domingo, janeiro 01, 2012

Is anything wrong...


Mais estudos de sondas da NASA sobre a nossa Lua

Missão é fazer reconhecimento do campo gravitacional do satélite natural da Terra
Sondas da NASA chegam à Lua para descobrir por que tem montanhas de um lado e planícies do outro

As sondas GRAIL vão estudar o campo gravítico da Lua As sondas GRAIL vão estudar o campo gravítico da Lua (NASA)

A face da Lua que se vira para nós é plana, sem grandes acidentes geográficos. O outro lado tem montanhas. Por quê? As sondas GRAIL A e B, que chegaram à Lua este fim-de-semana e vão produzir um mapa de alta resolução do seu campo gravitacional, podem permitir responder a esta questão, que tem escapado aos cientistas, mesmo depois de terem enviado uma centena de sondas para o satélite natural da Terra.

“Se já temos medições feitas por cerca de 100 sondas e ainda não temos uma resposta a algo tão fundamental, é provável que a resposta não esteja na superfície”, disse ao "New York Times" Maria Zuber, investigadora principal das sondas GRAIL da NASA. “Estamos a apostar que conhecendo muito bem a estrutura interna da Lua seremos capazes de responder a esta e outras questões”, explicou.

As sondas só devem começar a recolher dados a partir de Março, numa órbita quase polar, a uma altitude de 55 quilómetros. Em ciclos de 27,3 dias recolhem dados sobre a gravidade da Lua e transmitem-nos sob a forma de sinais rádio para a Terra, definindo a distância entre as duas, ao voarem em formação.

As diferenças regionais na gravidade da Lua devem expandir-se e contrair-se com a distância, diz um comunicado da NASA. Espera-se que estas medições permitam definir o campo gravitacional da Lua e compreender o que se passa sob a sua superfície.


NOTA: o lado oculto da Lua não tem (com uma pequena excepção...) mares. O porque deste facto (e de a espessura da sua crusta ser muito diferente no lado visível e oculto da Lua) são questões importantes para perceber a origem da Lua e a sua relação com a Terra. Esperemos que os resultados tragam nova luz sobre a formação do sistema solar e dos planetas telúricos, a começar pelo sistema Terra-Lua, quase, como Plutão-Caronte, um planeta duplo...

Lhasa de Sela morreu há dois anos


The singer Lhasa de Sela passed away in her Montreal home on the night of January 1st 2010, just before midnight.

She succumbed to breast cancer after a twenty-one month long struggle, which she faced with courage and determination.

Throughout this difficult period, she continued to touch the lives of those around her with her characteristic grace, beauty and humor. The strength of her will carried her once again into the recording studio, where she completed her latest album, followed by successful record launches in Montreal at the Théatre Corona and in Paris at the Théatre des Bouffes du Nord. Two concerts in Iceland in May were to be her last.
She was forced to cancel a long international tour scheduled for autumn 2009. A projected album of the songs of Victor Jara and Violeta Parra would also remain unrealized.

Lhasa de Sela was born on September 27, 1972, in Big Indian, New York.

Lhasa's unusual childhood was marked by long periods of nomadic wandering through Mexico and the U.S., with her parents and sisters in the school bus which was their home. During this period the children improvised, both theatrically and musically, performing for their parents on a nightly basis. Lhasa grew up in a world imbued with artistic discovery, far from conventional culture.

Later Lhasa became the exceptional artist that the entire world discovered in 1997 with La Llorona, followed by 2003's The Living Road, and 2009's self-titled LHASA. These three albums have sold over a million copies world-wide.

It is difficult to describe her unique voice and stage presence, which earned her iconic status in many countries throughout the world, but some Journalists have described it as passionate, sensual, untameable, tender, profound, troubling, enchanting, hypnotic, hushed, powerful, intense, a voice for all time.

Lhasa had a unique way of communicating with her public. She dared to open her heart on stage, allowing her audience to experience an intimate connection and communion with her. She profoundly affected and inspired many people throughout the cities and countries she visited.

An old friend of Lhasa's, Jules Beckman, offered these words:

"We have always heard something ancestral coming through her. She has always spoken from the threshold between the worlds, outside of time. She has always sung of human tragedy and triumph, estrangement and seeking with a Witness's wisdom. She has placed her life at the feet of the Unseen."

Lhasa leaves behind her partner Ryan, her parents Alejandro and Alexandra, her step-mother Marybeth, her 9 brothers and sisters (Gabriela, Samantha, Ayin, Sky, Miriam, Alex, Ben, Mischa and Eden), her 16 nieces and nephews, her cat Isaan, and countless friends, musicians, and colleagues who have accompanied her throughout her career, not to mention her innumerable admirers throughout the world.

Her family and close friends were able to mourn peacefully during the last two days, and greatly appreciated this meaningful period of quiet intimacy. Funeral and services will be held privately.

It has snowed more than 40 hours in Montreal since Lhasa's departure. 


Há 32 anos um sismo matou 71 pessoas nos Açores

(imagem daqui)

O sismo da Terceira de 1980, também referido como terramoto de 1980 nos Açores, foi uma catástrofe natural, um sismo de grande intensidade, ocorrido a 1 de Janeiro de 1980 no Grupo Central do arquipélago dos Açores.
O sismo ocorreu pelas 15.42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, e teve magnitude 7,2 na escala de Richter e intensidades IX na escala de Mercalli na Terceira e VIII no Topo e em Santo Antão em S. Jorge. A profundidade hipocentral estimada foi de 10 km e o epicentro situou-se no mar, cerca de 35 km a SSW de Angra do Heroísmo.
Em consequência, na ilha Terceira causou a destruição de 80% dos edifícios na cidade de Angra do Heroísmo, assim como extensos danos na vila de São Sebastião e nas freguesias do Oeste e Noroeste da ilha (em especial nas Doze Ribeiras); na Graciosa, danos nas freguesias do Carapacho e na Luz; e na ilha de São Jorge, danos nas freguesias de Vila do Topo e de Santo Antão.
Foram registadas 71 vítimas fatais (51 na Terceira e 20 em São Jorge) e mais de 400 feridos.
No total, ficaram danificados mais de 15 500 edifícios, causando cerca de 15 000 desalojados.
O então presidente da República Portuguesa, António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional.

Música para celebrar um Feliz (!?!) Ano Novo



À Minha Maneira - Xutos & Pontapés

A qualquer dia,
A qualquer hora,
Vou estoirar, pra sempre.

Mas entretanto,
enquanto tu duras,
Tu pões-me tão quente.

Já sei que hei-de arder na tua fogueira,
mas será sempre, sempre à minha maneira.

E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só é para lutar,
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira

Por essa estrada,
Por esse caminho
A noite, de sempre

De queda em queda,
Passo a passo,
Vou andando, prá frente

Já sei que hei-de arder na tua fogueira
Mas será sempre, sempre à minha maneira

E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só me farão lutar
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira

À minha maneira
À minha maneira!

2012 - the end is near... (parte II)

Do nosso amigo, o Professor Doutor Victor Hugo Forjaz, publicamos o seguinte post, colocado inicialmente no blog De Rerum Natura:


"REQUIEM" PELO MEDO DESLIZANTE


Uma das não-notícias do ano foi a anunciada catástrofe vulcânica do El Hierro. Crónica do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz a propósito dos recentes fenómenos vulcânicos que têm ocorrido na ilha de El Hierro, nas Canárias:

1 - O vulcão submarino da Restinga, nos mares da ilha de El Hierro, tem sido noticia em todo o mundo (menos em terras açorianas, julgo eu…)! Aliás dos Açores deslocou-se apenas a vulcanóloga Prof.ª Doutora Zilda França. A permanência da nossa Colega nas Canárias foi extremamente representativa e útil. As autoridades locais cientificas e políticas acolheram-na com muito respeito e amizade. Os colegas, de diversas origens, foram cooperantes e incansáveis. Por esse motivo temos mantido relatos diários internéticos junto de milhares (sim - milhares) de peritos e de curiosos assim constituindo um fórum entusiasmante.

2 - Entretando, com o passar das semanas manteve-se o "comportamento" inusual do novo vulcão do tipo serretiano (ora se afastava ora se aproximava,ora se desenvolvia sem tremor vulcânico,ora emitia largos volumes de produtos vulcânicos, finíssimos, em silêncio sísmico, ora emitia ténues vapores ora se assinalava por borbulhantes cachões de espuma e de vapores pestilentos. Registaram-se milhares de micro a macroeventos sísmicos. Entretanto surgiram os profetas da desgraça. É sempre assim- no Faial,em Maio de 1958, durante os Capelinhos, também foi assim: segundo um jornalista lisboeta, a ilha teria a forma de cálice pelo que as sismotremuras diárias iriam fracturar o pé do cálice e depois…. pum, ficávamos todos afogados (e eu com 17 anos!). Muitos fugiram para o Pico e S. Jorge. Regressaram no fim do mês, com a chegada de Tazieff, tido como um "deus" da vulcanologia (que ajudou o Governador Freitas Pimentel e o Eng.º Frederico Machado a consolidarem a calma e a sensatez). No caso de El Hierro os profetas da desgraça brotaram outra "previsão",ou seja, papaguearam os medos do cientista inglês Simon Day, vaticinaram que os milhares de tremores telúricos, uns vulcânicos outros tectónicos, teriam abalado a ilha,"enfraquecendo-a" de tal modo que uma grande fatia de El Hierro iria deslizar para o oceano, abruptamente, assim gerando uma gigantesca vaga (um tsunami). O vagalhão iria arrasar imensas extensões costeiras, na África, no Brasil, nos EUA, na Europa… Enfim, um cataclismo inesquecível! Os promotores repetiam o já anunciado para a ilha de La Palma por Simon Day. Adios tapas e tasquitas!

3 - Mega-abatimentos ou colapsos em estruturas vulcânicas são desde há muito conhecidos: na vertente sul da montanha do Pico, no segmento sul do vulcão das Furnas (em estudo), em diversas ilhas das Canárias (sendo os de La Palma aparatosamente divulgados por Simom Day; Tenerife…) Réunion, Cabo Verde, Hawaii, Japão, etc. Pouco se sabe sobre o mecanismo desses colapsos, ou seja, se foram bruscos, se foram lentos e do tipo "creep", se foram excitados por terramotos, se foram accionados por excesso de água, se existiram condicionantes topográficas, se resultaram de incoesões gravíticas, etc. A realidade é que nenhum desses megacolapsos com megatsunamis ocorreram em tempos históricos. Não se duvida da respectiva existência mas as causas e as consequências variam de região para região. Essa é a verdade - os megatsunamis transoceânicos, ligados a colapsos de territórios vulcânicos, não se encontram bem sustentabilizados, quer documentalmente quer sedimentologicamente. Ou seja, num determinado continente não se conhecem, sem dúvidas, depósitos transportados por megatsunamis gerados em geografia oposta. Assim os terríveis deslizamentos das Canárias, com repercussões nos Açores, devem ser tomados como suposições para datas de impossível adivinhanço.

29 DEZ 2011 V-H Forjaz

2012 - the end is near...

Com a devida vénia, publicamos o seguinte post do Professor Doutor Carlos Fiolhais no blog De Rerum Natura:


Vem aí o fim do Mundo??


Declarações que prestei à jornalista Christiana Alves Martins (CAM) do Expresso e que saíram na revista Única de ontem, num artigo sobre o "fim do mundo" juntamente com declarações de outros colegas:

CAM- Porque as pessoas têm a necessidade de fixar uma data para o chamado fim do mundo? Que mecanismo psicológico justifica isto? Para que surjam estas teses, as teorias científicas são adulteradas?

CF- O receio do fim do mundo sempre existiu e provavelmente sempre existirá, em muitos povos e culturas. Veja o fim do mundo no ano 1000 e, embora em menor escala, o fim do mundo em 2000 (o "bug do milénio" era uma manifestação na informática desses receios). Na nossa cultura cristã e católico, o mito do Apocalipse está presente. Deve haver razões psicológicas, sociológicas e religiosas, mas não sei aprofundar o assunto. Sim, as teorias científicas são, por vezes, adulteradas para alimentar mitos do fim do mundo. Chama-se a isso pseudo-ciência, criar uma ciência fictícis que sirva os nossos preconceitos ou propósitos.

À escala cósmica, tanto quanto sabemos, o nosso Universo é semi-eterno, isto é, teve um início, há 13,7 mil milhões de anos, mas não terá fim. A expansão, começada com o Big Bang, será eterna, ficando o Universo cada vez mais frio e com cada vez maiores distâncias entre as galáxias. Pode haver o fim da Terra sem ser o fim do mundo. Decerto que daqui a cerca de cinco mil milhões de anos, o Sol chegará ao fim do seu ciclo de vida (vai a meio) e ficará uma gigante vermelha antes de se tornar uma anã branca. Nessa altura, o raio do Sol chegará perto da órbita da Terra e, se ainda aqui estivermos (a história humana só tem cerca de um milhão de anos, nada comparado com os cinco mil milhões de vida do Sol) estaremos "fritos". Já houve quuem propusesse soluções de engenharia para evitar o apocalipse solar: lançamento de bombas de hidrogénio lançadas para o Sol para o reavivar ou reposicionamento da "nave espacial" Terra numa órbita mais longínqua do astro-rei (ambas soluções temporárias, claro). Falta muito tempo e não há que estar preocupado.

Claro que no Sol há colisões de cometas e de asteróides (agora menos do que no princípio do sistema solar). Não estamos livres de que haja uma dessas colisões, pese embora o efeito defensivo da atmosfera. Há programas em curso para observar asteróides próximos e há também quem defenda o desenvolvimento de tecnologias para aniquilar asteróides perigosos. São, por vezes, tão pequenos que só se vêem muito perto, mas têm passado bem ao lado. Julgo que é bem mais fácil ganhar o Euromilhões do que apanhar com um asteróide grande...

Pode haver outras catástrofes da Terra, mas à escala planetária, talvez a mais plausível parece felizmente afastada: o "inverno nuclear" causado por uma denotação maciça de bombas de hidrogénio (processo de fusão semelhantes aos que ocorrem no Sol). A guerra fria jaz, felizmente, morta e enterrada.

CAM- É possível, do ponto de vista astronómico que civilizações antigas, como a maia, sem o devido instrumental, possam fazer cálculos elaborados que prevejam acontecimentos com antecedência de tantos anos? Tinham acesso a instrumentos matemáticos suficientes para assegurar algum rigor nos resultados?

CF- A matemática e astronomia dos maias tinham algum grau de desenvolvimento, mas nada comparado com a matemática e astronomia de que dispomos hoje. E a matemática e astronomia de que dispomos hoje não nos fazem recear nenhuma catástrofe planetária previsível. Acho de resto que essa história do calendário maia, que prevê o "fim do mundo" para daqui a um ano (21/12/12) está muito efabulada. São interpretações mais do que discutíveis sobre um ciclo longo que chega ao fim do calendário maia. É um pouco parecido com o "fim do mundo" associado aos finais do milénio: os anos 1000 e 2000 não vão voltar a acontecer, mas foram datas normalíssimas, como outras quaisquer do calendário.

CAM- Das seguintes teses, quais as que, do seu conhecimento e do ponto de vista científico, têm alguma credibilidade? Profecia hindu (2012 como fim de um ciclo, com base em ciclos), profecia maia (idem, com base em um calendário específico), choque com um asteróide (ou um cometa ou o planeta Nibiru ou X), inversão dos pólos da Terra (guinada magnética que provocaria sismos violentos), explosão de raios gama (causaria danos no núcleo das células, desenvolvendo cancros), índios hopi (fim de um ciclo), código da Bíblia (o sol transformará o planeta num mar de chamas), tempestades solares (erupções do sol atingirão o seu auge em 2012), profecias de Nostradamus (cataclismos no solstício de inverno).

CF- Não têm credibilidade nem a profecia hindu, nem a maia. Choque planetário é possível (foi assim que a Lua se formou no início do sistema solar) mas é muito pouco provável que o asteróide ou cometa tenha tamanho suficiente para ser perigoso para nós. O planeta Nibiru não existe: é uma invenção de algum visionário, que aproveitou uma palavra da tradição babilónica. Quanto à inversão da polaridade magnética da Terra é possível (aconteceu no passado, ao longo da história geológica, mas não é previsível: a série parece aleatória). O código da Bíblia não faz sentido nenhum, é um disparate completo. As profecias de Nostradamus também. Assim como as profecias de S. Malaquias, que prevêem que o actual será o penúltimo papa. Quanto às tempestades solares, o Sol tem, de facto, ciclos, que se podem medir pelo número de manchas solares (a Universidade de Coimbra observa diariamente o Sol desde 1925, fotografando a face manchada). O próximo máximo será em 2013, e tudo indica (a avaliar pelas manchas observadas até agora) que não vai ser tão intenso como o anterior. Ciclos solares sempre houve e sempre haverá enquanto o Sol estiver "vivo"...

CAM- Mas confirma-se o agudizar de explosões solares? Com que consequências para a vida das pessoas?

CF- Não se confirma nenhum agudizar de explosões. A actividade solar está registada e os registos estão acessíveis a todos. As oscilações do número de manchas solares são normais.

CAM- De forma a explicar aos leigos, qual é a interferência dos fenómenos astrofísicos na vida quotidiana das populações?

CF - Se houver - lagarto, lagarto - queda de um grande asteróide ou cometa poderá haver alterações na evolução biológica. Embora seja discutível, pensa-se que hoje existimos graças à grande colisão que, caindo sobre o Iucatão (México), eliminou os dinossauros, permitindo a ascensão dos mamíferos. As tempestades solares podem ter efeitos nas comunicações à superfície da Terra, o fenómeno é conhecido, mas não é considerado grave. Se houver alteração do campo magnético terrestre (causado por correntes no interior da Terra, de comportamento imprevisível) poderá haver exposição a tempestades magnéticas, isto é, partículas carregadas vindas do Sol poderão não ser deflectidas, como convém, pelo campo magnético terrestre.

CAM- É verdade que no mês de Julho de 2006, telescópios e supercomputadores revelaram que o nosso sistema solar se encontra no cruzamento entre duas galáxias e se alinhará com o centro da Via Láctea em 2012, libertando um fluxo máximo de energia? As comunicações podem ser então interrompidas? O alinhamento galáctico é outro nome para o mesmo fenómenos? Quando aconteceu pela última vez?

CF- Não é verdade, isso são fantasias que não resistem ao menor espírito crítico. A expressão "libertando um fluxo máximo de energia" não se percebe sequer nesse contexto.

CAM- Se as previsões são possíveis em Física, porque não se previu o grande tsunami no último grande terramoto no Japão?

CF - Não são possíveis previsões de terramotos no estado actual da sismologia. Pode ser que um dia venha a ser possível mas hoje não é. Portanto está ser um enorme erro o julgamento de sismologistas italianos por não terem previsto o sismo de l'Aquila.

CAM- Tem conhecimento de que, desde 2008, existe um «cofre do fim do mundo», com sementes de valor alimentício?

CF- Não, mas não me admira nada, há tanta coisa engraçada. O nome é engraçado. A iniciativa é engraçada. Não sei como é que se vai comer depois do fim do mundo...

CAM- Uma última pergunta; conhece o Movimento de Extinção Voluntária (VEHMT), que prevê o fim da reprodução humana?

CF- Não conheço, mas comento com uma frase de Einstein. O grande sábio disse um dia: "Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. E sobre a primeira não tenho a certeza."

NOTA:  o erroneamente chamado "cofre do fim do mundo", que o doutor Fiolhais desconhece, é o Banco Mundial de Sementes, inaugurado em 2008 na ilha norueguesa polar de Spitsbergen, para preservar a biodiversidade de algumas plantas (recordemos que a variabilidade genética de algumas espécies comestíveis baixou drasticamente nos últimos anos, com os riscos que isso acarreta em caso de epidemias que as afetem - recorde-se o caso da filoxera, que devastou as castas europeias de videiras no século XIX e que só se salvaram porque havia castas resistentes americanas, que agora servem de raiz, por enxertia, às castas nobres europeias).

Johann Ludwig Krebs morreu há 231 anos

(imagem daqui)

Johann Ludwig Krebs, (12 de outubro de 1713 - 1 de janeiro de 1780), foi um compositor alemão que marcou a transição da música barroca para a era clássica. É famoso sobretudo pelas suas composições em órgão, algumas das quais têm sua autoria disputada com Johann Sebastian Bach.
Nascido na cidade de Buttestadt, próxima a Weimar, era um dos três filhos músicos do músico Johann Tobias Krebs, com quem teve suas primeiras lições de música. Entre 1726 e 1735, foi discípulo do grande compositor Johann Sebastian Bach, com o qual (além de órgão), aprendeu violino e bandolim. Chegou até a cantar no coral deste compositor em 1730.
Apesar de ter sido um dos músicos mais talentosos de sua época, Krebs tinha várias dificuldades para conseguir emprego. Levou uma vida pacata na cidade de Zwickau e em toda a sua vida, nunca trabalhou numa igreja. Sua última ocupação foi em 1755, na corte do príncipe Friederich III de Altenburg, onde ganhava um mísero salário que mal dava para alimentar sua família (tinha sete filhos, dos quais três eram músicos.
Krebs morreu na mesma cidade de Altenburg, em 1 de janeiro de 1780. Embora estivesse na mais completa pobreza, deixou um grande número de obras.
A obra de Krebs está envolta em mistério: muitas delas têm data incerta (acredita-se que a maioria seja de sua juventude) e autoria disputada. O caso mais famoso ocorre com seu próprio professor: alguns musicólogos discutem se são obras de Krebs ou de Bach, o que só reafirmar sua qualidade como organista
Das composições que conhecemos, há grande influência de Bach: Krebs compôs tocatas, fugas, e fantasias ao estilo de seu mestre, que estão entre suas principais obras. Não possuem a mesma riqueza melódica de Bach, embora não falte nada de seu teor dramático. Sua música Tocata e Fuga em Mi Maior, por exemplo, permanece como um verdadeiro clássico da música barroca.
Além das composições para órgão, Krebs fez ainda músicas para alaúde e cravo.

Ceres, o primeiro asteróide a ser conhecido, foi descoberto há 211 anos

Ceres é um planeta anão que se encontra no cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter. Ceres tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço dessa região do sistema solar, contendo cerca de um terço do total da massa do cinturão.
Apesar de ser um corpo celeste relativamente próximo da Terra, pouco se sabe sobre Ceres. A superfície ceriana é enigmática: em imagens de 1995, pareceu-se ver um grande ponto negro que seria uma enorme cratera; em 2003, novas imagens apontaram para a existência de um ponto branco com origem desconhecida, não se conseguindo assinalar a cratera inicial.
A própria classificação mudou mais de que uma vez: na altura em que foi descoberto foi considerado como um planeta, mas após a descoberta de corpos celestes semelhantes na mesma área do sistema solar, levou a que fosse reclassificado como um asteróide por mais de 150 anos.
No início do século XXI, novas observações mostraram que Ceres é um planeta embrionário com estrutura e composição muito diferentes das dos asteroides comuns e que permaneceu intacto provavelmente desde a sua formação, há mais de 4,6 bilhões de anos. Pouco tempo depois, foi reclassificado como planeta anão. Pensava-se, também, que Ceres fosse o corpo principal da "família Ceres de asteroides". Contudo, Ceres mostrou-se pouco aparentado com o seu próprio grupo, inclusive em termos físicos. A esse grupo é agora dado o nome de "família Gefion de asteróides".

Ceres a cores.jpg
Imagem de Ceres tirado pelo Telescópio espacial Hubble
Planeta anão
Características orbitais
Semieixo maior 2,7663 UA
Perélio 2,5468 UA
Afélio 2,9858 UA
Excentricidade 0,07934
Período orbital 1680,5 d (4,599 a)
Velocidade orbital média 17,882 km/s
Inclinação Com a eclíptica: 10,585°
Com o plano invariável: 9,20°
Argumento do periastro 72,825°
Longitude do nó ascendente 80.399°
Características físicas
Diâmetro equatorial 974,6 ± 3,6 km
Área da superfície 1 800 000 km²
Massa 9,5×1020 kg
Densidade média 2,08 g/cm³
Gravidade equatorial 0,028 g
Dia sideral 0,3781 d
Velocidade de escape 0,51 km/s
Albedo 0,113
Temperatura média: -106 ºC
S.D. ºC min -34 ºC max
Magnitude aparente 6,7 a 9,32
Magnitude absoluta 3,36 ± 0,02
Composição da Atmosfera
Pressão atmosférica vestígios

Mitologia e Nome
Originalmente, o novo planeta foi chamado de Ceres Ferdinandea em honra à figura mitológica Ceres e ao Rei Fernando IV de Nápoles e da Sicília. A parte Ferdinandea não foi bem recebida pelas outras nações e foi removida.
Na mitologia romana, Ceres é equivalente à deusa grega, Deméter, filha de Saturno, amante e irmã de Júpiter, irmã de Juno, Vesta, Neptuno e Plutão. Ceres era a deusa das colheitas e do amor maternal. A veneração de Ceres ficou associada às classes plebeias, que dominavam o comércio de cereais.
Ceres orbita entre Marte e Júpiter a par de vários pequenos asteróides - posições dos planetas e Ceres em 1 de Setembro de 2006 (o tamanho dos planetas não está em escala)

História da observação e exploração
A lei de Titius-Bode preconizava a existência de um planeta entre Marte e Júpiter a uma distância de 419 milhões de quilómetros (2,8 UA). A descoberta de Urano por William Herschel em 1781 a 19,18 UA confirmava a lei publicada apenas três anos antes. No congresso astronómico que teve lugar em Gota, na Alemanha em 1796, o astrónomo francês Jérôme Lalande recomendou a sua procura.
Os astrónomos iniciaram a procura pelo Zodíaco e Ceres foi descoberto acidentalmente no dia 1 de janeiro de 1801 por Giuseppe Piazzi, que não fazia parte dessa comissão, usando um telescópio situado no alto do Palácio Real de Palermo na Sicília. Piazzi procurava uma estrela listada por Francis Wollaston como Mayer 87, porque não estava na posição descrita no catálogo. No dia 24 de janeiro, Piazzi anunciou a sua descoberta em cartas a astrónomos, entre eles Barnaba Oriani de Milão. Ele catalogou Ceres como um cometa, mas "dado o seu movimento muito lento e algo uniforme, ocorreu-me várias vezes que pode ser algo melhor que um cometa". No ínicio de fevereiro, Ceres perdeu-se quando passou por detrás do Sol. Em abril, Piazzi enviou as suas observações completas para Oriani, Bode e Lalande. Estas foram publicadas na edição de setembro de 1801 do Monatliche Correspondenz.
Para recuperar Ceres, Carl Friedrich Gauss, na época com apenas 24 anos de idade, desenvolveu um método para a determinação da órbita a partir de três observações. Em poucas semanas, ele previu o brilho de Ceres pelo espaço, e enviou os seus resultados para o Barão von Zach, editor do Monatliche Correspondenz. No último dia de 1801, von Zach e Heinrich Olbers confirmaram a recuperação de Ceres.
Ceres foi considerado demasiado pequeno para ser um verdadeiro planeta e as primeiras medidas apresentavam um diâmetro de 480 km. Ceres permaneceu listado como um planeta em livros e tabelas de astronomia por mais de meio século, até que vários outros corpos celestes foram descobertos na mesma região do sistema solar. Ceres e esse grupo de corpos ficaram conhecidos como cintura de asteróides. Muitos cientistas começaram a imaginar que estes seriam o vestígio final de um velho planeta destruído. Contudo, hoje sabe-se que o cinturão é um planeta em construção e que nunca completou a sua formação.
Uma ocultação de uma estrela por Ceres foi observada no México, Flórida e nas Caraíbas no dia 13 de novembro de 1984: com esta ocultação foi possível estabelecer o tamanho máximo, mais de duas vezes a dimensão que se julgava, e a forma do planetóide, que se apresentava praticamente esférico. Em 2005, descobriu-se que Ceres era um corpo celeste mais complexo do que se tinha imaginado, mostrando-se como um planeta embrionário.Em agosto de 2006, foi classificado como planeta anão, pela proposta final da União Astronómica Internacional, dado que não tem dimensão suficiente para "limpar a vizinhança da sua órbita". A proposta original definiria um planeta apenas como sendo "um corpo celeste que (a) tem massa suficiente para que a própria gravidade supere forças de corpos rígidos levando a que assuma uma forma de equilíbrio hidrostático (aproximadamente redondo), e (b) em órbita em volta de uma estrela, e não é uma estrela nem um satélite de um planeta". Caso esta solução tivesse sido adoptada, Ceres tornar-se-ia no quinto planeta a partir do Sol.
À data, nenhuma sonda visitou Ceres. Contudo, a missão Dawn será a primeira nave espacial a estudar Ceres. Inicialmente, a sonda irá visitar Vesta, por aproximadamente seis meses em 2010, antes de sobrevoar Ceres em 2014 ou 2015.
Apesar de não ter um campo magnético e gozar de baixa gravidade, existem ideias para que Ceres seja um dos possíveis locais para a colonização humana futura no sistema solar interior, provavelmente depois de se estabelecer uma base humana permanente em Marte. Ceres tem recursos hídricos sob a forma de gelo com 1/10 de toda a água dos oceanos terrestres e luz solar suficiente para a produção de energia solar. Transformar-se-ia, assim, numa espécie de base para a obtenção de minérios de asteróides, e possibilitando que esses recursos minerais possam ser depois transportados para Marte, a Lua e a Terra.

Estrutura de Ceres

Geologia planetária
Ceres é o único planeta anão nas proximidades do Sol. Entretanto, nos confins do sistema solar, existem quatro planetas anões, todos maiores que Ceres, a saber: Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Vários planetóides gelados destas regiões remotas e que aparentam ser maiores que Ceres aguardam a classificação como planetas anões, apesar de muitos deles serem menos massivos.
Os cientistas há muito que teorizaram que Ceres seria uma massa indiferenciada e homogénea, semelhante a muitos corpos carbonáceos que povoam a Cintura de Asteróides, tendo 0,113 de albedo, muito semelhante ao da Lua, levando a se supor que a sua superfície deverá ser análoga à do nosso satélite natural. No entanto, Peter Thomas e os seus colaboradores mostraram que isto não era verdade. O grupo observou e gravou rotações inteiras de Ceres usando o Telescópio espacial Hubble entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2004. Ao examinarem as imagens, verificaram que Ceres era quase perfeitamente esferóide, com uma pequena protuberância de 30 km no equador, ao contrário da grande maioria dos asteróides, tornando-o único entre os asteróides. Anteriormente, pensava-se que a protuberância fosse de 40 km, através das melhores medições da massa de Ceres anteriormente realizadas. A diferença, segundo Thomas e seus colegas, deve-se a que Ceres não é homogéneo, mas estruturado em camadas, com um núcleo denso de rocha coberto por um manto de gelo de água, por sua vez coberto por uma crosta leve.
O manto de Ceres deverá ser de gelo de água, porque a densidade de Ceres é menor que a da crosta da Terra e porque marcas espectrais da superfície evidenciam minerais moldados pela água. Assim, estimou-se que Ceres deverá ser composto por 25 por cento de água, mais que toda a água doce na Terra. Esta água encontra-se enterrada sobre uma fina camada de poeira.
Caso não fossem as perturbações gravitacionais de Júpiter há milhares de milhões de anos, Ceres seria, indiscutivelmente, um verdadeiro planeta. Com uma massa de 9,45±0,04×1020 kg, Ceres tem mais do que um terço do total de 2,3×1021 kg de massa de todos os asteróides do sistema solar (que ainda é apenas cerca de 4% da massa da Lua).
Existe alguma ambiguidade relativamente às características da superfície de Ceres. As imagens ultravioleta de baixa resolução tiradas pelo Telescópio espacial Hubble em 1995 mostram um ponto negro na sua superfície, ao qual foi dado o apelido "Piazzi", que teria 250 km de diâmetro, um quarto da dimensão de Ceres, e que teria resultado do impacto de um asteroide com 25 km de diâmetro.[8] Mais tarde, imagens de maior resolução tiradas durante uma rotação completa com o telescópio Keck, usando óptica adaptativa, não mostraram sinais da existência de "Piazzi". Contudo, duas características escuras foram vistas movendo-se ao longo de uma rotação do planeta anão, uma com uma região central brilhante e que se supõe serem crateras.
Imagens tiradas de uma rotação em 2003 e 2004 pelo Hubble mostraram um ponto branco enigmático, cuja natureza é desconhecida. As características escuras vistas pelo Keck não são, imediatamente, visíveis nestas imagens.

Atmosfera
Existem ainda algumas indicações que sua superfície seja quente e deva possuir uma fraca atmosfera e gelo. A temperatura máxima ao meio-dia foi estimada em cerca de -38 °C em 5 de Maio de 1991. Tendo em conta a distância ao Sol, a temperatura máxima deverá atingir -34 °C no periélio. Um dia em Ceres é pouco mais de nove horas terrestres.

O Almirante Canaris nasceu há 125 anos

Wilhelm Franz Canaris (1 de janeiro 18879 de abril 1945) foi um almirante alemão, líder dos serviços de espionagem militar (a Abwehr) de 1935 a 1944. Foi também uma das figuras da resistência alemã (Widerstand) ao regime nazi de Adolf Hitler e um dos envolvidos no atentado de 20 de Julho.
Canaris nasceu no início de 1887, na vila de Aplerbeck, localizada na Vestfália, perto de Dortmund. O seus pais foram Karl Canaris, um industrial abastado, e Auguste Popp. Enquanto jovem, Canaris recebeu uma educação cuidada, que lhe permitiu dominar com fluência quatro línguas, incluindo inglês e castelhano. Em 1905, aos dezassete anos, alistou-se na Marinha Imperial Alemã, inspirado pela figura de Constantine Kanaris, um almirante e político grego que se distinguiu na luta pela independência do seu país. A sua família acreditava estar, de alguma forma, relacionada com o almirante e somente em 1938 é que Canaris descobriu que a sua ascendência era de origem italiana.
No início da Primeira Guerra Mundial, Canaris foi destacado para o SMS Dresden como Segundo Piloto. O navio participou, logo em Dezembro de 1914, na batalha das Ilhas Falkland e graças ao heroísmo do Almirante Graf Spee, em liderar um combate perdido contra à Royal Navy britânica, o Dresden, que estava bem atrás em relação aos demais navios da frota, consegue fugir em direção ao pacífico e refugiar-se por algum tempo nas costas chilenas. Em março de 1915 a sua tripulação foi capturada mas Canaris consegue fugir e regressar em agosto, com a ajuda do seu domínio do castelhano e de comerciantes alemães.
De volta ao serviço activo, Canaris foi destacado para Espanha, onde desempenhou funções de coordenação de espionagem e intercepção de mensagens inimigas. Mais tarde adquiriu um comando de submarino e destacou-se pela sua eficácia, sendo responsável pelo naufrágio de 18 navios britânicos. No final da guerra, Canaris encontrava-se já na lista negra do MI6.
Canaris permaneceu na Marinha depois do final da Primeira Grande Guerra, atingindo o grau de Capitão em 1931. Durante este período aprofundou o seu interesse na área da informação e contra-informação e envolveu-se na política alemã, embora nunca se tenha alistado no Partido Nazi. Em 1935, já depois da subida ao poder de Adolf Hitler, Canaris foi promovido à liderança da Abwehr e ao posto de contra-almirante. A sua primeira tarefa foi organizar uma rede de espiões em Espanha, no prelúdio da guerra civil. O seu trabalho foi bem sucedido e as informações recolhidas pelos seus homens influenciaram Hitler a aliar-se a Franco.
A sua carreira militar e política progrediu ao mesmo tempo que a situação política se deteriorava na Europa. Em 1938, Canaris começou a desiludir-se com a ideologia nazi e a agressividade latente de Hitler para com o resto do continente, assim como muitos outros oficiais da Wehrmacht que mais tarde integraram a resistência alemã. Para este núcleo, Hitler era visto como um lunático perigoso para a grandiosidade e estatuto da Alemanha e os membros do Partido Nazi eram desprezados pelas tácticas de repressão criminosa. Canaris passou logo à acção e esteve envolvidos na organização de dois planos para assassinar Hitler, em 1938 e em 1939, nunca concretizados. Um dos seus aliados nesta fase foi o futuro marechal Paul von Kleist, que visitou Londres em segredo para conversações com membros do MI6. A ideia dos dissidentes, liderados por Canaris, era que, se Hitler invadisse a Áustria, o Reino Unido iria declarar guerra à Alemanha. No entanto, concretizado o Anschluss, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain decidiu-se por mais uma tentativa diplomática para apaziguar o expansionismo nazi. O resultado foi o acordo de Munique. A guerra foi adiada e Hitler ficou com uma auto-confiança renovada para prosseguir com os seus planos.
Canaris ficou extremamente desiludido com a postura passiva dos britânicos, mas, face aos sucessos políticos de Hitler, decidiu-se por uma atitude discreta. Os contactos com o MI6, no entanto, continuaram. De inimigo número um, Canaris passara a aliado da causa anti-nazi.
No início da Segunda Guerra Mundial, Canaris deslocou-se à frente leste, na Polónia, na qualidade de chefe dos serviços de informação militar. Durante a visita testemunhou muitos crimes de guerra cometidas pela SS sobre as populações locais, nomeadamente contra a comunidade judaica. As suas funções requeriam que tomasse notas e elaborasse um relatório para Hitler sobre o andamento da guerra. Canaris cumpriu a obrigação, mas ficou revoltado contra as atrocidades a que assistiu. O relatório foi entregue ao Führer porém uma segunda via foi enviada para Londres, o que demonstra o continuar da relação secreta entre Canaris e os serviços secretos britânicos, mesmo depois do início das hostilidades entre ambos os países.
Ao longo dos anos seguintes, Canaris manteve uma vida dupla, mostrando-se como um líder dedicado à causa de Hitler por um lado, enquanto que por outro conspirava a sua queda com os britânicos e outros dissidentes da Wehrmacht. De acordo com a sua função de líder da Abwehr, Canaris recolheu informações importantes para o desenrolar da guerra, através da sua rede de espiões e, por diversas vezes, através dos seus contactos britânicos. Uma das informações que recolheu via MI6 foi o plano detalhado das disposições defensivas russas, nos meses que antecederam a Operação Barbarossa. O dossier foi bem recebido por Hitler mas provocou a suspeita de Heinrich Himmler (líder da SS - Schutzstaffel) e Reinhard Heydrich (líder do Sicherheitsdienst), quanto à verdadeira origem das informações. Canaris passou a estar sob suspeita, principalmente devido às suas viagens frequentes ao Sul de Espanha, onde provavelmente se encontrava com agentes britânicos de Gibraltar. Em 1942, a relação institucional de Canaris e Heydrich (seu antigo protegido na Kriegsmarine) detriorou-se devido a um incidente na República Checa, relacionado com a captura de Paul Thümmel, um agente britânico, pela Gestapo. Canaris interferiu com a prisão, e execução certa do homem, alegando que, na realidade, Thümmel era um agente duplo ao serviço da Abwehr. A sua explicação passou, mas as suspeitas de Heydrich acumularam-se até à sua própria morte, num atentado realizado em Junho de 1942. É possível que o assassinato de Heydrich tenha sido organizado pelo MI6, de modo a proteger a posição de Canaris.
Após muita insistência da parte de Himmler, e apesar da falta de provas directas, Hitler foi finalmente convencido a demitir Canaris em Fevereiro de 1944. A liderança da Abwehr passou para Walter Schellenberg, com fortes ligações ao Sicherheitsdienst, e Canaris foi colocado em prisão domiciliária, por suspeitas de conspiração.
Canaris encontrava-se ainda em prisão domiciliária quando ocorreu o atentado de 20 de Julho de 1944 contra a vida de Hitler. A sua situação ilibava-o de responsabilidade directa, mas após a prisão, tortura e interrogatório de vários envolvidos, Hitler e Himmler ficaram com provas que Canaris estava pelo menos moralmente de acordo com o sucedido. A sua prisão apertou-se, mas Canaris foi poupado a um tribunal marcial imediato: por um lado Hitler tinha a esperança que Canaris denunciasse mais conspiradores, por outro Himmler esperava usar os contactos britânicos de Canaris para salvar a sua posição após o final da guerra. Quando se tornou claro que Canaris não ia colaborar com nenhum dos planos, tornou-se dispensável. O julgamento foi sumário e a condenação à morte inevitável. Canaris foi executado por estrangulamento a 9 de abril de 1945 no campo de concentração de Flossenbürg, poucas semanas antes do suicídio de Hitler e do final da guerra.
A coragem de Canaris na oposição a Hitler veio a público no fim da guerra, através de declarações de vários dos seus antigos colaboradores nos julgamentos de Nuremberga e de Stewart Menzies, líder do MI6. Foi também depois do fim da guerra que se descobriu que Canaris utilizou a sua posição para salvar a vida de muitos judeus, concedendo-lhes treino em espionagem e depois arranjando-lhes "missões" em países neutros. De entre as personalidades que saíram da Alemanha neste esquema contam-se Menachem Mendel Schneerson e Joseph Isaac Schneersohn.

Há 87 anos Edwin Hubble disse ao mundo que o Universo era gigantesco

The 100-inch (2.5 m) Hooker telescope at Mount Wilson Observatory that Hubble used to measure galaxy distances and a value for the rate of expansion of the universe.

Edwin Hubble's arrival at Mount Wilson, California, in 1919 coincided roughly with the completion of the 100-inch (2.5 m) Hooker Telescope, then the world's largest telescope. At that time, the prevailing view of the cosmos was that the universe consisted entirely of the Milky Way Galaxy. Using the Hooker Telescope at Mt. Wilson, Hubble identified Cepheid variables (a kind of star; see also standard candle) in several spiral nebulae, including the Andromeda Nebula and Triangulum. His observations, made in 1922–1923, proved conclusively that these nebulae were much too distant to be part of the Milky Way and were, in fact, entire galaxies outside our own. This idea had been opposed by many in the astronomy establishment of the time, in particular by the Harvard University-based Harlow Shapley. Despite the opposition, Hubble, then a thirty-five year old scientist, had his findings first published in The New York Times on November 23, 1924, and then more formally presented in the form of a paper at the January 1, 1925 meeting of the American Astronomical Society. Hubble's findings fundamentally changed the scientific view of the universe.

The Andromeda Galaxy

Há 2055 anos Júlio César criou o nosso atual calendário

O calendário juliano foi implantado pelo líder romano Júlio César, em 46 a.C., como uma importante e substancial alteração no calendário romano. Foi modificado ainda mais em 8 d.C., pelo imperador Augusto, e os nomes dos meses sofreram ainda várias mudanças ao longo do Império Romano. O calendário juliano acabou sofrendo sua última modificação em 1582, pelo Papa Gregório XIII, dando origem ao calendário gregoriano que foi adotado progressivamente por diversos países, e hoje é utilizado pela maioria dos países ocidentais.
O calendário juliano, com as modificações feitas por Augusto, continua sendo utilizado pelos cristãos ortodoxos em vários países. Nele, os anos bissextos ocorrem sempre de quatro em quatro anos, enquanto no calendário gregoriano não são bissextos os anos seculares exceto os múltiplos de 400, o que hoje acumula uma diferença para o calendário gregoriano de 13 dias.
Em 46 a.C., Júlio César, percebendo que as festas romanas em comemoração à estação primaveril do ano, marcadas para março (que era o primeiro mês do ano), caíam em pleno Inverno, determinou que o astrónomo alexandrino Sosígenes corrigisse o calendário. As modificações realizadas a partir desses estudos modificaram radicalmente o calendário romano: dois meses, Unodecembris e Duocembris foram adicionados ao final do ano de 46 a.C., deslocando assim Januarius e Februarius para o início do ano de 45 a.C.. Os dias dos meses foram fixados numa sequência de 31, 30, 31, 30... de Januarius a December, à exceção de Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias.
Com estas mudanças, o calendário anual passou a ter doze meses que somavam 365 dias. O mês de Martius, que era o primeiro mês do ano, continuou sendo a marcação do equinócio. Foi abandonado o formato luni-solar do calendário romano se fixando para um calendário predominantemente solar, se substituiu o mês intercalar Mercedonius de 22 e 23 dias por apenas um dia chamado de dia extra que deveria ser incluso após o 25º dia de Februarius, "ante die sextum kalenda martias", que, em função da forma de contagem dos romanos acabou criando o conceito de ano bissexto, de 366 dias que deveria ocorrer de três em três anos.
Os anos bissextos definidos no calendário juliano aproximavam o ano trópico por 365,25 dias, incorporando pequenos erros no alinhamento das estações ao longo dos anos. O imperador Augusto acabou corrigindo essas diferenças em 8 d.C., determinando que os anos bissextos ocorressem de quatro em quatro anos.

Calendário juliano após 8 d.C.


No. Mês Dias
1 Januarius 31
2 Februarius 28 ou 29
3 Martius 31
4 Abrilis 30
5 Maius 31
6 Junius 30
7 Julius 31
8 Augustus 31
9 September 30
10 October 31
11 November 30
12 December 31
 
Este calendário vigorou até a Idade Média aproxima o ano trópico por 365,25 dias, importando em um dia de erro no alinhamento dos equinócios a cada 128 anos. Por esse motivo foi modificado pelo Papa Gregório XIII, em 4 de outubro de 1582 quando suprimiu-se 10 dias do calendário juliano e mudou-se a regra do ano bissexto implementada por Augusto. Este novo calendário foi adotado por países da Igreja Católica, entretanto, a Igreja Ortodoxa não aceitou seguir esta mudança, optando pela permanência no calendário juliano o que explica hoje a diferença de 13 dias entre estes dois calendários.


NOTA: na península ibérica (e, em particular, em Portugal) usou-se uma variante deste calendário até ao reinado de D. João I:
A chamada Era de César ou Era Hispânica é uma variante do calendário Juliano, que começou a ser contada na Hispânia Romana a partir de 1º de janeiro de 38 a.C., o mesmo ano em que foi renovado o acordo do Triunvirato, que concedeu a César Otaviano Augusto o governo da Hispânia - e também das Gálias e da Itália. Contudo, o surgimento deste calendário está na verdade ligado à imposição, por Augusto, de uma nova taxa regular de impostos aos seus súbditos ibéricos em 38 a.C., o que teria sido um marco simbólico do estabelecimento definitivo da Pax Romana na região.


Este calendário foi usado durante mais de mil anos na península Ibérica, primeiro pelos romanos e romanizados, depois pelos cristãos até os tempos da Reconquista, quando finalmente começou a cair em desuso. Os catalães teriam sido os primeiros a abandoná-lo, em 1180; os últimos foram os portugueses, em 1422, quando o rei João I de Portugal decretou a adoção oficial da Era de Cristo, ou Era Anno Domini, por meio de uma Carta Régia.