sexta-feira, março 29, 2019

O Rei Gustavo IV Adolfo, da Suécia e Finlândia, abdicou há 210 anos

Gustav IV Adolf or Gustav IV Adolph (1 November 1778 – 7 February 1837) was King of Sweden from 1792 until his abdication in 1809. He was the son of Gustav III of Sweden and his queen consort Sophia Magdalena, eldest daughter of Frederick V of Denmark and his first wife Louise of Great Britain. He was the last Swedish ruler of Finland, the occupation of which by Russian Czar Alexander I in 1808-09 was the immediate cause of his violent downfall. After an army revolt, the king was seized by officers and forced to relinquish the throne on behalf of his family on March 29; the same date as his father's death (due to gunshot wound, in 1792). The Instrument of Government subsequently written was adapted on June 6, the current National Holiday of Sweden, and was in effect until replaced 1974. The crown (now with strictly limited powers) passed to his childless uncle, Charles XIII, whose want of heirs set into motion an intense quest for a successor who was found the following year in the person of Jean-Baptiste Bernadotte, who assumed the throne in 1818, commencing the present House of Bernadotte.
Gustavia in Swedish Pomerania was named after Gustav, but was lost in the Napoleonic Wars.
(...)
Gustav IV 's arrest
Coup d'état and abdication
Gustav Adolf's inept and erratic leadership in diplomacy and war precipitated his deposition through a conspiracy of army officers.
On 7 March 1809, lieutenant-colonel Georg Adlersparre, commander of a part of the so-called western army stationed in Värmland, triggered the revolution by raising the flag of rebellion in Karlstad and starting to march upon Stockholm. To prevent the King from joining loyal troops in Scania, on 13 March 1809 seven of the conspirators led by Carl Johan Adlercreutz broke into the royal apartments in the palace, seized the king, and imprisoned him and his family in Gripsholm castle; the king's uncle, Duke Charles (Karl), was thereupon persuaded to accept the leadership of a provisional government, which was proclaimed the same day; and a diet, hastily summoned, solemnly approved of the revolution.
On 29 March Gustav IV Adolf, to save the crown for his son, voluntarily abdicated; but on 10 May the Riksdag of the Estates, dominated by the army, declared that not merely Gustav but his whole family had forfeited the throne, perhaps an excuse to exclude his family from succession based on the rumours of his illegitimacy. A more likely cause, however, is that the revolutionaries feared that Gustav's son, if he inherited the throne, would avenge his father's deposition when he came of age. On 5 June, Duke Charles (Gustav's uncle) was proclaimed king under the name of Charles XIII, after accepting a new liberal constitution, which was ratified by the diet the next day. In December, Gustav and his family were transported to Germany. In 1812, he divorced his wife.
In exile Gustav used several titles, Count Gottorp, Duke of Holstein-Eutin, and finally settled at St. Gallen in Switzerland where he lived in a small hotel in great loneliness and indigence, under the name of Colonel Gustafsson. It was there that he suffered a stroke and died. At the suggestion of King Oscar II of Sweden his body was finally brought to Sweden and interred in the Riddarholmskyrkan.
Coat of Arms of King Gustav IV Adolf of Sweden and Finland
   

Há 45 anos chegou a vez dos cantores dizerem que o Estado Novo estava morto


'Grândola Vila Morena', cantada em pé por artistas e público do Coliseu, em 28 de março de 2014
 Fotografia © João Girão/Global Imagens (Diário de Notícias, 29/3/2014)

Ontem, um concerto no Coliseu dos Recreios, evocou, num espectáculo organizado pela Associação José Afonso, um concerto realizado em 29 de Março de 1974. Estive lá. Hoje publico um excerto do meu livro História da Oposição à Ditadura 1926-1974 (Ed. Figueirinhas, 2014), pp. 595-596

«Em Portugal, já se estava então a viver, embora não fosse evidente à época, uma situação reveladora de que o regime tinha perdido a batalha pela hegemonia ideológica, iniciada nos anos trinta e prosseguida no pós-II Guerra Mundial, a favor das várias oposições ao regime, todas elas unidas contra a ditadura e uma guerra colonial interminável. Como se viu, o fim da guerra também era desejado pelos próprios quadros intermédios das Forças Armadas, crescentemente convencidos de que ela só terminaria através de uma solução política.
O ambiente político adverso ao regime fez-se sentir, por exemplo, num ciclo de cinema de Roberto Rossellini, na Fundação Gulbenkian, onde foi exibido pela primeira vez o filme anti-fascista «Roma, città aperta» (1945), até então proibido de ser apresentado pela censura. Numa sala cheia de jovens, as palmas e a entusiástica recepção ao filme levaram o director da Cinemateca Francesa, Henri Langlois, que se encontrava presente, a profetizar ao organizador do ciclo de filmes, João Bémard da Costa, que uma mudança política iria ocorrer em Portugal.
Na noite de 29 de Março de 1974, a Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa foi palco de um outro acontecimento paradigmático e revelador desse ambiente político. Realizou-se nessa data, no Coliseu dos Recreios, o I Encontro da Canção Portuguesa, organizado pela Casa da Imprensa, no qual José Afonso deveria receber o prémio da melhor interpretação musical do ano anterior. A sessão acabou por ser recheada de símbolos e transformou-se num espaço de liberdade, no qual o público não cessou de se manifestar, a pretexto das canções, contra um regime ditatorial, que, embora não se soubesse, tinha menos de um mês de vida. O espectáculo, que teve de ser preparado com muita antecedência, para que todas as canções fossem apresentadas previamente à Censura, foi mais um sintoma, embora não completamente detectado então pelos presentes, de que o regime estava a viver o seu estertor.
Como a Direcção-Geral dos Espectáculos só entregara a lista das canções que podiam ser cantadas uma hora antes do início do espectáculo, e alguns cantores apenas foram autorizados a cantar metade das estrofes, o público trauteou as melodias de forma cúmplice, em coro. Quando Manuel Freire afirmou que se tinha esquecido das letras das canções no comboio, os cerca de cinco mil espectadores compreenderam onde ele queria chegar, aplaudiram de pé e cantaram em coro o que ele não fora autorizado a interpretar. Por seu lado, José Afonso foi proibido de cantar «A morte saiu à rua», «Venham mais cinco», «Menina dos olhos tristes» e «Gastão era perfeito», apenas sendo autorizado a apresentar «Milho Verde» e «Grândola».
O quarteto de Marcos Resende abrira o programa, mas não foi ouvido, devido aos assobios que irromperam pela sala, sucedendo-lhe o duo Carlos Alberto Moniz-Maria do Amparo e um desconhecido que deu como nome Manuel José Soares. A sala continuava morna, quando irrompeu a primeira grande ovação da noite, a premiar a actuação de Carlos Paredes, acompanhado por Fernando Alvim. De seguida, o jornalista Joaquim Furtado leu em voz alta os nomes dos premiados pela associação mutualista dos jornalistas, escolhidos por um júri que integrava José Duarte, Tito Lívio, João Paulo Guerra e José Manuel Nunes. A maioria dos prémios atribuídos não provocou grande entusiasmo, mas o mesmo não aconteceu com o galardão que premiou o programa radiofónico Página Um, da Rádio Renascença, recebido, entre outros, por Adelino Gomes, que havia sido afastado da rádio por razões políticas. Outros nomes aplaudidíssimos foram os de Sérgio Godinho e José Mário Branco, cantores premiados pelos seus álbuns de estreia — Os Sobreviventes e Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, respectivamente —, que «não puderam comparecer», como dizia um artigo de O Século, embora não explicando que isso se devia ao facto de estarem exilados.
Após o intervalo, actuaram os espanhóis Viño Tinto e o poeta José Carlos Ary dos Santos, que começou por ser assobiado pelos que não aprovavam a sua participação nos Festivais RTP da Canção. O poeta retorquiu: «Eu venho para dizer poesia. Se não gostam, manifestem-se no fim». Depois de ter declamado «SARL», abandonou o palco sob fortes aplausos. Sucederam-se José Barata Moura, o grupo Intróito, Manuel Freire, Fernando Tordo, Fausto, Vitorino, José Jorge Letria, Adriano Correia de Oliveira e, finalmente, José Afonso.
Depois de cantar «Milho Verde», a outra canção autorizada pela Censura, chamou ao palco todos os cantores que deram os braços e começaram a bater, ritmadamente, com os pés no chão, enquanto as luzes se apagavam na sala. «Grândola, vila morena…», ouviu-se novamente, desta vez em coro. Cinco mil pessoas levantaram-se, deram igualmente os braços e entoaram: «… terra da fraternidade…». Outra testemunha desse espectáculo escreveria que quando «começaram a entoar a mítica canção de José Afonso, o soalho de madeira do velho Coliseu dos Recreios transmitiu a sensação de poder ruir em qualquer altura». Cantada em coro, à maneira de um grupo alentejano, aquela canção viria a servir de senha para a eclosão do golpe militar que derrubaria o regime menos de um mês depois».
  
in Jugular - post de Irene Pimentel, 29.03.14
 

A sonda Mariner 10 chegou a Mercúrio há 45 anos

A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 1960 e 1970. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, em março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.
  
Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária, o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol e numa trajectória em direcção a Vénus. Foram, entretanto, detectadas algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajectória, um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajectória provocada por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a Mariner 10 na direcção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem, obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a trajectória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens, obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que, devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece ainda inativa numa órbita em torno do Sol.

Fotografias compósitas de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta
 
 
A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também conectado à estrutura octogonal havia um braço de 5,8 metros e que suportava um magnetometro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda no lançamento era de 503 kg.
    

quinta-feira, março 28, 2019

A cantora Zizi Possi faz hoje 63 anos

Zizi Possi e Edu Lobo em 2006
  
Maria Izildinha Possi (São Paulo, 28 de março de 1956), mais conhecida como Zizi Possi, é uma cantora de música popular brasileira.
Ao longo da carreira consagrou-se como cantora popular, com sucessos como: Pedação de mim (Chico Buarque), Nunca, Luz e mistério, Meu amigo meu herói (Gilberto Gil), Caminhos do sol (Herman Torres/Salgado Maranhão), Engraçadinha, Eu velejava em você, O amor vem pra cada um (George Harrison/versão Beto Fae), Dê um rolê, Per amor, Perigo (Nico Rezende/Paulinho Lima), Esquece e vem, Noite, A paz, Toda uma história (Zizi Possi/Luiz Avelar) e principalmente Asa morena (Zé Caradípia).
   
 

Alexandre Herculano nasceu há 209 anos

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 - Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 18 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.
Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas acções políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.
   


A Semana Santa

XXIV
  
Minha Pátria onde existe?
..................................É lá somente!
Oh lembrança da Pátria acabrunhada
Um suspiro também tu me hás pedido;
Um suspiro arrancado aos seios d'alma
Pela ofuscada glória, e pelos crimes
Dos homens que ora são, e pelo opróbrio
Da mais ilustre das nações da terra!

A minha triste Pátria era tão bela,
E forte, e virtuosa! e ora o guerreiro
E o sábio e o homem bom acolá dormem,
Acolá, nos sepulcros esquecidos,
Que a seus netos infames nada contam
Da antiga honra e pudor e eternos feitos.
O escravo português agrilhoado
Carcomir-se lhes deixa junto às lousas
Os decepados troncos desse arbusto,
Por mãos deles plantado à liberdade,
E por tiranos derribado em breve,
Quando pátrias virtudes se acabaram,
Como um sonho da infância!...
.................................Oh vil escravo,
Imerso em vícios, em bruteza e infâmia,
Não erguerá os macerados olhos
Para esses troncos, que destroem vermes
Sobre as cinzas de heróis, e, aceso em pejo,
Não surgirá jamais? - Não há na terra
Coração português, que mande um brado
De maldição atroz, que vá cravar-se
Na vigília e no sono dos tiranos,
E envenenar-lhes o prazer por noites
De vil prostituição, e em seus banquetes
De embriaguez lançar fel e amarguras?

Não! - Bem como um cadáver já corrupto,
A nação se dissolve: e em seu letargo
O povo, involto na miséria, dorme.


XXV

Oh, talvez, como o vate, ainda algum dia
Terei de erguer à Pátria hino de morte,
Sobre seus mudos restos vagueando!
Sobre seus restos? - Nunca! Eterno, escuta
Minhas preces e lágrimas: - se em breve,
Qual jaz Sião, jazer deve Ulisseia;
Se o anjo do extermínio há-de riscá-la
Do meio das nações, que d'entre os vivos
Risque também meu nome, e não me deixe
Na terra vaguear, órfão de Pátria. 
  
 
 in A Harpa do Crente - Alexandre Herculano

Mussorgsky morreu há 138 anos

  
Modest Petrovich Mussorgsky (Karevo, Pskov, 21 de março de 1839São Petersburgo, 28 de março de 1881), compositor e militar russo, conhecido por suas composições sobre a história da Rússia medieval. Foi membro do nacionalista Grupo dos Cinco, ao lado dos músicos Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, César Cui e Nikolai Rimsky-Korsakov.
  
 

O Chernobyl americano foi há quarenta anos

A Central Nuclear de Three Mile Island em 1979
   
Three Mile Island é a localização de uma central nuclear que, a 28 de março de 1979 sofreu uma fusão parcial, havendo uma fuga de radioatividade para a atmosfera. A central nuclear de Three Mile Island fica na ilha homónima no Rio Susquehanna, no condado de Dauphin, Pensilvânia, próximo de Harrisburg, com uma área de 3,29 km².
  
O acidente
O acidente ocorrido a 28 de março de 1979, na central nuclear de Three Mile Island, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi causado por uma falha do equipamento devido a falhas no sistema secundário nuclear e erro humano. Houve corte de custos que afetaram economicamente a manutenção e uso de materiais inferiores. Mas, principalmente apontaram-se erros humanos, com decisões e ações erradas tomadas por pessoas pouco preparadas.
O acidente desencadeou-se pelos problemas mecânicos e elétricos, que ocasionaram a paragem de uma bomba de água que alimentava o gerador de vapor, o que acionou certas bombas de emergência que tinham sido deixadas fechadas. O núcleo do reator começou a aquecer e parou e a pressão aumentou. Uma válvula abriu-se, para reduzir a pressão, que voltou ao normal. Mas a válvula permaneceu aberta, ao contrário do que o indicador do painel de controle assinalava. Então, a pressão continuou a cair e seguiu-se uma perda de líquido refrigerante e água radioativa: 1,5 milhão de litros de água foram lançados no rio Susquehanna. Gases radioativos escaparam e atingiram a atmosfera. Outros elementos radioativos atravessaram as paredes.
Um dia depois foi medida a radioatividade à volta da central, que alcançava, até 16 quilómetros de distância, uma intensidade de até 8 vezes maior que a letal. Apesar disso, o governador do estado da Pensilvânia iniciou a retirada só dois dias depois do acidente. O governador Dick Thornburgh aconselhou o chefe da NRC, Joseph Hendrie, a iniciar a evacuação "das mulheres grávidas e crianças em idade pré-escolar num raio de 5 milhas em redor das instalações". Em poucos dias, 140.000 pessoas haviam deixado a área, voluntariamente.
Curiosidades
  • Treze dias antes tinha sido lançado o filme "Síndrome da China", com Jane Fonda, Jack Lemmon e Michael Douglas, que muitos consideraram como premonitório da catástrofe na central nuclear, inclusive sendo usadas algumas das suas cenas pelos jornalistas da TV para ilustrar a cobertura do acidente.
  • O acidente nuclear nesta central foi considerado o mais grave, até ser superado pela ocorrência em Chernobyl e também por Fukushima.
Vista aérea

Chagall morreu há 34 anos

Nascido Mojša Zacharavič Šahałaŭ', na sua juventude entrou para o ateliê de um retratista famoso na sua cidade natal. Lá aprendeu não só as técnicas de pintura, como a gostar e a exprimir-se nessa arte. Ingressou, posteriormente, na Academia de Arte de São Petersburgo, de onde rumou para a próspera cidade-luz, Paris.
Ali entrou em contacto com as vanguardas modernistas que enchiam de cor, alegria e vivacidade a capital francesa. Conheceu também artistas como Amedeo Modigliani e La Fresnay. Todavia, quem mais o marcou, deste próspero e pródigo período, foi o modernista Guillaume Apollinaire, de quem se tornou grande amigo.
É também neste período que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos quadros: Eu e a aldeia e O Soldado bebé, pintados em 1911 e em 1912, respectivamente.
Os títulos dos quadros foram dados por Blaise Cendrars. Coube a Guillaume Apollinaire selecionar as obras que seriam posteriormente expostas em Berlim, no ano em que a I Grande Guerra começou, em 1914.
Neste ano, após a explosão da guerra, Marc Chagall volta ao seu país natal, sendo, portanto, mobilizado para as trincheiras. Todavia, permaneceu em São Petersburgo, onde casou um ano mais tarde com Bella, uma rapariga que conheceu na sua aldeia.
Depois da grande revolução socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário czarista, foi nomeado comissário para as belas-artes, tendo inaugurado uma escola de arte, aberta a quaisquer tendências modernistas. Foi neste período que entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir do cargo.
Regressou então, a Paris, onde iniciou mais um pródigo período de produção artística, tendo mesmo ilustrado uma Bíblia. Em 1927, ilustrou também as Fábulas de La Fontaine, tendo feito cem gravuras, somente publicadas em 1952. São também deste ano conhecidas, as suas primeiras paisagens.
Visitou, em 1931, a Palestina e, depois, a Síria, tendo publicado, em memória destas duas viagens o livro de carácter autobiográfico Ma vie (em português: "A Minha vida").
Desde o ano de 1935, com a perseguição dos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em mais uma guerra, Chagall começa a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que também era judeu convicto.
Anos mais tarde, parte para os Estados Unidos da América, onde se refugia dos alemães. Lá, em 1944, com o fim da guerra a emergir, Bella, a sua mulher, falece, facto que lhe causa uma enorme depressão, mergulhando novamente no mundo das evocações, dos chamamentos, dos sonhos. Conclui este período com um quadro que já havia iniciado em 1931: Em torno dela.
Dois anos depois do fim da guerra, regressa definitivamente à França, onde pintou os vitrais da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Na França e nos Estados Unidos da América pintou, para além de diversos quadros, vitrais e mosaicos. Explorou também os campos da cerâmica, tema pelo qual teve especial interesse.
Em sua homenagem, em 1973, foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, na famosa cidade do sul da França, Nice. Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-Cruz da Legião de Honra.
Tendo sido um dos melhores pintores do século XX, Marc Chagall faleceu em Saint-Paul-de-Vence, no sul da França, em 1985.
  
O violinista (1912)
  
Os pais de Chagall
   

Lady Gaga faz hoje 33 anos

Stefani Joanne Angelina Germanotta (Manhattan, Nova Iorque, 28 de março de 1986), mais conhecida pelo nome artístico de Lady Gaga, é uma cantora, atriz, compositora e produtora musical norte-americana. Ela começou a apresentar-se no cenário musical de rock no Lower East Side em 2003, e mais tarde matriculou-se na Tisch School of Arts da Universidade de Nova Iorque. No fim de 2007, assinou um contrato com a Streamline Records, um selo da editora discográfica Interscope Records. Durante o seu início na Interscope, trabalhou como compositora para artistas e teve a atenção do produtor Akon, que reconheceu as suas habilidades vocais e contratou-a para a sua própria gravadora, a Kon Live Distribution.
Gaga ganhou proeminência como uma artista após o lançamento do seu álbum de estúdio de estreia, intitulado The Fame, em 2008. O disco foi um sucesso a nível crítico e comercial, tendo atingido o número um no Reino Unido, Canadá, Áustria, Alemanha e Irlanda, enquanto nos Estados Unidos chegou ao número dois na Billboard 200. As canções "Just Dance" e "Poker Face", co-escritas e produzidas por RedOne, tornaram-se sucessos internacionais de número um, atingindo o topo da Billboard Hot 100 nos EUA, bem como em vários outros países. O álbum, mais tarde, conseguiu um total de sete indicações e dois prémios nos Grammy Awards. No início de 2009, ela foi para a sua primeira turnê, a The Fame Ball Tour. No quarto trimestre do ano, lançou o extended play (EP) The Fame Monster, que contém os êxitos internacionais "Bad Romance", "Telephone" e "Alejandro", e entrou na sua segunda turnê, a The Monster Ball Tour. The Fame Monster vendeu 10 milhões de cópias mundialmente e foi o álbum mais vendido de 2010. O seu segundo álbum de estúdio, Born This Way, foi lançado em 23 de maio de 2011 e vendeu 2,2 milhões de cópias nos EUA e 6 milhões mundialmente. Além disso, produziu os singles "Born This Way", "Judas" e "The Edge of Glory", que se tornaram sucessos mundiais.
Em 2013, Gaga lançou o seu terceiro álbum de estúdio, Artpop. Após o álbum, sentiu-se inspirada para que começasse uma mudança de imagem na sua carreira musical e visual. Lançou o seu quarto álbum de estúdio em 2014, Cheek to Cheek, um projeto de música jazz em parceria com Tony Bennett. Em 2016 lançou o seu quinto álbum de estúdio, Joanne, que apresenta influências fortes do country e rock. Influenciada por artistas como David Bowie, Michael Jackson, Madonna e os Queen, Gaga é reconhecida pelas suas contribuições extravagantes, diferentes e exageradas para a indústria musical através da sua roupa, actuações e vídeos musicais. Ela vendeu um número estimado de 27 milhões de álbuns e 66 milhões de singles no mundo, o que fez dela uma das recordistas de vendas de discos no mundo.
As suas conquistas incluem nove Grammy Awards e treze MTV Video Music Awards. A artista apareceu consecutivamente na lista dos "Artistas do Ano" da revista Billboard (conseguindo o título definitivo em 2010), posicionou-se no número quatro na lista das "100 Maiores Mulheres na Música" do VH1, e é regularmente destacada em listas elaboradas pela revista Forbes e foi nomeada uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Em 2012, Gaga foi posicionada no número quatro na lista das "15 Mulheres Mais Bem Sucedidas do Entretenimento" da Billboard, obtendo mais de 25 milhões de dólares. Além disso, Gaga também iniciou uma carreira como atriz, dentre os quais se destacam trabalhos como a série televisiva American Horror Story: Hotel, que lhe rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz, e o filme A Star Is Born (2018), no qual atuou ao lado de Bradley Cooper e para o qual contribuiu também com a banda sonora. Após o lançamento da película, Gaga foi aclamada pelos críticos, nomeada para o Óscar de melhor atriz e vencedora da categoria de melhor canção original, à qual levou a estatueta pela música "Shallow". Com isto, Gaga se tornou a primeira artista musical a vencer cinco prémios na mesma temporada: Óscar, Grammy, Globo de Ouro, Bafta e Critics' Choice.
  

quarta-feira, março 27, 2019

Sarah Vaughan nasceu há 95 anos!

Sarah Lois Vaughan (Newark, 27 de março de 1924 - Los Angeles, 3 de abril de 1990) foi uma cantora dos Estados Unidos de jazz, descrita por Scott Yanow como "uma das vozes mais maravilhosas do século XX".
Apelidada "Sailor" (por seu discurso salgado), "Sassy" e "A Divina", Sarah Vaughan foi vencedora do Grammy e do NEA Jazz Masters, o "mais alta honra no jazz", atribuído pela National Endowment for the Arts em 1989.
A voz de Vaughan caracterizava-se por sua tonalidade grave, por sua enorme versatilidade e por seu controle do vibrato. Sarah Vaughan foi uma das primeiras vocalistas a incorporar o fraseio do bebop.
 
Biografia
Asbury "Jake" Vaughan, pai de Sarah, era carpinteiro de profissão, bem como pianista e guitarrista amador e a sua mãe, Ada Vaughan, era lavadeira e cantora no coro da igreja.
Jake e Ada mudaram-se para Newark, no estado de Virgínia, durante a Primeira Guerra Mundial. Sarah era a única filha natural do casal, que, na década de 60, adotou Donna, filha de uma mulher que viajou com Sarah.
Numa casa na rua Brunswick, Sarah morou com a sua família durante toda infância. Jake era profundamente religioso e a família, muito ativa na Igreja Batista Novo Monte Sião, na rua Thomas, 186. Aos sete anos de idade Sarah iniciou lições de piano. Era cantora no coro da igreja e, ocasionalmente, tocava em ensaios e serviços.
Sarah desenvolveu cedo um amor pela música popular, ouvindo gravações e rádio. Na década de 30, a cidade de Newark possuía um cenário musical ativo, e Sarah pode frequentemente ver bandas locais ou de turnê, tocando em lugares como a pista de patinagem da rua Montgomery, Montgomery Street Skating Rink. Na juventude, Sarah começa a se aventurar, ilegalmente, em clubes noturnos da cidade, atuando como pianista e, algumas vezes, cantora, em locais notáveis, como o Piccadilly Club e o Aeroporto de Newark.
Inicialmente, Sarah estudava na Escola Secundária do Lado Leste de Newark, mas foi transferida para a Escola Secundária de Artes de Newark, fundada em 1931 como a primeira escola secundária especializada em artes. Porém as suas atuações noturnas começaram a influenciar negativamente as atividades escolares, e, ainda nos primeiros anos, Sarah abandona a escola para se concentrar integralmente na música. Nessa época, ela e seus amigos já se arriscavam cruzando o Rio Hudson, em Nova Iorque, para ouvir a grandes bandas no Teatro Apollo.
Em 1944, Sarah gravou o tema famoso de Dizzy Gillespie, "Night in Tunisia", então intitulada "Interlude" e gravou ainda, ao lado do pai do bebop, Lover Man, tornando a gravação um clássico.
 
Início (1942–1943)
Biografias de Sarah frequentemente citam que ela foi imediatamente lançada para o sucesso após a performance vencedora na Noite de Amadores do Teatro Zeus. Na verdade, a história do biógrafo Renee, parece ser um pouco mais complexa. Sarah foi frequentemente acompanhada pelo seu amigo, Doris Robinson, em viagens a Nova Iorque. Em algum momento no outono de 42, quando Sarah tinha 18 anos, ela sugeriu que Doris entrasse no concurso da Noite de Amadores do Teatro Zeus. Sarah tocou piano acompanhando Doris, que ganhou o segundo lugar. Depois, Sarah então decidiu competir novamente, agora como cantora. Sarah cantou "Body and Soul" e ganhou, todavia a data exata da vitória ainda é incerta. O prémio, que Sarah mais tarde recordou a Marian McPartland foi de 10 dólares e a promessa de uma atuação durante uma semana no Apollo. Após considerável atraso, Sarah foi contratada pela Apollo na primavera de 1943 para abrir os espetáculos para Ella Fitzgerald.
Nessa semana de apresentações no Apollo, Sarah foi apresentada a Earl Hines, líder de banda e pianista, embora os detalhes sobre o facto serem contestados. Billy Eckstine, na época cantor na banda de Earl, disse que a recomendou a Earl. Em contrapartida, Earl diz tê-la descoberta sozinho e ofereceu-lhe um emprego. Facto é que, após alguns testes no Apollo, Earl substitui o cantor por Sarah, em 4 de abril de 1943.
 
Com Earl Hines e Billy Eckstine (1943–1944)
Sarah passou o resto ds anos de 43 e parte de 44 em turnê pelo país com a banda de Earl Hines, que tinha Billy Eckstine como barítono. Sarah foi contratada como pianista, supostamente Earl poderia a contratar pelo sindicato dos músicos (Federação Americana de Músicos) ao invés do sindicato dos cantores (Lei americana de diversos artistas), mas após Cliff Smalls ser contratado como tompetista e pianista, o trabalho de Sarah passou a ser somente cantar.
Por isso a banda de Earl Hines é lembrada como uma incubadora do bebop, que incluía o trompetista Dizzy Gillespie, o saxofonista Charlie Parker (tocando o saxofone tenor, não o saxofone alto, pelo qual ficou famoso mais tarde) e o trombonista Bennie Green. Dizzy Gillespie até arranjou um contrato para a banda, mas a união dos músicos vetou uma possível gravação da banda, deixando o seu som e estilo para depois.
Billy Eckstine deixou a banda no fim de 43 para atuar como diretor musical na sua própria big band, formada com Dizzy Gillespie. Charlie Parker também foi logo, e, ao longo dos anos, a banda de Billy Eckstine teve um elenco impressionante de grandes nomes do jazz, entre eles: Miles Davis, Kenny Dorham, Art Blakey, Lucky Thompson, Gene Ammons e Dexter Gordon.
Sarah aceitou o convite de Billy Eckstine para fazer parte da banda em 44, dando a ela oportunidade de desenvolver a sua musicalidade com figuras épicas desta era do jazz. A banda também lhe proporcionou a sua primeira gravação, a 5 de dezembro daquele ano, data em que produziu a música "I'll Wait and Pray" para o selo Deluxe. A música fez o crítico e produtor Leonard Feather convidá-la para quatro músicas a solo pela Continental, naquele mês, apoiada por um septeto que incluía Dizzy Gillespie e Georgie Auld.
O pianista da banda, John Malachi, é citado como quem a apelidou Sassy, dito concordante a sua personalidade. Sarah gostou, e o apelido, e sua variante Sass, foi constantemente utilizado entre amigos e, eventualmente, a imprensa. Em cartas, por vezes Sarah assinava Sassie.
Sarah deixou a banda de Billy Eckstine oficialmente no final de 1944 para lançar a sua carreira a solo. Todavia continuou sempre muito próxima de Billy Eckstine, com quem gravou frequentemente ao longo da sua vida.
 
Início da carreira a solo (1945–1948)
Sarah iniciou a sua carreira a solo em 1945 como freelancer em clubes da Rua 52 de Nova Iorque, tais como, Three Deuces, Famous Door, Downbeat, e o Onyx. Sarah também se apresentava na Braddock Grill, vizinha do teatro Apollo. Em 11 de maio de 1945, gravou a música Lover Man para o selo Guild, com um quinteto com Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Al Haig no piano, Curly Russell no contrabaixo e Sid Catlett na bateria. Mais tarde naquele mês, ela entrou em estúdio com um entrosamento entre Dizzy e Charlie um pouco diferente, maior, que por fim, gravaram mais 3 faixas.
Após ser convidada pelo violonista Stuff Smith para gravar a música Time and Again em outubro, foi oferecido a ela um contrato para gravar pelo selo Musicraft, pelo próprio dono, Albert Marx. Porém ela não poderia gravar como música principal pelo selo até 7 de maio de 1946. Neste intervalo, fez diversas gravações para a Crown and Gotham e tocava frequentemente no Cafe Society, um clube com integração racial no centro de Nova Iorque.
Lá, se tornou amiga do trompetista George Treadwell, que também se tornou o seu gerente. Sarah delegou nele muito do trabalho de diretor musical das suas gravações, deixando-a livre para focar-se quase integralmente em cantar. Nos próximos anos George também fez mudanças positivas na aparência dela no palco. Além do guarda-roupa e cabelos melhorados, Sarah ajustou os dentes, tapando uma lacuna desagradável entre os dois dentes da frente.
Muitas das gravações de Sarah para a Musicraft em 1946 tornaram-se bastante conhecidas entre os aficionados de jazz, e críticos, incluindo, "If You Could See Me Now" (letra e arranjo por Tadd Dameron), "Don't Blame Me ", "I've Got a Crush on You", "Everything I Have Is Yours" e "Body and Soul".
Com uma relação profissional sólida, Sarah e George se casam a 16 de setembro de 1946.
O sucesso das gravações das suas para a Musicraft continuou até 47 e 48. "Tenderly" se tornou um inesperado hit pop no final de 1947, e "It's Magic" (do filme de Doris Day, Romance on the High Seas), gravada a 27 de dezembro de 1947, encontrou sucesso nas paradas no começo de 48. "Nature Boy", gravada em 8 de abril de 1948, tornou-se um sucesso, paralelamente ao lançamento do famoso Nat King Cole, da mesma música. Por outra proibição de gravação pela união dos músicos, "Nature Boy" foi gravada com um coro a cappella como único acompanhamento, acrescentando um ar etéreo para uma canção com uma letra e melodia vagamente mística.
 
O estrelato e os anos com a Columbia (1948–1953)
A união dos músicos quase levou a Musicraft a falência com suas proibições, e, com o pagamento de royalties atrasados, Sarah usou a oportunidade para assinar com uma gravadora maior, a Columbia. Após as resoluções judiciais, ela continua nas paradas de sucesso, com "Black Coffee", no verão de 49. Na Columbia, até 53, Sarah dedicou-se, quase exclusivamente, a baladas de música pop comerciais, entre as quais grandes sucessos, como: "That Lucky Old Sun", "Make Believe (You Are Glad When You're Sorry)", "I'm Crazy to Love You", "Our Very Own", "I Love the Guy", "Thinking of You" (com o pianista Bud Powell), "I Cried for You", "These Things I Offer You", "Vanity", "I Ran All the Way Home", "Saint or Sinner", "My Tormented Heart" e "Time".
Sarah também era muito apreciada pela crítica. Ganhou o prémio "Nova Estrela" de 47 da revista Esquire, assim como prémios sucessivos da Down Beat, de 47 a 52, e da Metronome, de 48 a 53.
Parte da crítica não gostava de sua forma de cantar, diziam muito "estilizado", refletindo nas calorosas controvérsias sobre quais seriam as novas tendências musicais da época, nos finais dos anos 40. Porém, em geral, a recepção da crítica à jovem cantora era positiva.
O sucesso de suas gravações, aliada a boa crítica, levaram-a a inúmeras oportunidades, apresentando-se, quase continuamente, em clubes pelo país no final da década de 40 e início da década 50. No verão de 49, Sarah fez a sua primeira apresentação com a orquestra sinfónica num evento beneficente para a Orquestra da Filadélfia, intitulado, "100 Homens e uma Rapariga". Nessa época, o artista de Chicago, Dave Garroway, inventou um segundo cognome para ela, "A Divina", que a seguiu durante toda a carreira. Uma das suas primeiras aparições televisivas foi no programa de variedades Stars on Parade, de 53-54, da rede de televisão DuMont, onde cantou "My Funny Valentine" e "Linger Awhile".
Com uma melhoria financeira, Sarah e George Treadwell compraram, em 1949, uma casa de 3 andares na avenida 21 Avon de Newark, ocupando o andar superior durante os seus, cada vez mais raros, momentos em casa, estando os pais de Sarah nos andares de baixo. No entanto, as pressões do trabalho e os conflitos de personalidade, levaram o casal a um problemas na relação. George contratou um gerente para as necessidades de Sarah em sua turnê, e abriu um escritório em Manhattan, onde podia apoiar Sarah, trabalhando com clientes.
A relação com a Columbia também piorou por sua insatisfação sobre um material comercial, que teve de fazer, e sucesso medíocre das suas gravações. Um pequeno grupo de artistas, a parte, gravou em 1950 com Miles Davis e Bennie Green, que estão entre os melhores de sua carreira, mas são atípicos nos registos da Columbia.
 
Os anos com a Mercury (1954–1958)
Em 1953, George Treadwell negociou para Sarah um único contrato, com a Mercury Records. Ela deveria gravar material comercial para o selo Mercury e material mais direcionado ao jazz por sua subsidiária EmArcy. Sarah e o produtor Bob Shad formaram um par, e o excelente trabalho dessa relação, rendeu forte sucesso artístico e comercial. Sua sessão de gravação de estreia ocorreu em fevereiro de 1954, e ela permaneceu na gravadora até 1959. Mais tarde, após uma temporada com a Roulette Records (de 1960 à 1963), Sarah volta à Mercury de 1964 à 1967.
O sucesso comercial na Mercury começou com o hit de 1954, "Make Yourself Comfortable", gravada no outono de 1954, com uma sucessão contínua de hits, incluindo: "How Important Can It Be" (com Count Basie), "Whatever Lola Wants", "The Banana Boat Song", "You Ought to Have A Wife" e "Misty". O pico do seu sucesso comercial foi em 1959, com "Broken Hearted Melody", canção considerada menor por ela , no entanto, esta tornou-se o seu primeiro disco de ouro, e parte habitual do reportório de suas apresentações nos próximos anos.
Em 1957, Sarah reuniu-se com Billy Eckstine para uma série de gravações em dueto, que rendeu o hit, "Passing Strangers".
As gravações comerciais de Sarah foram tratadas por diversos maestros e arranjadores, principalmente Hugo Peretti e Hal Mooney.
A sua carreira em gravações jazz, também procedeu aceleradamente, apoiado por seu trio de trabalho ou por diversas combinações de famosos artistas do jazz. Um de seus próprios álbuns favoritos era um sexteto de 1954 que incluía Clifford Brown.
Na segunda metade da década de 1950 ela seguiu uma agenda de turnê que foi quase non-stop, com diversos músicos de jazz famosos.
No verão de 1954, ela foi destaque no primeiro Festival de Jazz de Newport, e apresentou-se em edições posteriores do festival em Newport e Nova Iorque no resto da sua vida. No outono daquele mesmo ano, apresentou-se no Carnegie Hall com a Count Basie Orchestra, num projeto que também incluiu Billie Holiday, Charlie Parker, Lester Young e o Modern Jazz Quartet. Nesta época, Sarah novamente viaja em turnê pela Europa, com bastante sucesso, antes de outra turnê pelos Estados Unidos, agora com um "grande show", uma sucessão de cansativas apresentações de um dia, com celebres artistas, incluindo, Count Basie, George Shearing, Erroll Garner e Jimmy Rushing.
No Festival de Jazz de Nova Iorque de 1955, em Randall's Island, Sarah dividiu o palco com The Dave Brubeck Quartet, Horace Silver, Jimmy Smith, e a orquestra de Johnny Richards.
Mesmo que a relação entre Sarah e George tenha sido bem sucedida até os anos 50, a relação pessoal finalmente chega a uma ruptura, e Sarah pede o divórcio em 1958. Sarah delegou a George todas as questões financeiras, e, apesar de impressionantes números nos relatos de rendimento na década de 50, no acordo do casal George afirma ter restado apenas 16 mil dólares. O casal dividiu igualmente a quantia e os bens, terminando também sua relação de negócios.
  
A década de 60
A saída de George da vida de Sarah foi precipitada também pela entrada de Clyde "C.B." Atkins, homem de contexto incerto que ela conheceu em Chicago e com quem se casou a 4 de setembro de 1959. Mesmo Clyde não tendo experiência em gerência de artista ou musical, Sarah desejava uma relação mista (pessoal/profissional) como a que tinha com George. Ela deixou Clyde como seu empresário, embora continuasse sentindo o cheiro dos problemas que teve com George, e, inicialmente, manteve os olhos atentos sobre Clyde. Sarah e Clyde mudaram-se para uma casa em Englewood Cliffs, Nova Jérsia.
Quando o contrato de Sarah com a Mercury Records terminou, no final de 1959, ela imediatamente assinou com a Roulette Records, um pequeno selo de propriedade de Morris Levy, que era um dos responsáveis do clube de jazz nova-iorquino, Birdland, onde ela aparecia frequentemente. O elenco da Roulette, também incluía: Count Basie, Joe Williams, Dinah Washington, Lambert, Hendricks e Ross e Maynard Ferguson.
Sarah começou a gravar para a mesma em abril de 1960, com uma série de discos fortes, organizado e conduzido por um grande grupo: Billy May, Jimmy Jones, Joe Reisman, Quincy Jones, Benny Carter, Lalo Schifrin, e Gerald Wilson.
Surpreendentemente, naquele ano ela também teve algum sucesso nas paradas pop, com "Serenata" pela Roulette e um par de faixas restantes de seu contrato com a Mercury, "Eternally" e "You're My Baby". Nos anos seguintes, fez também um par de álbuns intimistas no padrão jazz (vocal/guitarra/contrabaixo): After Hours, de 1961, com o guitarrista Mundell Lowe, fazendo dupla com o baixista George Duvivier, e Sarah + 2, de 1962, com o guitarrista Barney Kessell e o baixista Joe Comfort.
Sarah não podia ter filhos, então, em 1961, ela e Clyde Atkins adotam uma filha, Debra Lois. No entanto, a relação com Clyde revelou-se difícil e violenta, assim, após uma série de estranhos incidentes, ela pediu o divórcio em novembro de 1963. Para ajudar a resolver os destroços financeiros do casamento, ela contou com dois amigos: um conhecido de infância, o proprietário do clube John "Preacher" Wells, e Clyde "Pumpkin" Golden, Jr. Juntos, concluiram que os gastos com jogos de Clyde Atkins, a colocaram com uma dívida de cerca de 150 mil dólares. A casa em Englewood acabou sendo apreendida pelo serviço de receita do governo dos Estados Unidos, IRS, por falta de pagamento de impostos. Sarah manteve a custódia da filha do casal, e Clyde Golden essencialmente tomou o lugar de Clyde Atkins, como gerente e amante de Sarah pelo resto da década.
Na altura do seu segundo divórcio, também se desentendeu com a Roulette Records. As finanças da Roulette também foram ainda mais enganosas e obscuras que o normal nos negócios da indústria fonográfica, e os artistas das suas gravações, muitas vezes tinham pouco a mostrar para os seus esforços de outros excelentes registros. Quando o seu contrato com a mesma terminou, em 1963, Sarah retornou para os confinamentos mais familiares da Mercury Records. No verão de 1963, Sarah foi para a Dinamarca com o produtor Quincy Jones para gravar quatro dias de apresentações ao vivo com o seu trio, o Sassy Swings the Tivoli, uma excelente amostra do seu show ao vivo deste período. No ano seguinte, ela fez sua primeira aparição na Casa Branca, para o presidente Johnson.
Infelizmente, a gravação no Tivoli seria o mais brilhante momento da sua segunda temporada com a Mercury. Mudanças demográficas e de gostos em 1960 deixaram os artistas de jazz com audiências cada vez menores e material inadequado. Enquanto Sarah manteve um grande e leal número de seguidores, suficiente para manter a sua carreira de cantora, a quantidade e qualidade de sua produção gravada diminuiu, porém mesmo quando a sua voz obscureceu, a sua habilidade não ficou reduzida. Mas, na conclusão dos negócios com a Mercury em 1967, ela ficou sem um contrato para o restante da década.
Em 1969, Sarah terminou o seu relacionamento profissional com Clyde Golden e mudou-se para a Costa Oeste, estabelecendo-se primeiro numa casa perto de Benedict Canyon em Los Angeles e, em seguida, para o que acabaria sendo sua última casa, em Hidden Hills.
 
Renascimento nos anos 70
Sarah conheceu Marshall Fisher após uma apresentação num Casino em Las Vegas em 1970 e ele logo caiu no papel familiar duplo, como amante e gerente de Sarah. Marshall Fisher foi outro homem de origem incerta, sem nenhuma experiência musical ou nos negócios de entretenimento, mas, ao contrário de alguns dos seus companheiros anteriores, ele era um fã genuíno, dedicado a promover a carreira de Sarah.
Os anos setenta também anunciou o renascimento na atividade de gravação de Sarah. Em 1971, Bob Shad, que havia trabalhado com ela como produtor na Mercury Records, convidou-a para gravar para a sua nova gravadora, a Mainstream Records. Ernie Wilkins, veterano da banda de Count Basie, fez o arranjo e conduziu o seu primeiro disco para esta, o A Time In My Life, em novembro de 1971. Em abril de 1972, Sarah gravou uma coleção de baladas escritas, arranjadas e conduzidas por Michel Legrand. Michel Legrand ainda se uniu a Peter Matz, Jack Elliott e Allyn Ferguson para o terceiro disco dela, o Feelin' Good. Sarah ainda gravou o Live in Japan, disco gravado ao vivo em Tóquio com o seu trio, em setembro de 1973.
Durante as suas sessões com Michel Legrand, Bob Shad apresentou, por consideração à Sarah, a canção "Send In The Clowns", de Stephen Sondheim, do musical da Broadway, A Little Night Music. A canção tornar-se-ia a sua assinatura, substituindo "Tenderly", que tinha estado com ela desde o início da sua carreira a solo.
Infelizmente, a sua relação com a Mainstream estragou-se em 1974, supostamente por um conflito precipitado com Marshall Fisher sobre a fotografia de capa do disco, e/ou por royalties não pagos. Isso deixou-a novamente sem um contrato de gravação durante mais de três anos.
Em dezembro de 1974, Sarah fez um show particular para o presidente dos Estados Unidos, Gerald Ford e o presidente francês, Giscard d'Estaing, durante uma conferência na Martinica.
 
Morte 
Em 1989, a saúde de Vaughan começou a declinar. Ela cancelou uma série de compromissos na Europa, em 1989, citando a necessidade de buscar tratamento para a artrite na mão, embora ela foi capaz de completar uma série de performances mais tarde no Japão. Durante uma conjunto de atuações em Nova York, no Blue Note Jazz Club, em 1989, Vaughan recebeu um diagnóstico de cancro de pulmão, estando já demasiado doente para conseguir terminar o dia final do que viria a ser a sua última série de apresentações públicas. Vaughan voltou para a sua casa na Califórnia, para começar a quimioterapia e passou os seus últimos meses alternando estadias no hospital e em casa. Vaughan desistiu ​​da luta e pediu para ser levada para casa, onde morreu na noite de 3 de abril de 1990, enquanto assistia a um filme de televisão, com a sua filha, uma semana depois de seu 66º aniversário. A cerimónia fúnebre de Vaughan foi realizada no Monte Zion Baptist Church, no n.º 208 da Broadway, em Newark, Nova Jérsia, que era a mesma congregação onde ela cresceu. Após a cerimónia, uma carruagem, puxada por cavalos, transportou o seu corpo para o seu lugar de descanso final, no Glendale Cemetery, em Bloomfield, no estado de Nova Jérsia.