domingo, fevereiro 02, 2014

Dmitri Mendeleiev morreu há 107 anos

Dmitri Ivanovich Mendeleev, também grafado Mendeleiev, (Tobolsk, 8 de fevereiro de 1834 - São Petersburgo, 2 de fevereiro de 1907), foi um químico russo, criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos, prevendo as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.

O cineasta português João César Monteiro nasceu há 75 anos

(imagem daqui)

João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).

Biografia
Pertencia a uma família da burguesia rural, anticlerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para prosseguir os estudos liceais, transfere-se com a família para Lisboa, a capital do Império, tendo estudado no Colégio Moderno, de onde seria expulso.
É dos poucos cineastas associados ao movimento do novo cinema que não prossegue estudos universitários. A propósito, o seu alter-ego, no filme Fragmentos de um Filme Esmola (1973), explica-se assim: A escola é a retrete cultural do opressor.
Começa a trabalhar como assistente de realização de Perdigão Queiroga. Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique. De volta a Portugal, em 1965, inicia a rodagem do que viria a ser a sua primeira obra: Quem espera por sapatos de defunto morre descalço. O filme só será concluído cinco anos depois, como média-metragem.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável, caracteriza-se pelo lirismo, em forma de filmes-poema. A sua veia satírica como realizador tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, críticos e académicos. João César Monteiro, que tem sérios detractores, é conhecido como um dos mais importantes realizadores portugueses.
Morreu de cancro em 2003.
  
Filmografia
Curtas e médias-metragens  
Como produtor  
Como actor
  • Vai e Vem (2003)
  • As Bodas de Deus (1999)
  • Le Bassin de J.W. (1997)
  • A Comédia de Deus (1995)
  • O Bestiário ou o Cortejo de Orpheu (1995)
  • Lettera Amorosa (1995)
  • Passeio com Johnny Guitar (1995)
  • Rosa Negra, de Margarida Gil (1992)
  • Paroles, de Anne Benhaïem (1992)
  • Conserva Acabada (1990)
  • Recordações da Casa Amarela (1989)
  • Relação Fiel e Verdadeira, de Margarida Gil (1989)
  • Doc's Kingdom, de Robert Kramer (1987)
  • À Flor do Mar (1986)
  • A Estrangeira, de João Mário Grilo (1983)
  • Amor de Perdição, de Manoel de Oliveira (1979)
Escritos 
Livros
  • Corpo Submerso (ed. Autor, 1959)
  • Morituri te Salutant (& etc, 1974)
  • Le Bassin de John Wayne/As Bodas de Deus (& etc, 1998)
  • Uma Semana Noutra Cidade (& etc, 1999)
 
Revistas e jornais
  • Imagem
  • O Tempo e o Modo
  • A República
  • Diário de Notícias
  • Trafic
  • Les Cahiers du Cinéma
  • O Cinéfilo
  • & ETC.


Giovanni Pierluigi da Palestrina morreu há 420 anos

Palestrina (Itália) - estátua dedicada ao grande mestre na cidade que lhe deu o nome

Giovanni Pierluigi da Palestrina (Palestrina, 3 de fevereiro de 1525 - Roma, 2 de fevereiro de 1594) foi um compositor italiano da Renascença. Ele era o mais famoso no século XVI, representante da Escola Romana. Palestrina teve uma grande influência sobre o desenvolvimento da música sacra na Igreja Católica Apostólica Romana.

Biografia
Giovanni Pierluigi da Palestrina terá nascido, como o próprio nome indica, em Palestrina (arredores de Roma), por volta do ano de 1525. O seu talento musical manifestou-se no final da infância, vindo, por isso, a estudar música, em 1537, como pequeno cantor, na escola da Basílica de Santa Maria Maior, retornando à sua cidade natal em 1544 como organista.
Pierluigi não é um segundo nome de batismo, e sim a primeira parte do duplo apelido (Pierluigi, e da Palestrina).
Em 1550, o bispo de sua cidade foi eleito papa, com o nome de Júlio III. Este convidou-o para segui-lo, em Santo Sólio, em 1551, onde foi nomeado mestre da Capela Giulia e cantor da Capela Sistina.
Para seu infortúnio, um papa que lhe sucedeu, Paulo IV, levou à demissão todos os cantores casados ou que houvessem composto obras de música profana (profana no sentido de que não é religiosa), e Palestrina encontrava-se nas duas categorias. Desta forma, abandonou o Vaticano, mas assumiu, imediatamente, a direção musical da Basílica de São João de Latrão em 1555 e, sucessivamente, da Basílica de Santa Maria Maior, em 1561. Em 1571, dirigiu-se para São Pedro. Foi também grande seguidor de São Felipe Neri.
Em 1580, após a morte da sua amada esposa, Lucrezia Gori, teve um momento de crise mística e resolve consagrar-se à igreja. Entretanto, a sua vocação terminou rapidamente, pois, pouco depois, casou-se com uma rica viúva romana, Virginia Dormoli.
Palestrina foi um dos poucos e afortunados músicos da sua época a ostentar uma brilhante carreira pública. A sua fama foi reconhecida universalmente pelos colegas de seu tempo e seus serviços foram requisitados por diversas autoridades da Europa.
Após sua morte, em 1594, Palestrina foi enterrado na Basílica de São Pedro durante uma cerimónia fúnebre que teve a participação de grande número de músicos e de pessoas da comunidade.

O Artista
Não houve compositor anterior a Bach tão prestigiado como Palestrina, nem outro cuja técnica de composição tivesse sido estruturada com maior minúcia. Palestrina foi denominado como "O Príncipe da Música", e as suas obras foram classificadas como a "perfeição absoluta" do estilo eclesiástico. Reconheceu-se que Palestrina captou, melhor que nenhum outro compositor, a essência do aspecto sóbrio e conservador da Contra-Reforma, numa polifonia de extrema pureza, apartada de qualquer sugestão profana. O estilo palestriniano pode-se verificar, com claridade nas suas Missas; a sua índole objectiva, friamente impessoal, resulta extremamente apropriada aos textos formais e rituais do Ordinário. Desde logo a base do seu estilo é o contraponto imitativo franco-flamengo; as partes vocais fluem num ritmo continuo, com um motivo melódico novo para cada frase do texto. Palestrina mostra o caráter que vem associado ao génio: plenamente consciente das suas capacidades e forte popularidade obtidos através de suas composições, nunca foi forçado a aceitar encomendas desagradáveis para sobreviver. Pelo contrário, soube fazer-se recompensar generosamente por todos os seus protetores, de modo que o Vaticano se viu constrangido a aumentar continuamente o seu salário anual, para mantê-lo em Roma, por causa de tantas propostas que recebia.
Foi um homem volitivo, mas com fortes impulsos que o levaram a súbitas e surpreendentes escolhas, tais como o segundo casamento, celebrado após receber ordenações religiosas menores.
Compositor prolífero, publicou muito em vida, e suas obras não caíram no esquecimento; ao contrário, foram sempre apreciadas como obras-primas da polifonia.

Produção musical
O corpus musicale palestriniano foi escrito, preponderantemente, em Roma e apenas para Roma, para uso principalmente litúrgico: para a Missa e o Ofício. Uma boa parte da sua produção aconteceu no período do seu último cargo na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O orgânico vocal da capela vaticana era, naquele tempo, mais vasto do que o de qualquer outra igreja (em 1594 era composto, ao todo, de 24 cantores), mas não se adotou o uso de instrumentos, com exceção do órgão.
A linguagem polifónica de Palestrina não se distanciou tanto da maneira tradicional dos mestres franco-flamengos (os nórdicos foram os seus primeiros mestres em Roma).
A arte contrapontística de Palestrina desenvolveu-se, sobretudo, em direção à inteligibilidade da palavra e de uma sonoridade ordenada de maneira a evitar a enunciação simultânea de textos diversos.
No que se refere ao desenvolvimento das linhas melódicas, é evidente a influência do canto gregoriano. Neste sentido, podemos dizer que o compositor aplicava as regras do Concílio de Trento.
Na grande quantidade de motetos palestrinianos, destaca-se entre todos, pela sua intensa expressividade, o Salmo 137, Super Flumina Babylonis.
Entre os compositores do círculo romano que conservam o rigor técnico do contraponto de Palestrina, deve-se recordar de seus discípulos Giovanni Maria Nanino (1543-1607), Francisco Soriano (1548-1621) e Felice Anerio (1560-1614). Pela alta qualidade da sua produção, destaca-se, entre todos, o espanhol castelhano Tomás Luis de Victoria (1548-1611), enquanto, entre as maiores autoridades intérpretes de Palestrina, ainda hoje em vida, destacam-se os maestros Domenico Bartolucci (1917).




João Aguardela nasceu há 45 anos...

(imagem daqui)

João Aguardela (Lisboa, 2 de fevereiro de 1969 - Lisboa, 18 de janeiro de 2009) foi um cantor, músico e compositor português, conhecido por fazer parte das bandas Sitiados, Linha da Frente, Megafone e A Naifa.
Cedo mostrou apetência musical, tendo-se destacado como líder da banda Sitiados, que apareceu num dos concursos do Rock Rendez-Vous e que logo no início dos anos 1990 registou inúmeros êxitos musicais. Frequentou a escola de artes António Arroio, em Lisboa.
Foi uma pessoa activista em muitas causas. Manifestou o seu repúdio pela extrema-direita - mais concretamente pela morte do membro do PSR, José Carvalho, por skinheads - tendo participado em inúmeras manifestações sociais e políticas. Aquando da invasão do Iraque por parte dos EUA, também mostrara o seu total descontentamento.
João Aguardela foi distinguido, em 1994, com o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Autores.
Depois do fim dos Sitiados fez parte dos projetos Linha da Frente e A Naifa. Tinha ainda o seu projecto mais pessoal: Megafone, com quatro discos.
Faleceu no Hospital da Luz, em Lisboa, a 18 de janeiro de 2009, vítima de cancro do estômago, aos 39 anos de idade.


Shakira - 37 anos

Shakira Isabel Mebarak Ripoll (Barranquilla, 2 de fevereiro de 1977), mais conhecida simplesmente como Shakira, é uma cantora, compositora, coreógrafa, arranjadora, produtora, filantropa, empresária e atriz colombiana.
Vencedora de 2 prémios Grammy, 8 Latin Grammy, 4 VMA, 1 EMA, 2 AMA, 3 BMA, 22 Latin Billboard Awards, 3 WMA e 4 NRJ Music Awards, Shakira já vendeu mais de 60 milhões de álbuns em todo o mundo, sendo uma das maiores vendedoras de discos nos anos 2000. Essa ampla rede de ritmos é identificável em canções como "Ciega, Sordomuda" (em que há nítidas influências mexicanas), "Ojos Así" e "Suerte" (dotadas de sons andinos e orientais), "Te Aviso, Te Anuncio" (em que o rock se mistura ao tango), "Obtener Un Sí" (no estilo bossa nova), "La Tortura" (com o reggaeton), "She Wolf" (estilo dance dos anos 80, misturado com música eletrónica). Shakira teve, até hoje, 9 músicas em #1 na Billboard Hot Latin Songs. Para além do castelhano, que é a sua língua materna, é fluente em inglês, português e francês. No total, Shakira, já vendeu pouco mais de 60 milhões de álbuns e 50 milhões de singles, mundialmente. O seu primeiro filho, Milan Piqué Mebarak, nasceu, na Espanha, em 22 de janeiro de 2013, filho do seu companheiro, Gerard Piqué, jogador do Barcelona F.C. e da seleção espanhola de futebol.
Além disso, Shakira é o nome da marca de perfumes da artista, em colaboração com a companhia de moda e perfumes espanhola Puig.


sábado, fevereiro 01, 2014

Hope There's Someone - às vezes é preciso ouvir música triste...


Hope There's Someone - Antony And The Johnsons


Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired

There's a ghost on the horizon
When I go to bed
How can I fall asleep tonight
How will I rest my head

Oh I'm scared of the middle place
Between light and nowhere
I don't want to be the one
Left in there, left in there

There's a man on the horizon
Wish that I'd go to bed
If I fall to his feet tonight
Will allow rest my head

So here's hoping I will not drown
Or paralyze in light
And godsend I don't want to go
To the sea's watershed

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, Will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired


(imagem daqui)

Porque hoje é um dia para nunca esquecer - AD PERPETUAM REI MEMORIAM


1 de fevereiro de 1908 - 1 de fevereiro de 2014

 "Estaria em crer que a glória de perdoar aos nossos inimigos valia bem a honra de os odiar para sempre."
(Pierre Marivaux)

in Risco Contínuo - post de Fernando Sá Monteiro

Há dois séculos uma erupção do vulcão Mayon matou mais de um milhar de pessoas

Uma velha fotografia das ruínas de Cagsawa com os restos da igreja ainda em pé, destruída em durante a erupção de 1814

O vulcão Mayon é um vulcão nas Filipinas, situado na província de Albay (Bicol). O seu cume com a forma de um cone quase perfeito é considerado como sendo ainda mais belo do que o Monte Fuji, no Japão. Alguns quilómetros a sul do vulcão situa-se a cidade de Legazpi.
O Mayon é classificado por vulcanólogos como um estratovulcão (vulcão composto). O seu cone simétrico foi formado alternadamente por fluxos piroclásticos e escoadas de lava. É o vulcão mais ativo do país, tendo entrado em erupção pelo menos 50 vezes nos últimos 400 anos.
A erupção mais destrutiva do Mayon, alvo de relatos ou registos, ocorreu a 1 de fevereiro de 1814, tendo os fluxos de lava enterrado na cidade de Cagsawa e cerca de 1200 pessoas pereceram, tendo apenas resistido o campanário da igreja.

Principais vulcões filipinos
Situa-se entre a Placa Euroasiática e a Placa Filipina, numa fronteira com potencial altamente destrutivo, pois a placa continental, ao ser empurrada por uma placa oceânica, esta última, que é mais densa, é obrigada a descer, o que provoca a formação de magma no plano de Benioff assim gerado.
A sua última erupção foi em 2009.

Fluxos piroclásticos descem através das encostas do vulcão, em 1984

Fernando Assis Pacheco nasceu há 77 anos

(imagem daqui)

Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco (Coimbra, 1 de fevereiro de 1937 - Lisboa, 30 de novembro de 1995) foi um jornalista, crítico , tradutor e escritor português.
Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar, em 1961. Filho de pai médico e de mãe doméstica, o seu avô materno era galego (e casado com uma lavradeira da Bairrada) e o seu avô paterno roceiro em São Tomé.
Enquanto jovem, foi ator de teatro (TEUC e CITAC) e redator da revista Vértice, o que lhe permitiu privar de perto com o poeta neo-realista Joaquim Namorado e com poetas da sua geração, como Manuel Alegre e José Carlos de Vasconcelos.
Cumpriu parte do serviço militar em Portugal entre 1961 e 1963, tendo seguido como expedicionário para Angola, onde esteve até 1965. Inicialmente integrado num batalhão de cavalaria, viria a ser reciclado nos serviços auxiliares e colocado no Quartel-General da Região Militar de Angola.
Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, não obstante se encontrar, na altura, em África. Cuidar dos Vivos é o título do livro de estreia - poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se em Câu Kiên: Um Resumo (1972), ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que em 1976 conheceria a sua versão definitiva: Katalabanza, Kilolo e Volta.
Memória do Contencioso (1980) reúne "folhetos" publicados entre 1972 e 1980, e Variações em Sousa (1987) constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt (1978) comprova-o exuberantemente. Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega, aliás sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu livro Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Em A Musa Irregular (1991) reuniu toda a sua produção poética.
Nunca conheceu outra profissão que não fosse o jornalismo: deixou a sua marca de grande repórter no Diário de Lisboa, no República, no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, no Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto. Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária, e colaborador da RTP.
Traduziu para português obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez.
Casou a 4 de fevereiro de 1963 com Maria do Rosário Pinto de Ruella Ramos (27 de julho de 1941), filha de João Pedro de Ruella de Almeida Ramos e de sua mulher, Germana Marques Vieira Pinto, de quem teve cinco filhas e um filho.



Seria o Amor Português 


Muitas vezes te esperei, perdi a conta,
longas manhãs te esperei tremendo
no patamar dos olhos. Que me importa
que batam à porta, façam chegar
jornais, ou cartas, de amizade um pouco
- tanto pó sobre os móveis tua ausência.

Se não és tu, que me pode importar?
Alguém bate, insiste através da madeira,
que me importa que batam à porta,
a solidão é uma espinha
insidiosamente alojada na garganta.
Um pássaro morto no jardim com neve.

Nada me importa; mas tu enfim me importas.
Importa, por exemplo, no sedoso
cabelo poisar estes lábios aflitos.
Por exemplo: destruir o silêncio.
Abrir certas eclusas, chover em certos campos.
Importa saber da importância
que há na simplicidade final do amor.
Comunicar esse amor. Fertilizá-lo.
«Que me importa que batam à porta...»
Sair de trás da própria porta, buscar
no amor a reconciliação com o mundo.

Longas manhãs te esperei, perdi a conta.
Ainda bem que esperei longas manhãs
e lhes perdi a conta, pois é como se
no dia em que eu abrir a porta
do teu amor tudo seja novo,
um homem uma mulher juntos pelas formosas
inexplicáveis circunstâncias da vida.

Que me importa, agora que me importas,
que batam, se não és tu, à porta?


in A Musa Irregular (1991) - Fernando Assis Pacheco

Há 11 anos o vaivém Columbia desintegrou-se no regresso à Terra

Foto oficial da malograda tripulação, da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon

O acidente do vaivém Columbia ocorreu no dia 1 de fevereiro de 2003, durante a fase de reentrada na atmosfera terrestre, a apenas dezasseis minutos de tocar o solo, no regresso da missão STS-107, causando a destruição total da nave e a morte dos sete astronautas que compunham a tripulação. Esta missão de cariz científico teve a duração de dezasseis dias ao longo dos quais foram cumpridas, com sucesso, as cerca de oitenta experiências programadas.
Momentos após a desintegração do Columbia, milhares de destroços em chamas caíram sobre uma extensa faixa terrestre, essencialmente no estado do Texas, e na Louisiana, alguns dos quais atingiram casas de habitação, empresas e escolas. Afortunadamente, entre a população ninguém ficou ferido.
A recolha dos destroços prolongou-se de forma intensiva até meados de Abril daquele ano, ao longo de 40.000 km² dos quais 2.850 km² percorridos a pé, e os restantes utilizando meios aéreos ou navais junto à linha costeira da Califórnia. Foram recolhidos 83 mil pedaços do Columbia, correspondentes a 37% da massa total da nave, entre os destroços encontravam-se também parte dos restos mortais dos astronautas.
Foi constituída uma comissão independente de inquérito ao acidente, a Columbia Accident Investigation Board (CAIB), que produziu um relatório oficial de 400 páginas após quase sete meses de investigação, no qual foram apontadas as causas técnicas e organizacionais que estiveram directa ou indirectamente envolvidas na origem da destruição do Columbia. Foram ainda perspectivadas hipotéticas soluções de resgate da tripulação e elaboradas 29 recomendações a implementar, 15 das quais de cumprimento obrigatório, sem o qual não poderia haver um regresso aos voos.


A causa física da perda do Columbia e da sua tripulação foi uma brecha no sistema de protecção térmica no bordo de ataque da asa esquerda, causado por um pedaço de espuma isolante que se separou da seção esquerda do suporte duplo do tanque de combustível externo, 81,7 segundos após o lançamento, e atingiu a parte inferior da asa nas proximidades do painel térmico de carbono reforçado número oito. Durante a reentrada esta violação no sistema de protecção térmica permitiu que ar superaquecido penetrasse através do isolamento e progressivamente derretesse a estrutura de alumínio da asa esquerda, resultando num severo enfraquecimento estrutural, até que o aumento das forças aerodinâmicas, causadas pelo atrito da cada vez maior densidade atmosférica, destruísse a asa provocando a perda de controle e o imediato colapso da nave. Este acidente verificou-se num regime de voo em que com a actual concepção, não havia qualquer possibilidade de sobrevivência para a tripulação.

Sequência da desintegração do Columbia

Há 106 anos o braço armado da maçonaria assasinou El-Rei D. Carlos I e o Principe das Beiras, D. Luís Filipe

(imagem daqui)

O Regicídio de 1 de fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio (na época mais conhecida por Terreiro do Paço) em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe, marcando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional, e consequentemente, uma nova escalada de violência na vida pública do País.

 (imagem daqui)

Terry Jones - 72 anos!

Terence Graham Parry Jones mais conhecido por Terry Jones (Colwyn Bay, 1 de fevereiro de 1942) é um actor, realizador e escritor britânico. É membro do grupo Monty Python.

Biografia
Terry Jones nasceu a 1 de fevereiro de 1942 em Colwyn Bay, País de Gales. Apesar de ter sido criado maioritariamente em Claygate, Surrey (para onde a família se mudou quando Terry tinha 5 anos), Jones ainda se considera galês. Jones foi educado primeiramente na escola primária local de Surrey, antes de entrar na Royal Grammar School, em Guildford. Durante o tempo que passou nesta escola, Terry envolveu-se em todas as actividades possíveis.
Enquanto estava na escola, Jones, como os seus colegas Pythons, ganhou um grande interesse pela comédia e pelo cinema, sendo um grande fã dos The Goons. Contudo, Jones não teve tantas oportunidades para representar visto que o director da escola detestava actores, que considerava homossexuais e comunistas. Por ter reprovado no último ano do secundário, Jones viu recusada a sua entrada nas Universidades de Manchester, Londres, Bristol e Exeter. Por fim, ofereceram-lhe a oportunidade de fazer uma entrevista para o St. Edmund Hall, em Oxford, onde lhe foi oferecido um lugar que aceitou. Jones também recebeu uma oferta para a Universidade de Cambridge, mas não aceitou. Em 1961, entrou na Universidade de Oxford, no curso de Inglês.
Em Oxford, Jones envolveu-se com a revista Isis, tornando-se um designer. Isto deu-lhe a oportunidade de estar em contacto com os actores que estavam em Oxford na altura, e não demorou muito até se envolver na cena teatral da Universidade. Com o amigo e contemporâneo Michael Rudman, Jones começou na Experimental Theatre Company, representando uma grande variedade de material, desde Brencht ao Cabaret. No seu segundo ano, Jones idealizou o espectáculo “****" que levou ao Edinburgh Festival, antes de chegar ao teatro LAMDA em Londres, e posteriormente até Phoenix. Quando regressou para o seu terceiro ano, Jones juntou-se à parceria de escritores Michael Palin e Robert Hewison e juntos escreveram Hang Down Your Head and Die (um olhar cómico à pena de morte. A acção decorre num circo, com Jones a fazer de condenado). A peça esteve em cena durante 11 dias no Oxford Playhouse, depois 6 semanas no Comedy Theatre, em Londres. Um ano mais tarde, Jones, em conjunto com Michael Palin, escreveu e organizou o The Oxford Revue que esteve em cena no Edinburgh Festival em 1964. No fim da exibição, David Frost ofereceu-lhes um emprego. Foi também aqui que Jones e Palin se encontram pela primeira vez com Eric Idle, Graham Chapman e John Cleese.
Quando Jones deixou a Universidade, conseguiu um emprego como copywriter para a Angla Television, antes de se mudar para a BBC como editor de guiões. Foi aí que entrou num curso de realizador durante 6 semanas (que não chegou a completar, devido a um caso grave de peritonite). Contudo Jones tornou-se assistente de produção, antes de ser contratado para escrever para os programas da madrugada pelo produtor Rowan Ayres. Aqui Jones juntou-se a Barry Cryer e aos seus velhos colegas de escrita de Oxford, Michael Palin e Robert Hewison. Pouco tempo depois Hewison desistiu, para voltar para a Universidade, e Jones e Palin foram contratados para escrever para o The Frost Report. Para além deste programa Jones e Palin estavam também a contribuir para programas como The Late Show e A Series of Birds (com John Bird). Depois, os dois mudaram-se para a série da LWT, Do Not Adjust Your Set (onde colaboraram com Eric Idle e Terry Gilliam), enquanto escreviam para o programa Broaden Your Mind e para Marty. Nesta altura, o produtor Barry Took sugeriu que este grupo de escritores se juntasse para produzir o seu próprio programa – assim nasciam os Monty Python.

Monty Python
Como membro dos Monty Python, Jones é lembrado pelos seus papéis de mulheres de meia-idade e o odiado “homem na rua”. Normalmente escrevia sketches em parceria com Michael Palin.
Uma das primeiras preocupações de Jones era desenvolver um formato fresco para o programas dos Monty Python, e foi Jones que desenvolveu o estilo inconsciente que abandonou as “punchlines” e encorajava o movimento fluido entre sketches, dando “espaço ao humor conceptual da equipa. Jones também era contra o uso de música exagerada e do estilo de câmara estática pelos realizadores de programas de TV da altura, algo que fez com que quisesse realizar os programas. Mais tarde dedicou-se à realização de 3 dos filmes dos Monty Python, Monty Python e o Cálice Sagrado, A Vida de Brian e o Sentido da Vida. Como é demonstrado em muitos dos seus sketches com Palin, Jones estava interessado em fazer comédia visualmente impressionante. Este sentia que cenários interessantes aumentavam o humor. Os seus métodos encorajaram muitos futuros comediantes a fugir do convencional. Exemplo disso são programas como Green Wing, A Pequena Grã-Bretanha (Little Britain) e The League of Gentlemen.
As contribuições como actor mais memoráveis de Jones são as suas interpretações paródicas de mulheres de meia-idade, de voz extremamente aguda. O seu humor juntamente com o de Palin tende a ser conceptual por natureza. Um sketch típico da equipa Palin\Jones retira o seu humor do absurdo do redor. Por exemplo, no “Summarize Proust Competition” (Competição de Resumo de Proust), Jones faz o papel de anfitrião que dá aos concorrentes 15 segundos para resumir a obra À La Recherche du Temps Perdu de Marcel Proust. Netse caso o riso surge a partir do absurdo da ideia em si. Jones ficou também conhecido pelo seu estilo de comédia física do género Charlie Chaplin, talvez mais notório no sketch onde se tenta despir na praia. Outros papéis característicos de Jones eram os de homem comum e os de “totó” com ambições que iam muito além das suas capacidades.

Depois dos Monty Python
Depois das dificuldades criativas envolvidas no primeiro filme dos Monty Python, E Agora Algo Completamente Diferente (And Now For Something Completely Different), foi decidido que o projecto seguinte, Monty Python e o Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail) seria realizado por membros do grupo. Assim Terry Jones e Terry Gilliam fizeram a sua estreia nas lides da realização. A partir daqui, a carreira na realização de Jones descolou, tendo realizado sozinho os 2 filmes seguintes dos Monty Python, A Vida de Brian e o Sentido da Vida. No entanto, Jones também teve projectos fora do grupo sendo da sua autoria filmes como Personal Services, Erik the Viking, Labyrint e The Wind on the Willows.
Na televisão, a sua carreira depois dos Monty Python continuou com o seu parceiro de escrita de sempre, Michael Palin, na série Ripping Yarns, que foi cancelada após apenas 9 episódios devido ao elevado custo de produção.
A carreira pós-Python de Jones levou-o a tornar-se um aclamado autor de livros de crianças com histórias como Curse of the Vampire Socks, Fantastic Stories (Contos Fantásticos, adaptado em palco por Luís Tinoco), Nicobonimus e The Saga of Erik, the Viking (escrita originalmente para o seu filho Bill). Mas Jones não escreveu apenas para crianças, em anos recentes os seus livros de História, centrados em grande parte na Idade Média, uma época pela qual Jones é fascinado. Ele também protagonizou alguns documentários sobre o tema na BBC. Terry também começou a escrever artigos regularmente a partir dos anos 80, primeiramente para o The Guardian e, mais recentemente, para o The Observer.
No seu projecto mais recente, Terry Jones virou-se para o teatro musical. No início de 2008, em colaboração com Luís Tinoco, Jones estreou em Portugal, Evil Machines, uma espécie de ópera baseada no seu livro com o mesmo nome.

Vida pessoal
Jones casou-se em 1970 com Alison Telfer com quem teve dois filhos, Sally (n. 1974) e Bill (n. 1976). Quando se separaram, Jones começou a namorar com uma sueca, Anna Soderstrom, tendo atualmente ambos uma filha, Siri, nascida em setembro de 2009.
Em 2006 foi-lhe diagnosticado um cancro colorretal. Por estar no princípio, bastou uma operação para que este ficasse curado.


Don Everly, da dupla The Everly Brothers, faz hoje 77 anos

Don (à direita) e Phil (à esquerda) Everly, numa foto promocional de 1958

A banda The Everly Brothers era formada pelos irmãos Don Everly (1 de fevereiro de 1937 em Brownie, uma pequena província - já extinta - perto de Central City, Kentucky), e Phil Everly (18 de janeiro de 1939, Chicago, Illinois - 3 de janeiro de 2014, Burbank, Califórnia).
Era uma banda de rock and roll com influência de música country e que alcançou sucesso nos anos 50.
Com um som leve, calcado mais no violão e em harmonias vocais, e com seus versos inocentes e caras limpas, os Everly Brothers nunca foram, no auge da sua carreira, considerados uma ameaça à sociedade (como acontecia por exemplo com Chuck Berry e Little Richard); eles foram um dos grupos de rock mais importantes da música, por suas canções, que ajudaram a fazer a ponte entre o rock e a música country de uma maneira que agradasse os fãs de ambos os estilos. Além disso, o seu estilo de cantar, harmonicamente, influenciou praticamente quase todas as bandas de rock dos anos 60.


O Barão de Eschwege morreu há 159 anos

(imagem daqui)

Wilhelm Ludwig von Eschwege (Auer Wasserburg, Hesse, 10 de novembro de 1777 - Kassel, 1 de fevereiro de 1855), também conhecido por barão de Eschwege, Guilherme von Eschwege ou por Wilhelm Ludwig Freiherr von Eschwege, foi um naturalista com formação e prática como geólogo, geógrafo, paleontólogo, mineralogista, arquiteto e metalurgista, de nacionalidade alemã.
Foi contratado pela coroa portuguesa para proceder ao estudo do potencial mineiro do país. Encontrava-se em Portugal quando em 1808 a corte se transferiu para o Brasil, devido à invasão francesa comandada por Junot. Seguiu posteriormente para o Brasil, onde se viria a notabilizar pela realização da primeira exploração geológica de carácter científico feita naquele país.

Biografia
Wilhelm Ludwig von Eschwege nasceu a 10 de novembro de 1777, em Aue bei Eschwege, Hessen, Alemanha, filho de família aristocrática. Destinado à carreira militar, estudou na Universidade de Göttingen (1796-1799), tendo sido contemporâneo de Georg Heinrich von Langsdorff. Em Marburg tomou contato com a engenharia de minas, e tornou-se consultor em Clausthal e Richelsdorf, em 1801.
Apesar de alguns afirmarem que foi aluno de Abraham Gottlob Werner (1749-1817), o fundador da moderna mineralogia, não há nos anais de Freiberg referência a sua passagem por lá. Destinado à vida militar, a sua curiosidade intelectual levou-o a adquirir a formação académica ecléctica, característica da intelectualidade europeia do século XIX. Estudou direito, ciências naturais, arquitectura, ciência e economia política, economia florestal, mineralogia e paisagismo.

Em Portugal
José Bonifácio de Andrada e Silva foi o responsável, embora indirecto, pela vinda do Barão de Eschewege para Portugal, conforme nos explica o próprio barão nos seus registos. Bonifácio solicitara a vinda de operários alemães especializados para a exploração de minas, sendo-lhe enviados cientistas alemães e entre eles um barão. Após reacção adversa e explosiva de acolhimento, no seu habitual mau génio, Bonifácio recompôs-se, felicitando os recém-chegados e considerando-os seus hóspedes. É o Barão que nos traça o modo como José Bonifácio vivia na Quinta do Almegue, nos arredores de Coimbra, com pouco conforto, no período em que foi professor de Metalúrgia na Universidade. Este encontro merece ser destacado, pela importância que ambos vieram a ter nos destinos de Portugal e do Brasil.
Em 1802, Eschwege vem para Portugal, país onde permanece até 1810, ocupando o cargo de director de minas. Da sua experiência em Portugal, e das viagens de prospecção que empreendeu por todo o país, recolheu informação geológica e paleontológica, além de informação sobre técnicas de mineração e de administração das minas em Portugal e nas colónias, que lhe permitiram iniciar a publicação de diversas obras de carácter científico e integrar uma rede intelectual abrangente, que incluía, entre outros, sumidades como Goethe, Karl Marx e Alexander von Humboldt.
Durante a sua estada em Portugal catalogou inúmeros aspectos da mineralogia portuguesa e publicou um estudo sobre as conchas fossilizadas da região de Lisboa.
De 1803 a 1809 o barão de Eschwege esteve à frente da fábrica de artilharia e aprestos de ferro na Arega, Figueiró dos Vinhos, onde se fabricavam, entre muitas outras obras em ferro, os canhões para as forças armadas portuguesas.

No Brasil
Depois de ter trabalhado em Portugal, o barão de Eschwege seguiu em 1810 para o Brasil, a convite do príncipe regente D. João VI, para reanimar a decadente mineração de ouro e para trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Foi ainda encarregado do ensino das ciências da engenharia aos futuros oficiais do exército e de continuar, agora naquele território, os seus trabalhos de exploração mineira e de metalurgia.
Em 1810 foi criado pelo príncipe regente D. João o Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, sendo ele chamado para o dirigir e ensinar aos mineiros técnicas avançadas de extracção mineral. Permaneceu até 1821 no Brasil, com a patente de tenente-coronel engenheiro, nomeado "Intendente das Minas de Ouro" e curador do Gabinete de Mineralogia.
Nesse mesmo ano Eschwege iniciou em Congonhas do Campo, Minas Gerais, os trabalhos de construção de uma fábrica de ferro, denominada de "Patriótica", empreendimento privado, sob a forma de sociedade por acções. Em 1811 sua siderurgia já produzia em escala industrial.
No ano de 1812, em Itabira do Mato Dentro (actual Itabira, Minas Gerais), foi pela primeira vez extraído ferro por malho hidráulico, com a ajuda de Eschwege, que ali inovou a mineração de ouro introduzindo os pilões hidráulicos na lavra do coronel Romualdo José Monteiro de Barros, futuro Barão de Paraopeba, em Congonhas do Campo.
Em 1817 foram aprovados pelo governo os estatutos das sociedades de mineração, que estabeleciam as bases para a fundação da primeira companhia mineira do Brasil, sugeridas por Eschwege.
Nos campos da geologia e da mineralogia, empreendeu viagens de exploração das quais resultou uma vasta obra escrita de pesquisas geológicas e mineralógicas. Foram importantes suas expedições de exploração científica aos estados de São Paulo e Minas Gerais, o primeiro a assinalar a presença de manganês.
Da obra escrita, publicada na Europa, sobressaem Pluto Brasiliensis (Berlim, 1833) a primeira obra científica sobre a geologia brasileira, e Contribuições para a Orografia Brasileira.
Com Francisco de Borja Garção Stockler, teve papel importante na estruturação do ensino nas áreas da matemática e da física na Academia Militar do Rio de Janeiro, escola militar criada por carta régia de 4 de dezembro de 1810, que iniciou actividades a 23 de abril de 1811, e é uma das instituições antecessoras da actual Academia Militar das Agulhas Negras e a primeira escola de engenharia no Brasil.

(imagem daqui)

De retorno a Portugal
Era amante da arquitectura e colaborou, a convite de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, casado com a rainha D. Maria II, na elaboração dos planos para o Palácio Nacional da Pena. Tal colaboração deu-se entre 1836 e 1840, muito depois do seu regresso do Brasil.

Na Alemanha
Regressou à Alemanha, onde faleceu em Kassel-Wolfsanger, Hessen, a 1 de fevereiro de 1855.

Considerações
Diz dele a página 127 do volume 11 da obra »Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal» (2006) que, «enigmático», dele ficou escassa memória.
Em honra dele seria mais tarde instituída no Brasil a Medalha Barão de Eschwege para galardoar a excelência em matéria de siderurgia. «Naturalista, estudioso de mineralogia, geologia e botânica, engenheiro militar de profissão, trabalhou desde 1803 em Portugal nas minas da foz do Alge em projecto abortado. Entra no exército português com o posto de capitão de artilharia desde 1807, tendo combatido as tropas francesas, passando desde 1810 ao Brasil, onde produzirá significativo trabalho no campo da geologia e mineração. Assumindo o cargo de director de minas virá, mais tarde, a ser demitido pelos miguelistas. Reintegrado pelos liberais em 1835, fora promovido a brigadeiro do exército. Conhecedor dos hábitos portugueses, publicara em Hamburgo em 1833 a obra «Portugal eis Stat-und Sittengemalde» (Portugal, Quadro estatístico - Moral, Cenas e Bosquejos) que D. Fernando II certamente leu, apesar de apreendida pelas autoridades alemães até sua reedição em 1837; e o mais certo é que tenha fortemente influído as escolhas políticas do então jovem príncipe. Quanto à sua relação com D. Fernando II, presume-se ter sido de grande confiança, ao ponto de o rei lhe ter concedido carta branca para traçar as reformas da Pena e de o ter preferido a Possidónio da Silva, então arquitecto da Casa Real, logo que, durante a execução do projecto, surgiram as primeiras desavenças entre ambos.» E, adiante: «D. Fernando certamente viu em Eschwege, para além de uma experiência vivida e uma proximidade linguística que muito ajudava a resolver os problemas do projecto, a flexibilidade e a adaptabilidade necessárias para ceder às idiossincrasias do príncipe, que queria ali fazer o «seu» palácio, quase que partilhando a autoria. Por outro lado, a cultura do barão de Eschwege, que privara com von Humboldt e Goethe quando de uma das suas viagens pela Europa e que conhecia certamente as dissertações de Schlegel quanto à sublimidade do gótico e da sua suposta relação com a natureza, dir-lhe-iam mais do que a de um prático (embora competente) arquitecto português.»