sexta-feira, dezembro 18, 2009

Inquérito sobre o Sismo de 17.12.2009


Via mailing list da GEOPOR, foi-me sugerido que se ajudasse um geofísico do IST preenchendo este Inquérito:

http://www.surveymonkey.com/s/C86YJKC

Eu já respondi, bastam 2 minutos e é até bastante curioso e divertido...

Hoje foi a Festa de Natal do meu filhote...

E como ele (e os colegas das duas turmas do 2º Ano, do Jardim Escola João de Deus de Leiria) dançaram esta canção, aqui fica o vídeo original:


Filme apropriado à época natalícia - XII

Poema alusivo à época natalícia - II


NATAL À BEIRA-RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

in Obra Poética 1948-1988 - David Mourão-Ferreira

Exposição em Verride - Montemor-o-Velho

Passamos a divulgar a exposição “pedrinhas Curiosas e outros Minerais” no Centro Cultural de Verride, respectivo ao Festival de Outono. A mesma realizar-se-à nos dias 19 e 20 de Dezembro 2009.

Colecção privada de Igor Morais


- Sábado - 19 (15:00h – 18:00h / 21:00h - 22:30h):

15:00h - Exposição "pedrinhas Curiosas e outros Minerais" (Abertura)

21:30h - “Poesia e Musicalidades” - Espaço Garrett (Clube de Teatro e Leitura) - "O Cancioneiro das pedras" de Afonso Duarte



- Domingo – 20 (10:00h – 12:00h / 14:00h - 15:00h)


Acerca de “pedrinhas Curiosas e outros Minerais”


Esta exposição pretende, estimular a sensibilidade de todos os visitantes, mas sobretudo de crianças e jovens, para questões de extrema importância, acerca da natureza. A formação dos solos, a sua erosão através dos tempos, os vestígios do passado, a sua beleza, os recursos naturais e, a sua importância para o futuro.Por se tratar duma "herança geológica" que nos permite conhecer as potencialidades dos nossos recursos naturais e a melhor forma de agir em função deles, temos o exemplo da água que bebemos.Da nascente mais remota, dos percursos subterrâneos, a água por lençois freáticos chega até nós, através das fontes.

«...Assim, bocas de rocha pedregudas
São partituras de palavras mudas.
Falam por sentimento.
De escarpas fugidias os seus dedos,
Seus olhos fontes de água em balada,
São límpida toada
A sublinhar proféticos segredos...»
“EVOCAÇÃO DUM ROCHEDO” - Afonso Duarte



in Geologia 2010, odisseia no calhau

quinta-feira, dezembro 17, 2009

O sismo de 17.12.2009 nas notícias televisivas
























O sismo de 17.12.2009 na imprensa escrita diária

Público:

Correio da Manhã:

Jornal de Notícias:



ADENDA: este foi o post n.º 2.500 deste nosso Blog...!

Poema alusivo à época natalícia



Dia de Natal

"Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso anti magnético.)
Torna se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeus enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilowatts,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha se uma roupagem diáfana a desembrulhar se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda o a surpresa
Do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá.

Já está!
E fazia as erguer para de novo matá las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas."

António Gedeão, in Máquina de Fogo (1961)

Mais imagens do sismo de 17.12.2009

Sismogramas de Geofones (de Manteigas, Évora e Melilla):





Mapa do epicentro (do Programa Geofones):


Sismogramas do Instituto Geofísico do Infante D. Luís - Universidade de Lisboa:

O sismo de hoje no Público

Com epicentro no Oceano Atlântico
Sismo de magnitude 6.0 sentido em todo o país

Um abalo de magnitude 6.0, com epicentro no Oceano Atlântico, a 185 km de Faro e a Oeste de Gibraltar, foi sentido esta madrugada, à 01h37, um pouco por todo o país.

O site do US Geological Survey foi um dos primeiros a fazer referência ao abalo, reportando um sismo de magnitude 5.7, abaixo do valor que consta do site do Instituto de Meteorologia português: magnitude 6.0. Já o site do Instituto Geográfico Nacional de Espanha refere que o abalo teve magnitude 6.2.

O sismo teve a duração de alguns minutos, mas apenas foi sentido pelas pessoas durante cinco a oito segundos.

Até ao momento não são conhecidos quaisquer danos materiais ou pessoais resultantes do abalo.

Durante a madrugada a Autoridade Nacional de Protecção Civil registou pelo menos oito réplicas do sismo, todas de magnitude inferior e que não provocaram danos.

Os utilizadores da rede social Twitter começaram a publicar testemunhos sobre o abalo, que foi sentido do norte ao sul do país, com referências a localidades como Braga, Porto, Matosinhos, Covilhã, Lisboa, Almada, Beja e Loulé, entre muitas outras.

O Algarve foi, porém, a região onde o sismo foi mais sentido, apesar de não ter chegado a provocar nenhum dano material nem humano. A Protecção Civil da região recebeu dezenas de chamadas telefónicas e muitas pessoas recearam réplicas do sismo e foram para a rua, de acordo com relatos recolhidos pela Lusa.

A agência contactou o Hotel da Baleeira em Sagres, o mais Oeste de Portugal Continental e, segundo a recepcionista Maria João Marcelo, o sismo foi sentido naquela unidade hoteleira e alguns clientes saíram dos quartos de pijama para saber informações.

O comandante da Zona Marítima do Sul, Marques Ferreira disse à Lusa que na área de jurisdição da Polícia Marítima não há relato de nenhum incidente em nenhum porto marítimo, nem com nenhuma embarcação.

O responsável pela GNR no Algarve também adiantou à Lusa que não registou pedidos de socorro. “Não houve danos nem humanos, nem materiais mesmo com um sismo desta intensidade e magnitude”, afirmou Vítor Calado, major da GNR.

Moradores em Faro contactados pela Lusa relataram que sentiram o sismo, que chegaram a recear réplicas e que viram muitas pessoas nas ruas de pijama a comentarem o incidente.

“Foi o maior tremor de terra da minha vida. Estava a dormir e dei um salto quando senti o sismo e foi horrível, tive medo que houvesse réplica”, recordou Marta Filipa, moradora na avenida principal da capital algarvia.

(Notícia actualizada às 09h25)


NOTA: esta notícia tem, na sua barra lateral esquerda, diversos links úteis...

Sismo sentido em Portugal continental


Hoje, na madrugada do dia 17.12.2009, pelas 01.37 horas, no ponto com latitude 36,52º e longitude -9,92º (entre o Cabo de S. Vicente e o Banco de Gorringe) ocorreu um sismo cujo hipocentro se situou a 31 quilómetros de profundidade.

Com uma magnitude de 6,0 na Escala de Richter, segundo o Instituto de Meteorologia (IM - Portugal) instituição que informa no seu site que o seu epicentro foi a SW do Cabo S. Vicente, que teve intensidade V (Escala de Mercalli) na zona de Lagos.

No mesmo site estão referidas diversas réplicas, todas com magnitude inferior a 3,0 na antes citada Escala de Richter.

Sugestões de Prendas de Natal - VI

A LIDL, essa cadeia low cost alemã de supermercados que enxameia o nosso país, tem destas coisas todos os anos, por altura do Natal - propostas de prendas a baixo custo para aprendizes de cientistas...

Este ano a coisa não se alterou - há uma carrada de propostas, de excelente preço e óptima qualidade, que os interessados poderão adquirir a partir de 21.12.2009, a saber:


Microscópio Escolar


  • 3 objectivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x);
  • Lente de Barlow e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x);
  • Iluminação LED de luz incidente e transmitida, ambas através de corrente eléctrica;
  • Ampliação: 20-1280x;
  • Ocular para ligação ao PC através de USB e software;
  • Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos;
  • 59 euros (-14% - valor anterior 69 euros);
  • Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.


Binóculo
Rocktrail

  • Objectiva 50 mm;
  • Regulação dióptrica;
  • Inclui: rosca de ligação a 1 tripé (não incluido);
  • Reprodução de imagem clara e de grande contraste através dos prismas Bak 4;
  • Mecanismo central anti-derrapante para uma focagem simples e precisa;
  • Oculares LE com borrachas de protecção, ideal para utilizadores de óculos;
  • 10 x ampliação;
  • 50 x zoom óptico;
  • Acessórios:
    • mala de transporte com alça e presilha para cinto,
    • fita para uso ao pescoço,
    • pano de limpeza.
  • 19,99 euros;
  • Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.


Binóculo Bresser

  • Objectivas de 60 mm;
  • Campo de visão de 52 m/ 1000 m;
  • Ampliação 10-30x;
  • Reprodução de imagem clara e de grande contraste;
  • 19,99 euros;
  • Disponível em todo o país a partir de 21.12.2009.

Filme apropriado à época natalícia - XI


quarta-feira, dezembro 16, 2009

terça-feira, dezembro 15, 2009

Sugestões de Prendas de Natal - V

E, já agora, mais uma proposta de t-shirt, nada insultuosa para o Pai Natal e para quem a receber:


Palhaços - o vídeo


Este é o país do palhaço

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.



Opinião - 13.12.2009 (in JN) - Mário Crespo

Humor margarido-dreniano

A dra. Margarida Moreira conseguiu uma proeza. Disse ao amigo Mata que a avaliação da DREN deveria ser de "bom". Mais não, mas bom era o mínimo que ele lhe poderia atribuir.

E assim foi. O Mata, especialista iscteano, não se fez rogado e, embora só pudesse apontar três itens positivos (Sim) em 13 possíveis, lá lhe deu o bom. Um bom muito pequenino, tipo 13,5, mas sempre um bom.

Fiquei curioso com um dos itens em que o serviço da Margarida obteve uma classificação de 4 pontos em 5 possíveis. Nem queria acreditar. No item "Apreciação por parte dos utilizadores da quantidade e qualidade dos serviços prestados", a DREN auscultou as escolas sobre a qualidade dos serviços que prestava e a classificação foi de 4. Quatro em cinco valores....

Liguei para uma amiga de longa data para saber que classificação tinha ela dado à qualidade dos serviços prestados pela DREN da dra. Margarida Moreira. Deu-lhe 4.

- Mas então, queixavas-te tanto, retorqui ...

- Que classificação haveria eu de dar? Os auscultados estavam identificados.

Se tivesse respondido ao questionário electrónico como me apetecia, teria dado uns e dois em todos os itens. Acontece, que os respondentes estavam identificados pela password da escola.


Fez-se luz: A auscultação seguiu a metodologia da des(ocultação).

Mesmo assim, Mata, foste muito benevolente. Concordares em dar um bom a quem responde certo a 3 perguntas em 13 é obra.

É por isso que os professores querem todos bom, no mínimo.


in Blog Educação S.A. - post de Reitor

Filme apropriado à época natalícia - IX


segunda-feira, dezembro 14, 2009

Foto de vulcão andino dá prémio a geólogo açoriano

Prémio na categoria lugares do concurso de 2009
Uma nuvem e um vulcão dão prémio de fotografia da National Geographic a fotógrafo português
O vulcão Licancabur e a nuvem que deram o prémio a Hugo Machado

Estava a chegar à cidade indiana de Jaisalmer, na fronteira com o Paquistão, vindo de uma dolorosa viagem no deserto de Thar na boleia de um camelo, quando decidiu ir consultar o e-mail a um cibercafé. E lá estava a notícia inesperada: Hugo Machado tinha ganho uma das categorias do prémio internacional de fotografia da National Geographic.


O geólogo açoriano, com um mestrado acabado de completar no Imperial College de Londres sobre geologia do petróleo já nem estava à espera de ganhar o concurso nacional da National Geographic. Mas o reconhecimento internacional da fotografia do vulcão Licancabur, entre o Chile e a Bolívia, tirada por si em 2008 não estava mesmo no seu horizonte.

“Concorri porque a minha mãe e uma grande amiga minha quase me obrigaram diz sobre a fotografia que foi eleita a melhor, entre mais 200 mil, na categoria de lugares. “Acabei por concorrer a duas categorias: lugares e natureza”. Venceu na primeira categoria.

A imagem tirada numa viagem em Maio de 2008 foi tirada a 4200 metros de altitude, muito cedo, pelas 7h30, num dia com uma luz especial, conta o fotógrafo amador: “Foi tirada do lado boliviano. Já lá tinha passado e não havia aquelas nuvens que se vêem na fotografia. Era só eu e um casal inglês que que estava no jipe comigo. Estava no sítio certo na hora certa. Nos Açores já tinha visto uma coisa semelhante no Pico. Penso que nestes cumes isolados este tipo de fenómeno pode acontecer”, diz sobre a nuvem bem definida, quase que parece desenhada, que se pode admirar a pairar, num equilíbrio perfeito, sobre o cume do vulcão.

Foi esse equilíbrio que impressionou o júri do concurso da National Geographic formado por Mark Thiessen, editor gráfico da edição internacional da revista da National Geographic, Darren Smith, editor da publicação e Maria Stenzel, fotojornalista.

Hugo Machado, que já tinha concorrido há dois anos ao mesmo concurso, prepara-se agora para ir a Washington receber o prémio, na sede da National Geographic Society, onde terá direito a uma visita guiada personalizada e contactará com profissionais da sociedade ligados à geologia. Há ainda um prémio monetário, no valor de mil dólares, e uma máquina fotográfica Leica para os vencedores.

Há 10 anos a fotografar, Hugo Machado confessa que se tivesse de escolher uma profissão, para além de geólogo, seria fotógrafo: “Mas até agora tenho conseguido conciliar. Se calhar é bom que fique só como hobby”.