlercreutz broke into the royal apartments in the palace, seized the king, and imprisoned him and his family in Gripsholm castle; the king's uncle, Duke Charles (Karl), was thereupon persuaded to accept the leadership of a provisional government, which was proclaimed the same day; and a diet, hastily summoned, solemnly approved of the revolution.
On 29 March Gustav IV Adolf, to save the crown for his son, voluntarily abdicated; but on 10 May the Riksdag of the Estates, dominated by the army, declared that not merely Gustav but his whole family had forfeited the throne, perhaps an excuse to exclude his family from succession based on the rumours of his illegitimacy. A more likely cause, however, is that the revolutionaries feared that Gustav's son, if he inherited the throne, would avenge his father's deposition when he came of age. On 5 June, Duke Charles (Gustav's uncle) was proclaimed king under the name of Charles XIII, after accepting a new liberal constitution, which was ratified by the diet the next day. In December, Gustav and his family were transported to Germany. In 1812, he divorced his wife.
In exile Gustav used several titles, Count Gottorp, Duke of Holstein-Eutin, and finally settled at St. Gallen in Switzerland where he lived in a small hotel in great loneliness and indigence, under the name of Colonel Gustafsson. It was there that he suffered a stroke and died. At the suggestion of King Oscar II of Sweden his body was finally brought to Sweden and interred in the Riddarholmskyrkan.

Coat of Arms of King Gustav IV Adolf of Sweden and Finland

Fernando Tordo - 66 anos

Fernando Travassos Tordo (Lisboa, 29 de março de 1948) é um cantor e compositor português. Compôs algumas das músicas mais emblemáticas do cancioneiro da língua portuguesa com o poeta José Carlos Ary dos Santos entre elas "Tourada", "Estrela da Tarde", "Lisboa Menina e Moça", "Cavalo à Solta", "Balada para os Nossos Filhos" e "O amigo que eu canto". Os seus temas são cantados por intérpretes como Carlos do Carmo, Mariza, Carminho, Amor Electro e Simone de Oliveira, entre outros. Venceu também o Festival RTP da Canção, em 1973 com "Tourada" e, em 1977, com "Portugal no Coração". É considerado uma figura tutelar da música portuguesa pela extensão e originalidade da sua obra.


Há 40 anos, depois dos militares das Caldas, chegou a vez dos cantores dizerem que o Estado Novo estava a terminar



'Grândola Vila Morena', cantada em pé por artistas e público do Coliseu, em 28 de março de 2014 Fotografia © João Girão/Global Imagens (Diário de Notícias, 29/3/2014)

Ontem, um concerto no Coliseu dos Recreios, evocou, num espectáculo organizado pela Associação José Afonso, um concerto realizado em 29 de Março de 1974. Estive lá. Hoje publico um excerto do meu livro História da Oposição à Ditadura 1926-1974 (Ed. Figueirinhas, 2014), pp. 595-596

«Em Portugal, já se estava então a viver, embora não fosse evidente à época, uma situação reveladora de que o regime tinha perdido a batalha pela hegemonia ideológica, iniciada nos anos trinta e prosseguida no pós-II Guerra Mundial, a favor das várias oposições ao regime, todas elas unidas contra a ditadura e uma guerra colonial interminável. Como se viu, o fim da guerra também era desejado pelos próprios quadros intermédios das Forças Armadas, crescentemente convencidos de que ela só terminaria através de uma solução política.
O ambiente político adverso ao regime fez-se sentir, por exemplo, num ciclo de cinema de Roberto Rossellini, na Fundação Gulbenkian, onde foi exibido pela primeira vez o filme anti-fascista «Roma, città aperta» (1945), até então proibido de ser apresentado pela censura. Numa sala cheia de jovens, as palmas e a entusiástica recepção ao filme levaram o director da Cinemateca Francesa, Henri Langlois, que se encontrava presente, a profetizar ao organizador do ciclo de filmes, João Bémard da Costa, que uma mudança política iria ocorrer em Portugal.
Na noite de 29 de Março de 1974, a Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa foi palco de um outro acontecimento paradigmático e revelador desse ambiente político. Realizou-se nessa data, no Coliseu dos Recreios, o I Encontro da Canção Portuguesa, organizado pela Casa da Imprensa, no qual José Afonso deveria receber o prémio da melhor interpretação musical do ano anterior. A sessão acabou por ser recheada de símbolos e transformou-se num espaço de liberdade, no qual o público não cessou de se manifestar, a pretexto das canções, contra um regime ditatorial, que, embora não se soubesse, tinha menos de um mês de vida. O espectáculo, que teve de ser preparado com muita antecedência, para que todas as canções fossem apresentadas previamente à Censura, foi mais um sintoma, embora não completamente detectado então pelos presentes, de que o regime estava a viver o seu estertor.
Como a Direcção-Geral dos Espectáculos só entregara a lista das canções que podiam ser cantadas uma hora antes do início do espectáculo, e alguns cantores apenas foram autorizados a cantar metade das estrofes, o público trauteou as melodias de forma cúmplice, em coro. Quando Manuel Freire afirmou que se tinha esquecido das letras das canções no comboio, os cerca de cinco mil espectadores compreenderam onde ele queria chegar, aplaudiram de pé e cantaram em coro o que ele não fora autorizado a interpretar. Por seu lado, José Afonso foi proibido de cantar «A morte saiu à rua», «Venham mais cinco», «Menina dos olhos tristes» e «Gastão era perfeito», apenas sendo autorizado a apresentar «Milho Verde» e «Grândola».
O quarteto de Marcos Resende abrira o programa, mas não foi ouvido, devido aos assobios que irromperam pela sala, sucedendo-lhe o duo Carlos Alberto Moniz-Maria do Amparo e um desconhecido que deu como nome Manuel José Soares. A sala continuava morna, quando irrompeu a primeira grande ovação da noite, a premiar a actuação de Carlos Paredes, acompanhado por Fernando Alvim. De seguida, o jornalista Joaquim Furtado leu em voz alta os nomes dos premiados pela associação mutualista dos jornalistas, escolhidos por um júri que integrava José Duarte, Tito Lívio, João Paulo Guerra e José Manuel Nunes. A maioria dos prémios atribuídos não provocou grande entusiasmo, mas o mesmo não aconteceu com o galardão que premiou o programa radiofónico Página Um, da Rádio Renascença, recebido, entre outros, por Adelino Gomes, que havia sido afastado da rádio por razões políticas. Outros nomes aplaudidíssimos foram os de Sérgio Godinho e José Mário Branco, cantores premiados pelos seus álbuns de estreia — Os Sobreviventes e Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, respectivamente —, que «não puderam comparecer», como dizia um artigo de O Século, embora não explicando que isso se devia ao facto de estarem exilados.
Após o intervalo, actuaram os espanhóis Viño Tinto e o poeta José Carlos Ary dos Santos, que começou por ser assobiado pelos que não aprovavam a sua participação nos Festivais RTP da Canção. O poeta retorquiu: «Eu venho para dizer poesia. Se não gostam, manifestem-se no fim». Depois de ter declamado «SARL», abandonou o palco sob fortes aplausos. Sucederam-se José Barata Moura, o grupo Intróito, Manuel Freire, Fernando Tordo, Fausto, Vitorino, José Jorge Letria, Adriano Correia de Oliveira e, finalmente, José Afonso.
Depois de cantar «Milho Verde», a outra canção autorizada pela Censura, chamou ao palco todos os cantores que deram os braços e começaram a bater, ritmadamente, com os pés no chão, enquanto as luzes se apagavam na sala. «Grândola, vila morena…», ouviu-se novamente, desta vez em coro. Cinco mil pessoas levantaram-se, deram igualmente os braços e entoaram: «… terra da fraternidade…». Outra testemunha desse espectáculo escreveria que quando «começaram a entoar a mítica canção de José Afonso, o soalho de madeira do velho Coliseu dos Recreios transmitiu a sensação de poder ruir em qualquer altura». Cantada em coro, à maneira de um grupo alentejano, aquela canção viria a servir de senha para a eclosão do golpe militar que derrubaria o regime menos de um mês depois».

in Jugular - post de Irene Pimentel, 29.03.14

NOTA: no mesmo Coliseu dos Recreio o Zeca Afonso se despediu do seu público, a 29 de janeiro de 1983, num memorável concerto, com a Grândola - aqui fica essa versão histórica:

O pintor Georges Seurat morreu há 123 anos

Georges-Pierre Seurat (Paris - Paris ), est un dessinateur et peintre français, pionnier de la technique de chromo-luminarisme, ou peinture optique, appelée plus couramment pointillisme ou divisionnisme. Peintre de genre, figures, portraits, paysages animés, paysages, peintre à la gouache, dessinateur.

La Seine à la Grande Jatte - Printemps (1888) - Musées Royaux des Beaux Arts de Bruxelles

Vangelis - 71 anos

Vangelis (nome artístico de Evángelos Odysséas Papathanassíu, Vólos, 29 de março de 1943) é um músico grego dos estilos neoclássico, progressivo, música eletrónica e ambiente. As suas composições mais conhecidas são o tema vencedor do Óscar de 1981, com o filme Chariots of Fire (Momentos de Glória), a banda sonora do clássico Blade Runner, e mais recentemente, do filme biográfico de Cristóvão Colombo, 1492: Conquest of Paradise (1492 - Cristóvão Colombo), com a música instrumental "Conquest of Paradise". É conhecido também pelo uso de sua música na famosa série da PBS, Cosmos, de Carl Sagan. Entre as suas composições, está o tema do Campeonato do Mundo de Futebol de 2002.


O compositor e pianista Charles-Valentin Alkan morreu há 126 anos

Charles-Valentin Alkan (Paris, 30 de novembro de 1813Paris, 29 de março de 1888) foi um compositor francês judeu do período romântico e um dos maiores pianistas de seu tempo. Suas composições para o instrumento são algumas das mais difíceis já escritas, desafiando virtuosi até os dias de hoje.


sexta-feira, março 28, 2014

Zizi Possi - 58 anos

Zizi Possi e Edu Lobo em 2006
    
Maria Izildinha Possi (São Paulo, 28 de março de 1956), mais conhecida como Zizi Possi, é uma cantora de música popular brasileira.
Ao longo da carreira consagrou-se como cantora popular com sucessos como: Pedação de mim (Chico Buarque), Nunca, Luz e mistério, Meu amigo meu herói (Gilberto Gil), Caminhos do sol (Herman Torres/Salgado Maranhão), Engraçadinha, Eu velejava em você, O amor vem pra cada um (George Harrison/versão Beto Fae), Dê um rolê, Per amor, Perigo (Nico Rezende/Paulinho Lima), Esquece e vem, Noite, A paz, Toda uma história (Zizi Possi/Luiz Avelar) e principalmente Asa morena (Zé Caradípia).
   
 

Santa Teresa de Ávila nasceu há 499 anos

Teresa de Ávila - Rubens

Santa Teresa de Ávila ou Santa Teresa de Jesus (Gotarrendura, 28 de março de 1515 - Alba de Tormes, 4 de outubro de 1582) foi uma religiosa e escritora espanhola, famosa pela reforma que realizou no Carmelo e por suas obras místicas.

O acidente de Chernobyl e Fukushima americano foi há 35 anos

A Central Nuclear de Three Mile Island em 1979

Three Mile Island é a localização de uma central nuclear que, a 28 de março de 1979 sofreu uma fusão parcial, havendo uma fuga de radioatividade para a atmosfera. A central nuclear de Three Mile Island fica na ilha homónima no Rio Susquehanna, no condado de Dauphin, Pensilvânia, próximo de Harrisburg, com uma área de 3,29 km².

O acidente
O acidente ocorrido a 28 de março de 1979, na central nuclear de Three Mile Island, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi causado por uma falha do equipamento devido a falhas no sistema secundário nuclear e erro humano. Houve corte de custos que afetaram economicamente a manutenção e uso de materiais inferiores. Mas, principalmente apontaram-se erros humanos, com decisões e ações erradas tomadas por pessoas pouco preparadas.
O acidente desencadeou-se pelos problemas mecânicos e elétricos, que ocasionaram a paragem de uma bomba de água que alimentava o gerador de vapor, o que acionou certas bombas de emergência que tinham sido deixadas fechadas. O núcleo do reator começou a aquecer e parou e a pressão aumentou. Uma válvula abriu-se, para reduzir a pressão, que voltou ao normal. Mas a válvula permaneceu aberta, ao contrário do que o indicador do painel de controle assinalava. Então, a pressão continuou a cair e seguiu-se uma perda de líquido refrigerante e água radioativa: 1,5 milhão de litros de água foram lançados no rio Susquehanna. Gases radioativos escaparam e atingiram a atmosfera. Outros elementos radioativos atravessaram as paredes.
Um dia depois foi medida a radioatividade em volta da central, que alcançava, até 16 quilómetros de distância, uma intensidade de até 8 vezes maior que a letal. Apesar disso, o governador do estado da Pensilvânia iniciou a retirada só dois dias depois do acidente. O governador Dick Thornburgh aconselhou o chefe da NRC, Joseph Hendrie, a iniciar a evacuação "das mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar num raio de 5 milhas em redor das instalações". Em poucos dias, 140.000 pessoas haviam deixado a área, voluntariamente.

Curiosidades
  • Treze dias antes havia sido lançado o filme "Síndrome da China", com Jane Fonda, Jack Lemmon e Michael Douglas, que muitos consideraram como premonitório da catástrofe na central nuclear, inclusive sendo usadas as suas cenas pelos jornalistas da TV para ilustrar a cobertura do acidente.
  • O acidente nuclear nesta central foi considerado o mais grave, até ser superado pela ocorrência em Chernobyl e também por Fukushima.
Vista aérea

Marc Chagall morreu há 29 anos


Nascido Mojša Zacharavič Šahałaŭ', na sua juventude entrou para o ateliê de um retratista famoso na sua cidade natal. Lá aprendeu não só as técnicas de pintura, como a gostar e a exprimir-se nessa arte. Ingressou, posteriormente, na Academia de Arte de São Petersburgo, de onde rumou para a próspera cidade-luz, Paris.
Ali entrou em contacto com as vanguardas modernistas que enchiam de cor, alegria e vivacidade a capital francesa. Conheceu também artistas como Amedeo Modigliani e La Fresnay. Todavia, quem mais o marcou, deste próspero e pródigo período, foi o modernista Guillaume Apollinaire, de quem se tornou grande amigo.
É também neste período que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos quadros: Eu e a aldeia e O Soldado bebé, pintados em 1911 e em 1912, respectivamente.
Os títulos dos quadros foram dados por Blaise Cendrars. Coube a Guillaume Apollinaire selecionar as obras que seriam posteriormente expostas em Berlim, no ano em que a I Grande Guerra começou, em 1914.
Neste ano, após a explosão da guerra, Marc Chagall volta ao seu país natal, sendo, portanto, mobilizado para as trincheiras. Todavia, permaneceu em São Petersburgo, onde casou um ano mais tarde com Bella, uma rapariga que conheceu na sua aldeia.
Depois da grande revolução socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário czarista, foi nomeado comissário para as belas-artes, tendo inaugurado uma escola de arte, aberta a quaisquer tendências modernistas. Foi neste período que entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir do cargo.
Regressou então, a Paris, onde iniciou mais um pródigo período de produção artística, tendo mesmo ilustrado uma Bíblia. Em 1927, ilustrou também as Fábulas de La Fontaine, tendo feito cem gravuras, somente publicadas em 1952. São também deste ano conhecidas, as suas primeiras paisagens.
Visitou, em 1931, a Palestina e, depois, a Síria, tendo publicado, em memória destas duas viagens o livro de carácter autobiográfico Ma vie (em português: "A Minha vida").
Desde o ano de 1935, com a perseguição dos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em mais uma guerra, Chagall começa a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que também era judeu convicto.
Anos mais tarde, parte para os Estados Unidos da América, onde se refugia dos alemães. Lá, em 1944, com o fim da guerra a emergir, Bella, a sua mulher, falece, facto que lhe causa uma enorme depressão, mergulhando novamente no mundo das evocações, dos chamamentos, dos sonhos. Conclui este período com um quadro que já havia iniciado em 1931: Em torno dela.
Dois anos depois do fim da guerra, regressa definitivamente à França, onde pintou os vitrais da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Na França e nos Estados Unidos da América pintou, para além de diversos quadros, vitrais e mosaicos. Explorou também os campos da cerâmica, tema pelo qual teve especial interesse.
Em sua homenagem, em 1973, foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, na famosa cidade do sul da França, Nice. Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-Cruz da Legião de Honra.
Tendo sido um dos melhores pintores do século XX, Marc Chagall faleceu em Saint-Paul-de-Vence, no sul da França, em 1985.
O violinista (1912)


Pode não ser uma lady, pode não ser gaga, mas é uma grande música e faz hoje 28 anos...!

Stefani Joanne Angelina Germanotta (Nova Iorque, 28 de março de 1986), mais conhecida pelo nome artístico Lady Gaga, é uma cantora, compositora e produtora musical nascida nos Estados Unidos. Ela começou a apresentar-se no cenário musical de rock no Lower East Side em 2003, e mais tarde matriculou-se na Tisch School of Arts da Universidade de Nova Iorque. No final de 2007, assinou um contrato com a Streamline Records, um selo da editora discográfica Interscope Records. Durante o seu início na Interscope, trabalhou como compositora para artistas e capturou a atenção do produtor Akon, que reconheceu as suas habilidades vocais e contratou-a para a sua própria gravadora, a Kon Live Distribution.
Gaga ganhou proeminência como uma artista após o lançamento do seu álbum de estúdio de estreia, intitulado The Fame, em 2008. O disco foi um sucesso a nível crítico e comercial, tendo atingido o número um no Reino Unido, Canadá, Áustria, Alemanha e Irlanda, enquanto nos Estados Unidos alcançou a posição máxima de número dois na Billboard 200. As canções "Just Dance" e "Poker Face", co-escritas e produzidas por RedOne, tornaram-se sucessos internacionais de número um, atingindo o topo da Billboard Hot 100 nos EUA, bem como em vários outros países. O álbum, mais tarde, conseguiu um total de sete indicações e dois prêmios nos Grammy Awards. No início de 2009, ela fez a sua primeira turnê, a The Fame Ball Tour. No quarto trimestre do ano, lançou o extended play (EP) The Fame Monster, que contém os êxitos internacionais "Bad Romance", "Telephone" e "Alejandro", e embarcou em sua segunda turnê, a The Monster Ball Tour. The Fame Monster vendeu 6 milhões de cópias e foi o álbum mais vendido de 2010. O seu segundo álbum de estúdio, Born This Way, foi lançado em 23 de maio de 2011 e vendeu 2,2 milhões de cópias nos EUA e 8 milhões mundialmente. Além disso, produziu os singles "Born This Way", "Judas" e "The Edge of Glory", que tornaram-se sucessos mundiais. O seu terceiro trabalho de estúdio, Artpop, foi lançado em novembro de 2013 e tornou-se no segundo da artista a alcançar o primeiro posto nos EUA.
Influenciada por artistas como David Bowie, Michael Jackson, Madonna e os Queen, Gaga é reconhecida pelas suas contribuições extravagantes, diferentes e exageradas para a indústria musical através da sua moda, actuações e vídeos musicais. Ela vendeu um número estimado de 23 milhões de álbuns e 64 milhões de singles no mundo, o que fez dela uma das recordistas de vendas de discos no mundo. As suas conquistas incluem cinco Grammy Awards e 13 MTV Video Music Awards. A artista apareceu consecutivamente na lista dos "Artistas do Ano" da revista Billboard (conseguindo o título definitivo em 2010), posicionou-se no número quatro na lista das "100 Maiores Mulheres na Música" do VH1, e é regularmente destacada em listas elaboradas pela revista Forbes e foi nomeada uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Em 2012, Gaga foi posicionada no número quatro na lista das "15 Mulheres Mais Bem Sucedidas Do Entretenimento" da Billboard, ganhando mais de 25 milhões de dólares.

Alexandre Herculano nasceu há 204 anos

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 - Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 13 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.
Alexandre Herculano nasceu no Pátio do Gil, à Rua de São Bento, em 28 de março de 1810; a mãe, Maria do Carmo Carvalho de São Boaventura, filha e neta de pedreiros da Casa Real; o pai, Teodoro Cândido de Araújo, era funcionário da Junta dos Juros (Junta do Crédito Público). Na sua infância e adolescência não pode ter deixado de ser profundamente marcado pelos dramáticos acontecimentos da sua época: as invasões francesas, o domínio inglês e o influxo das ideias liberais, vindas sobretudo da França, que conduziriam à Revolução de 1820. Até aos 15 anos frequentou o Colégio dos Padres Oratorianos de S. Filipe de Néry, então instalados no Convento das Necessidades em Lisboa, onde recebeu uma formação de índole essencialmente clássica, mas aberta às novas ideias científicas. Impedido de prosseguir estudos universitários (o pai cegou em 1827, ficando impossibilitado de prover ao sustento da família) ficou disponível para adquirir uma sólida formação literária que passou pelo estudo de inglês, francês, italiano e alemão, línguas que foram decisivas para a sua obra literária.
Estudou Latim, Lógica e Retórica no Palácio das Necessidades e, mais tarde, na Academia da Marinha Real, estudou matemática com a intenção de seguir uma carreira comercial.
Com apenas 21 anos, participará, em circunstâncias nunca inteiramente esclarecidas, na revolta de 21 de agosto de 1831 do Regimento n.° 4 de Infantaria de Lisboa contra o governo ditatorial de D. Miguel I, o que o obrigará, após o fracasso daquela revolta militar, a refugiar-se num navio francês fundeado no Tejo, nele passando à Inglaterra e, posteriormente, à França (Rennes), indo depois juntar-se ao exército Liberal de D. Pedro IV, na Ilha Terceira (Açores). Alistado como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha, como Garrett, é um dos 7.500 "Bravos do Mindelo", assim designados por terem integrado a expedição militar comandada por D. Pedro IV que desembarcou, em 8 de julho de 1832, na praia do Mindelo (na verdade, um pouco mais a sul, na praia de Arnosa de Pampelido, um pouco a Norte do Porto - hoje "praia da Memória"), a fim de cercar e tomar a cidade do Porto (ver Desembarque do Mindelo e Cerco do Porto). Como soldado, participou em acções de elevado risco e mérito militar.
Iniciado na maçonaria em data e local desconhecidos, porventura durante o exílio em Inglaterra, ou antes, cedo a abandonou.
Nomeado por D. Pedro IV como segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto, aí permaneceu até ter sido convidado a dirigir a Revista Panorama, de Lisboa, revista de caráter artístico e científico de que era proprietária a Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, patrocinada pela própria rainha D. Maria II, de que foi redactor principal de 1837 a 1839. Em 1842 retomou o papel de redactor principal e publicou o Eurico o Presbítero, obra maior do romance histórico em Portugal no século XIX.
Mas a obra que vai transformar Alexandre Herculano no maior português do século XIX é a sua História de Portugal, cujo primeiro volume é publicado em 1846. Obra que introduz a historiografia científica em Portugal, não podia deixar de levantar enorme polémica, sobretudo com os sectores mais conservadores, encabeçados pelo clero. Atacado pelo clero por não ter admitido como verdade histórica o célebre Milagre de Ourique – segundo o qual Cristo aparecera ao rei Afonso Henriques naquela batalha -, Herculano acaba por vir a terreiro em defesa da verdade científica da sua obra, desferindo implacáveis golpes sobre o clero ultramontano, sobretudo nos opúsculos Eu e o Clero e Solemnia Verba. O prestígio que a História de Portugal lhe granjeara leva a Academia das Ciências de Lisboa a nomeá-lo seu sócio efectivo (1852) e a encarregá-lo do projecto de recolha dos Portugaliae Monumenta Historica (recolha de documentos valiosos dispersos pelos cartórios conventuais do país), projecto que empreende em 1853 e 1854.
Herculano permanecerá fiel aos seus ideais políticos e à Carta Constitucional, que o impedira de aderir ao Setembrismo. Apesar de estreitamente ligado aos círculos do novo poder liberal (foi deputado às Cortes e precetor do futuro Rei D. Pedro V), recusou fazer parte do primeiro Governo da Regeneração, chefiado pelo Duque de Saldanha. Recusou honrarias e condecorações e, a par da sua obra literária e científica, de que nunca se afastou inteiramente, preferiu retirar-se progressivamente para um exílio que tinha tanto de vocação como de desilusão. Numa carta a Almeida Garrett confessara ser seu mais íntimo desejo ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. Ainda desempenhando o cargo de Presidente da Câmara de Belém (1854 de 1855), cargo que abandona rapidamente. Em 1867, após o seu casamento com D. Mariana Meira, retira-se definitivamente para a sua quinta de Vale de Lobos (Azoia de Baixo, Santarém) para se dedicar (quase) inteiramente à agricultura e a uma vida de recolhimento espiritual - ancorado no porto tranquilo e feliz do silêncio e da tranquilidade, como escreverá na advertência prévia ao primeiro volume dos Opúsculos. Em Vale de Lobos, Herculano exerce um autêntico magistério moral sobre o País. Na verdade, este homem frágil e pequeno, mas dono de uma energia e de um carácter inquebrantáveis era um exemplo de fidelidade a ideais e a valores que contrastavam com o pântano da vida pública portuguesa. Isto dá vontade de morrer!, exclamara ele, decepcionado pelo espectáculo torpe da vida pública portuguesa, que todos os seus ideais vilipendiara. A quando da segunda viagem do Imperador do Brasil a Portugal, em 1877, Herculano entendeu retribuir, em Lisboa, a visita que o monarca lhe fizera em Vale de Lobos, mas devido à sua débil saúde contraiu uma pneumonia dupla de que viria a falecer, em Vale de Lobos, em 13 de Setembro de 1877.
Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
Alexandre Herculano casou, em 1 de maio de 1867, com Mariana Hermínia de Meira. Morreu na sua quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, (Santarém) em 13 de setembro de 1877. Encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
Obra
Herculano deixou ensaios sobre diversas questões polémicas da época, que se somam à sua intensa actividade jornalística.
Como historiador, publicou História de Portugal de Alexandre Herculano, em quatro volumes, e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, e organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).
A parte mais significativa da obra literária de Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor seus enredos. Dessa forma, o autor situa ação num tempo passado, procurando reconstituir uma época. Para isso, contribuem descrições pormenorizadas de quadros antigos, como festas religiosas, indumentárias, ambientes e aposentos, topografias de cidades. São frequentes as intervenções do narrador, que tece comentários filosóficos, sociais ou políticos, muitas vezes relacionando o passado narrado com o quotidiano do século XIX.
A narrativa de caráter histórico foi desenvolvida inicialmente por Walter Scott (1771-1832), poeta e novelista escocês que escreveu A Balada do Último Menestrel e Ivanhoé,entre outros trabalhos. Também o francês Vitor Hugo (1802-1885) serviu de modelo a Herculano: Hugo escreveu o romance histórico Nossa Senhora de Paris, em que surge Quasimodo, o famoso “Corcunda de Notre-Dame”. A partir desses modelos, desenvolveu-se a narrativa histórica de Herculano, que pode ser considerada o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal.
As Lendas e Narrativas são formadas por textos mais ou menos curtos, que se podem considerar contos e novelas. Herculano abordou vários períodos da historia da Península Ibérica. É evidente a preferência do autor pela Idade Média, época em que, segundo ele, se encontravam as raízes da nacionalidade portuguesa.
O trabalho literário de Herculano foi, juntamente com as Viagens na Minha Terra, de Garrett, o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal. A partir disto, as narrativas históricas foram focando épocas cada vez mais próximas do século XIX.
Deixou ainda alguma poesia, romances não históricos e peças de teatro.
A Graça

Que harmonia suave
É esta, que na mente
Eu sinto murmurar,
Ora profunda e grave,
Ora meiga e cadente,
Ora que faz chorar?
Porque da morte a sombra,
Que para mim em tudo
Negra se reproduz,
Se aclara, e desassombra
Seu gesto carrancudo,
Banhada em branda luz?
Porque no coração
Não sinto pesar tanto
O férreo pé da dor,
E o hino da oração,
Em vez de irado canto,
Me pede íntimo ardor?

És tu, meu anjo, cuja voz divina
Vem consolar a solidão do enfermo,
E a contemplar com placidez o ensina
De curta vida o derradeiro termo?

Oh, sim! és tu, que na infantil idade,
Da aurora à frouxa luz,
Me dizias: - Acorda, inocentinho,
Faz o sinal da cruz.»
És tu, que eu via em sonhos, nesses anos
De inda puro sonhar,
Em nuvem d'ouro e púrpura descendo
Co' as roupas a alvejar.
És tu, és tu! que ao pôr do sol, na veiga,
Junto ao bosque fremente,
Me contavas mistérios, harmonias
Dos céus, do mar dormente.
És tu, és tu! que, lá, nesta alma absorta
Modulavas o canto,
Que de noite, ao luar, sozinho erguia
Ao Deus três vezes santo.
És tu, que eu esqueci na idade ardente
Das paixões juvenis,
E que voltas a mim, sincero amigo,
Quando sou infeliz.

.......Sinto a tua voz de novo
.......Que me revoca a Deus:
.......Inspira-me a esperança,
.......Que te seguiu dos céus!...

 
in Poesias (1860) - Alexandre Herculano

Mussorgsky morreu há 133 anos


Modest Petrovich Mussorgsky (Karevo, Pskov, 21 de março de 1839São Petersburgo, 28 de março de 1881), compositor e militar russo conhecido por suas composições sobre a história da Rússia medieval. Foi membro do nacionalista Grupo dos Cinco, ao lado dos músicos Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov.