quinta-feira, novembro 27, 2014

Jimi Hendrix nasceu há 72 anos

James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. É considerado um dos melhores e maiores guitarrista da história do rock, e um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diversos géneros musicais.


Luís de Freitas Branco morreu há 59 anos

(imagem daqui)

Luís Maria da Costa de Freitas Branco (Lisboa, 12 de outubro de 1890 - Lisboa, 27 de novembro de 1955) foi um compositor português e uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.


quarta-feira, novembro 26, 2014

Mário Cesariny morreu há 8 anos

(imagem daqui)

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de agosto de 1923 - Lisboa, 26 de novembro de 2006) foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das actividades surrealistas em Portugal.


No País 

no país no país no país onde os homens
são só até ao joelho
e o joelho que bom é só até à ilharga
conto os meus dias tangerinas brancas
e vejo a noite Cadillac obsceno
a rondar os meus dias tangerinas brancas
para um passeio na estrada Cadillac obsceno

e no país no país e no país país
onde as lindas lindas raparigas são só até ao pescoço
e o pescoço que bom é só até ao artelho
ao passo que o artelho, de proporções mais nobres,
chega a atingir o cérebro e as flores da cabeça,
recordo os meus amores liames indestrutíveis
e vejo uma panóplia cidadã do mundo
a dormir nos meus braços liames indestrutíveis
para que eu escreva com ela, só até à ilharga,
a grande história do amor só até ao pescoço

e no país no país que engraçado no país
onde o poeta o poeta é só até à plume
e a plume que bom é só até ao fantasma
ao passo que o fantasma - ora aí está -
não é outro senão a divina criança (prometida)
uso os meus olhos grandes bons e abertos
e vejo a noite (on ne passe pas)
diz que grandeza de alma. Honestos porque.
Calafetagem por motivo de obras.
É relativamente queda de água
e já agora há muito não é doutra maneira
no país onde os homens são só até ao joelho
e o joelho que bom está tão barato

 

in Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano (1952) - Mário Cesariny

Tina Turner - 75 anos!

Tina Turner (Nutbush, 26 de novembro de 1939), nome artístico de Anna Mae Bullock, é uma cantora, dançarina, autora e atriz norte americana naturalizada suíça, e cuja carreira artística estreou há mais de cinquenta anos. Além de ser considerada uma diva da música, é a mais notável expoente feminina do rock, e também considerada como a Rainha do Rock and Roll, e, segundo o canal de televisão americano MTV, uma das mais dinâmicas cantoras da história. Tornou-se famosa por explosivas apresentações como membro da banda Ike & Tina Turner durante os anos 60 e 70.


Fausto faz hoje 66 anos

(imagem daqui)

Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias (Vila Franca das Naves, 26 de novembro de 1948) é um compositor e cantor português.


terça-feira, novembro 25, 2014

Hoje foi o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher


Patria Mercedes Mirabal (27 de fevereiro de 192425 de novembro de 1960), Minerva Argentina Mirabal (12 de março de 192625 de novembro de 1960) e Antonia María Teresa Mirabal (15 de outubro de 193625 de novembro de 1960) foram dominicanas que se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo e foram por isso assassinadas.
As irmãs Mirabal cresceram em uma zona rural, no município de Salcedo (hoje província). Quando Trujillo chegou ao poder, a família das irmãs perdeu a casa e todo o seu dinheiro. As irmãs acreditavam que Trujillo levaria o país ao caos económico e, então, formaram um grupo de oposição ao regime se tornando conhecidas como Las Mariposas.
Foram presas e torturadas várias vezes. Apesar disso, continuaram na luta contra a ditadura. Trujillo decidiu acabar com Las Mariposas a 25 de novembro de 1960, enviando homens para interceptar as três mulheres quando iam visitar seus maridos na prisão. Las Mariposas foram apanhadas desarmadas e levadas para uma plantação de cana-de-açúcar, onde foram apunhaladas e estranguladas.
Trujillo acreditou que havia eliminado um grande problema, mas o assassinato teve péssima repercussão. A morte de Las Mariposas causou grande comoção na República Dominicana e levou o povo dominicano a ficar cada vez mais inclinado a apoiar os ideais de Las Mariposas. Esta reação contribuiu no despertar da consciência do povo, e culminou no assassinato de Trujillo em maio de 1961.
No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi proposta pelas feministas para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à mulher.
Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
Em 1995, a escritora dominicana Julia Álvarez publicou o livro No Tempo das Borboletas, baseada na vida de Las Mariposas, e que em 2001 se tornou um filme. A sua história é também recordada no livro A Festa do Bode, do peruano Mario Vargas Llosa.

Joe DiMaggio nasceu há um século...

Joseph Paul "Joe" DiMaggio (Martinez, Califórnia, 25 de novembro de 1914  - Hollywood, 8 de março de 1999) foi um jogador de beisebol norte-americano que jogou no New York Yankees na MLB. Ele foi eleito para o salão da fama do beisebol em 1955. Ele é o irmão do meio dos também jogadores Vince e Dom.
Nascido Giuseppe Paolo DiMaggio Jr. numa família ítalo-americana, os seus pais, Giuseppe Di Maggio e Rosalia Mercurio, eram da localidade de Isola delle Femmine, Sicília.
DiMaggio foi nomeado três vezes MVP da MLB e foi selecionado treze vezes para o All-Star Game (o único jogador a ser selecionado para o Jogo das Estrelas em todas as temporadas em que atuou). Na sua retida dos campos, era o quinto maior rebatedor de home runs na história das grandes ligas com 361 HRs e o sexto em slugging percentage, com 57,9%. Ele é mais conhecido por sua sequência de 56 jogos com pelo menos uma rebatida (de 15 de maio a 16 de julho de 1941), que ainda é recorde na MLB. Joe DiMaggio retirou-se em 1951 como um dos melhores jogadores de todos os tempos dos Yankees.
Em 1969, pela sua conduta impecável, recebeu o prémio dos profissionais do beisebol e foi eleito o maior desportista vivo.
Outro facto que o tornou famoso, foi o seu curto casamento com a atriz Marilyn Monroe, em 1954.
Fumador ativo durante boa parte da sua vida, foi-lhe, perto do fim da vida, diagnosticado cancro no pulmão. Em outubro de 1998, foi submetido a uma cirurgia para retirar um tumor e ficou 99 dias sob terapia intensiva. Apesar da alta, DiMaggio nunca se restabeleceu completamente após a operação e não apresentava condições para se submeter a um tratamento de quimioterapia. Faleceu em 1999. O corpo de DiMaggio foi enterrado em Martinez, na Califórnia, sua cidade natal.


Há 39 anos acabou o Verão Quente e o PREC

(imagem daqui)

O 25 de Novembro de 1975 foi o golpe militar que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o 25 de Abril de 1974.
"Após um Verão Quente de disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas, pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado. Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas pára-quedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do COPCON. Mas opondo-se-lhes eficazmente um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, liquidou a revolta substituindo o PREC - "Processo Revolucionário em Curso" pelo "Processo Constitucional em Curso".
 

segunda-feira, novembro 24, 2014

Freddie Mercury morreu há 23 anos...

Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara (Zanzibar, 5 de setembro de 1946 - Londres, 24 de novembro de 1991), foi um cantor, pianista e compositor britânico, que ficou mundialmente famoso como vocalista da banda britânica de rock Queen, que ele integrou de 1970 até ao ano de sua morte.
Mercury, tornou-se célebre pelo seu poderoso tom de voz e suas performances energéticas, que sempre envolviam a plateia, sendo considerado pela crítica como um dos maiores artistas de todos os tempos. Como compositor, Mercury criou a maioria dos grandes sucessos dos Queen, como "We Are the Champions", "Love of my Life", "Killer Queen", "Bohemian Rhapsody", "Somebody to Love" e "Don't Stop Me Now". Além do seu trabalho na banda, Mercury também lançou vários projetos paralelos, incluindo um álbum solo, Mr. Bad Guy, em 1985, e um disco de ópera ao lado da soprano Montserrat Caballé, Barcelona, em 1988. Mercury morreu vítima de broncopneumonia, acarretada pela SIDA, em 1991, um dia depois de ter assumido a doença publicamente.
O seu trabalho com Queen ainda lhe gera reconhecimento até os dias de hoje: Mercury é citado como principal influência de muitos outros cantores e bandas. Em 2006, ele foi nomeado a maior celebridade asiática de todos os tempos, sendo também eleito o maior líder de banda da história em uma votação pública organizada pela MTV americana. Em 2008, ele ficou na décima oitava posição na lista dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone, e no ano seguinte, a Classic Rock nomeou-o o maior vocalista de rock and roll. Com os Queen, Mercury já vendeu mais de cento e cinquenta milhões de discos em todo o mundo.


O poeta Cruz e Sousa nasceu há 153 anos

Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.




LÉSBIA


Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.

Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...

Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.

Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...






in
Broquéis (1893) - Cruz e Sousa

Toulouse-Lautrec nasceu há 150 anos!

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (Albi, 24 de novembro de 1864 - Saint-André-du-Bois, 9 de setembro de 1901) foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boémia de Paris do final do século XIX. Sendo ele mesmo um boémio, faleceu precocemente aos 36 anos de sífilis e alcoolismo. Trabalhou por menos de vinte anos mas deixou um legado artístico importantíssimo, tanto no que se refere à qualidade e quantidade de suas obras, como também no que se refere à popularização e comercialização da arte. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau. Filho mais velho do Conde Toulouse-Lautrec-Monfa, de quem deveria herdar o título, falecendo antes do pai.
  
Biografia
Nascido na nobreza, herdeiro de uma linhagem aristocrática francesa, seu pai era o Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa,e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Os seus pais queriam que o filho seguisse com esmero o mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna.
Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma distrofia poli-hipofisária (debilidade óssea que compromete o crescimento). Sofreu dois acidentes em sua juventude, fraturando o fémur esquerdo aos doze anos e o direito aos catorze anos. Os ossos mal soldados pararam de crescer e fizeram com que Henri não ultrapassasse a altura de 1,52 m, tornando-se um homem com corpo de adulto, mas com pernas curtas de menino. Porém, o jovem não se deixou abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de cama, Toulouse-Lautrec fazia desenhos e pintava aquarelas, abrindo espaço para seu incrível talento que ainda se desfraldaria.
Aos dezasseis anos foi estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agradava. Logo depois foi estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobriu a inspiração que lhe faltava. Mudou-se para aquele bairro de má fama e encontrou seu lugar entre trabalhadores, prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.

Boémia
Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros cabarés, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX.
Era atraído por Montmartre, uma área de Paris famosa pela boémia e por ser antro de artistas, escritores, filósofos. Escondido no coração de Montmartre estava o jardim de Pére Foret onde Toulouse-Lautrec pintou uma série de óleos sobre tela ao ar livre de Carmen Gaudin (a modelo ruiva que aparece no quadro "A Lavadeira" de 1888). Quando o cabaré Moulin Rouge abriu as portas ali perto, Toulouse-Lautrec foi contratado para fazer cartazes. Posteriormente ele passou a ter assento cativo no cabaré, onde as suas pinturas eram expostas. Nos muitos conhecidos trabalhos que ele fez para o Moulin Rouge e outras casas noturnas parisienses estão retratadas a cantora Yvette Guilbert, a dançarina Louise Weber, mais conhecida como a louca e cativante La Goulue ("A Gulosa"), a qual criou o cancan francês, e também a mais discreta dançarina Jane Avril.

Terramoto
A invenção do cocktail "Terramoto" (Tremblement de Terre) é atribuída à Toulouse-Lautrec. É uma mistura potente de 1/2 parte de absinto e 1/2 parte de conhaque, servido em copo de vinho sobre cubos de gelo ou batido com gelo em shaker.

Trabalho e Arte
Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como também cartazes promocionais dos cabarés e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX, onde a arte deixa de ser patrocinada e financiada apenas pela Igreja e os nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio crescente gerado pela revolução industrial. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
O dom artístico de Lautrec é bastante reconhecido, tanto pelos seus amigos da classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.

Estilo
A sua habilidade em capturar as pessoas em seu ambiente de trabalho, com a cor e o movimento da pululante e opulenta vida noturna porém sem o glamour. Usava muito vermelho, em geral de maneira contrastante, usava o cabelo cor de laranja e a cor verde limão para traduzir a atmosfera elétrica da vida noturna. Era um mestre do contorno, podia retratar cenas de grupos de pessoas onde cada pessoa é individual (e na época podia ser identificada apenas pela silhueta). Frequentemente ele aplicava a tinta em uma estreita e longilínea pincelada, deixando a base (papel, tela) ou o contorno aparecer. Sua pintura é gráfica por natureza, nunca encobria por completo o traço forte do desenho. O contorno simples era a "marca registada" de Lautrec desde o início da carreira como designer de cartazes. Não pintava sombras. Suas pinturas sempre incluíam pessoas (um grupo ou um indivíduo) e não gostava de pintar paisagens. O papel usado para os cartazes frequentemente era amarelo.
Apesar da litografia cheia de cores de seu tempo poder acomodar dezenas de cores em um só cartaz, Lautrec geralmente escolhia apenas 4 ou 5, as vezes 6, raramente 6 cores. Ao invés de usar uma multiplicidade de cores, Henri preferiu criar seus efeitos com justaposições e modulações delicadas.

Os últimos anos
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do artista. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que ele consegue burlar. A sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.
Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre em consequência de um derrame nos braços de sua mãe, no Castelo de Malromé, perto de Bordeaux, às duas horas e quinze minutos da manhã.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Verdelais, na França.
  
Legado
Estima-se que Lautrec tenha pintado mais de 1000 quadros a óleo (737 estão catalogados), feito mais de 5.000 desenhos (275 aguarelas, 5.084 desenhos catalogados) e por volta de 363 gravuras e cartazes. O seu trabalho pode ser dividido em períodos: pinturas e desenhos até 1888, entre 1888 e 1892, entre 1893 e 1896:

Exame na Faculdade de Medicina - 1901

Emir Kusturica - 60 anos!

Emir Kusturica (Sarajevo, 24 de novembro de 1954) é um cineasta e músico sérvio. Com uma expressiva sequência de trabalhos internacionalmente aclamados, Kusturica é visto como um dos mais criativos directores de cinema dos anos oitenta e noventa. Venceu duas vezes a Palma de Ouro (por Otac na službenom putu e Underground), bem como recebeu também a comenda francesa da Ordre des Arts et des Lettres.

Vida
Kusturica começou a fazer cinema ainda no colégio, dirigindo filmes independentes. Alguns destes foram premiados em festivais nacionais amadores. Ele estudou na Famu, uma famosa academia cinematográfica de Praga, entre 1973 e 1977. Brilhante aluno, Kusturica estudou com o diretor checo Otakar Vavra. O estudante Kusturica ganhou o primeiro prémio do Festival Internacional de Cinema Estudantil de Karlovy-Vary, no mesmo país, com o seu projecto final de graduação, a curta-metragem em preto-e-branco Guernica (1978).
De volta à Jugoslávia, Kusturica trabalhou para a TV e dirigiu, entre outros, As Noivas Estão Chegando (1979) e Bar Titanic (1980), que lhe deu o primeiro prémio no Festival do Telefilme de Portoroz (Eslovénia). A sua longa metragem de estreia no cinema, Você se Lembra de Dolly Bell? (1981), tornou-se um sucesso de crítica internacional e foi laureado em Veneza com o Leão de Ouro para diretores estreantes.
Para além de cineasta, Emir Kusturica é também músico, tendo um projeto musical denominado Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra, possuindo um estilo de gypsy rock muito próprio.



Hoje é o Dia Nacional da Cultura Científica - António Gedeão / Rómulo de Carvalho nasceu há 108 anos

(imagem daqui)

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de novembro de 1906 - Lisboa, 19 de fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de físico-química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas. Encontra-se colaboração da sua autoria na rubrica Panorama Científico do semanário Mundo Literário (1946-1948).
A data do seu nascimento foi adoptada em Portugal, em 1996, como Dia Nacional da Cultura Científica.
Teve dois filhos, Frederico de Carvalho, também formado em Ciências, e Cristina Carvalho, escritora (esta última do seu segundo matrimónio, com a escritora Natália Nunes).
Jaz no Jazigo dos Escritores Portugueses, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, junto com vultos notáveis das letras portuguesas como José Cardoso Pires ou Fernando Namora
Amostra sem valor

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.



António Gedeão

domingo, novembro 23, 2014

A propósito do Dia das Reduções das Catástrofes Naturais...


DESASTRES NATURAIS


Trancrevemos um artigo de opinião de Victor Hugo Forjaz, Professor de Vulcanologia, escrito a propósito do dia 13 de outubro, Dia dos Desastres Naturais: 
1- Ao longo de cada ano existe uma já longa lista de "dias comemorativos", desde o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 2 de fevereiro, ao Dia Internacional das Montanhas, a 11 de dezembro, passando pelo Dia Internacional da Literacia, a 8 de setembro. O Dia dos Desastres Naturais deveria ser o mais importante dos Açores, dado o galopante analfabetismo que grassa por  todas  as  ilhas, presentemente contaminadas por um ebolante surto de  futebol e de pirosas  "casas dos segredos", habitadas por gente dos mais humilhantes habitats. Até porque "analfabetismo" é um conceito cada vez mais alargado, mais abrangente - já não basta saber ler e escrever, como no tempo do Doutor Salazar… Nestas ilhas as variantes de analfabetismo assustam. O analfabetismo politico - acentuadamente  esquecido e desleixado - é uma dessa chagas açorianas  e pode  explicar a vergonhosa percentagem de abstenção em actos eleitorais fulcrais, realidade a que os partidos pouco se dedicam ou aplicam receita. Porém o dia mundial  comemorativo mais curioso é o que se marcou para 13 de outubro, porque é móvel como certas festas religiosas, ou seja, deve ser evocado num combinado dia  de outubro, chamando-se Dia dos Desastres Naturais. Como a lista anual de  "dias"  vai engrossando ano após ano, os dias nacionais, europeus, internacionais e mundiais banalizaram-se e deixaram de agregar a pedagogia que os  aureolava. Enfim - é a vida! (como dizia o tal senhor).
2- No caso dos Açores os dias comemorativos são poucos, secos de ideias e  pouco credíveis. Salvo os que, muito bem aceites, incluam ementas pesadíssimas com coentradas sopinhas  de pão (as afamadas sopas do banco bom), couvinhas do quintal, roxas e perfurantes vinhaças de tintol  americano e arroz doce peganhento de canela  - tudo de borla e repetido. Por esse motivo, com  a crise eurótica (de euros) por que passamos (nem todos…), os dias comemorativos andam muito esquecidos. Quem quer comemorar, à escala de arquipélago, para que todos se sintam juntos e menos isolados, o Dia da Poesia, o Dia do Livro, o Dia do Clima, o Dia Nacional da Água, o Dia do Animal, o Dia do Voluntário? Este  último - um dos mais importantes - é uma aflição porque vivemos em terra onde o voluntariado cada vez mais escasseia ou se deturpa. Desgraçados os voluntários que nos hospitais, nos grupos de auxílio a pobres e desprotegidos ainda se amarram, por espírito de solidariedade, a causas! Nestas ilhas as causas são cada vez menores e  mais perseguidas! Mas são cada vez mais numerosos  os que exigem que a Região-Estado tudo deve  fazer… e pagar. ´
Mas - Como  o tema de hoje é específico, passemos ao dito - porque interessa comemorar as  Reduções dos Desastres Naturais?
3 -  Há muitos anos  que me dedico a esse tema. Deambulei por esse mundo dos desastres sísmicos, vulcânicos e de deslizamentos (de terras, a que os geossabichões da ilha  chamam agora de "movimentos de massa", como se fossem um banco!). Em 1984 até fui frequentar um curso internacional  do US Geological Survey, em Denver - Colorado, com uma geofísica do ex-INMG, que felizmente desapareceu.Uma vez mais integrei uma equipa científica de apoio ao vulcão Santa Helena  e aprendi  actuações muito úteis. Mais tarde estive em Disaster City, no Texas, onde participei em diversas operações de socorro em simulacro sísmico e vulcânico. Também estive em Itália a aprender a arrefecer lavas do Etna e a encaminhar a fase fluída das lavas vermelhas para topografias adequadas. Para meu treino pessoal, incluindo no Japão, deliciei-me com esses conhecimentos. Para a Região a minha evidente experiência pouco serviu. porque entrei na lista negra do Dr. Ricardo Barros, eterno e verdadeiro chefe da Protecção Civil dos Açores e dá em diante - kaput! - deixei a Universidade aos 70 anos sem um simples adeus do reitor De Menezes e também não disseram good buy, até por educação de berço ou mera e súbita delicadeza, os  inefáveis  docentes que meti  no Departamento de Geociências quando de mim precisaram. Alguns, há anos, eram  apenas "militantes" das ruas da cidade, passeantes das calçadas de basalto polido. Agora são importantíssimos  políticos da governança. Não estou arrependido dessas  bondades - apenas concluí que não soube escolher melhor. Amen!
4- Bem gostaria, neste dia comemorativo, de elogiar  as diversas equipas anti-desastres naturais do arquipélago. Mas não o devo nem posso, apenas para ser simpático. Os nossos bombeiros são bestiais? São - mas precisam de experiência em coisas que  irão surgir. Assim,  de facto, sendo a Islândia  tão aparentada e tão próxima, a poucas horas de voo e estando a vulcão fissural Bardarbunga em plena actividade, durante meses veranis, quem, dirigente (da Protecção Civil), se deslocou, que se saiba, aquela área? Para observar, para aprender, para conhecer materiais, estratégias  e até erros? A actuação de bombeiros, de forças de segurança e de militares é essencial em  todos os cenários de desastre  natural.  No cenário sísmico, um dos agentes  muito perturbadores, com as poeiras e o caos  destrutivo, é a chuva. No cenário vulcânico, totalmente diferente, os agentes parasitas e incómodos são bem maiores, caso de gases, de cinzas, de ventos, de enxurradas  (além da sismicidade acompanhante). O que sabem as Protecções Civis Regional e Municipais sobre o Bardarbunga da Islândia ("gémeo" do Complexo dos Picos de S. Miguel, dos Sistemas Fissurais da Terceira, da Graciosa, do Pico, de S. Jorge e do Faial)? O que aparece no youtube ou são remetidos pelos amigos?  E sobre as mortes  recentes  do  Otake do Japão, com similitudes com o Vulcão do Fogo de S. Miguel?
O Dia das Reduções das Catástrofes Naturais não se destina a meter medo. Destina-se também a advertir. E os geólogos, cada um com a respectivas especialidade, competência  e entusiasmo, não devem prescindir do seu papel social, afastando as teias do sensacionalismo e das querelas pessoais. E os senhores do Governo, já que gastam tanto dinheiro em festivais e festivalecos, sem retorno de qualquer tipo, pelo menos que apoiem mais a prevenção de desastres  naturais. Incluindo a tal cultura de protecção civil, tão badalada  e útil.  Não se zanguem com este reformadinho...
        
Amen!
Victor Hugo Forjaz, Geólogo  - vforjazovga@gmail.com

Acabou a disputa do título de Campeão Mundial de Xadrez!

O campeão atual, o norueguês Magnus Carlsen, revalidou o título, ao vencer o 11º jogo, ficando o resultado em 6,5 - 4,5. Parabéns ao vencedor e ao vencido, o indiano Viswanathan Anand...! 

Posição final, ao 45º lance

Há 124 anos morreu o Rei Guilherme III e o Luxemburgo tornou-se independente

Guilherme III (Bruxelas, 17 de fevereiro de 1817 - Apeldoorn, 23 de novembro de 1890) foi o rei dos Países Baixos e Grão-Duque de Luxemburgo de 1849 a 1890, filho e sucessor de Guilherme II dos Países Baixos.

Guilherme nasceu em Bruxelas, na Bélgica, como filho de Guilherme II dos Países Baixos e da Rainha Ana, filha do Czar Paulo I da Rússia e da Imperatriz Maria Feodorovna. Na sua juventude, teve uma carreira militar.
Ele casou-se com a sua prima Sofia, filha do Rei Guilherme I de Württemberg e da Grã-Duquesa Catarina Pavlovna da Rússia, em 18 de junho de 1839. O casamento foi definitivamente infeliz. Sofia era uma intelectual liberal, odiando tudo relacionado com ditadura, como a armada. Guilherme era mais simples, mais conservador e amava o exército.

Guilherme III pretendeu repetidamente abdicar assim que seu filho tivesse dezoito anos. Isso ocorreu em 1858, mas como nunca tomou uma decisão, permaneceu Rei. O seu primeiro ato foi a inauguração do gabinete parlamentar de Thorbecke, o projetista da constituição de 1848, a quem Guilherme III odiava.
Quando a hierarquia católica dos bispos foi restaurada em 1853, ele achou uma razão para demitir o seu rival. Nas primeiras duas décadas de seu reinado, ele demitiu vários gabinetes e debandou vários generais de estado muitas vezes, instalando gabinetes reais que reinaram brevemente, pois não havia apoio no parlamento eleito.
Em 1867, tentou vender o grão-ducado de Luxemburgo. A tentativa por pouco não causou uma guerra entre a França e a Prússia e fez de Luxemburgo um país completamente independente.
Guilherme III foi popular entre pessoas ordinárias, apresentado-se como um homem cordial.
Em 1877, Sofia morreu, e anos de guerra dentro do palácio tiveram um fim. Em 1879, dois anos depois, Guilherme III resolveu desposar a jovem Princesa Ema de Waldeck e Pyrmont, um pequeno principado na Alemanha. Alguns políticos ficaram furiosos porque Ema tinha 41 anos a menos do que Guilherme. Entretanto, Ema revelou ser uma mulher cordial, e, quando o rei pediu permissão ao parlamento, o casamento foi facilmente aceito e foi rápido. Contudo, Ema não havia sido sua primeira escolha: sua irmã, a princesa Paulina de Waldeck e Pyrmont, o tinha rejeitado, bem como Tira da Dinamarca, cuja irmã era a Princesa de Gales (depois Rainha Alexandra).
Ema teve uma influência atenuada e suavizadora nas mudanças constantes de personalidade de Guilherme, e o casamento entre os dois foi feliz. A última década foi, sem dúvida, a melhor de seu reinado. Em 1880, Ema deu luz a uma menina: a futura Guilhermina dos Países Baixos, que se tornou herdeira em 1884, com a morte do último filho sobrevivente do primeiro casamento de Guilherme III. Muitos herdeiros potenciais morreram entre 1878 e 1884, e o mausoléu de Nieuwe Kerk em Delft nunca foi aberto tantas vezes na história.
Guilherme III ficou seriamente doente em 1887, morrendo em 1890. Como Guilhermina tinha apenas 10 anos, Ema tornou-se a Rainha Regente, cargo que assumiu até o aniversário de dezoito anos de sua filha. O Grã-Ducado de Luxemburgo, que na época só podia ser herdado por homens, sob a Lei Sálica, foi passado para um primo distante de Guilherme III, Adolfo, Duque de Nassau.



Bruce Hornsby - 60 anos!


Início
Bruce Hornsby estudou música na Universidade de Richmond e na Universidade de Miami, onde se formou em 1977.
  
Bruce Hornsby & The Range
Em 1984, Bruce Hornsby, juntamente com David Mansfield, George Marinelli, Joe Puerta e John Molo, forma a banda Bruce Hornsby & The Range, que firma contrato com a RCA Records em 1985.
Atingiram maior sucesso com a música The Way It Is, com um ritmo de piano e letra sobre os direitos civis, que ficou no topo das listas em 1986. Também obtiveram sucesso as músicas Mandolin Rain, The Valley Road e The Show Goes On.

Carreira a solo
Em 1993, Bruce Hornsby lança o primeiro disco a solo da sua carreira, Harbor Lights, mais voltado para o jazz. O álbum foi bem recebido pela crítica. Em 1995 lança outro álbum, Hot House, também com um toque de jazz. Em 2004, lança outro álbum, agora pela Columbia, chamado Halcyon Days, com estilo mais acústico e baseado no piano.


sábado, novembro 22, 2014

O músico espanhol Joaquín Rodrigo nasceu há 113 anos

Joaquín Rodrigo Vidre, Marquês dos Jardins de Aranjuez (Sagunto, 22 de novembro de 1901  - Madrid, 6 de julho de 1999), foi um compositor e um pianista virtuoso espanhol. Apesar de cego, desde a mais tenra idade, ele atingiu grande sucesso. Rodrigo é considerado como um dos compositores que mais popularizou a guitarra na música clássica do século XX, e o seu Concerto de Aranjuez é um dos expoentes máximos da música espanhola.


Arthur Stanley Eddington morreu há 70 anos

Sir Arthur Stanley Eddington (Kendal, 28 de dezembro de 1882 - Cambridge, 22 de novembro de 1944) foi um astrofísico britânico do início do século XX.
O limite de Eddington foi assim chamado em sua homenagem.
Eddington é famoso pelo seu trabalho sobre a Teoria da Relatividade. Eddington escreveu um artigo em 1919, Report on the relativity theory of gravitation, que anunciou a Teoria Geral da Relatividade de Einstein para o mundo anglófono. Devido à Primeira Guerra Mundial, os novos desenvolvimentos da ciência alemã não eram muito bem conhecidos no Reino Unido.

Biografia
Eddington nasceu a 22 de dezembro de 1882 em Kendal, na Inglaterra, sendo a sua família Quaker e onde seu pai, Henry Arthur Eddington, formado em Filosofia, o diretor da Stramongate School em 1878, nomeado pela Assembleia da Sociedade Religiosa dos Amigos de Kendal: os Quakers. Porém dois anos após o nascimento de Eddington seu pai falece de febre tifoide.
Gostava de Natação e Golfe, porém o ciclismo era sua paixão. Mantinha rigorosos dados referentes aos seus passeios, visto que em 1905 tinha percorrido 2669 milhas (aproximadamente 4295,34 km).
Desde cedo ele mostrou grande talento para a Matemática e ganhou diferentes prémios e bolsas que permitiram que financiasse os seus estudos, que ele finalizou em 1905. Começou as suas pesquisas no laboratório Cavendish, e mais tarde pesquisas em Matemática que ele interrompeu rapidamente, tendo recebido no final de 1905 um lugar no Observatório de Greenwich. Ele foi imediatamente integrado a um projeto de pesquisa iniciado em 1900, quando as placas fotográficas do asteróide 433 Eros foram tiradas durante todo um ano. A sua primeira tarefa foi terminar a análise dessas placas e determinar precisamente o valor da paralaxe solar.
Em 1906 ele começou seu estudo estatístico do movimento das estrelas e, no ano seguinte, ganhou um prémio pelo ensaio que escrevera sobre o assunto.
Em dezembro de 1912, George Darwin, um dos filhos de Charles Darwin, morreu e Eddington foi nomeado para substituí-lo. Como o titular da outra cadeira de Astronomia de Cambridge, a Lowndean chair, também morreu durante o ano seguinte, Eddington tornou-se o diretor do observatório de Cambridge, assumindo assim a responsabilidade da Astronomia teórica e experimental em Cambridge.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Eddington foi chamado para efetuar o seu serviço militar. Como quaker e pacifista, recusou servir no Exército e pediu uma derrogação para efetuar um serviço alternativo, mas isso não era possível naquela época. Alguns amigos cientistas resolveram o problema, conseguindo se pronunciar em seu favor para dispensá-lo do serviço militar, alegando a sua importância para a ciência. Em 1915, ele recebeu por intermédio da Royal Astronomical Society os artigos sobre a Teoria Geral da Relatividade de Einstein e de de Sitter. Eddington começou então a se interessar pelo assunto, principalmente porque essa nova teoria podia explicar o avanço, inexplicado até então, do periélio de Mercúrio. Como Quaker, Eddington sentia-se capaz de vincular a Física com sua fé.

Comprovação da Teoria Geral da Relatividade
Após a guerra, Eddington partiu para São Tomé e Príncipe, onde um eclipse solar total seria visível em 29 de maio de 1919. Segundo a relatividade geral, uma estrela visível nas proximidades do Sol deveria aparecer em uma posição ligeiramente mais afastada deste porque sua luz deveria ser ligeiramente desviada pela ação da gravidade do Sol. Esse efeito somente pode ser observado durante um eclipse total do Sol, pois senão a luminosidade do Sol impede a visibilidade da estrela em questão. A relatividade geral predizia um desvio duas vezes maior do que o predito pela gravitação newtoniana. As observações foram feitas na Ilha do Príncipe, na roça Sundy, com o apoio do seu proprietário, Jerónimo Carneiro. Durante o eclipse, Eddington tirou diversas fotografias das regiões situadas em torno do Sol.

Esse resultado, cuja exatidão foi discutida posteriormente, foi aclamado como uma prova conclusiva da Relatividade Geral sobre o modelo newtoniano; a notícia foi publicada em jornais em todo o mundo como uma importante descoberta. Ela também é a origem da história de que somente três pessoas entendiam a Relatividade; quando perguntado por um repórter que sugeriu isso, Eddington replicou brincando "Oh, who's the third?" (Oh, quem é a terceira?). Outra história conta que Einstein, ao ser questionado por um repórter sobre o que ele teria feito se as medidas efetuadas por Eddington não estivessem de acordo com as predições da teoria Geral da Relatividade, teria respondido: "Eu diria que o bom Deus está enganado".
Eddington também estudou o interior das estrelas e calculou sua temperatura baseando-se na energia necessária para manter a pressão exercida pelas camadas próximas da superfície. Com isso, ele descobriu a relação massa-luminosidade das estrelas. Eddington calculou também a abundância do hidrogênio e elaborou uma teoria explicando a pulsação das cefeidas. O fruto dessas pesquisas está relatado em seu importante trabalho The Internal Constitution of Stars (1926).
Em 1920, tomando como base as medidas precisas de átomos efetuadas por Francis Aston, Eddington foi o primeiro a sugerir que a fonte de energia das estrelas provinha da fusão nuclear do hidrogénio em hélio. Essa teoria revelou-se correta, mas ele teve um longo debate sobre esse assunto com James Jeans, que acreditava que essa energia proviesse da contração da estrela sobre si mesma.
Dos anos 1920 até sua morte, ele se concentrou cada vez mais naquilo que ele chamava de "teoria fundamental", cujo objetivo era a unificação da teoria quântica, da teoria da Relatividade e da gravitação, e que se baseava essencialmente em uma análise das relações adimensionais entre constantes fundamentais.
Eddington foi enobrecido em 1930 e recebeu a Ordem do Mérito em 1938. Recebeu ainda diversas outras honrarias, entre elas a medalha de ouro da Astronomical Society of the Pacific (1923), a medalha de ouro da Royal Astronomical Society (1924), da National Academy of Washington (1924), da Société Astronomique de France (1928) e da Royal Society (1928). Além de ser eleito à Royal Society, foi também eleito à Royal Society of Edinburgh, à Royal Irish Academy, à National Academy of Sciences, bem como a diversas outras sociedades científicas.
Uma cratera lunar recebeu seu nome, assim como o asteroide 2761 Eddington.
Eddington soube popularizar a ciência, escrevendo diversos livros destinados aos não iniciados. Ele também é conhecido por ter introduzido a noção de macacos datilógrafos (Infinite Monkey Theorem em inglês) em 1929 com a frase:
Se um exército de macacos batesse em máquinas de escrever, eles poderiam escrever todos os livros do British Museum.