O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
É sobretudo conhecido pela descoberta dos Xistos de Burgess, uma formação geológica na Colúmbia Britânica, Canadá, considerada uma das principais jazidas de fósseis do mundo, que contém grande número de fósseis do período Câmbrico médio extraordinariamente preservados, incluindo vários tipos de invertebrados e também os animais dos quais evoluíram os cordados, como o Pikaia, advindo daí a sua extrema importância na paleontologia.
Era irmão do igualmente compositor Michael Haydn, colega de Mozart em Salzburgo, e do tenor Johann Evangelist Haydn, que mais tarde fará vir para Eszterhaza, em 1763. Tendo vivido a maior parte da sua vida na Áustria, Haydn passou a maior parte da sua carreira como músico de corte para a rica família dos Eszterházy. Isolado de outros compositores, foi, segundo ele próprio, “forçado a ser original”. O seu génio foi amplamente reconhecido durante a sua vida.
A sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos
importantes para o seu mundo, na sua época. Foi incapaz de constituir
família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos
sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio.
A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição das suas telas em Paris, a 17 de março de 1901.
Embora o seu estilo musical tenha variado ao longo da sua carreira, Clapton sempre teve as suas raízes ligadas aos blues. Clapton foi considerado inovador pelos críticos em várias fases distintas da sua carreira, atingindo sucesso tanto com a crítica como com o público e tendo várias canções listadas entre as mais populares de todos os tempos, tais como "Layla", "Wonderful Tonight" e a regravação de "I Shot the Sheriff", de Bob Marley.
Céline Marie Claudette Dion (Charlemagne, Quebeque, Canadá, 30 de março de 1968) é uma cantora, compositora e empresáriacanadiana. Nascida numa família numerosa de Charlemagne, Quebec, Dion surgiu como uma estrela adolescente no mundo francófono na década de 80, depois de o seu empresário e futuro marido, René Angélil, hipotecar a sua casa para financiar o seu primeiro disco.
Vesta fotografado pela sonda Dawn, a 24 de julho de 2011, a uma distância de 5.200 km
Vesta (formalmente4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers a 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado na cintura de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum da superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é, ocasionalmente, visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita de Vesta para uma exploração de um ano.
A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 1960 e 1970. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, a 18 de março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.
A Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária, o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol
e numa trajectória em direcção a Vénus. Foram, entretanto, detectadas
algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os
sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajectória,
um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da
missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena
de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude
de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas
da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajectória provocada
por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a
Mariner 10 na direcção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março
de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem,
obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a
trajectória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março
de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens,
obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que,
devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos
de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece ainda inativa numa órbita em torno do Sol.
Painel de fotografias de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta
A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia
necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também
conectado à estrutura octogonal, um braço de 5,8 m que suportava um magnetometro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda no lançamento era de 503 kg.
Contudo, a sua maior contribuição se situa na área da pedagogiamusical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou um centro de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até à morte.
Biografia
Carl Orff recusava-se a falar publicamente sobre seu passado. É sabido entretanto que nasceu em Munique, oriundo de uma família da alta burguesiabávara, muito ativa na vida militar alemã.
Orff estudou na Academia de Música de Munique até 1914. Serviu no exército durante a Primeira Guerra Mundial. Posteriormente, atuou nas óperas de Mannheim e Darmstadt, retornando depois a Munique, para continuar seus estudos musicais.
Em 1925 foi co-fundador da Guenther School, para atividades físicas, músicas e dança em Munique, na qual trabalhou com iniciantes em música até o fim de sua vida. Pelo constante contato com crianças, desenvolveu as suas teorias de educação musical neste período.
Embora a associação de Orff com os nazis nunca tenha sido comprovada, Carmina Burana tornou-se muito popular na Alemanha nazi, depois de sua apresentação na cidade de Frankfurt, em 1937. Orff era amigo de Kurt Huber, um dos fundadores do movimento de resistênciaDie Weiße Rose (em alemão, '"A Rosa Branca"), condenado à morte pelo Volksgerichtshof e executado pelos nazis em 1943. Depois da Segunda Guerra Mundial, Orff alegou ter sido membro do grupo, tendo-se envolvido na resistência, mas não há evidências disso.
Carl Orff é mais conhecido por Carmina Burana (1937), uma cantata encenada. É a primeira de uma trilogia intitulada Trionfi, que também inclui Catulli Carmina e Trionfo di Afrodite. Essas composições refletem seu interesse pela poesia medieval alemã. É descrita pelo compositor como "a celebração de um triunfo do espírito humano pelo o balanço holístico e sexual". O trabalho foi baseado no verso erótico do século XIX de um manuscrito chamado Codex latinus monacensis, encontrado em um mosteiro da Baviera em 1803 e escritos pelos goliardos. Apesar de moderno em algumas de suas composições, Orff soube capturar o espírito da era medieval em sua trilogia. Os poemas medievais foram escritos em uma forma arcaica de alemão e latim.
Com o sucesso de Carmina Burana, Orff abandonou todos os seus trabalhos anteriores, exceto por Catulli Carmina e En trata, que foram reescritos até serem reaceitos por Orff. Como fato histórico, Carmina Burana é provavelmente a peça mais famosa da Alemanha nazi. Foi tão popular que Orff recebeu subsídios em Viena para compor uma música para Sonho de uma Noite de Verão, a fim de substituir a música banida de Mendelssohn.
Orff relutava em denominar seus trabalhos simplesmente como óperas. Por exemplo, ele designou Der Mond (ou A lua em língua alemã) (1939) como Märchenoper (ou Ópera de conto de fadas). Die Kluge (A mulher sábia) (1943) também se incluía na mesma categoria, segundo ele. Em ambas as composições existe o mesmo som medieval ou atemporal, sem copiar os idiomas musicais do período.
Sobre Antígona (1949), Orff alega que não era uma ópera, mas sim uma configuração musical de uma tragédia arcaica. O texto é uma excelente tradução para o alemão, por Friedrich Hölderlin, da peça de Sófocles de mesmo nome. A orquestração depende muito da percussão, mas é simples. Foi definida por muitos como minimalista, em razão da linha melódica da obra. A história da caça de Antígona é similar à de Sophie Scholl, heroína da Rosa Branca.
Ao longo de sua vida, Orff trabalhou bastante com crianças, usando a música como uma ferramenta educacional, tanto a melodia e o ritmo, tratadas através de palavras.
Nos círculos pedagógicos, Orff é lembrado por essa nova abordagem da educação musical, desenvolvida junto com Gunild Keetman e consubstanciada no seu método Orff-Schulwerk (1930-35). A sua simples instrumentação permite que mesmo crianças não iniciadas possam executar peças musicais com facilidade. O termo Schulwerk em alemão significa tarefa (ou trabalho) escolar.
NADA TE TURBE Jacques Berthier - Teresa de Ávila Nada te turbe, nada te espante; quien a Dios tiene, nada le falta. Nada te turbe, nada te espante; solo Dios basta. Todo se pasa, Dios no se muda, la paciencia todo lo alcanza. En Cristo mi confianza y de Él solo, mi asimiento. En Sus cansancios, mi aliento y en Su imitación, mi holganza. Aquí estriba mi firmeza, aquí mi seguridad. La prueba de mi verdad, la muestra de mi firmeza.
El Teatro Monumental de Madrid acogió ayer ‘Canciones del alma’, de Amancio Prada y la Orquesta y Coro RTVE. Un concierto sinfónico-coral único para conmemorar el V centenario del nacimiento de Teresa de Jesús. Con dirección y arreglos de Fernando Velázquez, el repertorio proponía un juego de espejos entre el ‘Cántico espiritual’ de San Juan de la Cruz y el misticismo de Santa Teresa.
Rachmaninoff é tido como um dos pianistas mais influentes do século XX. Os seus trejeitos técnicos e rítmicos são lendários e as suas mãos largas eram capazes de cobrir um intervalo de uma 13ª no teclado (um palmo esticado de cerca de 30 centímetros). Especula-se se ele era ou não portador da Síndrome de Marfan, já que se pode dizer que o tamanho de suas mãos correspondia à sua estatura, algo entre 1,91 e 1,98 m. Ele também possuía a habilidade de executar composições complexas à primeira audição. Muitas gravações foram feitas pela Victor Talking Machine Company, com Rachmaninoff executando composições próprias ou de reportórios populares.
Ao longo da carreira consagrou-se como cantora popular com sucessos como: Pedação de mim (Chico Buarque), Nunca, Luz e mistério, Meu amigo meu herói (Gilberto Gil), Caminhos do sol (Herman Torres/Salgado Maranhão), Engraçadinha, Eu velejava em você, O amor vem pra cada um (George Harrison/versão Beto Fae), Dê um rolê, Per amor, Perigo (Nico Rezende/Paulinho Lima), Esquece e vem, Noite, A paz, Toda uma história (Zizi Possi/Luiz Avelar) e principalmente Asa morena (Zé Caradípia).
Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na província de Ávila, Espanha,
numa família da baixa nobreza. Os seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de
Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito
carinho. Alonso teve três filhos do seu primeiro casamento e Beatriz
deu-lhe outros nove.
Aos sete anos, gostava muito de ler histórias dos santos. O seu irmão
Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As
duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos
santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham
alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Em Adaja
encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe.
Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o
fracasso de seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como eremitas
na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir
terminá-la. Desde então, Teresa já amava a solidão.
Juventude
A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha catorze anos: "Quando
me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me
dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que
me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens da sua classe social.
Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e o seu pai levou-a para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa, que a atraía por um lado e lhe repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerónimo,
cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem
comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe
para esperar que ele morresse para ingressar no convento. No entanto, numa madrugada, com 20 anos, a santa fugiu para o Convento Carmelita de Encarnación, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.
Vida religiosa
Teresa ficou no Convento da Encarnação. Tinha 20 anos. O seu pai, ao
vê-la tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Um ano depois fez a
profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que
começara a molestá-la antes de professar. Seu pai retirou-a novamente do
convento e a irmã Joana Suárez acompanhou Teresa, para ajudá-la. Os
médicos, apesar
de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade,
provavelmente paludismo (malária), agravou-se. Teresa conseguiu
suportar aquele sofrimento, graças a um livrinho que lhe fora dado de
presente pelo seu tio Pedro: "O terceiro alfabeto espiritual", do
Padre Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções da pequena obra e
começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, ela
recuperou a saúde e retornou ao Carmelo.
A sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o
costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber
todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava
grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a
descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se, dizendo que as suas
enfermidades a impediam de meditar.
(...)Não, minhas irmãs, não. O Senhor quer
obras. Quer, por exemplo, que se virdes uma doente a quem podeis
aliviar, deixeis de lado as vossas devoções para lhe dar assistência, e
que lhe testemunheis compaixão, que o seu sofrimento seja o vosso, e
que, se necessário, jejueis para que ela tenha o alimento
necessário.(...)
— Teresa de Ávila
Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de Teresa fê-la ver o
perigo em que se achava a sua alma e aconselhou-a a voltar à prática da
oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda não
se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente
às horas que passava no locutório, trocando conversas e presentes com os
visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no
serviço de Deus, Santa Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, "por piores que fossem".
Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com frequência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois factos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde então muito progredi na vida espiritual".
Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensanguentado em
agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensanguentado,
perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram as tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa".
Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com
conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI,
já haviam perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos
conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e
cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura pelo menor
pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida
fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento
da Encarnação possuía quase 200 religiosas.
Só o amor dá valor a todas as coisas. E o mais necessário é que seja grande o bastante para que nenhuma coisa o estorve.
— Teresa de Ávila
Reformadora e fundadora
Já que esta situação era aceite como normal, as religiosas não davam
conta de que o seu modo de vida estava muito distante do espírito
dos seus fundadores. Assim, quando uma sobrinha de Santa Teresa, também
religiosa no Convento da Encarnação, lhe deu a ideia de fundar uma
comunidade reduzida, a santa, que já estava há 25 anos naquele convento,
resolveu colocar em prática o plano.
São Pedro de Alcântara, São Luís Beltrán e o bispo de Ávila aprovaram o projeto. O provincial dos Carmelitas, o
Padre Gregório Fernández, autorizou Teresa a colocar o seu plano em
prática. Contudo, a execução do projeto causou muitos comentários e o
provincial retirou a permissão. Santa Teresa foi criticada pelos nobres,
pelos magistrados, pelo povo e até pelas suas próprias irmãs. Apesar
disso tudo, o dominicano Padre Ibañez incentivou Teresa a prosseguir o seu projeto.
São Pedro de Alcântara, Dom Francisco de Salcedo e o Padre Gaspar Daza
conseguiram que o bispo tomasse
para si a causa da fundação do novo convento. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa
religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. Durante a missa receberam o véu a sobrinha da santa e outras três noviças.
A inauguração causou grande rebuliço em Ávila.
Nesta mesma tarde, a superiora do Convento da Encarnação mandou chamar
Teresa e a santa a procurou com certo temor, pensando que iam
encarcerá-la. Teve que explicar a sua conduta à superiora e ao Padre Angel de Salazar,
provincial da Ordem. A Santa reconhece que não faltava razão a seus
superiores por estarem desgostosos. Mesmo assim, o Padre Salazar
prometeu-lhe que ela poderia retornar ao Convento de São José logo que se acalmassem os ânimos da população.
A fundação não era bem vista em Ávila,
porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento
sem recursos se transformasse num peso para a cidade. O prefeito e os
magistrados teriam mandado demolir o convento, se não tivessem sido
dissuadidos pelo dominicano Bañez. Santa Teresa não perdeu a paz no meio às perseguições e prosseguiu, colocando a obra nas mãos de Deus.
Francisco de Salcedo e outros partidários da fundação enviaram à
corte um sacerdote que defendesse a causa diante do Rei. Os dois dominicanos, Báñez e Ibáñez, acalmaram o bispo e o provincial. Pouco a pouco a
tempestade foi acalmando. Quatro meses depois, o Padre Salazar permitiu
que Santa Teresa e as suas quatro religiosas regressassem ao Convento de São José.
Teresa estabeleceu no seu convento a mais estrita clausura e o
silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As
religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos
(por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a
abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou
comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que
possuíam alguma receita, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava as coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: "Teresa, sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência".
Encontrou certo dia em Medina del Campo dois frades carmelitas que estavam dispostos a abraçar a Reforma: Antonio de Jesús de Heredia, superior, e Juan de Yepes, que seria o futuro São João da Cruz.
Aproveitando a primeira oportunidade, ela fundou um pequeno convento de frades em Duruelo, em 1568. Em 1569 fundou o de Pastrana. Em ambos reinava a maior pobreza e austeridade. Santa Teresa deixou o resto das fundações de conventos de frades a cargo de São João da Cruz. Depois de muitas lutas, incompreensões e perseguições, obteve de Roma uma ordem que eximia os Carmelitas Descalços da jurisdição do Provincial dos restantes carmelitas.
Em 1580, quando se estabeleceu a separação entre os dois ramos da Ordem do Carmo,
Santa Teresa de Ávila tinha 65 anos e a sua saúde estava muito
debilitada. Nos últimos anos de sua vida fundou outros dois conventos.
As fundações da Santa não eram simplesmente um refúgio das almas
contemplativas, mas também uma espécie de reparação pelos destroços
causados nos mosteiros pelo protestantismo, principalmente na Inglaterra e na Alemanha.
A morte
Na fundação do convento de Burgos, que foi a última, as dificuldades não diminuíram. Em julho de 1582, quando o convento já ia com suas obras adiantadas, Santa Teresa tinha intenção de regressar a Ávila, mas viu-se forçada a mudar seus planos para ir a Alba de Tormes visitar a Duquesa Maria Henríquez. A Beata Ana de São Bartolomeu
afirmou que a viagem não estava bem programada e que a Santa estava tão
fraca que desmaiou no caminho. Certa noite só puderam comer alguns
figos. Chegando a Alba, Teresa teve que deitar-se imediatamente. Três
dias depois, disse à Beata Ana de São Bartolomeu: "Finalmente, minha filha, chegou a hora de minha morte". O Padre Antonio de Heredia ministrou-lhe os últimos sacramentos. Quando o mesmo padre lhe levou o viático, a Santa conseguiu erguer-se do leito e exclamou: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!" Ela morreu às 9 horas da noite de 4 de outubro de 1582 e, exatamente no dia seguinte efetuou-se a mudança para o calendário gregoriano, que suprimiu dez dias, de modo que a festa da santa foi fixada, mais tarde, para o dia 15 de outubro. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam as suas relíquias.
Teresa é uma das maiores personalidades da mística católica de todos
os tempos. As suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida,
Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém uma doutrina que
abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade
com Deus no
centro do Castelo Interior. As suas cartas no-la mostram absorvida com os
problemas mais triviais e a sua doutrina sobre a união da alma com Deus
é bem firmada no caminho da espiritualidade carmelita, que ela tão
notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos,
filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e
generosamente. Ao morrer a sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores génios que a
humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a
enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva dos seus
argumentos, o seu estilo vivo e atraente e o seu profundo bom senso. O
grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, tinha-a em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela se
consagrou como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos dos seus
escritos.
Como vimos antes, a sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.
Terra...
Era em Ávila da Ibéria a minha terra...
Terra!
Mas eu não vi a terra que me teve!
Nem lhe dei o calor que um filho deve
A sua Mãe!
Terra!
Nem lhe sabia o nome verdadeiro!
Nem a cor! nem o gosto! nem o cheiro!
Nem calculava o peso que ela tem!
Terra...
Vai-se embaçando o brilho dos meus olhos!
Apodrece o tutano dos meus ossos!
Crescem as unhas doidas nos meus dedos
Contra a palma da mão encarquilhada!
Medra o livor em mim de tal maneira
Que me babo de nojo do meu nada!
Terra!...
E andei eu a morrer a vida inteira!
E andei eu a secar a seiva da raiz
Que do Céu ou do Inferno me prendia
A ti, humana terra de Castela!
Terra!
E andei eu a viver a morte que vivia
Disfarçada em amor na minha cela!
Terra!...
E andei eu a negar o amor do mundo,
Quando de pólo a pólo o meu amor podia
Ser sem limites como a alma quer!...
E ser fecundo como a luz do dia!
E dar um filho, porque eu fui mulher!
Terra!...
E andei eu a legar este legado:
“Vivo morrendo primeiro”,
Derradeiro Castelo a que subi!...
Terra...
E Deus, que prometeu ter-me a seu lado,
Tem-me aqui.