sexta-feira, julho 19, 2024

Degas nasceu há 190 anos

Auto-retrato, Museu de Orsay

Edgar Hilaire Germain Degas (Paris, 19 de julho de 1834 - Paris, 27 de setembro, 1917) foi um gravurista, pintor e escultor francês. É conhecido sobretudo pela sua visão particular no mundo do ballet, sabendo captar os mais belos e subtis cenários. É ainda reconhecido pelos seus célebres pastéis e como um dos fundadores do impressionismo. Muitos dos seus trabalhos conservam-se hoje no Museu de Orsay, na cidade de Paris, onde o artista nasceu e faleceu. Se o quisermos classificar na história da arte, a maioria das obras consagradas de Degas ligam-se ao movimento impressionista, formado em França nos fins do século XIX, em reação à pintura académica da época. Com ele estavam Claude Monet, Paul Cézanne, August Renoir, Alfred Sisley, Mary Cassatt, Berthe Morisot e Camille Pissarro, que, cansados de serem recusados nas exposições oficiais, se associaram e criaram a sua própria escola para poderem apresentar as sua obras ao público.
A origem e a formação de Edgar Degas jamais sugeriam que ele viesse a ser um revolucionário, que de uma forma tão morta satirizou e reformulou as perceções visuais das pessoas do seu tempo. Nasceu no seio de uma família da alta-burguesia. O seu pai, René Auguste de Gas, geria uma sucursal de um banco napolitano que pertencia à família.
Com onze anos os pais puseram-no num bom colégio, da típica alta sociedade, mas, só quando se inscreveu no Lycée Louis Le Grand, começou a perseguir um sonho chamado «Arte». Com dezoito anos, numa sala da mansão dos seus pais, formou um atelier onde concebeu alguns dos melhores trabalhos do início da sua carreira. Não pintava muito na escola, pois tinha bem assente a sua posição social, e os pais relembravam-lhe constantemente que era um aristocrata. Cansado, saiu do liceu aos vinte anos de idade, com outros planos em mente.
Com Louis Lamothe estudou desenho. Foi esse artista quem lhe serviu de conselheiro durante os primeiros anos da sua carreira e que lhe fez florescer o gosto iminente por Dominique Ingres. Nos anos próximos, Degas foi admitido na École des Beaux-Arts, em Paris.
Entusiasmado, empreendeu uma viagem à Itália onde teve contacto com as obras de Rafael Sanzio, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Andrea Mantegna - tanto que chegou mesmo a fazer um quadro cujo título era «A crucifixação de Mantegna» - entre outros artistas da Renascença.
Durante esta viagem concebeu um dos seus melhores trabalhos: Retrato da família Bellelli, quadro cuja preparação lhe roubou mais de dois meses, tendo esboços de todos os membros da família aristocrata italiana. Com esta pintura Degas descreveu extraordinariamente o carácter psicológico da baronesa, que contrasta visível e implacavelmente com o do barão. A baronesa confina-se a olhar enaltecidamente para uma janela que somente se sabe que ali está devido ao espelho, em pose burguesa. O barão, mais velho que a esposa, mira encarecidamente a sobrinha sentada. A par deste quadro, não se cansou de retratar os membros da sua família, incluindo o seu avô, Hilaire Germain de Gas, o patriarca da família De Gas.
Retornado a Paris, com a soberba imponência de quem travou conhecimento com o grande Gustave Moreau, visitou várias vezes o Louvre onde estudou concisamente a obra de Delacroix e de Dominique Ingres. Este último era, por assim dizer, «idolatrado» por Degas. Com tudo isto conheceu um homem que se viria a revelar um grande amigo e que o marcaria até ao final dos seus dias: Edouard Manet. Pintor francês, nascido em 1834 e falecido em 1917, ligado à geração do Impressionismo, mas que dificilmente pode ser considerado um verdadeiro impressionista. Assimilou a lição das obras dos velhos mestres, nas viagens por Itália, e conservou a admiração por Ingres, no traço e no estilo linear. Degas apreciava tudo o que era fora do comum. Chocava por uma paleta discordante, nos dizeres do público da época, em que era capaz de colocar lado a lado um violeta intenso e um verde ácido. A escolha dos temas era frequentemente pouco convencional. Influenciado pela estética naturalista, retratou a vida parisiense, nos seus vícios, como em O Absinto (1876-77), e costumes. A frequência da vida noturna de Paris, e principalmente da Ópera, levou-o a multiplicar os ângulos de visão e os enquadramentos insólitos, que mais tarde o cinema e a fotografia iriam banalizar. Em A Bailarina (1876), Degas exprime a beleza fugidia da dança, e neste aspeto pode considerar-se que está a ser "impressionista". Embora a bailarina se encontre completamente à direita, a composição é assimetricamente equilibrada pela mancha escura do que será o chefe do corpo de baile. Tradicionalmente, a arte ocidental respeita a unidade de composição. As formas surgem ligadas a outras formas, criando um movimento ou um conjunto de linhas no espaço. A arte oriental, pelo contrário, baseia essa relação no acentuar de certos grafismos ou cores e levando em linha de conta o espaço "entre", o vazio. Degas não deixou de tomar conhecimento da exposição de gravuras japonesas realizada em Paris em 1860, assimilando o delicado traço das composições. Os objetos deixam de ser olhados como objetos em si, a retratar fielmente, mas são representados pelas qualidades pictóricas que podem emprestar ao conjunto do quadro. Nas numerosas versões de Depois do Banho, é desenvolvido o tema de mulheres fazendo a toilette. O pintor experimenta vários processos técnicos: a aguarela, o pastel, a água-forte, a litografia, o monotipo. Nos últimos anos, devido às dificuldades de visão, trabalhou quase exclusivamente com cera, pastel e barro. A sua paleta ganhou mais força e luminosidade, enquanto as formas se simplificaram.
Começara, de vez, o impressionante percurso artístico de Edgar Degas.
 
Cavalo de Corridas diante das tribunas, 1879, Museu d'Orsay, Paris
 
Percurso artístico
Depois da sua longa visita a Itália, onde não se absteve de estudar e até mesmo copiar as obras dos mais distintos pintores do Renascimento italiano, Degas regressou a Paris. Entusiasmado pela arte renascentista e barroca, passou a ir frequentemente ao Museu do Louvre, onde estudou as obras de pintores, seus precedentes, de toda a Europa, sem exceptuar Nicolas Poussin, Dominique Ingres, Leonardo da Vinci, Hans Memling, Ticiano, Anthony van Dyck, Joshua Reynolds, Hubert Robert, John Constable e outros mestres.
As pinturas deste período, cópias das obras dos precedentes pintores ou inspiradas nas obras dos mesmos, começaram a encarar o sucesso e foram até aceitas no Salon. Degas era reconhecido como um convencional e eclético pintor parisiense do Salon.
Mas, em 1870, a vida de Degas mudou algo, aquando da Guerra Franco-Prussiana. Na guerra, entre duas das maiores potências europeias - embora em declínio - que Degas serviu, na Guarda Nacional, na artilharia, agindo na defesa de Paris. Estava ali junto de Henri Rouart. Os dois ficaram instalados na casa de uns amigos da família De Gas (ou, abreviadamente, Degas), de nome Valpiçon. Foi aqui, em Ménil-Hubert, na Normandia, que Degas trabalhou em Retrato da jovem Hortense Valpiçon. O quadro revela uma assimetria semelhante a A dama dos crisântemos, que, por sua vez, retrata a mãe de Hortense, a famosa Madame Valpiçon. Esta temporada marcou o interesse maior do aristocrata pela pintura histórica.
Depois da Guerra - e para descansar - Degas retirou-se para Nova Orleans, via Londres, com o seu irmão René (que tinha o mesmo nome que o pai), onde o tio estava imigrado e mantinha um negócio de algodão. Ali concebeu um vasto número de trabalhos antes de retornar a Paris, entre A Bolsa de algodão de Nova Orleans, O pedicuro (que tem-se como mais um dos incansáveis estudos da vida quotidiana proferidos por Degas) e Negociantes do algodão em Nova Orleans. Regressou à sua cidade natal no ano de 1873, depois de permanecer cerca de cinco meses nos Estados Unidos.
Depois de tantos anos dedicado à pintura Degas quis, a par dessa atividade, experimentar uma nova ocupação. Vendo-se em favorável posição social, Degas teve acesso às mais contemporâneas tecnologias e modas. Recentemente inventada, a Fotografia também atraiu o francês. Mas por pouco tempo. De opinião conservadora, digna de um verdadeiro aristocrata, reinventou-se como colecionador de arte e comprou vários trabalhos de Paul Gauguin, Van Gogh e Paul Cézanne, o que demonstra a aptidão que tinha para a escolha de tons vivos e fortes e a «força» que estes exercem sobre si. Criou então uma coleção, hoje, de imenso valor comercial.
Como já foi dito explicitamente, Degas gozou de uma grande estabilidade monetária. Todavia somente gozou de tanta estabilidade até 1874, aquando da morte do seu pai. Tendo herdado algumas dívidas, Degas viu-se na obrigação de vender a sua coleção de arte. Mesmo assim não deixou de parte os seus luxos, incluindo os criados, os quais retratava frequentemente. A sua governanta era Zoé Cloisier.
Em 1874, após a morte do pai, Degas precisava de ajuda para a concretização de uma exposição onde pudesse exibir as suas pinturas. A exposição, a princípio um acontecimento simples, que não deveria chamar muita atenção, acabou por se transformar na Primeira Exposição Impressionista, onde Degas se apresentou com trabalhos como Nas corridas e Cavalos de corridas. Ambas as obras estão hoje em exibição em museus: a primeira no Museum of Fine Arts, em Boston, e a segunda no Museu de Orsay, em Paris. Degas e os demais impressionistas protagonizaram mais sete exposições, a última em 1886. Degas participou em todas, sem exceção. Na maioria das exposições, Degas foi ali inserido sob alçada de Manet, o seu «amigo rival».
Depois destas exposições o mundo havia, de certo, mudado. As pessoas renovaram a sua visão da arte e foram se acostumando àquelas pinturas que a «boa-sociedade» tinha como imprudentes, escandalosas (as de Edouard Manet) e até mesmo imorais, objetos incitadores de revoluções. E de facto, os impressionistas foram mesmo revolucionários: revolucionaram a maneira muito conservadora de ver a arte, mudaram a visão naturalista que as pessoas tinham do Mundo que as rodeava, deram o primeiro passo para a Arte Moderna
Apesar de Degas, ao longo da sua vida, ter sido conservador tanto nas opiniões quanto na própria forma de vida, as transformações que sofreu, tal como com a maioria dos outros impressionistas, viriam, de facto, a transformar-se na «alavanca» do Modernismo.
 
Estilo artístico
Degas é considerado vulgarmente como um dos impressionistas, todavia, tal afirmação revela-se um erro, visto que o autor nunca adotou o leque de cores típico dos impressionistas, proposto por Monet e Boudin, e para além disso desaprovou vários trabalhos seus. Pelo contrário, Degas misturava o estilo impressionista - inspirado em Manet - com inspirações conservadoras, com bases assentes na Renascença italiana e no Realismo francês. Mas à semelhança de muitos modernistas - desta época ou de outras, veja-se Matisse, que viveu posteriormente -, inspirou-se muito nas odaliscas de Dominique Ingres.
Na primeira exibição impressionista, Degas constava na lista dos que ali tinham obras expostas. As suas obras reuniam uma gama de influências vastas e sem semelhança, onde sobressaem as gravuras japonesas e os torneados humanos de Dominique Ingres. Como é de notar os quadros de Degas não surpreenderam tanto como os de Monet, por exemplo. O público não se espantava tanto com as suas pinturas; eram tão mais delicadas, sem a agressividade que viram nos outros trabalhos, fazia-lhes até lembrar a pintura histórica, os grandes mestres italianos e o encanto dos franceses do setecento.
Degas ficou conhecido por muito pintar bailarinas, principalmente, cavalos, retratos de família - dos quais o mais conhecido é Retrato da Família Bellelli - ou individuais (por exemplo, o Retrato de Edmond Duranty), cenas do quotidiano parisiense e cenas domésticas, como o banho (como A banheira), paisagens e pela burguesia de Nova Orleans. Todavia, durante algum tempo Degas aplicou-se a pintar as tensões maritais, entre homem e mulher (recorde-se O estupro e O amuo).
Na década de 60, Degas adquire finalmente o estilo que o tornaria famoso e diferente dos seus colegas: a pintura histórica. Apesar desse particular não deixou de continuar a pintar as cenas de ópera e concertos, mulheres e finalmente, as bailarinas. Sim, as famosas bailarinas que o tornaram um pintor de renome. Desta série que perdurou ao longo do final do seu glorioso percurso artístico, as mais famosas pinturas são, sem dúvida, A primeira bailarina e A aula de dança. Nestes trabalhos o francês aplicou-se vivamente nos tons vibrantes, que vigoraram vulgarmente ao longo da sua vida. Porém, durante este período os seus trabalhos tornaram-se muito expressivos, alarmantes, assustadores. Veja-se o caso do primeiro. A bailarina parece que voa e o ambiente em torno dela é inspirador e implacável. Um quadro vivo, uma obra-prima inquestionável.
É impossível esquecer Músicos da Ópera, uma verdadeira cena saída de um conto literário. Um particular interessante na pintura de Degas é o facto de conceder a cada personagem dos seus trabalhos uma atmosfera brilhante e eclética que faz com estas pareçam reais, móveis, tocáveis, inexplicáveis. Degas era, incontestavelmente, um mestre da pintura. Músicos da Ópera não foge à regra.
Até aqui era frequente utilizar pastel, todavia, durante a década de 70 era mais frequente a pintura a óleo, nos seus trabalhos.
Devido à sua brilhante técnica, hoje, as pinturas de Edgar Degas são das mais procuradas pelos compradores de todo o Mundo. Em 2004 um trabalho de Degas de nome As corridas no Bosque de Boulonha foi vendido na Sotheby's pela quantia espantosa de cerca de 10 milhões de Euros, ao lado de O tomateiro, de Pablo Picasso e de alguns outros trabalhos do seu eterno «amigo-rival» Edouard Manet.
     

A pequena bailarina de catorze anos, escultura forjada em bronze a partir da imagem em cera exibida na Mostra Impressionista de 1881
        
A pequena bailarina
E depois de A pequena bailarina de catorze anos, Degas marca o início da sua independência do grupo dos impressionistas. Deixa-os para trás. Aquilo para ele era somente uma brincadeira, com a qual se tornou reconhecido na Europa.
Ao exibir esta escultura deixou os seus colegas chocados, como toda a «boa sociedade» da época. A bailarina representada era um dançarina da Ópera que Degas conheceu. A sua família era miserável, tendo mesmo uma irmã prostituta. Estudou balett até aos dezasseis anos, já depois de Degas a ter esculpido, até que teve que se prostituir para conseguir viver.
Escandalizado, Degas fez com que a bailarina muito jovem se deixasse desenhar. Começou com simples esboço, depois as telas e depois, uma escultura revolucionária que viria a mudar o mundo. Degas fê-la com o propósito de deixar bem marcados na cera (material com que esculpiu a bailarina) os seus sentimentos face àquela miséria fútil, na qual viviam milhares de parisienses. A sua face mostra o árduo trabalho com o qual conviveu.
Ao exibí-la, chocados, todos perguntavam o porquê de estar ali exposta aquela escultura. Aquilo comovia a sociedade, remexia-lhes o peito, fazia-os tristes, não queriam olhar. Por outro lado, esta escultura foi o primeiro trabalho nesta área da arte que incluiu uma roupa real, desta feita uma saia.
A partir daí, o Mundo começou a refletir sobre aquele aristocrata que se atreveu a provocar a sociedade e Degas foi, de algum modo, rejeitado e até mesmo humilhado. Mas ninguém se pôde esquecer que ele mudara a visão conservadora e eclética do mundo, e não se esqueceu de publicitar e de tornar públicos os problemas deste. Anos mais tarde, a famosa escultura tornou-se um ícone desta forma de Arte.
Impossível é deixar de referir que Edgar Degas foi um dos maiores revolucionários da arte do século XIX e de todos os tempos. 
   
Exportadores de algodão - 1873
     

Brian May comemora hoje 77 anos

  
Brian Harold May (Londres, Inglaterra, 19 de julho de 1947) é um músico inglês e também astrofísico, mais conhecido por ser o guitarrista, compositor, fundador e, ocasionalmente, vocalista, da banda britânica de rock Queen. Também construiu uma guitarra, conhecida como Red Special. Algumas de suas composições para o grupo mais famosas são "We Will Rock You", "Tie Your Mother Down", "The Show Must Go On", "I Want It All" e "Who Wants to Live Forever".
Em dezembro de 2005 Brian foi homenageado com um CBE Commander, da Ordem do Império Britânico, por Sua Majestade a Rainha, em reconhecimento dos seus serviços para a música e obras de caridade. Após isso, concluiu o seu doutoramento em Astrofísica no Imperial College em 2007 e e foi chanceler da Liverpool John Moores University entre 2008 e 2013. É também defensor ativo dos direitos dos animais.
Em 2005 um inquérito da revista Planet Rock elegeu Brian como o sétimo melhor guitarrista de todos os tempos. Também foi considerado o 26º melhor guitarrista de todos os tempos, segundo a revista norte-americana Rolling Stone, enquanto a Guitar World, através dos seus leitores, pô-lo no segundo lugar em 2012.
     

 


quinta-feira, julho 18, 2024

Roma ardeu há 1960 anos...

Fire in Rome - Hubert Robert

  
O grande incêndio de Roma teve início na noite do dia 18 de julho de 64 d.C., afetando 10 das 14 zonas (rioni) da antiga cidade de Roma, três das quais foram completamente destruídas.

O fogo alastrou-se rapidamente pelas áreas mais densamente povoadas da cidade, com as suas ruelas sinuosas. O facto de a maioria dos romanos viverem em ínsulas, edifícios altamente inflamáveis devido à sua estrutura de madeira, de três, quatro ou cinco andares, ajudou à propagação do incêndio.

Nestas condições, o incêndio prolongou-se por seis dias seguidos até que pudesse ser controlado. Mas por pouco tempo, já que houve focos de reacendimento que fizeram o incêndio durar por mais três dias. O antigo Templo de Júpiter Estator e o lar das Virgens Vestais foram destruídos, bem como dois terços da antiga cidade.
    
Nero e o incêndio de Roma

Existem várias versões sobre a causa do incêndio. A versão mais contada é a de que os moradores que habitavam as construções de madeira usavam do fogo para se aquecer e se alimentar. E por algum acidente, o fogo se alastrou. Para piorar a situação, ventos fortes arrastavam o fogo pela cidade.

Outra versão famosa, é de que o imperador Nero teria ordenado o incêndio com o propósito de construir um complexo palaciano, já que o senado romano havia indeferido o pedido de desapropriação para a obra. Há ainda a versão, concebida por romancistas cristãos posteriores que, atribuindo ao imperador a condição de demente, pretende que ele provocou o incêndio para inspirar-se, poeticamente, e poder produzir um poema, como Homero ao descrever o incêndio de Tróia.

Segundo algumas fontes, enquanto o fogo consumia a cidade, Nero contemplava o cenário, tocando com sua lira. Esta cena é retratada no romance Quo Vadis.

Há ainda uma versão da história que cita que, no momento do incêndio, Nero estava noutra cidade e, ao saber do ocorrido, retornou a Roma, esforçando-se para socorrer os desabrigados, inclusive mandando abrir os jardins de seu palácio para acolhê-los.

Todavia, o facto de, posteriormente, ter usado os seus agentes para adquirir, a preço vil, terrenos nas imediações de seu palácio, com a provável intenção de ampliá-lo, tornou-o suspeito, junto ao povo, de ter responsabilidade no sinistro.

Para Massimo Fini, Nero teria sido caluniado, por historiadores romanos e cristãos, nesse episódio do grande incêndio de Roma.

 

Representação do Grande Incêndio de Roma, tendo à frente Nero e por detrás as ruínas da cidade em chamas, num quadro de Karl Theodor von Piloty (circa 1861)

Os cristãos e o incêndio de Roma

Não se sabe ao certo o momento e as razões que levaram os cristãos a serem acusados de responsáveis pelo incêndio. Historiadores cristãos e também romanos (como Tácito e Suetónio, cujas obras denotam acentuada antipatia pelo imperador) sustentam que se tratou de uma manobra de Nero, para desviar as suspeitas de sua pessoa. Uma vez que a tese de "incêndio criminoso" se disseminara, era necessário encontrar os culpados, e os cristãos podem ter-se tornado "bodes expiatórios" ideais, pelo facto de serem mal vistos em Roma. De facto, Suetónio relata que as crenças cristãs eram tidas, na época, como "'superstição nova e maléfica'" enquanto Tácito, embora acusando Nero de ter injustamente culpado os cristãos, declara-se convencido de que eles mereciam as mais severas punições porque cometiam "infâmias" e eram "inimigos do género humano".

Hoje a Igreja Católica celebra a memória desses "Santos Protomártires" todos anos, no dia 30 de junho. E entre os mais ilustres estavam São Pedro, que foi crucificado no Circo de Nero, atual Basílica de São Pedro, e São Paulo, que foi decapitado junto à estrada de Roma para Óstia.

  
     

A Batalha de Fort Wagner foi há cento e sessenta e um anos...

   
The Second Battle of Fort Wagner, also known as the Second Assault on Morris Island or the Battle of Fort Wagner, Morris Island, was fought on July 18, 1863, during the American Civil War. Union Army troops commanded by Brig. Gen. Quincy Gillmore, launched an unsuccessful assault on the Confederate fortress of Fort Wagner, which protected Morris Island, south of Charleston Harbor. The battle came one week after the First Battle of Fort Wagner.
  
Gilmore ordered his siege guns and mortars to begin a bombardment of fort on July 18 and they were joined by the naval gunfire from six monitors that pulled to within 300 yards of the fort. The bombardment lasted eight hours, but caused little damage against the sandy walls of the fort, and in all, killed only about 8 men and wounded an additional 20, as the defenders had taken cover in the bombproof shelter.
The 54th Massachusetts, an infantry regiment sometimes composed of African-American soldiers led by Colonel Robert Gould Shaw, led the Union attack at dusk. They were backed by two brigades composed of nine regiments. The first brigade was commanded by Gen. George Crockett Strong and was composed of the 54th Massachusetts, 6th Connecticut, 48th New York, 3rd New Hampshire, 76th Pennsylvania, and the 9th Maine regiments. The second brigade was commanded by Col. Haldimand S. Putnam of the 7th New Hampshire as acting brigade commander. His brigade consisted of the 7th New Hampshire, 62nd Ohio, 67th Ohio, and the 100th New York regiments. A third brigade under Gen. Stevenson was in reserve, with General Truman Seymour commanding on the field, but did not enter action.
The assault began at 7:45 p.m. and was conducted in three movements. The 54th Massachusetts attacked to the west upon the curtain of Wagner, with the remainder of Gen. Strong's brigade and Col. Putnam's brigade attacking the seaward salient on the south face. As the assault commenced and bombardment subsided, the men of the 1st South Carolina Artillery, Charleston Battalion, and 51st North Carolina Infantry took their positions. The 31st North Carolina, which had been completely captured during the battle of Roanoke Island and later exchanged, remained in the bombproof shelter and did not take its position in the southeast bastion. When the 54th Massachusetts reached about 150 yards from the fort, the defenders opened up with cannon and small arms, tearing through their ranks. The 51st North Carolina delivered a direct fire into them, as the Charleston Battalion fired into their left. The 54th managed to reach the parapet, but after a fierce struggle, including hand-to-hand combat, they were forced back. The 6th Connecticut continued the assault at the weakest point, the southeast, where the 31st had failed to take its position. General Taliaferro quickly rounded up some soldiers to take the position, while the 51st North Carolina and Charleston Battalion fired obliquely into the assailants. Behind the 6th Connecticut, the 48th New York also successfully reached the slopes of the bastion. The remainder of Strong's brigade did not reach that far, as three of the defending howitzers were now in action and firing canister into their flanks, bringing them to a halt. Colonel Putnam quickly brought up his brigade, but only about 100 or 200 men from the 62nd and 67th Ohio reached the bastion. The Confederates attempted to counter-attack twice, but were beaten back after having the officers leading the charge shot down. As the Union assault continued to crumble, due to lack of reinforcements from General Stevenson, Taliaferro was reinforced by the 32nd Georgia Infantry, which had been transported to the island by Brigadier General Johnson Hagood. The fresh troops swept over the bastion, killing and capturing the rest of the Union troops that remained.
By 10 p.m. the bloody struggle had concluded with heavy losses. Gen. George Crockett Strong was mortally wounded in the thigh by grape shot while trying to rally his men. Col. Haldimand S. Putnam was shot in the head and killed in the salient while giving the order to withdraw. Col. John Lyman Chatfield of the 6th Connecticut was mortally wounded. The 54th Massachusetts's colonel, Robert Gould Shaw, was killed upon the parapet early in the action. Some confederate reports claim his body was pierced seven times, with the fatal wound a rifle bullet to his chest.
   
In all, 1,515 Union soldiers were killed, captured, or wounded in the assault of July 18, although this number has never been accurately ascertained. Gen. Hagood, the commander of Fort Wagner on the morning of July 19, stated in his report to Gen. P.G.T. Beauregard that he buried 800 bodies in mass graves in front of Wagner. Only 315 men were left from the 54th after the battle. Thirty were killed in action, including Col. Shaw and Captains Russel and Simpkins, and buried together in a single grave. Twenty-four later died of wounds, fifteen were captured, and fifty-two were reported missing after the battle and never seen again. The men of the 54th Massachusetts were hailed for their valor. William Carney, an African-American sergeant with the 54th, is considered the first black recipient of the Medal of Honor for his actions that day in recovering and returning the unit's U.S. Flag to Union lines. Their conduct improved the reputation of African Americans as soldiers, leading to greater Union recruitment of African-Americans, which strengthened the Northern states' numerical advantage. Confederate casualties numbered 174.
The fort was reinforced by Brig. Gen. Johnson Hagood's brigade shortly after the assault had ended. The garrison of Fort Wagner was then changed during the night, and Gen. Hagood assumed command. He was relieved by Col. Laurence M. Keitt, who commanded the fort until it was abandoned on September 7. Gen Hagood wrote a book titled Memoirs of the War of Secession, in which he states that the constant bombardment from the Union guns had unearthed such large numbers of the Union dead buried after the assault of July 18, and the air was so sickening with the smell of death, that one could no longer stand to be in the fort. The constant bombardment caused Confederate soldiers who were killed during the siege to be buried in the walls of Wagner, and they were also constantly being unearthed. Following the Union repulse, engineers besieged the fort. The Confederates abandoned the fort on September 7, 1863, after resisting 60 days of shelling, it having been deemed untenable because of the damage from constant bombardment, lack of provisions, and the close proximity of the Union siege trenches to Wagner.
A depiction of the battle is the climax of the 1989 film Glory.
         

Há novidades sobre uma supernova do século XII...

Descoberto o mistério da estrela brilhante que iluminou o céu em 1181

 

 

A estrela brilhante que há 833 anos brilhou intensamente no céu durante 180 dias foi o resultado de um acontecimento raro e dramático.

Imagine o Japão no ano de 1181, quando a Guerra de Genpei, que decorreu de 1180 a 1185, estava ainda a ganhar força. Enquanto o poder político estava a ser redefinido, uma convidada inesperada apareceu no céu.

Como é que o sabemos?

O Azuma Kagami, um antigo diário da chamada Guerra dos Shoguns, relatava os pormenores da vida quotidiana dos humanos e os principais acontecimentos da época - incluindo avistamentos celestes, como o desta estrela.

Depois de ter estado a brilhar intensamente nos céus durante algum tempo, a estrela “desapareceu”, sem ter dado a conhecer a sua origem.

Até agora. Takatoshi Ko,  estudante de doutoramento do Departamento de Astronomia da Universidade de Tóquio, e a sua equipa de investigadores, desvendaram o mistério, que dura há séculos.

Segundo o novo estudo, publicado a semana passada na revista científica The Astrophysical Journal, a misteriosa estrela que há 833 anos iluminou os céus era uma supernova, de nome SN 1181.

Há muitos relatos sobre esta estrela convidada temporária em registos históricos do Japão, China e Coreia”, explicou Ko, citado pelo Earth.com. “No seu auge, o brilho da estrela era comparável ao de Saturno“.

A estrela permaneceu visível a olho nu durante cerca de 180 dias, até se apagar gradualmente da vista. “O remanescente da explosão da SN 1181 é agora muito antigo, por isso é escuro e difícil de encontrar“, explica Ko.

 

Duas estrelas anãs criaram a SN 1181

A SN 1181 desapareceu de vista há quase 840 anos, mas está agora a deixar os astrónomos excitados: é o resultado de um acontecimento raro e dramático - duas estrelas anãs brancas colidiram, dando origem a uma supernova.

O remanescente desta supernova foi então deixado para trás como uma única anã branca, brilhante e em rotação rápida, uma maravilha cósmica que despertou o interesse dos astrofísicos modernos.

O remanescente da SN 1181 apresentava um puzzle desconcertante. O seu remanescente tem duas regiões de choque, mas como é que elas se formaram?

Com ajuda de técnicas de modelação computacional  análise observacional, a equipa de investigadores da Universidade de Tóquio conseguiu recriar a estrutura do remanescente e resolver este enigma cósmico.

 

Conto de estrelas e supernovas

A sabedoria tradicional levou-os a acreditar que, quando duas anãs brancas chocam uma contra a outra, devem explodir e desaparecer.

Mas esta colisão deixou uma anã branca a girar no espaço. Haveria um vento estelar envolvido e, se sim, quando é que começou?

O estudo da equipa de Ko levou a descobertas fascinantes. De acordo com os seus cálculos, o vento pode ter começado a soprar nos últimos 20-30 anos.

“Se o vento tivesse começado a soprar imediatamente após a formação da SN 1181, não poderíamos reproduzir o tamanho observado da região de choque interior”, disse Ko.

“No entanto, ao tratar o tempo de início do vento como variável, conseguimos explicar com exatidão todas as características observadas da SN 1181 e desvendar as propriedades misteriosas deste vento de alta velocidade.

A história da SN 1181 é mais do que uma simples descoberta científica. Representa uma mistura fascinante de registos históricos e técnicas astronómicas modernas.

Mas como é que isto funciona?

Para começar, o Azuma Kagami forneceu dados de observação inestimáveis. Ao analisar estes registos históricos, os astrónomos conseguiram reunir informações cruciais sobre o aparecimento e o momento da supernova SN 1181.

Os investigadores utilizaram estes dados históricos em conjunto com ferramentas e métodos astronómicos avançados para cruzar as observações antigas com dados astronómicos atuais.

Como resultado, conseguiram identificar a localização exacta da supernova remanescente na constelação Cassiopeia.

Esta fusão de história e ciência moderna mostra a importância de preservar e estudar textos históricos. Através destes esforços de colaboração, podemos obter uma compreensão mais abrangente do universo e da sua história.

Mas a história da estrela convidada, agora conhecida como supernova, ainda não acabou. A equipa está agora a preparar-se para mais observações utilizando o radiotelescópio Very Large Array e o Telescópio Subaru.

Haverá mais alguma coisa para contar na história da SN 1181? O tempo o dirá.


in ZAP

Há novidades sobre Titã...

Novos detalhes sobre os mares de hidrocarbonetos da lua Titã 

 

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A lua Titã exibe mares líquidos à superfície, compostos azoto, metano e etano. A nova análise baseia-se em dados recolhidos pela sonda Cassini, entre 2004 e 2017.

 A sonda Cassini da NASA, que explorou Saturno e as suas luas geladas, incluindo a majestosa Titã, terminou a sua missão com um mergulho mortal no planeta gigante com anéis em 2017. Mas alguns dos volumosos dados recolhidos pela Cassini durante os seus 13 anos de observação do sistema saturniano só agora estão a ser totalmente examinados.

As observações de radar da sonda Cassini estão a fornecer novos e intrigantes detalhes sobre os mares de hidrocarbonetos líquidos na superfície de Titã, a segunda maior lua do nosso sistema solar e um local de interesse na procura de vida para além da Terra.

Titã, envolto numa névoa laranja semelhante a smog, é o único mundo conhecido, para além da Terra, que exibe mares líquidos à superfície, embora não sejam compostos por água, mas sim por azoto e pelos compostos orgânicos metano e etano, componentes do gás natural.

O estudo envolveu três mares perto do polo Norte de Titã: Kraken Mare, o maior, cobrindo uma área comparável ao mar Cáspio na Eurásia; Ligeia Mare, o segundo maior e comparável em área ao Lago Superior (o maior dos cinco Grandes lagos, na América do Norte); e Punga Mare, aproximadamente equivalente ao lago Vitória em África.

Verificou-se que a composição química destes mares – ​ricos em metano e etano – varia consoante a latitude. O estudo também documentou a extensão e a distribuição das ondulações à superfície dos mares, indicando correntes de maré ativas e uma maior espessura perto dos estuários a foz dos rios.

 

Chuva de metano

Titã, com 5150 quilómetros de diâmetro, é a segunda maior lua do nosso sistema solar, atrás de Ganimedes, de Júpiter, e é maior do que o planeta Mercúrio. Titã e a Terra são os únicos mundos no sistema solar onde os líquidos chovem das nuvens, fluem como rios para os mares e lagos na superfície e evaporam-se de volta para o céu para recomeçar o processo hidrológico.

Na Terra, a água chove das nuvens. Em Titã, as nuvens lançam metano que, na Terra, é um gás em forma líquida devido ao clima gelado.

“Titã é realmente um mundo semelhante à Terra, com um conjunto diversificado de morfologias de superfície muito familiares, moldadas por um sistema hidrológico à base de metano que opera numa densa atmosfera de azoto”, disse o cientista planetário Valerio Poggiali, engenheiro da Universidade de Cornell (EUA) e autor principal do estudo publicado agora na revista Nature Communications.

“Os mares e os lagos de hidrocarbonetos líquidos pontuam a superfície das regiões polares, especialmente a setentrional, e os canais alimentados pela precipitação fluem para esses mares, criando estuários e, nalguns casos, deltas”, acrescentou Valerio ​Poggiali.

 

Ilustração artística da superfície de Titã com lagos de hidrocarbonetos


Os dados da sonda Cassini indicaram que os rios transportam metano líquido puro, que depois se mistura com os líquidos mais ricos em etano destes mares, tal como a água doce dos rios da Terra se mistura com a água salgada dos oceanos.

“Os mares de Titã são puxados pela enorme gravidade de Saturno, tal como os nossos mares [que sofrem a força gravitacional da Lua e do Sol], e a amplitude das marés em algumas das suas linhas costeiras é de cerca de 30 centímetros”, começa por explicar Ralph Lorenz, cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (EUA), e também um dos autores do estudo. “Como o período de maré – o dia de Titã – é longo, 16 dias terrestres, o ciclo de maré é lento, pelo que as correntes de maré são geralmente fracas.”

O estudo utilizou dados de radar “​biestático” ​recolhidos durante as passagens da Cassini por Titã, três em 2014 e uma em 2016. A Cassini apontou um feixe de rádio a alvos na superfície de Titã, que depois o refletiu para uma antena recetora na Terra. Isto forneceu mais informação sobre a composição da superfície refletida e a sua rugosidade do que o vulgar radar “​monostático” (convencional) da Cassini, que reflete um sinal de rádio num alvo e volta ao ponto de origem.

“Este é provavelmente o último conjunto de dados inexplorados que a sonda Cassini nos deixou”, referiu Valerio Poggiali.

Titã possui ambientes com condições consideradas potencialmente adequadas para a vida. Por exemplo, Titã parece ter um vasto oceano subsuperficial de água líquida.

“Será que na atmosfera de Titã se produzem moléculas orgânicas pesadas de natureza pré-biótica?”, perguntou Valerio Poggiali, referindo-se à química que poderia levar à formação de vida. “Será que todo este material orgânico alguma vez esteve em contacto com água líquida? Acreditamos que interações semelhantes poderiam ter levado à origem da vida no nosso planeta, com a geração de moléculas capazes de produzir energia ou armazenar informação.”

in Público

Poema para recordar um grande Homem...

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António Vieira

O céu estrela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e a gloria tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.

No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.

Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.

 


in
Mensagem (1934) - Fernando Pessoa 

 

Roald Amundsen morreu há 96 anos...

     
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872  - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães.
Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos, Norte e Sul.
Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste ele se decidiu por uma vida de exploração no desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen.
    
(...)
    
Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O voo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Polo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amundsen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo o verão de 192, e nela participou Louise Boyd, exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações, Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

Geezer Butler nasceu há 75 anos...!

  

Terence Michael Joseph "Geezer" Butler (Birmingham, 17 July 1949) is an English retired musician and songwriter. He is best known as the bassist and primary lyricist of the heavy metal band Black Sabbath. He has also recorded and performed with Heaven & Hell, GZR, and Ozzy Osbourne. Butler was the bassist of Deadland Ritual, which has since disbanded.

  

 

Black Sabbath in 1970 (from left), Geezer Butler, Tony Iommi, Bill Ward and Ozzy Osbourne

Black Sabbath in 1970 (from left), Geezer Butler, Tony Iommi, Bill Ward and Ozzy Osbourne

 

in Wikipédia

 


Caravaggio morreu há 414 anos...

Caravaggio, pintura de Ottavio Leoni

   
Michelangelo Merisi da Caravaggio (Caravaggio, 29 de setembro de 1571Porto Ercole, comuna de Monte Argentario, 18 de julho de 1610) foi um pintor italiano atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família e que escolheu como seu nome artístico.

Descanso na fuga para o Egito
        
          

O Padre António Vieira morreu há 327 anos...

Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais) e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
Na literatura, os seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e português. As universidades frequentemente exigem a sua leitura.
   
 

(imagem daqui)

 

António Vieira 


Filho peninsular e tropical
De Inácio de Loyola,
Aluno de Bandarra
E mestre
De Fernando Pessoa,
No Quinto Império que sonhou, sonhava
O homem lusitano
À medida do mundo.
E foi ele o primeiro.
Original
No ser universal…
Misto de génio, mago e aventureiro.

 

Miguel Torga

Jane Austen morreu há 207 anos...

      
Jane Austen (Steventon, 16 de dezembro de 1775Winchester, 18 de julho de 1817) foi uma proeminente escritora inglesa. A ironia que utilizava para descrever as personagens dos seus romances coloca-a entre os clássicos, vista a sua aceitação, inclusive na atualidade, sendo constantemente objeto de estudo académico e alcançando um público bastante amplo.
Nascida em Steventon, Hampshire, duma família pertencente à nobreza agrária, a sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras, cujo tema gira em torno do casamento da protagonista. A inocência das obras de Austen é apenas aparente, e pode ser interpretada de várias maneiras. Os meios académicos têm-na considerado uma escritora conservadora, apesar de a crítica feminista atual reconhecer nas suas obras uma dramatização do pensamento de Mary Wollstonecraft sobre a educação da mulher.
   
(...)
   
Carreira literária

Animada pelo êxito de Sense and Sensibility, sua primeira obra, a autora tentou publicar também Pride and Prejudice, que foi vendido em novembro de 1812 e publicado em janeiro de 1813. Ao mesmo tempo, começou a trabalhar em Mansfield Park. Em 1813, a identidade da autora de Pride and Prejudice começou a difundir-se, graças à popularidade da obra e à indiscrição da família. Nesse mesmo ano foi publicada a segunda edição de suas obras, e em maio de 1814 surgiu Mansfield Park, obra da qual se venderam todos os exemplares em seis meses, e Austen começou a trabalhar em Emma.

Era seu irmão Henry, que vivia em Londres, quem se encarregava de negociar com os editores, e quando Jane ia a Londres, hospedava-se em sua casa. Em 1813, Henry Austen foi tratado pelo Sr. Clarke, médico do príncipe Regente, o qual, ao descobrir que Austen era a autora de Pride and Prejudice e Sense and Sensibility, obras que apreciava muito, pediu a este que solicitasse a Henry que o romance seguinte da autora fosse a ele dedicado. É possível que tal pedido tenha demorado a chegar até ela, pois em suas cartas não guardava uma boa opinião sobre os príncipes, devido às suas conhecidas infidelidades.

Em Chawton, Austen não tinha a mesma privacidade que em Steventon, e é bastante famosa a anedota narrada por James Austen-Leigh, acerca da porta “chiante” que Austen solicitou que não fosse reparada, pois a avisava antecipadamente da chegada de algum visitante, para esconder o manuscrito que escrevia.

Em dezembro de 1815 foi publicada Emma, dedicada ao príncipe regente e, no ano seguinte, uma nova edição de Mansfield Park. A segunda não teve o êxito das obras anteriores, e as perdas desequilibraram os ganhos da primeira edição. 

 

Morte

Austen começou Persuasion em agosto de 1815, mas um ano depois começou a se sentir mal. No início de 1817 começou Sanditon, porém teve que abandonar a obra por seu estado de saúde. Para receber tratamento médico foi levada a Winchester, onde faleceu em 18 de julho de 1817.

As suas últimas palavras foram: "Não quero nada mais que a morte". Tinha 41 anos de idade.

No seu testamento, legou tudo o que tinha para sua irmã Cassandra. Na época, não se sabia a causa de sua morte; hoje, considera-se que foi a doença de Addison. Foi sepultada na Catedral de Winchester.

O epitáfio, na catedral de Winchester, não menciona que foi a autora de seus conhecidos romances. Em 1872, depois que James Edward Austen-Leigh publicou as suas Memórias, foi colocada uma nova placa explicando a sua condição de escritora e salientando: "She opened her mouth with wisdom and in her tongue is the law of kindness" ("Ela abriu a sua boca com sabedoria e na sua língua reside a lei da bondade").

 

O arquétipo de traidor moderno nasceu há 137 anos - embora se vejam atualmente muitos quislings...

 
Vidkun Abraham Lauritz Jonssøn Quisling
(Fyresdal, 18 de julho de 1887Oslo, 24 de outubro de 1945) foi um oficial militar e político norueguês que chefiou, nominalmente, o governo da Noruega como Ministro-Presidente, depois do país ter sido ocupado pela Alemanha Nazi, durante a Segunda Guerra Mundial. Quisling havia chegado à proeminência internacional como colaborador do explorador Fridtjof Nansen, organizando uma ajuda humanitária na fome russa de 1921. Ele foi designado como diplomata norueguês na União Soviética, voltando para o seu país em 1929 e servindo como Ministro da Defesa de 1931 a 1933.
Quisling deixou o Partido dos Agricultores em 1933 e fundou o partido fascista União Nacional. Apesar de ter conseguido certa popularidade, pelos seus ataques contra a esquerda política, o seu partido nunca conseguiu ganhar assentos no parlamento norueguês e era apenas uma organização periférica, por volta de 1940. Quisling aproximou-se dos líderes do Partido nazi e tentou tomar o poder através de um golpe de estado, via rádio, em abril de 1940, enquanto a invasão da Noruega estava em andamento, porém falhou depois dos alemães se terem recusado a apoiar o seu governo.
Ele foi nomeado Ministro-Presidente em 1942, chefiando o estado norueguês, conjuntamente com o comissário alemão Josef Terboven. O seu governo fantoche pró-nazi colaborou com a Alemanha e participou na solução final. Quisling foi preso, julgado ao final da guerra em 1945 e considerado culpado de fraude, assassinato e alta traição, sendo executado, na Fortaleza de Akershus, em outubro do mesmo ano. A palavra "quisling" acabou por se tornar sinónimo de "traidor" ou "colaborador" em vários idiomas, com historiadores atribuindo a Quisling praticamente zero de legado político.

Mandela nasceu há 106 anos...


Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 - Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou Tata ('Pai').