terça-feira, janeiro 29, 2019

Hyde, o vocalista da banda de rock japonesa L'Arc-en-Ciel, faz hoje cinquenta anos

Hideto Takarai (Wakayama, 29 de janeiro de 1969), conhecido exclusivamente pelo seu nome artístico de Hyde, é um cantor, compositor, produtor musical e ator japonês. Ele é mais conhecido como vocalista das bandas L'Arc-en-Ciel e Vamps. Nos L'Arc-en-Ciel seu nome é estilizado como hyde, enquanto nos Vamps é estilizado como HYDE.
Ele se juntou aos L'Arc-en-Ciel em 1991, depois de deixar a banda Jerusalem's Rod na qual ele foi guitarrista. Além de ser o vocalista e letrista principal dos L'Arc-en-Ciel, Hyde lançou quatro álbuns solo e 8 singles individuais. Em 2008 ele formou Vamps com K.A.Z, e começou sua própria gravadora independente, chamada VAMPROSE.
 
 

Adam Lambert faz hoje 37 anos

Adam Mitchel Lambert (Indianápolis, 29 de janeiro de 1982) é um cantor, compositor e ator dos Estados Unidos. Em maio de 2009 ele terminou no segundo lugar na oitava temporada do famoso programa American Idol. Lambert lançou o seu primeiro disco, For Your Entertainment, em 23 de novembro de 2009, vendendo 198 mil cópias só na primeira semana. Em 15 de maio de 2012, Lambert lançou seu segundo álbum de inéditas, Trespassing, que estreou no primeiro lugar da lista Billboard 200, tornando-se o primeiro homossexual assumido a conseguir este feito.
Desde 2011 Adam participa de shows ao lado dos músicos remanescentes da banda Queen, Brian May e Roger Taylor onde formam o grupo "Queen + Adam Lambert".
Em 2014 e 2015 o supergrupo esteve em turnê mundial que começou pela América do Norte, em 2014, e que se estendendo até à Austrália, Nova Zelândia e Ásia. Em 2015 a turnê chegou à Europa e no dia 18 de setembro de 2015, o supergrupo apresentou-se a um público de 100 mil pessoas relembrando os maiores sucessos do Queen, após 30 anos da apresentação da banda no primeiro festival de música Rock in Rio, no Brasil.

segunda-feira, janeiro 28, 2019

Billy Powell morreu há dez anos

(imagem daqui)
   
William Norris "Billy" Powell (Corpus Christi, Texas, 3 de junho de 1952 - Orange Park, Flórida, 28 de janeiro de 2009) foi um teclista dos Estados Unidos, integrante da banda de southern rock Lynyrd Skynyrd.
   
Biografia
Começou como roadie da banda em 1970, até que, em 1972, durante o aquecimento em um show do Lynyrd em Jacksonville, tocou uma versão de "Free Bird" no teclado. O vocalista Ronnie Van Zant ficou tão impressionado que imediatamente o convidou para ser o teclista oficial do grupo.
Sobreviveu ao desastre aéreo que abateu a banda em 1977, sofrendo apenas ferimentos no rosto. Entre essa época e 1987, entrou para uma banda cristã chamada Vision.
Voltou aos Lynyrd em 1987 para uma turnê-tributo, permanecendo com a banda até à sua morte, em 28 de janeiro de 2009, em Orange Park, Flórida.
   
    

Lynyrd Skynyrd - Free bird

If I leave here tomorrow
Would you still remember me?
For I must be travelling on, now,
cause theres too many places Ive got to see.
But, if I stayed here with you, girl,
Things just couldnt be the same.
cause Im as free as a bird now,
And this bird you can not change.
Lord knows, I cant change.

Bye, bye, its been a sweet love.
Though this feeling I cant change.
But please dont take it badly,
cause lord knows Im to blame.
But, if I stayed here with you girl,
Things just couldnt be the same.
Cause Im as free as a bird now,
And this bird youll never change.
And this bird you can not change.
Lord knows, I cant change.
Lord help me, I cant change

O poeta William Butler Yeats morreu há oitenta anos

William Butler Yeats, muitas vezes apenas designado por W.B. Yeats, (Dublin, 13 de junho de 1865 - Menton, França, 28 de janeiro de 1939) foi um poeta, dramaturgo e místico irlandês. Atuou ativamente no Renascimento Literário Irlandês e foi co-fundador do Abbey Theatre.
As suas obras iniciais eram caracterizadas por uma tendência romântica, exuberante e fantasiosa, que transparece no título da sua colectânea de 1893, The Celtic Twilight ("O Crepúsculo Celta"). Posteriormente, por volta dos seus 40 anos, e como resultado da sua relação com poetas modernistas, como Ezra Pound, e também do seu envolvimento activo no nacionalismo irlandês, o seu estilo torna-se mais austero e moderno.
Foi também senador irlandês, cargo que exerceu com dedicação e seriedade. Foi galardoado com o Prémio Nobel de Literatura de 1923. O Comité de entrega do Prémio justificou a sua decisão pela "sua poesia sempre inspirada, que através de uma forma de elevado nível artístico dá expressão ao espírito de toda uma nação." Em 1934 compartilhou o Prémio Gothenburg para poesia com Rudyard Kipling.
   
Juventude
Yeats nasceu em Sandymount, Dublin. O seu pai, John Butler Yeats, descendia de Jervis Yeats, um comerciante de linho da época de Guilherme III de Inglaterra, que morreu em 1712 e cujo avô, Benjamin, casou com Mary Butler, filha de uma família com propriedades no Condado de Kildare. Por altura do seu casamento, John Yeats estava a estudar direito, mas abandonou rapidamente os estudos para se dedicar a uma carreira como pintor de retratos. A sua mãe, Susan Mary Pollexfen, provinha de uma família anglo-irlandesa do Condado de Sligo. Pouco depois do seu nascimento, Yeats mudou-se para Sligo, para aí permanecer com a sua grande família. Yeats sempre considerou este o seu lar de infância por excelência. A família Butler Yeats era muito dedicada às artes. O irmão de William, Jack, tornar-se-ia um conhecido pintor e as suas irmãs, Elizabeth e Susan, fizeram ambas parte do movimento Arts and Crafts.
Finalmente, a família mudou-se para Londres, para permitir a John prosseguir a sua carreira. De início, os filhos da família Yeats foram educados em casa. A sua mãe, com saudades de Sligo, entretinha os filhos com contos populares do seu condado de origem. Em 1877, William entrou para a escola Godolphin, onde estudou quatro anos. Pelo que parece, não gostou da experiência e não se distinguiu particularmente entre os seus colegas, academicamente. Por razões financeiras, a família voltou para Dublin cerca de 1880, vivendo primeiro no centro da cidade e, mais tarde, no subúrbio de Howth.
Em outubro de 1881, Yeats retomou a sua formação académica na Erasmus Smith High School de Dublin. O estúdio do seu pai estava localizado ali perto e foi aí que Yeats começou a conviver com muitos artistas e escritores da cidade. Manteve-se na escola secundária até dezembro de 1883. Começou a escrever poesia por esta altura.
   
Primeira poesia
Em 1885, os primeiros poemas de Yeats, bem como um ensaio designado por The Poetry of Sir Samuel Ferguson, são publicados na Dublin University Review. De 1884 a 1886, frequentou a Metropolitan School of Art (hoje designada como National College of Art and Design) em Kildare Street.
Ainda antes de escrever poesia que Yeats associava poesia a ideias e sentimentos religiosos. Descrevendo a sua infância, diria mais tarde que a sua única crença inabalável consistia em acreditar que se houvesse algo na filosofia que tivesse tomado a forma de poesia era a ideia de que se tinha sido "um espírito poderoso e benevolente a dar forma ao destino deste mundo, podemos descobrir melhor esse destino através das palavras que o coração acolheu no seu desejo do mundo".
As primeiras tendências poéticas de Yeats inspiram-se nos mitos e folclore irlandês, bem como na prosódia e coloratura dos versos pré-Rafaelitas. A sua maior influência nestes primeiros anos - e que se manteve, provavelmente, ao longo de toda a sua carreira poética foi Percy Bysshe Shelley. Num ensaio sobre Shelley, escrito mais tarde, escreveu "reli o Prometeu Libertado… E parece-me que que tem um lugar ainda mais seguro do que pensava entre os livros sagrados deste mundo."
O primeiro poema com alguma importância de Yeats foi The Isle of Statues (A Ilha das Estátuas), uma obra de cariz fantástico que foi buscar Edmund Spenser para modelo poético. Depois de ter saído com um número da Dublin University Review, nunca mais foi republicado. O seu primeiro livro publicado foi o panfleto Mosada: A Dramatic Poem (1886), que já tinha aparecido na mesma revista - a nova impressão, em formato de livro teve uma edição de 100 cópias pagas pelo seu pai. Seguiu-se The Wanderings of Oisin and Other Poems (As peregrinações de Oisin e outros poemas) (1889). Este longo título da mais antiga obra de Yeats que não foi renegada na sua maturidade, baseava-se em poemas do Ciclo Feniano da Mitologia irlandesa. Este poema, que levou dois anos a ser completado, é ainda marcado pelo estilo de Ferguson e dos pré-Rafaelitas, ao mesmo tempo que inaugurava um dos temas mais presentes na obra de Yeats: o apelo de uma vida de contemplação versus o apelo de uma vida de acção. Depois das Peregrinações de Oisin, Yeats não voltou a escrever poemas longos. Os seus outros poemas inaugurais são canções líricas que versam o amor, além de temas esotéricos e místicos.
A família de Yeats voltou para Londres em 1887, e em 1890, Yeats co-fundou o Rhymer's Club com Ernest Rhys. Este grupo de poetas, partilhando ideias e convicções, reunia-se regularmente e começou a publicar antologias em 1892 até 1894. Entre outras colectâneas iniciais podemos citar Poems (1895), The Secret Rose (1897) e The Wind Among the Reeds (O vento entre os juncos) (1899).
    
O Renascimento Literário Irlandês e o Teatro Abbey
Em 1889, Yeats conheceu Maud Gonne, uma jovem herdeira que começava, na altura, a dedicar-se ao movimento nacionalista irlandês. Gonne tinha lido o poema The Isle of Statues e procurou conhecer o seu autor. Yeats mostrou desde cedo uma paixão cega e obsessiva em relação a Gonne, que teria um efeito significativo na sua vida e poesia posterior. Dois anos depois de se conhecerem, Yeats pediu-a em casamento, mas foi rejeitado. Em 1899, 1900 e 1901, o poeta tentou por mais três vezes a sua sorte, mas foi sempre rejeitado. Em 1903 perdeu as esperanças, com o casamento de Gonne com o nacionalista irlandês John MacBride. Neste mesmo ano, Yeats deixou o país para realizar uma digressão de conferências nos Estados Unidos. Teve, entretanto, um caso com Olivia Shakespear, que conheceu em 1896, mas de quem se separou um ano depois.
Também em 1896, foi apresentado a Lady Gregory pelo seu amigo comum Edward Martyn. Lady Gregory encorajou o nacionalismo de Yeats, convencendo-o a continuar a escrever peças dramáticas. Ainda que fosse influenciado pelo simbolismo francês, Yeats procurou sempre focar conteúdos e temas relacionados com a Irlanda. Esta sua inclinação foi reforçada pelo seu envolvimento na nova geração de jovens autores emergentes irlandeses. Em conjunto com Lady Gregory e Martyn, bem como de escritores como John M. Synge, Sean O'Casey, Padraic Colum e James Stephens, Yeats foi um dos responsáveis pelo estabelecimento do movimento literário que ficou conhecido como Renascimento Literário Irlandês (também designado de Renascimento Celta).
Além destes escritores, que constituíam a parte criativa do movimento, muito da energia desta corrente literária derivou das traduções levadas a cabo por muitos académicos que abriam novos horizontes ao trazerem a descoberto as antigas sagas e a poesia Ossiânica (de Ossian), bem como pela valorização das mais recentes canções folclóricas em gaélico. Um destes académicos mais brilhantes foi Douglas Hyde, que tornar-se-ia o primeiro Presidente da Irlanda, cujas Love Songs of Connacht (Canções de Amor de Connacht) são muito admiradas.
Uma das maiores e mais duradouras conquistas deste Renascimento foi a fundação do Teatro Abbey. Em 1899, Yeats, Lady Gregory, Martyn e George Moore fundaram o Teatro Literário Irlandês. Este não teve, contudo, grande sucesso e sobreviveu apenas durante dois anos. Depois, ao trabalhar em conjunto com dois irmãos com experiência no meio teatral, William e Frank Fay, bem como a secretária voluntária de Yeats, Annie Elizabeth Fredericka Horniman (uma inglesa de posses que já estivera envolvida na apresentação de Arms and the Man - O Homem e as armas -, de George Bernard Shaw, em Londres, em 1894), o grupo estabeleceu a Irish National Theatre Society (Sociedade do Teatro Nacional Irlandês). Pouco depois, estavam em condições de, em conjunto com John Millington Synge, adquirir um edifício em Dublin onde abriram o Abbey Theatre, a 27 de dezembro de 1904. Duas das peças de Yeats inauguraram a casa. Yeats continuou ligado a este teatro para o resto da vida, tanto como membro da direcção como dramaturgo particularmente prolífico.
Em 1902, Yeats ajudou a fundar a Dun Emer Press onde seriam publicadas obras de escritores ligados ao Renascimento. A editora mudou de nome para Cuala Press em 1904. Daí em diante, até fechar as portas em 1946, a editora, mantida pelas irmãs do poeta, editou mais de 70 obras, sendo 48 do próprio Yeats. O poeta passou o verão de 1917 com Maud Gonne. Desta vez, pediu em casamento a filha desta, Iseult, mas recebeu a mesma resposta que já tivera da mãe. Em setembro, pedia a mão a George Hyde-Lees, com melhor sorte, casando-se a 20 de Outubro. Por esta altura, comprou o Castelo Ballylee, perto de Coole Park, mudando-lhe o nome para Thoor Ballylee. Foi nesta fortificação que passou a maior parte das épocas estivais que se seguiram até à sua morte.
 
Misticismo
Yeats teve, ao longo de toda a sua vida, um interesse enorme pelo misticismo e pelo espiritualismo. Em 1885 formou com alguns amigos a Dublin Hermetic Order (Ordem Hermética de Dublin). Esta sociedade realizou a sua primeira reunião a 16 de junho, com Yeats a presidi-la. No mesmo ano, a Loja Teosófica de Dublin arranca com o envolvimento de Brahmin Mohini Chatterjee. Yeats participou da sua primeira sessão no ano seguinte. Em 1900 torna-se dirigente da Ordem Hermética da Aurora Dourada, de que fazia parte desde 1890. Depois do seu casamento mostrou também interesse por uma forma de escrita automática, que desenvolveu com a sua mulher.
As inclinações místicas de Yeats, influenciadas pela religião Hindu - Yeats traduziu Os dez principais Upanishads (1938) com Shri Purohit Swami -, crenças teosóficas e pelo ocultismo, serviriam mais tarde de base para a sua poesia, o que levou alguns críticos a atacá-lo de falta de credibilidade intelectual. W. H. Auden criticou o seu último estádio poético como sendo um espectáculo deplorável de um homem maduro ocupado com o nonsense indiano. Contudo, é inegável que Yeats escreveu muita da sua mais duradoura poesia nesta altura. A metafísica das últimas obras de Yeats devem ser lidas relacionando-as com os princípios expostos em A Vision (1925), lido hoje em dia mais como um documento essencial para a compreensão deste último período poético do que pelo seu valor filosófico efectivo.
 
Modernismo
Em 1913, Yeats conheceu o jovem poeta norte-americano Ezra Pound. Pound tinha viajado até Londres, em parte com a intenção de conhecer Yeats, que considerava "o único poeta merecedor de um estudo sério". A partir dessa altura até 1916, os dois passaram os invernos numa casa de campo na Floresta de Ashdown, com Pound a exercer as funções de secretário de Yeats. Pound tinha preparado um publicação de versos de Yeats na revista Poetry, com as suas próprias alterações não autorizadas, reflectindo a aversão de Pound pela prosódia victoriana. Contudo, estas diferenças não impediram que se tivessem apercebido de tudo o que podiam aprender um com o outro. Um exemplo era o conhecimento que Yeats obtivera sobre as peças de teatro Japonês Noh que lhe foram apresentadas pela viúva de Ernest Fenollosa e que lhe serviriam de modelo para o tipo de drama aristocrático que pretendia escrever. A primeira das suas peças inspiradas no teatro Noh foi At the Hawk's Well cujo primeiro esboço foi ditado a Pound em Janeiro de 1916.
Yeats é, geralmente, considerado um dos poetas chave em língua inglesa do século XX. Ao contrário dos outros poetas modernistas, cultores do verso livre, Yeats era um mestre das formas poéticas tradicionais. O impacto do modernismo na obra de Yeats pode notar-se no abandono da dicção poética convencional dos primeiros anos da sua obra, para uma linguagem mais austera e uma abordagem mais directa dos temas característicos da sua poesia e teatro da fase intermédia, como acontece nas obras In the Seven Woods, Responsibilities, e The Green Helmet.
 
Política
Não foi só em termos literários que Yeats mudou de parecer, nesta altura. As suas preocupações políticas abandonaram por esta altura a esfera da política cultural em que se tinha envolvido nos primeiros anos do Renascimento Irlandês. Na sua obra dramática inicial, a sua postura essencialmente aristocrática levou-o a idealizar a classe camponesa irlandesa, revelando uma certa vontade de ignorar a pobreza e sofrimento real do quotidiano camponês. Contudo, a emergência de um movimento político importante nas fileiras da classe média católica obrigou-o a alterar a sua atitude.
As novas tendências políticas de Yeats são manifestas no seu poema September 1913 (Setembro de 1913), com o seu conhecido refrão "Romantic Ireland's dead and gone,/It's with O'Leary in the grave" ("A Irlanda Romântica está morta,/Jaz com O'Leary na sepultura"). Este poema é um ataque aos patrões de Dublin envolvidos na famosa greve de 1913, em defesa das tentativas de James Larkin em organizar o movimento trabalhista irlandês. Na Páscoa de 1916, com a seu igualmente famoso "All changed, changed utterly:/A terrible beauty is born" (Tudo mudou, mudou subitamente:/Uma terrível beleza nasceu"), Yeats defronta a sua falha em reconhecer os méritos dos líderes da Insurreição da Páscoa apenas devido às suas origens e vidas humildes.
Yeats foi nomeado para o Seanad Éireann em 1922 onde, entre outras coisas, presidiu ao comité encarregado de seleccionar os desenhos para a primeira cunhagem de moeda da Irlanda Livre. Teve um papel de relevo no debate em relação à legislação antidivórcio, em 1925, da qual era opositor. Descreveu-se a si mesmo, enquanto figura pública, apenas como "A sixty-year-old smiling public man" ("uma figura pública sorridente de sessenta anos de idade"), como se pode ler no seu poema de 1927, "Amongst School Children". Saiu do Senado em 1928 devido a problemas de saúde.
As atitudes essencialmente aristocráticas, bem como a convivência com Pound, levaram-no a expressar por diversas vezes a sua admiração por Mussolini. Escreveu também algumas canções de "marcha" para os camisas azuis do general Eoin O'Duffy, um movimento político com tendências fascistas (as canções nunca foram usadas pelo movimento). Contudo, quando Pablo Neruda o convidou a visitar Madrid em 1937, Yeats respondeu-lhe numa carta onde defendia a República e repudiava o fascismo. As tendências políticas de Yeats eram, portanto, confusas e ambíguas: nunca se tendo mostrado simpatizante da esquerda (e da democracia), distanciou-se também do fascismo nos últimos anos da sua vida. Esteve também envolvido num movimento a favor da eugenia (apuramento da raça).
   
Obra tardia
Nos seus últimos poemas e peças teatrais, Yeats abandonou os temas políticos que caracterizavam o período intermédio da sua obra e começou a inspirar-se no seu universo pessoal, incluindo os filhos e a experiência do envelhecimento. O próprio Yeats, no poema "The Circus Animals' Desertion", publicado na sua última colectânea, descreve o seu processo criativo com os seguintes versos "Now that my ladder's gone,/I must lie down where all the ladders start/In the foul rag and bone shop of the heart" (proposta de tradução, não literal: "Agora que a minha ascensão terminou,/Devo repousar onde todas as ascensões começam/Nos trapos imundos e ossário do coração").
Em 1929, habitou Thoor Ballylee pela última vez. Passou a maior parte dos seus últimos dias fora da Irlanda, ainda que tenha alugado uma casa em Rathfarnham, um subúrbio de Dublin, a partir de 1932. Foi muito produtivo nos últimos anos da sua vida, publicando poesia, peças e prosa. Em 1938, foi ao Teatro Abbey pela última vez, assistir à estreia da sua peça Purgatory. A sua autobiografia, Autobiographies of William Butler Yeats, foi publicada no mesmo ano.
Depois de sofrer de diversas mazelas, por alguns anos, Yeats morre no Hôtel Idéal Séjour, em Menton, França, a 28 de janeiro de 1939, oito meses antes da invasão alemã da Polónia. O seu último poema, The Black Tower refere-se ao mito do Rei Artur. Pouco depois, Yeats era sepultado provisoriamente em Roquebrune, até que, de acordo com o seu desejo, o seu corpo foi levado na corveta Irish Macha até Drumecliff, em Sligo, em setembro de 1948. A sua sepultura é uma atracção turística importante em Sligo. O seu epitáfio, que repete o final de um dos seus poemas, Under Ben Bulben reza: "Cast a cold eye on life, on death; horseman, pass by!" ("Lança um olhar gélido à vida, à morte; cavaleiro, segue em frente!"). Sobre esta localidade, onde repousam os seus restos mortais, disse certa vez: "the place that has really influenced my life most is Sligo" ("Sligo foi, realmente, o local que mais influenciou a minha vida"). Sligo ostenta ainda uma estátua e um memorial em honra de Yeats.
   
  
Two Songs of a Fool
 
 
I

A speckled cat and a tame hare
Eat at my hearthstone
And sleep there;
And both look up to me alone
For learning and defence
As I look up to Providence.

I start out of my sleep to think
Some day I may forget
Their food and drink;
Or, the house door left unshut,
The hare may run till it’s found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.

I bear a burden that might well try
Men that do all by rule,
And what can I
That am a wandering witted fool
But pray to God that He ease
My great responsibilities?
 
 
II
  
I slept on my three-legged stool by the fire,
The speckled cat slept on my knee;
We never thought to enquire
Where the brown hare might be,
And whether the door were shut.
Who knows how she drank the wind
Stretched up on two legs from the mat,
Before she had settled her mind
To drum with her heel and to leap:
Had I but awakened from sleep
And called her name she had heard,
It may be, and had not stirred,
That now, it may be, has found
The horn’s sweet note and the tooth of the hound.
 
  
William Butler Yeats

O vaivém Challenger explodiu há 33 anos

O Challenger foi um vaivém espacial da NASA. Foi o segundo a ser fabricado, após o Columbia. Foi a primeira vez para o espaço a 4 de abril de 1983.
Em 28 de Janeiro de 1986, na STS-51-L (a sua décima missão), um defeito nos tanques de combustível causou a explosão da Challenger, matando todos seus ocupantes, inclusive a professora Christa McAuliffe, a primeira civil a participar de um voo espacial.
Este desastre paralisou o programa espacial estadunidense durante meses, durante os quais foi feita uma extensa investigação que concluiu por defeito no equipamento e no processo de controle de qualidade da fabricação das peças da nave espacial.
A investigação sobre o acidente com o vaivém espacial foi liderada pelo famoso físico novaiorquino Richard Philips Feynman, que descobriu uma falha nos anéis de borracha que serviam para a vedação das partes do tanque de combustíveis, que apresentava anomalias na expansão quando a temperatura chegava aos 0°C (ou 32°F). Feynman foi a público explanar as causas do acidente, que chocou os Estados Unidos e fez uma demonstração em rede nacional e ao vivo.
   
in Wikipédia
    
STS-51-L foi o 25º voo do programa do vaivém espacial norte-americano, realizado com a nave Challenger, e que marcaria o primeiro voo de um civil a bordo de um vaivém espacial, a professora Christa McAuliffe. Lançado a 28 de janeiro de 1986 de Cabo Canaveral, na Flórida, a nave explodiu 73 segundos após a descolagem, matando os seus sete tripulantes.
A tragédia, causada pelo rompimento de um anel de vedação no tanque externo de combustível sólido da nave, causando um incêndio seguido de explosão, foi o primeiro acidente fatal, em voo, de uma missão tripulada no programa espacial dos Estados Unidos.
    
 in Wikipédia

domingo, janeiro 27, 2019

Há 23 anos um sucesso editorial único rapidamente desapareceu


(imagens daqui)

Escândalos da democracia: O livro que vendeu 30 mil e desapareceu
Não foi só o livro. O autor emigrou após as revelações que atingiram Mário Soares

Fixe bem esta data: 27 de janeiro de 1996. Era um sábado e o público português assistiu a um fenómeno sem precedentes: um livro, escrito por um autor nacional, vendeu 30.000 exemplares no lançamento. Depois foi retirado do mercado e nunca mais reapareceu."Contos proibidos. Memórias de um PS desconhecido" foi a obra "mais atrevida", segundo Nelson de Matos, a pessoa que o publicou na Dom Quixote. Numa entrevista ao "Expresso", em 2004, o editor negou ter sofrido pressões ou ameaças, mas denunciou a existência de "comentários negativos" que lhe causaram "bastantes dificuldades pessoais". "A todos expliquei que o livro existia", disse na altura. "Tinha revelações importantes e procurava ser sério ao ponto de as provar. Desse ponto de vista, achei que merecia ser discutido na sociedade." Nelson de Matos é também, provavelmente, uma das poucas pessoas que conhece o paradeiro do autor - a hipótese mais repetida é a Suécia, mas ninguém está em condições de confirmar nada. O escritor, tal como acontecera antes com o bestseller instantâneo, desapareceu sem deixar rasto. Dez anos mais tarde, o jornalista Joaquim Vieira publicou cinco textos sobre o assunto na "Grande Reportagem". Em conversa com o i, recorda que "quando o livro saiu, o Rui Mateus foi entrevistado pelo Miguel Sousa Tavares na SIC, e a primeira pergunta que este lhe fez foi: 'Então, como é que se sente na pele de um traidor?' Toda a entrevista decorreu sob essa ideia."Mas o que continha o livro afinal? Qual o motivo para as desaparições? Retomando a síntese de Vieira, que o analisou a fundo, Rui Mateus diz que Mário Soares, "após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar fundos financeiros remanescentes da campanha. (...) Que, não podendo presidir ao grupo por questões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro". O investigador Bernardo Pires de Lima também leu o livro e conserva um exemplar. "Parece-me evidente que desapareceu de circulação rapidamente por ser um documento incómodo para muita gente, sobretudo altas figuras do PS, metidas numa teia de tráfico de influências complicada que o livro não se recusa a revelar com documentos", observa. A obra consta de dez capítulos e 47 anexos. Ao todo, 455 páginas que arrancam na infância do autor, percorrem o primeiro quarto de século do PS (desde as origens na clandestinidade da Acção Socialista) e acabam em 1995, perto do final do segundo mandato de Soares. Na introdução, Mateus escreve: "É um livro de memórias em redor do Partido Socialista, duma perspectiva das suas relações internacionais, que eu dirigira durante mais de uma década." Os últimos três capítulos abordam o caso Emaudio - um escândalo rebentado pelo próprio Mateus e que motivou a escrita de "Contos proibidos" para "repor a verdade". Para Joaquim Vieira e Bernardo Pires de Lima, a credibilidade do livro é de oito sobre dez. "O livro adianta imensos detalhes que reforçam a sua credibilidade e nenhum deles foi alguma vez desmentido", argumenta o jornalista e actual presidente do Observatório da Imprensa. Vieira lamenta o "impacto político nulo e nenhuns efeitos" das revelações de Mateus. "Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela 'traição' a Soares." Apesar de, na estreia, terem tido todas as coberturas, livro e autor caíram rapidamente no esquecimento. Hoje, a obra pulula na Internet em versão PDF
  

O último Kaiser da Alemanha nasceu há 160 anos

Guilherme II, de nome completo Frederico Guilherme Vítor Alberto, (Berlim, 27 de janeiro de 1859 - Doorn, Países Baixos, 4 de junho de 1941) foi o último imperador da Alemanha (Kaiser) e rei da Prússia, tendo governado o Império da Alemanha e o Reino da Prússia entre 15 de junho de 1888 e 9 de novembro de 1918. Era neto da rainha Vitória do Reino Unido e parente de muitos monarcas e príncipes de toda a Europa, sendo os mais importantes o seu primo, o rei Jorge V do Reino Unido, fundador da Casa de Windsor, e o czar Nicolau II, da Casa Romanov, o último monarca do Império Russo antes da Revolução Russa de 1917. Coroado em 1888, dispensou o chanceler Otto von Bismarck em 1890 e liderou a Alemanha para uma política bélica chamada "novo rumo" nos círculos de política internacional que culminou no seu apoio ao Império Austro-Húngaro durante a crise política de julho de 1914, que levou à Primeira Guerra Mundial. Bombástico e impetuoso, por vezes Guilherme pronunciava-se de forma pouco cuidadosa sobre assuntos de grande sensibilidade, sem consultar os seus ministros, uma atitude que acabaria por culminar numa entrevista desastrosa ao Daily Telegraph que lhe custou grande parte do seu poder em 1908. Os seus militares de topo, Paul von Hindenburg e Erich Ludendorff, foram os responsáveis políticos do país durante a Primeira Guerra Mundial e deram muito pouca importância ao governo civil. Guilherme era um líder muito pouco eficiente, algo que lhe custou o apoio do exército e levou à sua abdicação em novembro de 1918. Passou os seus restantes anos de vida no exílio nos Países Baixos.
  

Hoje é o dia de recordar o Holocausto

Um sobrevivente do Holocausto mostra a marca no braço da tatuagem do campo de concentração
 
O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto é um dia internacional da lembrança das vítimas do Holocausto, o genocídio cometido pelos nazis e seus adeptos que ceifou a vida de milhões de judeus durante a II Guerra Mundial. Ele foi assacado ao dia 27 de janeiro, pela resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 1 de novembro de 2005, durante a 42ª sessão plenária desta organização.
A resolução veio após a sessão especial realizada em 24 de janeiro de 2005, durante a qual a Assembleia Geral marcou o 60º aniversário da libertação dos campos de concentração e do fim do Holocausto. 27 de janeiro é a data, em 1945, que marca a libertação do maior campo de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau, pelas tropas soviéticas.
Antes de resolução 60/7, existiam vários dias nacionais de comemoração, como o Dia da Lembrança das Vítimas do Nacional-Socialismo, na Alemanha, criado através de um decreto do presidente Roman Herzog, em 3 de janeiro de 1996 e o Dia do Holocausto no Reino Unido, observado desde 2001 a 27 de janeiro. O Dia da Lembrança do Holocausto também é uma data nacional de comemoração na Itália.

  

Nick Mason, o baterista dos Pink Floyd, faz hoje 75 anos!

Nicholas Berkeley "Nick" Mason (Birmingham, 27 de janeiro de 1944) é um baterista e compositor inglês, mais conhecido por ser o único integrante da formação original do Pink Floyd. Ele foi o único membro que não saiu desde a formação da banda, em 1965. Apesar de escrever poucas músicas para os Pink Floyd, ele contribui com algumas das mais famosas músicas da banda, como "Interstellar Overdrive", "A Saucerful Of Secrets" e "Echoes". Ele também compete em eventos automobilísticos, como as 24 Horas de Le Mans. Ele é o único membro dos Pink Floyd que participou na gravação de todos os álbuns da banda.
   

Djavan faz hoje setenta anos!

Djavan Caetano Viana (Maceió, 27 de janeiro de 1949) é um cantor, compositor, produtor musical e violonista brasileiro. As músicas de Djavan são conhecidas pelas suas "cores". Ele retrata muito bem em suas composições a riqueza das cores do dia-a-dia e se utiliza de seus elementos em construções metafóricas de maneira distinta dos demais compositores. As músicas são amplas, confortáveis chegando ao requinte de um luxo acessível a todos. Até hoje é conhecido mundialmente pela sua tradição e o ritmo da música cantada, Djavan combina tradicionais ritmos sul-americanos com música popular dos Estados Unidos, Europa e África. Entre seus sucessos musicais destacam-se "Seduzir", "Flor de Lis", "Lilás", "Pétala", "Se…", "Nem um Dia", "Eu te Devoro", "Açaí", "Segredo", "A Ilha", "Faltando um Pedaço", "Oceano", "Esquinas", "Samurai", "Boa Noite" e "Acelerou".
   
1949 - 1973: o início
Nascido em Maceió, capital de Alagoas, filho de uma mãe negra e de um pai branco que trabalhava como ambulante. A sua mãe, lavadeira, entoava canções de Ângela Maria e Nelson Gonçalves. Djavan poderia ter sido jogador de futebol. Lá pelos 11, 12 anos, o garoto Djavan Caetano Viana divide o seu tempo e a sua paixão entre o jogo de bola, nas várzeas de Maceió, e o equipamento de som quadrifónico da casa de Dr. Ismar Gatto, pai de um amigo de escola. Da primeira paixão, despontava como meio-campo na equipa do CSA (Maceió), onde poderia ter feito até carreira profissional. Aos 23, chega ao Rio de Janeiro para tentar a sorte no mercado musical. É crooner de discotecas famosas - Number One e 706. Com a ajuda de Edson Mauro, radialista e conterrâneo, conhece João Mello, produtor da Som Livre, que o leva para a TV Globo. Passa a cantar bandas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como "Alegre Menina" (Jorge Amado e Dorival Caymmi), da novela "Gabriela"; e "Calmaria e Vendaval" (Toquinho e Vinícius de Moraes), da novela "Fogo sobre Terra".
  
1975 - 1976: "Fato Consumado", o abre-alas
Em três anos, nas horas vagas do microfone, compõe mais de 60 músicas, de variados géneros. Com uma delas, "Fato Consumado", ganha o segundo lugar no Festival Abertura, feito pela Rede Globo, e chega ao estúdio da Som Livre. De lá sai com o seu primeiro disco, das mãos do mítico (de Carmen Miranda a Tom Jobim) produtor Aloysio de Oliveira. "A voz, o violão, a música de Djavan", de 1976, é um disco de samba sacudido, sincopado e diferente de tudo que se fazia na época. Visto hoje, este trabalho não marca apenas a estreia de Djavan. Torna-o figura incontornável na história da música brasileira. O seu primeiro álbum trouxe a sua "música-fetiche": "Flor de Lis", que se torna um grande hit nas rádios. Além dos sucessos: "Flor de Lis" e "Fato Consumado", o álbum mostra outras composições que ganharam reconhecimento entre críticos e fãs: "Maria das Mercedes", "Embola Bola", "Para-Raio", "E Que Deus Ajude", etc.
   
1977-1979: "Cara de Índio"
Depois de algum tempo fez shows a solo por durante três meses para a discoteca 706, posteriormente sairia da Somlivre, integrando-se na Odeon. Djavan grava o seu segundo disco, de nome homónimo: Djavan, lançado em 1978, que posteriormente recebe o subtítulo de "Cara de índio" (a primeira faixa do álbum). Além de "Cara de Índio", que retrata a cultura e a visão social dos índios brasileiros, o álbum possui a canção "Álibi" que, na mesma época, seria gravada por Maria Bethânia, tornando-se um enorme sucesso no país, o qual seria faixa-título do álbum de maior sucesso da cantora: Álibi (sendo este o primeiro álbum na história da música brasileira de uma intérprete feminina que ultrapassou 1 milhão de cópias), entre outras canções do mesmo álbum seriam regravadas: "Dupla Traição", por Nana Caymmi e "Samba Dobrado", por Elis Regina, no Montreux Jazz Festival. Djavan também grava um videoclipe da canção "Serrado", para o programa Fantástico da Rede Globo, que se tornou mais um sucesso do artista, entre outras canções significativas do álbum, havendo ainda "Nereci", estando em variadas coletâneas internacionais, sendo classificada na maioria como uma canção dançável.
   
1980: "Meu Bem Querer"
Empolgada com seu novo artista, a EMI-Odeon investe forte no segundo disco, "Djavan". Com uma orquestra dos melhores músicos brasileiros de 1978, o álbum, marcado pela descoberta das grandes canções de amor e desamor, consagra-o como um compositor completo. Dois anos depois, em 1980, Djavan lança "Alumbramento" e mostra que, além de completo, dialoga bem com os seus pares. O disco inaugura parcerias com Aldir Blanc, Cacasoem "Triste Baía de Guanabara" e Chico Buarque em "A Rosa", agora definitivamente colegas da primeira divisão da MPB. A esta altura, talento reconhecido por crítica e público, Djavan vê algumas das suas músicas ganharem outras vozes: Nana Caymmi grava "Dupla traição"; Maria Bethânia, “Álibi; Roberto Carlos, “A Ilha”; Gal Costa, “Açaí" e “Faltando um Pedaço”; e Caetano Veloso, retribuindo a homenagem do verbo "caetanear", substitui-o por "djavanear" em sua versão de "Sina". A canção "Meu Bem Querer" foi banda sonora de três telenovelas da Rede Globo: "Coração Alado", como tema da personagem Vívian, interpretada por Vera Fischer, "A Indomada", na versão original e ainda foi tema de abertura da novela "Meu Bem Querer", em nova versão. A música tornou-se um dos maiores sucessos da carreira do cantor.
   
1981: "Seduzir"
Em 81 e 82, Djavan ganha o prémio de melhor compositor pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. O ciclo vitorioso de lançamentos pela EMI-Odeon encerra-se em 1981, com "Seduzir". Um disco de afirmação, como o próprio Djavan escreveria em seu encarte: "O pouco que aprendi está aqui. Pleno. Dos pés à cabeça". Depois de uma viagem de Djavan à cidade de Luanda na Angola, surgem as primeiras canções a falar da África e o início das turnês pelo Brasil, guiadas pela produtora Monique Gardenberg e o diretor Paulinho Albuquerque. O álbum "Seduzir" foi avaliado pela allmusic com nota máxima, onde o crítico Alex Henderson compara as composições e estilo musical de Djavan aos do Beatles e Stevie Wonder, além de citar como significantes faixas como "Seduzir", "Morena de Endoidecer", "Jogral" e "Faltando um Pedaço". Heranças de "Seduzir" são a primeira banda própria, Sururu de Capote, composta por Luiz Avellar no piano, Sizão Machado no baixo, Téo Lima como baterista e Zé Nogueira nos sopros.
   
1982-1983: "Luz" e o reconhecimento internacional
Em 1982, a música "Flor-de-lis", hit instantâneo do disco inaugural, torna-se o primeiro sucesso de Djavan no disputado mercado americano, na voz da diva Carmen McRae, com o título de "Upside Down". Chega o convite da gravadora CBS, futura Sony Music, e Djavan embarca para Los Angeles para gravar, sob a produção de Ronnie Foster, um dos principais nomes da soul música americana, "Luz" (1982), que tem a participação de Stevie Wonder na canção Samurai, além de outros imensos sucessos como Sina, Pétala, Açaí, Capim e Luz. O trabalho resulta em uma mescla da musicalidade brasileira típica de se exportar com a influência jazzy americana.
Em 1984, em Los Angeles, Djavan grava ainda um segundo disco, "Lilás". Seguem-se dois anos de viagens em turnê pelo mundo. Ainda nesta época, Djavan dedica-se a carreira de ator, no filme Para Viver um Grande Amor, filme de Miguel Faria Jr., no qual Djavan interpreta um mendigo apaixonado que se apaixona pela moça rica, interpretada por Patrícia Pillar. Djavan também produziu e compôs, juntamente com Chico Buarque, para a Para Viver um Grande Amor. Em 1983 participou do maior hit, "Superfantástico", do grupo infantil de grande sucesso "Turma do Balão Mágico".
   
1984-1990: "Lilás", "Meu Lado", "Não É Azul, mas É Mar" e "Oceano"
Djavan lança o álbum Lilás, com a faixa título: Lilás, que foi executada mais de 1.300 vezes nas rádios brasileiras no seu dia de estreia. O álbum ainda produz outro grande sucesso para as rádios: Esquinas. Em 1985, é lançada uma compilação do repertório dos álbuns Luz e Lilás nos EUA. Em 1986, volta a gravar no Brasil. "Meu lado", além do retorno, é também um recomeço. Uma volta ao samba, já com estilo musical identificado pelo público, mas também um passeio por baiões, canções e baladas. Este é o Djavan em dez anos de carreira: explorador do som das palavras, das imagens inusitadas, da variedade rítmica, das brincadeiras com andamentos, melodias fora dos padrões e riqueza harmónica.
Presente em outras canções, a ancestralidade africana está impressa em "Meu lado", com a "Hino da Juventude Negra da África do Sul" e com ainda maior vigor em "Soweto", a sua primeira canção efetivamente de protesto, música que abre "Não é azul, mas é mar" (1987), gravado novamente em Los Angeles e lançado como Bird of Paradise, com canções em inglês de Djavan, Stephe's Kingdom (com participação de Stevie Wonder) Bird of Paradise e Miss Sussana. O disco seguinte, "Djavan" (1989), é lembrado como " aquele de 'Oceano' ", o clássico, uma daquelas raras canções perfeita em forma, conteúdo, música e letra. A faixa título, inclusa na banda sonora da novela Top Model torna-se um dos maiores sucessos do compositor. O álbum produz ainda outros sucessos como "Cigano", "Avião" e "Mal de Mim", esta inclusa na minissérie da TV Globo "O Sorriso do Lagarto". Assim como Bird of Paradise, Oceano também é lançado fora do Brasil, em 1990, com o título de Puzzle of Hearts contendo versões em inglês para as faixas "Avião" (Being Cool), "Oceano" (Puzzle of Hearts) e "Curumim" (Amazon Farewell).
   
Anos 90: diversificação com "Coisa de Acender", "Novena", "Malásia" e "Bicho Solto"
Djavan inicia os anos 90 com o aclamado álbum Coisa de Acender. Lançado em 1992, é um dos álbuns mais criativos e diversificados do cantor, onde se pode notar uma grande influência de estilos como jazz, soul, blues e funk norte-americano, aliados ao estilo inconfundível das suas composições. Merecem destaque as faixas "Linha do Equador" (parceria de Djavan e Caetano Veloso), "Se", "Boa Noite", "Alivio" e "Outono". Em 1992, na fusão de ritmos e harmonias inovadoras de "Coisa de Acender", voltam as parcerias, entre elas, com a filha, Flávia Virginia, nas vozes em várias faixas. Aos 45 anos de vida e 20 de carreira, em 1994, Djavan lança "Novena", obra que marca a sua maturidade. Inteiramente composto, produzido e arranjado por ele, o disco consolida o trabalho com a sua banda, composta, então, por Paulo Calazans no teclado, Marcelo Mariano ou Arthur Maia, baixo, Carlos Bala na bateria e Marcelo Martins, sopros.
Com "Malásia" (1996), a banda se expande e ganha a participação do naipe de metais: Marçalzinho na percussão, Walmir Gil no trompete e François Lima no trombone. O álbum traz, o que é raro no cantor, três faixas de outros compositores: “Coração leviano”, de Paulinho da Viola, “Sorri”, versão de Braguinha para “Smile”, de Chaplin e “Correnteza”, de Tom Jobim e Luiz Bonfá. No disco, Djavan está reflexivo e melódico. "Bicho Solto" (1998), dois anos depois, já traz o artista festivo e dançante, incendiando pistas ao ritmo do funk. Ambos os trabalhos comemoram os 20 de carreira, o primeiro com o seu estilo pessoal, o segundo, com o rejuvenescimento do artista. Entre as parcerias, a entrada definitiva do guitarrista Max Viana, o seu filho, na banda. A marca de dois milhões de cópias vendidas fica a cargo do duplo "Ao Vivo" (1999). Primeiro gravado fora dos estúdios, o disco traz quase uma antologia de sua obra, com 24 faixas, 22 grandes sucessos. O lançamento leva Djavan a três anos de turnê.
  
Anos 2000: "Milagreiro", "Vaidade", "Na Pista Etc"
A canção "Acelerou" foi escolhida a melhor canção brasileira de 2000 no Grammy Latino. No ano 2000, Djavan recebeu os Prémios Multishow de melhor cantor, melhor show e melhor CD. "Milagreiro", de 2001, é uma dupla volta para casa. O primeiro gravado integralmente em seu estúdio caseiro, com a ajuda dos filhos Max e João Viana e Flávia Virginia e um retorno à casa original, Alagoas, com a omnipresente temática nordestina. Em 2004, o músico comemora independência total, com a criação de sua própria gravadora, a Luanda Records, que viria a lançar seus dois discos seguintes, "Vaidade" (2004) e "Matizes" (2007), além de um de suas canções remisturadas para dançar, "Na pista etc"(2005). É o surgimento do empresário Djavan Caetano Viana.
  
Anos 2010: Ária, Rua dos Amores e Vidas pra Contar
Em 2010, Ária é o primeiro em que Djavan exerce exclusivamente a arte de interpretar canções de outros compositores. Sempre rigoroso na condução de sua carreira, ele aguardou o auge da maturidade vocal para se debruçar sobre um repertório escolhido entre a sua memória afetiva e suas antenas sempre ligadas para o que é musical e interessante.
Em 2012 lança Rua dos Amores. Após quatro anos sem deliberadamente compor nada – além do intenso envolvimento com Ária – Djavan nos presenteia com este novo disco. Passeando pelos ritmos e sonoridades brasileiras como quem atravessa a rua onde nasceu, cresceu e se criou, o autor assina letras e melodias das 13 novas canções, fez todos os arranjos e é o produtor do CD. Rua dos amores é um disco de canções de amor, ponto. E canções as mais diversas possíveis, na forma e no conteúdo. Ouvi-las é passear por essa diversidade, sem perda de um estilo único jamais. A música "Vive", em parceria com Maria Bethânia, é tema da novela Salve Jorge.
No ano de 2014 é lançado o CD e DVD Rua dos Amores Ao Vivo. Neste estão presentes sucessos do cantor, além da música inédita "Maledeto".
Em 2015 Djavan recebe um Grammy Latino pelo conjunto da obra. Em 2016, foi indicado ao Grammy Latino de Gravação do Ano e ao Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa por sua canção "Vidas Pra Contar"; o álbum da faixa homônima, também foi indicado ao Grammy Latino de Álbum do Ano e ao Grammy Latino de Melhor Álbum Cantador.
Em 2018, ganhou um álbum tributo em ritmo de reggae intitulado Jah-Van – Djavan goes Jamaica produzido por BiD e Fernando Nunes.