terça-feira, janeiro 13, 2009

Fartar, vilanagem...

Saída de administrador para a concorrência foi premiada
Armando Vara promovido na Caixa depois de ter saído para a administração do BCP


Armando Vara foi promovido na Caixa Geral de Depósitos (CGD) um mês e meio depois de ter abandonado os quadros do banco público para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Portugal (BCP).

O ex-administrador da CGD e ex-quadro da instituição, com a categoria de director, foi promovido ao escalão máximo de vencimento, ou seja, o nível 18, o que terá reflexos para efeitos de reforma.

A promoção, do escalão 17 para o 18, foi decidida pelo conselho de administração a 27 de Fevereiro de 2008, já pela administração de Faria de Oliveira, que ascendeu ao cargo após a saída de Carlos Santos Ferreira e dos administradores Armando Vara e Vítor Manuel Lopes Fernandes para a administração do maior banco privado.

De acordo com informação oficial fornecida pela Caixa, "Armando Vara desvinculou-se da CGD no dia 15 de Janeiro de 2008". A acta da reunião da administração de 27 de Fevereiro, a que o PÚBLICO teve acesso, refere que, "na sequência da cessação de funções de administrador da CGD do dr. Armando António Martins Vara, quadro da instituição com a categoria de director, o conselho deliberou a sua promoção ao nível 18 e os seguintes ajustamentos remuneratórios: remuneração de base - 18 E ; II IT de 47 por cento; RC E RER no valor de 2000 euros e 3000 euros, respectivamente". Esta alteração terá um efeito positivo na reforma em montantes que dependem do momento e da forma em que acontecer.

Contactado pelo PÚBLICO através do gabinete de comunicação do BCP, Vara esclareceu que "se tinha desvinculado definitivamente da CGD", remetendo para o banco público o esclarecimento sobre essa desvinculação. Contactada a CGD, fonte oficial adiantou que Armando Vara se "desvinculou da sua relação laboral com a CGD no dia 15 de Janeiro de 2008, conforme publicamente conhecido".

No seguimento dessa informação, o PÚBLICO questionou a administração da Caixa no sentido de perceber a razão da referida promoção, um mês e meio depois da saída de Vara. A instituição esclareceu que, "como é prática comum do grupo, todos os administradores quadros da CGD, quando deixam de o ser, atingem o nível 18 em termos de graduação interna". Fonte oficial da instituição acrescentou ainda "que o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos cumpriu, desta forma, o estabelecido internamente, agindo retroactivamente, numa das primeiras reuniões do conselho de administração, após alteração da estrutura governativa da instituição, como sempre é feito".

Em posterior esclarecimento, a CGD diz que entre o dia da renúncia do cargo de vogal no conselho de administração [28 de Dezembro de 2007] e o dia de desvinculação laboral [15 de Janeiro de 2008], Vara passou a ser director da CGD.

O PÚBLICO solicitou à CGD que enumerasse idênticas promoções realizadas nos últimos anos. Após vários dias úteis de espera e de contactos com o porta-voz oficial da instituição, não houve qualquer resposta da CGD.

O PÚBLICO contactou os maiores bancos privados, no sentido de perceber se é normal a promoção de ex--administradores, mas não encontrou nenhuma prática nesse sentido.

A saída de Armando Vara da CGD foi polémica também pela possibilidade de o gestor transitar para a administração do banco privado mantendo vínculo à instituição pública, à qual esteve ligado mais de 20 anos. Vara comprometeu-se a romper todos os vínculos à CGD logo que a lista que integrava para os órgãos sociais do BCP fosse eleita, o que aconteceu a 15 de Janeiro. A carta que o actual administrador do BCP escreveu a desvincular-se do banco público, a 14 de Janeiro, faz essa referência expressa: "Venho solicitar a rescisão do contrato que me liga à CGD, caso a AG decida eleger a lista de que faço parte". Armando Vara, eleito para a administração, não passou a integrar os quadros do BCP.

in Público - ler notícia


NOTA: iria fazer comentários, mas o tempo não está para heróis ou mártires. Leia quem sabe ler, entenda quem sabe entender - ou, como dizia o meu avô, "Não custa viver, custa é saber viver"...

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Seminário em Lisboa


SEMINÁRIOS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA MARINHA/INETI

(Alfragide)


AMANHÃ, 13 de Janeiro às 14.00 horas



Dra. Susana Costas

( Departamento de Geologia Marinha do INETI)



TITLE:

The spatial and temporal scales of change of litoral barriers - Implications for Coastal Management



ABSTRACT:

The shoreline is defined as the fragile limit between land and water. This physical interface is permanently shaped and modified by the action, interaction and retroaction of the climate, the sediment input, hydrodynamics, mean sea-level, and more recently by human intervention. The morphological response of the shoreline to these forces will depend on the temporal scale under consideration. One of the major issues in geomorphological research is the problem of linking different spatial and temporal scales of landform development. Detailed insight on beach behaviour has primarily been obtained on shorter time and length scales such as for example morphodynamic processes occurring on time scales of individual storm events. However, the integration of small- to medium (event)-scale processes to larger space and time scales has proved problematic because of the large differences in scale and the inherent nonlinear behaviour of the nearshore system. Here, the evolution of a sand-barrier is analyzed through different temporal and spatial scales using specific methodologies. The results highlight the importance of choosing an adequate temporal scale, or integrate results from different time scales to better understand coastal responses and plan future responsible management practices.


Pessoas a contactar para os seminários do DGM/INETI:

Pedro Ferreira
e-mail: pedro.ferreira@ineti.pt
Telf: 214 705 516

Mário Mil-Homens
e-mail: mario.milhomens@ineti.pt
Telf: 214 705 516

Acção dos Açores da Páscoa de 2009: ponto da situação



Terminaram as inscrições nas Escolas com prioridade para a nossa Acção de Formação (Quatro ilhas: aspectos práticos de Geologia, Vulcanismo, Sismologia, Geomorfologia, Energias Renováveis e Ambiente nos Açores) havendo, neste momento, 45 pessoas inscritas e cerca de 15 que demonstraram interesse mas ainda não o concretizaram. Isto significa que todas as pessoas que se inscreveram até sábado passado irão aos Açores - os restantes lugares (10 no máximo) ficarão para quem se inscrever o mais rapidamente possível...

Para os mais distraídos aqui ficam os ficheiros com os dados da Acção actualizados:

NOTA: Para os retardatários interessados, o meu telemóvel é 960 081 251 e e-mail fernando.oliveira.martins-arroba-gmail.com). Quanto aos formadores, estes são, novamente, os suspeitos do costume, o Fernando Martins e o Luís Costa...

ADENDA: Esta Acção de Formação já está creditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua:

QUATRO ILHAS: ASPECTOS PRÁTICOS DE GEOLOGIA, VULCANISMO, SISMOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, ENERGIA RENOVÁVEIS E AMBIENTE NOS AÇORES

Destinatários: Professores dos Grupos 230, 420, 510, 520 e 560
Nº de créditos: 2
Registo nº CCPFC/ACC-54886/09
Validade: 2011-12-15

domingo, janeiro 11, 2009

Bem bom!

Rui Reininho - Bem bom




NOTA: Rui Reininho, o vocalista dos GNR, lançou um CD (a single) intitulado Companhia das Índias e contendo este sucesso das Doce...

Ano Internacional da Astronomia - The Movie

A Gulbenkian e as comemorações do Ano de Darwin


Informação recebida da Fundação Gulbenkian sobre as comemorações do ano Darwin, dirigidas pelo Professor José A. Feijó da Universidade de Lisboa e do Instituto Gulbenkian de Ciência:

A Fundação Calouste Gulbenkian iniciou há anos as comemorações deste ano Darwin, através do seu serviço de Ciência. O projecto tem já o seu website (www.gulbenkian.pt/darwin/). Um dos colaboradores do projecto mantém um blog informal sob Darwin e Evolução em http://a-evolucao-de-darwin.weblog.com.pt/ , lançado no 199º aniversário de Darwin, a 12 de Fevereiro de 2008 (essa foi a data oficial de lançamento de quase todas as organizações internacionais, incluindo www.darwin200.org )

Estão planeadas as seguintes realizações:


A. Programa de conferências "No Caminho da Evolução"
Pensada para um público jovem, estudante, com jovens cientistas oradores nacionais. Iniciou-se em Outubro e terminará em Janeiro com intervenção de Eugénia Cunha, antropóloga da Universidade de Coimbra. Tem havido sistematicamente casa cheia (700-1000 pessoas) e vários milhares em live broadcast (http://live.fccn.pt/fcg/).


B. Concurso "De Regresso às Galápagos"
(para alunos do secundário e 3º ciclo - até 5 de Janeiro, ver webpage).


C. Programa de conferências "Darwin's Evolution".
Série internacional (com tradução simultânea), com alguns dos maiores nomes mundiais em Darwin da evolução. Decorrerá entre Fevereiro e Maio, concomitantemente com a exposição.


D. Exposição "A Evolução de Darwin" (Galeria de exposições temporárias da Fundação Gulbenkian, 12 de Fevereiro a 24 de Maio 2009).

Trata-se de uma exposição internacional com cerca de 1000 m2, incluindo uma colaboração com o American Museum of Natural History (que produzirá cerca de 30% da área da exposição replicando dois módulos da sua aclamada exposição "Darwin"- presentemente no Natural History Museum de Londres, Milão e Buenos Aires), e em que recriará todo o ambiente naturalista dos séculos XVIII e XIX, as etapas iniciais da vida deDarwin, a viagem do Beagle e a sua estadia em Londres, o longo período que viveu em Downe até à sua morte, incluindo a polémica da publicação da "Origem". Haverá uma ponte para o Evolucionismo actual, cobrindo as contribuições de Mendel, Morgan e os descobridores da estrutura do DNA e código genético, e em pano de fundo os fundadores da "síntese" que hoje se aceita e ensina (Fischer, Haldane e Sewall-Wright) bem como dos cientistas que fizeram a sua ponte unificadora com toda a Biologia (Dobzhansky, Mayr, Stebbins e Simpson). A exposição terminará com uma secção de "cartas a Darwin" escritas por cientistas contemporâneos e uma galeria final de evolução.

Ao longo deste traçado haverá elementos expositivos completamente originais, nomeadamente:
  1. A entrada será decorada com as gravuras originais de Albertus Seba e objectos naturais originais da época.
  2. Far-se-á a reconstrução do gabinete de curiosidades naturais de Ole Worm, executado pela Fundação Ricardo Espírito Santo, e recheada com exemplares de muitos museus portugueses.
  3. Todo o período pré-Darwin será ilustrado incluindo objectos originais provenientes de vários museus em Portugal,Espanha e França, e inclui um exemplar original do Systemae Naturae de Lineu, a colecção de conchas originais de Lamarck, um esqueleto de Ibis original de Cuvier, uma múmia egípcia de Ibis do Museu de Arqueologia de Lisboa, e objectos contemporâneos, como um módulo interactivo que trata a sucessão geológica, o tempo da Terra e a sucessão de fósseis, bem como outro módulo interactivo com videos tipo "morph" que tratam a questão das homologias primeiro propostas por Cuvier de grande impacto visual.
  4. Na ilustração do jovem Darwin haverá duas peças únicas no mundo: uma reconstrução de Darwin jovem (16-18 anos) feita pelo atelier Daynes (www.daynes.com), talvez o mais reputado atelier de reconstruções anatómicas-cientificas do mundo e uma reconstrução do Beagle feita no Museu da Marinha em Lisboa, que deve ser a melhor e mais realista já feita desta barco (cerca de dois metros de comprido).
  5. 5. Será montada uma galeria externa no jardim, onde o Zoo de Lisboa fará a recriação física de alguns ambientes que Darwin visitou na viagem do Beagle, com animais e plantas vivas, acompanhadas de citações do diário de viagem de Darwin.
  6. Conjunto de mapas originais de Fitzroy, cedidos pelo almirantado do Reino Unido; haverá ainda o empréstimo de um livro de notas original de Darwin, o primeiro da viagem no Beagle, aberto em Cabo Verde.
  7. Os módulos do Beagle e Londres foram produzidos fisicamente sob a supervisão do American Museum of Natural History, e serão idênticos, embora de melhor qualidade, dos que equipam a exposição americana, actualmente no Natural History Museum em Londres. Detalhes destes módulos nos sites dos respectivos museus (www.amnh.org ou www.nhm.ac.uk).
  8. O módulo de Downe incluirá instalações e peças artísticas únicas sobre algumas das obras originais de Darwin, e um módulo com toda a correspondência original de Darwin com o naturalista português Arruda Furtado (incluindo o livro de Wallace sobre biogeografia que Darwin ofereceu e dedicou a Furtado), bem como os videos originais do American Museum of Natural History sobre a vida de Darwin e Evolução. Incluirá ainda uma reinterpretação expositiva do laboratório de Darwin, que misturará videos, pontos interactivos, com orquídeas e trepadeiras vivas.
  9. Os módulos sobre Mendel (com as linhas de ervilha originais vivas) e Morgan (com moscas vivas) serão completamente originais. Inclui um projecto arquitectónico que representará o DNA como escada, um projecto do arquitecto britânico Geoffrey Packer, que incluirá pela primeira vez um "escorrega" de RNA.
  10. Os módulos dos "sintese" contarão com icones diversos e jogos de computador que utilizam as equações originais de selecção e "drifting" de Haldane e Sewall-Wright, bem como alguns princípios estatísticos de Fischer.
  11. Esta parte terminará com uma zona de "cartas a Darwin" escritas por cientistas contemporâneos.
  12. O módulo final incluirá três "time-lines", com as diferentes escalas do tempo, incluindo uma linha de evolução biológica iludstrada com alguns dos melhores fósseis existentes em museus nacionais, a evolução humana, com réplicas dos crâneos mais representativos, e outra "premiere" mundial, produzida juntamente com Londres, um vídeo sobre a árvore da vida, feito pelo Welcome Trust e narrado por Sir David Attenborough.
A exposição mereceu já alguma atenção pela "Nature" e de algumas das sua instituições mais representativas do Reino Unido (Natural History Museum, Welcome, British Council, etc.) que marcarão presença na inauguração. O percurso internacional desta exposição começará em Madrid, onde ficará de Junho de 2009 a Janeiro de 2010, no Museo Nacionale de Ciencias Naturales, com o apoio do CSIC (e outros em negociação). O projecto foi concebido para que em 2011 esta exposição possa ser convertida num núcleo sobre Evolução dum museu da área de Lisboa.


E. Programa Educativo

Foi estabelecido um protocolo com o Ministério de Educação. Para além de divulgar todas estas iniciativas, com o resultado prático de, a mais de um mês da abertura, a maior parte das 600 visitas programadas estarem praticamente esgotadas, é divulgado um "pacote educativo" que será distribuído a todos os professores que visitem a exposição ou o solicitem, incluindo uma biografia da autoria de Janet Browne, um livro sobre evolução do artista canadiano Daniel Loxton, manuais de visita adaptados aos vários níveis de ensino, uma tradução do artigo original do Dobzhansky no "Biology Teacher" sobre a relevância da evolução para a biologia bem como uma separata recentemente editada pela "Nature" sobre vinte preciosidades da evolução.

Responsável: Prof. José A. Feijó, Dep. Biologia Vegetal, Fac. Ciências, Universidade de Lisboa
1749-016 Lisboa e Instituto Gulbenkian Ciência, 2780-156 Oeiras


Contacto para conteúdos e questões científicas: darwin@igc.gulbenkian.pt
Contacto para visitas e logística: darwin@gulbenkian.pt
Website: www.gulbenkian.pt/darwin/



Copyright da imagem: "Copyright 2009 Photo : S.Plailly / Eurelios – Reconstitution Atelie Daynès Paris"

Post original publicado no Blog De Rerum Natura

qual relógio de sol em tempo brusco


Recebido via Internet:

2009 – "qual relógio de sol em tempo brusco"

Respigando os dados para Almanaques do Observatório Astronómico de Lisboa, e tomando como referência o calendário gregoriano, o dia 14 de Janeiro corresponde ao dia 1 de Janeiro do calendário juliano. O ano 2009 da era vulgar, ou de Cristo, é o 9.º do século XXI e corresponde ao ano 6722 do período juliano, contendo os dias 2 454 833 a 2 455 197. O ano 7518 da era bizantina começa no dia 14 de Setembro. O ano 5770 da era israelita começa ao pôr do Sol do dia 18 de Setembro. O ano 4646 da era chinesa (ano do búfalo) começa no dia 26 de Janeiro. O ano 2785 das Olimpíadas (ou 1º da 697ª), começa no dia 14 de Setembro, ao uso bizantino. O ano 2762 da Fundação de Roma "ab urbe condita", segundo Varrão, começa no dia 14 de Janeiro. O ano 2758 da era Nabonassar começa no dia 21 de Abril. O ano 2669 da era japonesa, ou 21 do período Heisei (que se seguiu ao período Xô-Uá), começa no dia 1 de Janeiro. O ano 2321 da era grega (ou dos Seleucidas) começa, segundo os usos actuais dos sírios, no dia 14 de Setembro ou no dia 14 de Outubro, conforme as seitas religiosas. O ano 2047 da era de César (ou hispânica), usada em Portugal até 1422, começa no dia 14 de Janeiro. O ano 1931 da era Saka, no calendário indiano reformado, começa no dia 22 de Março. O ano 1726 da era de Diocleciano começa no dia 11 de Setembro. O ano 1431 da era islâmica (ou Hégira) começa ao pôr do Sol do dia 17 de Dezembro.

Já se quiser ver o próximo eclipse total do sol, a 21-22 de Julho, terá que estar nessa altura na Índia, Nepal, China ou algures no Pacífico onde a sua "faixa de totalidade" passe. Isso faz-nos lembrar breu, penumbra sombra, luz, relógios de sol.

Em tempo de crise, nada melhor do que citar Joaquim Fortunato de Valadares Gamboa, poeta menor português que em 1791 dava à estampa em Lisboa o seguinte poema:

Que relógio de sol, que serventia
Ter não pode de alguma utilidade
Quando o dia está brusco, e na verdade
Ninguém faz dele caso nesse dia:
Assim se da pobreza a mão sombria
Faz no homem qualquer escuridade
Em lhe faltando do ouro a claridade
É dos outros desprezo e zombaria:
Dos planetas mais nobre é o sol louro;
O ouro dos metais; e está mais fusco,
Que relógio sem sol, homem sem ouro:
Disto exemplos alheios eu não busco;
pois me vejo que estou, com vil desdouro,
Qual relógio de sol em tempo brusco.

Pois que 2009 não seja um eclipse total e que a luz do sol volte depressa, dizemos nós.


Um cartoon do frio norte

Publicamos o seguinte post do Blog De Rerum Natura, de autoria do Doutor Carlos Fiolhais:



Todos estarão lembrados da polémica em torno dos cartoons de Maomé publicados por um jornal dinamarquês. Agora chegou à minha caixa do correio, também do frio Norte da agora tão fria Europa, um cartoon que, embora noutra escala, pode provocar polémica. Não sei mesmo se não será considerado blasfemo por alguns...

Aqui no "De Rerum Natura" gostamos da polémica. Não, não pensem que eu penso que não haja aquecimento global. Já escrevi que há, embora não porque o Al Gore diga que haja. E também não pensem que sou a favor da queima de livros, até porque dirijo uma grande biblioteca e sou absolutamente contra todos os "Fahrenheits 451". Os livros, mesmos os que alguns declaram mentirosos, são para preservar. Sou a favor da liberdade de expressão, incluindo a liberdade de expressão dos cartoonistas.

Profundamente errado - o ME (e DREN) em todo o seu explendor...

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:

A decisão final do processo disciplinar aos alunos da Escola do Cerco tem, independentemente de outros aspectos mais ou menos passíveis de discussão, um erro enorme e uma mensagem implícita profundamente perturbadora.

A aluna que filmou a ocorrência é quem levou o castigo maior (oito dias, em vez dos cinco para os alunos que praticaram os actos), alegadamente porque terá mentido sobre a gravação.

Pois, sim, sabemos…

Eu acredito mesmo no coelhinho da Páscoa.

A mensagem clara é: façam o que fizerem (batam, esfolem, intimidem, gozem, brinquem, desrespeitem) mas, por favor, não filmem e muito menos divulguem para que se saiba.

Note-se que os factos já eram do conhecimento do órgão de gestão da escola (que os conheceu no próprio dia), só sendo despoletado o procedimento disciplinar quando a situação transbordou para a opinião pública.

Absolutamente lamentável.

Palestra em Coimbra


Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra, via Blog De Rerum Natura:


Relações Científicas entre Portugal e o Brasil após a Reforma Pombalina


PALESTRA

14 JANEIRO 2009

14.00 horas

ENTRADA LIVRE


Há dois séculos, pela primeira e única vez na História, uma Corte europeia mudava-se para o continente americano. Iniciava-se dessa forma um período de grande vitalidade no desenvolvimento da Ciência tanto em Portugal como no Brasil.

Neste colóquio, iremos conhecer de perto algumas figuras chave desse período, nomeadamente Domingos Vandelli (1735-1816), figura fundamental no desenvolvimento da História Natural e da Química em Portugal, José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), que na Universidade de Coimbra ocupou a cátedra de Metalurgia, e finalmente o naturalista luso-brasileiro Alexandre Antonio Vandelli (1784-1859), filho de Domingos Vandelli e genro de Andrada e Silva, que foi Mestre de “Botânica e Princípios de Ciências Naturais” junto do Imperador D. Pedro II e da família Imperial.

Programa:

Os brasileiros na Reforma Pombalina da Universidade
por Décio Martins
Dep. de Física, FCTUC

O Laboratório Chimico e o Colégio de Jesus: Espaços de Ensino e Divulgação da Ciência (aguarda confirmação)
por Catarina Pires
Universidade de Coimbra

Sobre a vida e a obra de José Bonifácio de Andrada e Silva
por Martim Portugal
Dep. de Ciências da Terra, FCTUC

Domingos Vandelli e a Ciência das "Utopias" científicas
por António Amorim da Costa
Dep. de Química, FCTUC

Vida e Obra do naturalista Alexandre Antonio Vandelli
por Adílio Jorge Marques
Dep. de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro


NOTA: Durante o colóquio, terá ainda lugar uma visita guiada às colecções de Mineralogia e de Zoologia da Universidade de Coimbra.

sábado, janeiro 10, 2009

Os nossos parabéns ao Sorumbático

O Blog Sorumbático fez, no passado dia 5 de Janeiro, quatro anos. Um dos mais interessantes e divertidos blogues portugueses, tem, para com os seus leitores, uma atitude simpática, dando muitas prendas aos seus leitores atentos - dois elementos deste blog ganharam nesse dia dois excelentes livros do Doutor Galopim de Carvalho...!

Para além do seu principal responsável (Carlos Medina Ribeiro) tem imensos colaboradores (para além do Doutor Galopim de Carvalho, há ainda textos de António Barreto, Helena Roseta, Antunes Ferreira, Miguel Viqueira, Joaquim Letria, Maria Filomena Mónica, Pedro Barroso, Alfredo Barroso, J. L. Saldanha Sanches, Nuno Brederode Santos, Carlos Pinto Coelho, Carlos Barroco Esperança, Nuno Crato, Manuel João Ramos, Alice Vieira e Baptista-Bastos). Curiosamente alguns destes autores que publicam aqui os seus textos têm agora blogues semi-autónomos - como o Sopas de Pedra, de Galopim de Carvalho, Jacarandá, de António Barreto, Histórias de Chorar por Mais, de Joaquim Letria ou Traço Grosso, de Alfredo Barroso.

Ao Sorumbático os nossos parabéns e agradecimentos, pelos fantásticos posts que publicaram nos primeiros 4 anos de vida e pelos muitos mais ainda irão publicar!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Uma música portuguesa muito bonita

João Portugal - Foste tu



Uma estrada colorida,
uma história tão vivida,
um livro aberto...
Foste tu!
A saudade a toda a hora,
não me mata mas devora
os meus sentidos...
Foste tu!

Não te vou esquecer,
nem fugir de ti...
Amar, às vezes, faz doer...
Amor faz-me pensar em ti!

Eras pedra preciosa,
sensatez,
alguém que um dia despertou em mim...
Foste tu!
Tinhas o dom de seduzir,
o dom de amar e persistir na minha ausência...
Foste tu!

Não te vou esquecer,
nem fugir de ti...
Amar, às vezes, faz doer...
Amor faz-me pensar em ti!

Entre a paixão e o adeus
foi tão difícil para mim,
se te magoei não foi por mal...
Ainda espero por ti,
talvez um dia um sinal...

É tão bom olhar para trás,
recordar e passar em tantos sítios...
que eram nossos!
Ainda tenho o teu anel,
da cor da tua pele e desse beijo...
que era meu!

Não te vou esquecer,
nem fugir de ti...
Amar, às vezes, faz doer...
Amor faz-me pensar em ti!

Não te vou esquecer,
nem fugir de ti...
Amar, às vezes, faz doer...
Amor faz-me pensar em ti!

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Galileu morreu faz hoje 367 anos

Publicamos o seguinte post, em estereofonia com o Blog AstroLeiria, recordando a morte do cientista cujos feitos celebramos neste Ano Internacional da Astronomia:


Citando a Wikipédia:

Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei, Pisa, 15 de fevereiro de 1564Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano que teve um papel preponderante na chamada revolução científica.

Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refractor e terá sido o primeiro a utilizá-lo para fazer observações astronómicas. Com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contributo de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.

Desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o percursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstracto utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".


Neste Ano Internacional da Astronomia não poderíamos esquecer esta data - recordemos o grande homem que foi Galileu com um poema de António Gedeão:


Poema para Galileo

Estou olhando para o teu retrato, meu velho pisano,
aquele retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...
Eu sei... Eu sei...
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar – que disparate, Galileo!
– e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação –
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente; Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
a meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai, Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juizes, grandes senhores deste pequeno mundo.
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.

in Linhas de Força (1967)- António Gedeão

quarta-feira, janeiro 07, 2009

A descoberta do satélites de Júpiter foi há 399 anos

Faz hoje 399 anos que Galileu Galilei se lembrou de apontar a sua fraca luneta para Júpiter e descobrir 3 (mais tarde quatro...) pequenas estrelinhas próximas - tinha descoberto os satélites ditos de Galileu.



Para ajudar, aqui fica cópia do registo original (em cima e em italiano) do grande cientista e foto dos seus satélites (em baixo, da esquerda para a direita, respectivamente - Io, Europa, Ganimedes e Calisto):


Uma surpresa para a minha mana velha

Táxi - Fio da Navalha

Trabalho nos Açores para geólogos


terça-feira, janeiro 06, 2009

Seminário em Lisboa

SEMINÁRIOS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA MARINHA/ INETI

(Alfragide)



7 de Janeiro de 2009
14.00 horas



Dr. João Canário
( IPIMAR / INRB)


Ciclo Biogeoquímico do Mercúrio no Ambiente – Case Studies



ABSTRACT

As concentrações de contaminantes no ambiente aumentaram significativamente desde o desenvolvimento da Revolução Industrial. O mercúrio é um metal que causa elevada preocupação ambiental particularmente devido à sua capacidade de se acumular nos tecidos dos organismos vivos, em particular dos organismos aquáticos. Embora as fontes antropogénicas de mercúrio se localizem principalmente em zonas industriais e urbanas, a dispersão deste metal no ambiente é feita sobretudo por via atmosférica (Hgº) ou através do ciclo hidrológico (Hg inorgânico e metilmercúrio). Como resultado, ecossistemas bastantes distantes de fontes antropogénicas de Hg são actualmente alvo de preocupação da comunidade científica devido aos valores elevados de mercúrio encontrados em organismos.

Nesta comunicação, pretende-se transmitir uma ideia geral sobre o ciclo do mercúrio no ambiente, referindo-se como “case studies” três ecossistemas bastante diversos. Um ecossistema estuarino (Estuário do Tejo), um ecossistema de água doce (Lago St. Louis, Canadá) e um ecossistema extremo (Árctico), cuja contaminação provém do essencialmente da dispersão do mercúrio por via atmosférica. Para cada um deles, abordar-se-á a componente abiótica (sedimentar e coluna de água) e biótica (metilação, e bioacumulação nos organismos).


Pessoas a contactar para os seminários do DGM/INETI:

Pedro Ferreira
e-mail: pedro.ferreira@ineti.pt
Telf: 214 705 516

Mário Mil-Homens
e-mail: mario.milhomens@ineti.pt
Telf: 214 705 516

Música para o Dia de Reis (no Ano Internacional da Astronomia)

Chris de Burgh - A Spaceman Came Travelling

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Música dos anos oitenta para Geopedrados

Kool & the Gang - Fresh (live TOTP 1985)

Novo Museu em Leiria...?!?

Esqueleto de uma criança com cerca de 25 mil anos
Arqueologia: "Menino do Lapedo" regressa a Leiria em 2010
04.01.2009 - 11h21 Lusa


O "Menino do Lapedo", o esqueleto de uma criança com cerca de 25 mil anos descoberto há uma década em Santa Eufémia, Leiria, deve regressar ao concelho em 2010, quando estiver concluído o Museu de Arqueologia.


"Esperamos, com a criação do Museu de Arqueologia, que deve estar pronto no final de 2010, ter as condições para receber o 'Menino do Lapedo'", revelou o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Leiria, Vítor Lourenço.

O museu, cujo investimento previsto é de 2,3 milhões de euros, ficará instalado no Convento de Santo Agostinho, na cidade de Leiria, e "vai ter o 'Menino do Lapedo' como peça principal", garantiu o autarca, que reconheceu: "Sem ele não faria sentido inaugurar o espaço". "Não queremos levar a réplica", ironizou ainda Vítor Lourenço, lembrando que o achado está "à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico".

A réplica é a maior atracção do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho, que completa amanhã o primeiro aniversário sobre a inauguração em Santa Eufémia, próximo do sítio arqueológico com o mesmo nome, onde foi encontrada a primeira sepultura do Paleolítico Superior na Península Ibérica.

Até à passada sexta-feira, o centro recebeu "cerca de cinco mil visitantes", adiantou o vereador da Câmara Municipal de Leiria, que se afirmou "muito satisfeito" com os números.

O autarca destacou que o centro é visitado por um grande número de alunos, mas também por pessoas interessadas no estudo do património arqueológico e natural do Vale do Lapedo.

Além de um espaço dedicado ao "Menino do Lapedo", o centro faz a contextualização do achado, podendo-se observar objectos que explicam a história de há 25 mil anos.

O visitante é ainda "atraído" ao património natural do Vale do Lapedo.

Entretanto, Vítor Lourenço não esconde o desejo de ver o sítio arqueológico Abrigo do Lagar Velho classificado como monumento nacional, admitindo mesmo que tal possa estar "para breve". "Todo o trabalho que sistematiza a decisão está feito", referiu o responsável, destacando que a eventual classificação "vem confirmar a importância do achado".

Por outro lado, lembrou a sua "importância para a protecção do local", como para continuar a potenciar os "trabalhos de investigação no vale", que definiu como "um pequeno 'Canyon' geológico".

O vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria apontou a hipótese de classificação também como uma forma de potenciar a candidatura do Vale do Lapedo a Património Mundial da UNESCO. Lembrou, contudo, que este é um "trabalho moroso", apontando a necessidade de primeiro "desenvolver mais conhecimentos" da zona, não apenas do ponto de vista arqueológico como natural.

Antes, vai nascer um centro de apoio aos trabalhos arqueológicos no vale, a instalar numa escola do primeiro ciclo desactivada na freguesia de Santa Eufémia, assim como um centro de investigação em arqueologia no futuro museu, adiantou Vítor Lourenço.

Este centro de investigação pretende ser o "motor" dos trabalhos a desenvolver no Vale do Lapedo, esclareceu Vítor Lourenço, justificando a importância do investimento: "O nosso ouro negro é o património arqueológico".

in Público -ler notícia (foto Fernando Martins)