segunda-feira, setembro 17, 2007

Vulcão dos Capelinhos - V


Algumas sugestões de páginas na Internet, agora em língua inglesa, sobre vulcões e sobre os Capelinhos:

A Ciência das Cavernas - Blog De Rerum Natura

Do Blog De Rerum Natura, publicamos o seguinte post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais, com a devida vénia:

O autor destas linhas foi, em tempos idos, espeleólogo. Foram tempos de que naturalmente tem saudade. Conheceu a fundo (metáfora bem apropriada!) muitas grutas da Serra de Sicó a Sul de Coimbra (algumas descobriu-as mesmo num trabalho de prospecção e inventário), visitou várias outras no Maciço Calcário Estremenho (um dia tiveram de o ir buscar ao fundo das grutas de Mira de Aire, obviamente na parte não turística, por ter ficado entalado numa passagem mais estreita). No estrangeiro, visitou o impressionante “karst” da Eslovénia, onde até se pode andar de comboio debaixo de terra. Anotou no boletim “A Gruta”, que dirigia, os sucessivos recordes das cavidades mais fundas e mais longas. Aprendeu na prática espeleogénese (estudo da origem das grutas) e bioespeleologia (estudo dos animais das grutas) para não falar já da arqueologia e da climatologia subterrâneas.

Desde há muito que o homem procura ir mais fundo, penetrando no interior da Terra. O pintor e inventor italiano Leonardo da Vinci visitou e descreveu grutas da Lombardia (dá a ideia que da Vinci precedeu todos em quase tudo!), e o jesuíta alemão Athanasius Kircher, em 1665, publicou em Amesterdão a sua monumental obra “Mundus Subterraneus”, que fala dos dragões que, segundo as lendas medievais, ocupavam as entranhas da Terra.

Mas o início da espeleologia propriamente dita pode ser datado de 1894 quando o francês Édouard-Alfred Martel publicou “Les Abîmes” . Martel desceu aos abismos sem ter encontrado nenhum dragão. Os métodos que desenvolveu parecem-nos hoje completamente primitivos: uma gravura da época mostra-nos Martel de chapéu na cabeça e pendurado numa escada de corda rudimentar a descer uma perigosa cascata. Hoje os métodos de “alpinismo inverso” estão muito desenvolvidos: a actividade de descida aos prodigiosos mundos do interior da Terra usa muito material do alpinismo, com a óbvia vantagem que pode fazer espeleologia mesmo quem sofra de vertigens, pois no escuro não há que ter medo do fundo. Foi Martel, advogado de profissão, quem teve a curiosidade suficiente para empreender uma visita cuidadosa pelas grutas de vários países, relatando com o rigor possível para a época aquilo que viu. Graças não só à acção pioneira de Martel como principalmente às numerosas cavidades que alberga, a França ainda hoje é considerada a “pátria” da espeleologia.Mas há grutas não só em Portugal e França como por toda a Europa. Há enormes grutas em Espanha (muito maiores que as nossas, o que não será de estranhar dado o maior tamanho em tudo do país nosso vizinho!). Há grutas em Itália, na Áustria, na Eslovénia e em muitos outros países. A Eslovénia possui um dos sítios mais emblemáticos da espeleologia pois é lá o “karst” original, isto é, o protótipo das regiões calcárias, terrenos extremamente esburacados tanto à superfície como em profundidade. Têm buracos de todos os tamanhos (do ponto de vist matemático, um fractal, portanto). Em português, a palavra “karst” deu “carso” e o Maciço Calcário Estremenho, estudado pelo grande geógrafo coimbrão Alfredo Fernandes Martins, é o maior carso português. No “karst” esloveno foi localizado no tempo de Kircher um animal semelhante a um lagarto mas sem olhos, que habita rios subterrâneos. Na altura um barão famoso julgou que era uma “cria de dragão”, mas não passa de um troglóbio, isto é, um animal completamente adaptado à escuridão subterrânea: por que precisa ele de olhos se não pode ver nada no escuro?

Há grutas por todo o mundo calcário. Onde fica a mais profunda gruta do mundo? Nas montanhyas do Cáucaso, na Geórgia, uma das repúblicas que resultou da antiga União Soviética. Dá pelo nome de Krubera/Voronya e mede 2190 m de diferença de altitude entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo. E a gruta mais comprida? Aí não se pode competir com os Estados Unidos: a “Mammoth Cave” (Gruta do Mamute), no Kentucky, bem merece o seu nome, porque se estende por mais de 590 km. É um enorme buraco, labiríntíco, que demorou muitos anos a explorar, e que talvez ainda não tenha revelado todos os seus segredos. As maiores grutas portuguesas, com pouco mais de cem metros de profundidade, ou com apenas alguns quilómetros de extensão, ficam bem longe daqueles recordes mundiais.

A espeleologia é ao mesmo tempo um desporto e uma ciência. É um desporto, porque exige destreza física e conhecimento das técnicas para se chegar mais fundo e mais longe. Mas é também uma ciência, porque debaixo da Terra o mundo é diferente do que conhecemos à superfície e deve, apesar de ser escuro, ser visto com olhos de ver. Um bom espeleólogo tem de conhecer minimamente o modo como a água das chuvas dilui o carbonato de cálcio do calcário, abrindo pequenas ou grandes cavidades, e o modo como se depositam curiosíssimas concreções no tecto, nas paredes e no chão (do tecto descem as estalactites e do chão sobem as estalagmites, mas há também outro tipo de formações, algumas como nomes estranhos, como as bandeiras, as couves-flor, as pérolas, etc.) Tem também de saber como é a fauna subterrânea (não tanto a flora, por não haver possibilidade da fotossíntese longe das entradas). Os morcegos - a quem já alguém chamou pitorescamente os “anjos dos ratos” - são os donos dos espaços subterrâneos. O modo como emitem e recebem ultrasons mostra a capacidade extraordinária da evolução para dotar os seres vivos de mecanismos de adaptação ao ambiente. Tem ainda de saber qualquer coisa de arqueologia, pois pode dar-se o caso de encontrar numa cavidades vestígios arqueológicos (várias grutas apresentam fantásticas pinturas: são bem conhecidos os casos de Lascaux e Altamira, que estão hoje fechados ao público e substituídos por réplicas à escala verdadeira; mas entre nós há também grutas com paredes pintadas, como a de Escoural, em Montemor-o-Novo). E é bom ter umas noções de climatologia, para conhecer melhor os microclimas subterrâneos, que são em geral muito estáveis. E de outras disciplinas: a espeleologia é multidisciplinar.

Hoje a minha ligação com a espeleologia limita-se à qualidade de sócio da Sociedade Portuguesa de Espeleologia, sediada em Lisboa e a mais antiga colectividade portuguesa que realiza exploração subterrânea. Essa Sociedade continua a organizar expedições e encontros de exploradores subterrâneos. Os espeleólogos portugueses, ontem como hoje, aqui ou lá fora, continuam a fazer descobertas, isto é, a fazer luz no escuro!

domingo, setembro 16, 2007

Geociências e acesso ao Ensino Superior em 2007


Numa rápida apreciação das candidaturas ao Ensino Superior na área das Geociências em 2007, até por comparação com o caso do ano passado, que aqui também estudámos, pudemos constatar o seguinte:

1. Há hoje apenas três (3) cursos de Licenciatura em Geologia (nas Universidades de Lisboa, Coimbra e Porto). Tiveram, pela mesma ordem, direito a 100, 30 e 20 vagas em 2007. Destas, ao contrário do ano passado, não sobrou nenhuma vaga. A média de acesso ficou-se pelos 12,85 (UP), 11,9 (UC) e 11,0 (UL). As coisas neste aspecto correram muito melhor que no ano passado - não sobraram vagas, as médias, globalmente, subiram e o número de vagas e de caloiros, globalmente, também aumentaram.

2. Nas áreas próximas (Engenharia Geológica, de Minas e afins) havia oito (8) cursos, portanto menos um do que no ano passado, com 137 vagas (menos de que o ano passado, que teve 178 vagas). Entraram 99 (o ano passado foram 42 candidatos a entrar na 1ª fase) e estão disponíveis para 2ª fase 39 vagas, tendo surgido, nesta fase e por causa de desempates, mais uma vaga extra... A média variou entre 13,2 (Eng.ª de Minas e Geoambiente na Universidade do Porto) e 10,9 do curso de Meteorologia, Oceanografia e Geofísica na Universidade de Aveiro. De salientar, pela negativa, o desaparecimento da Engenharia de Minas e Geológica na Universidade de Coimbra, que, pela história e tradição dos cursos (que, por falta de candidatos, se tinham fundido) mereciam não desaparecer...

3. Na área das Licenciaturas em Ensino de Biologia e Geologia (que, para biólogos e geólogos, não são carne nem são peixe...) havia o ano passado quatro (4) cursos (Aveiro, Minho, Porto e UTAD) com 100 vagas. Este ano o curso do Porto desapareceu, havendo nos restantes 80 vagas para os 3 cursos. Entraram 73, ficando a sobrar, para a 2ª fase, 7 vagas. A média variou entre 13,6 (UM) e 11,19 (UTAD).

4. Gostaríamos de ouvir opiniões antes de tirar mais conclusões, que esta estória deve ter uma moral final e servir de ensinamento para o futuro.

Para acederem a dois documentos MS Excel, com todos os dados do acesso deste ano e estudo do caso particular das Geociências , clicar nos seguintes links:

Acesso Ensino Superior 2007 - Primeira Fase

Acesso Ensino Superior 2007 - Geologia


ADENDA: O ficheiro acima indicado (Acesso Ensino Superior 2007 - Geologia) será alterado para incluir o curso referido nos comentários a este post, que agradecemos desde já. Será ainda publicado no Blog novo post, com referência a estes comentários e actualizando as informações.

Vulcão dos Capelinhos - IV


Sugere-se a visita ao artigo, em português, da Wikipédia:

Podem ainda consultar, no mesmo local, outros artigos, tais como:
Para verem fotos do autor da capa do Vulcão dos Capelinhos na National Geographic, versão portuguesa, ir ao seguinte site:

Vulcão dos Capelinhos - III

Comemorações do 50º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos

No dia 27 de Setembro de 1957 iniciou-se uma erupção submarina ao largo do Farol dos Capelinhos, na Ilha do Faial. O Vulcão dos Capelinhos, para além de constituir um marco histórico da vulcanologia mundial, pelos estudos e ensinamentos que proporcionou, marcou decisivamente a história de uma Ilha e de uma Região.

Com o intuito de preparar dignamente as comemorações do 50.º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos, foi constituída uma Comissão de Honra, presidida pelo Presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores e uma Comissão Executiva, coordenada pela Direcção Regional do Ambiente.

A Comissão Executiva reúne e integra diversos organismos do Governo Regional dos Açores, das forças vivas da Ilha do Faial e do mundo da ciência. Como resultado, preparou-se um extenso e aliciante programa de actividades específico para estas comemorações.
Entre outras actividades, preparam-se diversos livros, programa de televisão, peças de teatro, concertos musicais, palestras.

As comemorações decorrerão entre 27 de Setembro de 2007 (50 anos após o início da erupção) e 24 de Outubro de 2008 (50 anos após o adormecimento do vulcão), com grande visibilidade não só ao nível da Região, como a nível Nacional e Internacional.



in
página do Governo Regional dos Açores - ver notícia

Açores nasceram há cerca de 20 milhões de anos

A data do surgimento das primeiras ilhas dos Açores é ainda uma questão em aberto e a génese daquele arquipélago é complexa. A datação das formações vulcânicas seria um excelente contributo para o avanço da previsão vulcanológica bem como para o conhecimento das potencialidades geoeléctricas das diversas ilhas - eis algumas das conclusões do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz apresentadas na ultima reunião da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa, tema que mereceu pedidos de esclarecimentos da maioria dos académicos presentes. Apresentando os últimos resultados conhecidos sobre a geocronologia açoriana (idades de um pouco mais de 400 amostras) bem como uma cartografia de falhas geológicas estruturada em moderna cartografia insular, aquele especialista da Universidade dos Açores considerou que as partes mais antigas e os sectores mais recentes de cada ilha são os de menores capacidades geotérmicas. Victor Hugo Forjaz foi o iniciador do programa geotérmico dos Açores e durante 15 anos liderou aquele original programa de produção de electricidade aproveitando o calor dos vulcões. A comunicação à Academia das Ciências de Lisboa é o culminar de estudos altamente especializados de vulcanologia aplicada.


Segundo o vulcanólogo da Universidade dos Açores, em Santa Maria não existe calor endógeno economicamente rentável e as formações geológicas mais antigas e expostas devem ter cerca de 11 milhões de anos de idade. A ilha mais jovem é o Pico e a gigantesca montanha constituiu-se em apenas 250 mil anos, segundo teses de doutoramento de assistentes daquele especialista. Apenas existem 3 pequenos locais geotermicamente viáveis no Pico. Embora a exploração geotérmica da ilha de S. Miguel seja estrategicamente útil mas economicamente problemática (devido a 2 poços recentes secos) Victor Forjaz discorda da concentração de extracções de calor terrestre no mesmo vulcão. Para ele trata-se de uma opção perigosa sendo erro ainda maior sair da dependência do petróleo árabe e optar-se por maquinas geradoras de origem israelita, ignorando-se a competitividade europeia e japonesa

10-04-2007, Infopress do OVGA

Vulcão dos Capelinhos - II

Faltam 11 dias...!

Hoje sugerimos a consulta ao Blog açoriano GEOCRUSOE, de um companheiro da blogosfera que o meu marido lê regularmente e que relata as "impressões de um geólogo isolado numa ilha vulcânica, bela e cosmopolita"...

http://geocrusoe.blogspot.com/

Simpósio Iberoamericano sobre Património Geológico, Arqueológico e Mineiro em Regiões Cársicas


Já sairam os resumos das comunicações do Simpósio. Ver em:

http://carso.ineti.pt/indicederesumos.htm

Curso LPN - Iniciação à Espeleologia (Nível II )

Iniciação à Espeleologia
(Nível II da Federação Portuguesa de Espeleologia - FPE)


14 - 15 Outubro, 21 - 22 Outubro, 28 Outubro-1 Novembro


O curso habilita a participar em trabalhos espeleológicos, integrado numa equipa.

Tem a duração de 7 dias, incluindo aulas teóricas, treinos técnicos e visita a quatro grutas.

Datas e locais:
1ª sessão: 14-15 Outubro (sábado-domingo) - Lisboa
2ª sessão: 21-22 Outubro (sábado-domingo) - Parque Natural da Arrábida
3ª sessão: 28-29 Outubro (sábado-domingo) - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
4ª sessão: 1 Novembro (feriado) - Lisboa

Inscrição: 200 euros (190 euros para quem frequentou o curso nível I e associados LPN)
Direito ao uso do equipamento de segurança, seguro, manual, alojamento nas saídas e certificado. Prazos de inscrição: normal, até 26 Setembro; tardia, até 4 Outubro. Para mais informações consulte:
http://www.fpe-espeleo.org/comissoes/ENSINO/nivel2.htm

Inscrições: Junto do Secretariado da LPN (2ª a 6ªfeira das 10:00 às 18:00) ou junto do CEAE-LPN (3ª feiras das 22:00 às 23:30).
Morada: Estr. Calhariz de benfica, 187, 1500-124 LISBOA.
Telef: 217780097 Fax: 217783208.
E-mail: ceae@lpn-espeleo.org


Observação: Não é necessária a frequência do Curso de Nível I...!

sábado, setembro 15, 2007

Dois Blogues de Astronomia para visitar

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Viajando pelas caixas de comentários deste Blog e pela Blogosfera portuguesa, descobri dois blogues muito interessantes que passo de seguida a descrever.


1. Nos Cromos do Cosnos

Este Blog é de ÁLVARO DAMIAÇAS, que se descreve assim:"Sou um palhaço deste circo que é a vida com uma fixação no que se passa lá em cima. Sendo que "lá em cima" não é uma referência à casa de Deus ou do vizinho." A brincar, na descrição deste Blog ele diz: "Queria dizer Nos Cornos do Cosmos mas enganei-me...". É um Blog de Astronomia e Humor, com bastante pimenta e não recomendada a pessoas sensíveis mas de que eu gostei bastante...

http://cromosdocosnos.blogspot.com/



2. Astronomia-Algarve

Do blogger Vieira Calado, este senhor diz gostar de Artes e Letras, de Ciência, particularmente Astronomia, Física, Química e Mineralogia - o que só demonstra o seu bom gosto... Tem outros Blogues que não referiremos aqui, mas o Astronomia-Algarve é particularmente interessante, pela mescla de assuntos que aborda e pela ligação entre curiosidades, aspectos científicos e mitologia que posta.

http://astronomia-algarve.blogspot.com/

Fossil Challenge – Fotos do Doutor Saraiva

Vamos agora publicar mais fotos do amigo Doutor António Saraiva, da actividade de 04.09.2007 da Geologia no Verão 2007 da Ciência Viva intitulada Fossil Challenge – I Safari fotográfico da rota dos fósseis perdidos, organizado pelo Professor Doutor Pedro Callapez e por nós aqui abordada anteriormente.







Os nossos agradecimentos ao Doutor Saraiva...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Mina da Guimarota - notícias em jornal de Leiria

Saiu hoje, dia 14.09.2007, no Região de Leiria, com direito a realce de primeira página e ainda a duas páginas inteiras de texto e fotos, as esperadas notícias sobre a Mina da Guimarota. Desde já convem dar os parabéns ao autor do texto (o jornalista João Carreira) e fotos (Joaquim Dâmaso). Tem ainda as respostas dadas pelo Vereador da Cultura de Leiria, pelo Professor Doutor Fernando Figueiredo (DCT/FCTUC) e por mim às questões do jornalista...


Publicámos essas mesmas notícias, em diversos posts, no Blog GeoLeiria. Para os lerem é favor clicarem nos seguintes links:

2º Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva

Apresentação

Na sua segunda edição, este festival procura, de novo, ir ao encontro de todos os interessados em Astronomia. Contudo, segue uma linha própria que o separa da simples popularização científica – apresenta a ciência de forma acessível a todos usando oradores de excepção que em simultâneo estão na linha da frente da investigação científica. A ciência apresentada por quem a faz, de uma forma divertida e informal. O 2º Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva apresenta uma estrutura bem definida iniciando os trabalhos com uma palestra dedicada a uma área fronteira da Astronomia, como a exploração espacial (edição de 2006), a exo-biologia ou a história da Astronomia (edição de 2007) entre outras, um corpo forte de conferências especializadas dos dias seguintes e uma palestra pública de índole mais geral no sábado à noite. A edição deste ano conta com duas rubricas novas, alargando o leque de escolhas e a faixa etária do público alvo: duas oficinas dedicadas à construção e utilização de relógios de sol e duas sessões de observação solar e nocturna. Um programa de excelência para três dias bem passados!

Programa

Sexta-feira, dia 14

18h30

Recepção e entrega de documentação no Auditório Municipal Carlos Paredes

19h00

Visita às exposições no Auditório Municipal Carlos Paredes

20h00

Sessão de Abertura com a participação do Presidente do Município de Vila Nova de Paiva, Manuel Custódio, do Director do Festival de Astronomia de Fleurence (França), Bruno Monflier, e do Director do Festival, Pedro Almeida.


20:30 Palestra

Título: Um passeio pela história da Astronomia em Portugal

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Em 1984 é criado o primeiro curso universitário em Astronomia (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), até esta data a formação de base (licenciatura) em astronomia não existia em Portugal. Os astrónomos portugueses vinham em especial das licenciaturas de Engenharia Geográfica, Matemática e da Física, seguindo na formação pós-graduada astronomia. E recuando mais no tempo? Como foi o ensino da ciência astronómica evoluindo? Nesta palestra pretendemos dar a conhecer algumas datas e períodos relevantes da história da astronomia portuguesa, com especial enfoque no século XVIII, quando a Astronomia se eleva ao mais elevado estatuto entre as ciências com a criação do Real Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra.

fernando-figueiredo.jpg Orador: Fernando Figueiredo, FCTUC

Fernando Figueiredo é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Mestre em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra. No âmbito do seu doutoramento desenvolve estudos em História da Astronomia, dedicando-se mais recentemente ao levantamento da matemática e astronomia feita no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, nos séculos XVIII e XIX. Nos últimos anos foi a cara do projecto Livraria da Praça que se afirmou como uma força viva da cultura em Viseu. Não dispensa uma corridinha matinal de bicicleta e empenha-se em transmitir e debater novas ideias.

Sábado, dia 15

09:00 Oficina de Relógios de Sol (para crianças a partir dos sete anos, jovens e adultos)

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida

11:00 Palestra

Título: A Colisão de Galáxias e a construção do Universo

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Ao longo da história do Cosmos, a colisão de galáxias sempre desempenhou um papel importante na construção do Universo tal como o conhecemos hoje. As interacções entre galáxias, ao formar novas galáxias através da destruição de outras, dão origem a um dos fenómenos mais intensos que se conhecem no Universo - fenómeno esse à qual a nossa própria galáxia, a Via Láctea, não vai escapar!”

pbrochado.jpg Orador: Paula Brochado, CAUP

Paula Brochado é licenciada em Astronomia pela Universidade do Porto e dedica-se ao estudo de fusão de galáxias no âmbito do seu trabalho de doutoramento no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. No pouco tempo livre que lhe sobra das actuações e ensaios do Coral de Letras da Universidade do Porto ainda gosta do debate de ideias com amigos de preferência ao sabor de um café ou chocolate com leite.


16:00 Palestra
Título: O Sol tranquilo
Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

“Não olhar directamente para o Sol!” Foi exactamente esse risco que revolucionou a forma como “olhamos” para o Sol. Outros olhos, outras formas de ver. As manchas solares, o interior de Sol, a sua rotação, as auroras boreais e o vento solar. Numa altura em que se atribui à actividade solar alguma da responsabilidade do aquecimento global, torna-se importante compreender o comportamento do ciclo solar. Nesta apresentação serão também apresentados resultados recentes sobre a modelação da Hélio-magnetoesfera. Uma viagem ao sabor do vento solar em que nem sempre o Sol é o que parece.

aibeo.jpgOrador: Alexandre Aibéo, ESTV-IPV, CAUP

Alexandre Aibéo é licenciado em Astronomia, Mestre em Fundamentos e Aplicações da Mecânica de Fluidos e doutorado em Astronomia pela Universidade do Porto. É docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu e desenvolve trabalhos na área da Magneto-Hidrodinâmica aplicada ao Vento Solar. Dedica-se nos tempos livres à promoção da cultura científica, faz bricolage e vai ao cinema sempre que pode.


17:30 Observação Solar

Local: Parque Arbutus do Demo

FISUA


20:30 Palestra Pública
Título: Asterosismologia: as estrelas vistas por dentro.
Local: Auditório do Parque Arbutus do Demo

Asterosismologia ou astrosismologia, é a área da astronomia que estuda a estrutura interna de estrelas através da interpretação das diferentes formas de como os abalos internos que as estrelas sofrem se repercutem no seu interior. Estes abalos são oscilações que penetram em diferentes profundidades dentro da estrela. Assim, olhando para a forma como essas oscilações se propagam é possível caracterizar o interior da estrela, é possível “ver” o interior da estrela. Nesta sessão vai ser explicado em detalhe como fazer isso e as importantes consequências que este conhecimento trouxe acerca da estrutura das estrelas.

mariomonteiro.jpgOrador: Mário João Monteiro, FCUP, CAUP

Mário J. P. F. G. Monteiro licenciou-se em Astronomia pela Universidade do Porto, é mestre e doutor em Astrofísica pelo Queen Mary & Westfield College da Universidade de Londres. É actualmente Professor Associado no Departamento de Matemática Aplicada, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Os seus interesses em termos de investigação vão para o estudo da estrutura interna e evolução de estrelas do tipo solar usando sismologia estelar. Foi entre 2001 e 2003 o presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia e é desde 2006 o director do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. Tem um apurado sentido de humor e não dispensa umas saídas à noite com os amigos.


22:00 Observação Nocturna
Observação nocturna com palestra ao ar livre e passeio pelo céu.

Local: Parque Arbutus do Demo

FISUA

Domingo, dia 16

09:00 Oficina de Relógios de Sol (para crianças a partir dos sete anos, jovens e adultos)

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida

11:00 Palestra

Título: Supercordas: os instrumentos fundamentais da natureza?

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Toda matéria que conhecemos é constituída por átomos, que, por sua vez são constituídos por electrões, protões e neutrões. Os dois últimos são ainda constituídos por quarks. Serão os quarks e os electrões os constituintes fundamentais da matéria? Uma parte da comunidade de físicos acredita que não. Que existe uma entidade que é o constituinte mais fundamental de toda a matéria - as super-cordas. Nesta palestra abordaremos alguns conceitos e aspectos históricos da teoria de supercordas, cuja história começa na década de 1960 e se apresenta hoje como o mais desenvolvido formalismo para descrever a unificação das forcas da natureza.

photo.jpg Orador: Carlos Herdeiro, FCUP, CFP

Carlos Herdeiro é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Doutor em Física-Matemática por Cambridge. Fez o seu post-doutoramento em Stanford nos EUA. Voltou para prosseguir o seu trabalho científico em Portugal e é neste momento Professor Auxiliar Convidado no departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador no Centro de Física do Porto nas áreas de Gravitação/Cosmologia Clássica e Quântica e Física de Altas Energias. Recebeu, em 2004, um Prémio Gulbenkian de Estímulo à Investigação Científica. É Presidente da Delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Física. Considera-se Sportinguista, toca guitarra e é um exímio jogador de matraquilhos. Já tem uma entrada na Wikipédia.


Festival
> Programa > Inscrições

Vila Nova de Paiva


> Como chegar > Onde ficar > Onde comer


Fontes: http://www.astropaiva.pt.to/ e http://www.arbutusdodemo.eu/primeira.htm

Observação Remota da PT-HOU

E-mail da colega Maria Luísa Almeida, do grupo português da EU-HOU - a PT-HOU:



Caros professores,

Espero que as férias tenham sido reconfortantes e que o início do ano lectivo decorra da melhor forma.

Gostaria de informar que amanhã haverá uma sessão de observação remota às 11.00 horas da manhã na Ponta do Sal, S. Pedro do Estoril (Junto à Marginal). O telescópio que utilizaremos é o Ironwood do Havai.

Para todos os que puderem aparecer, será uma óptima oportunidade de participar ao vivo na aquisição de imagens astronómicas via internet. Poderemos ainda fazer o tratamento das imagens com o SalsaJ.


Um abraço,
Maria Luísa Almeida


PS- O tempo no Havai está instável, o que infelizmente não nos permite nesta altura garantir que o observatório vá estar aberto. Eu enviarei um email amanhã de manhã, bem cedo, informando o estado do tempo e se vai ou não haver observação.

PT-HOU - http://www.pt.euhou.net/
NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia
http://www.nuclio.pt/

quinta-feira, setembro 13, 2007

Associação Portuguesa de Jovens Investigadores de Geociências

Da mailing-list da GEOPOR recebemos o seguinte e-mail:


Caros colegas:

Tendo-se observado no passado a organização de diversos eventos para os mais jovens geólogos, constatámos a necessidade, afim de melhor nos organizarmos, de constituir uma Associação Portuguesa de Jovens Investigadores de Geociências.

Esta associação terá como principal objectivo promover, dinamizar e desenvolver o contacto entre jovens investigadores não apenas de geologia, mas das diversas áreas das Geociências, bem como estimular o reconhecimento do notável trabalho realizado pelos jovens geocientistas.

Vimos desta forma convidar-vos a participar na reunião onde serão discutidos os assuntos necessários para a constituição formal desta associação, que se realizará no dia 21 de Setembro, às 14.00 horas, na sala 1.2.02.N da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (edifício C1, piso 2, sala 02.N, perto da Associação de Estudantes).

Nesta reunião, será discutida a seguinte ordem de trabalhos:

1. Constituição dos objectivos da Associação;
2. Constituição dos estatutos da Associação;
3. Constituição dos órgãos da Associação;
4. Planificação das actividades a desenvolver pela Associação;
5. Outros assuntos.

De igual forma, são convidados a associarem-se a esta iniciativa como membros fundadores.

Devido à importância desta iniciativa, solicita-se a máxima participação e divulgação desta reunião, para que juntos consigamos criar um movimento dinamizador no âmbito das Geociências.

Sem outro assunto de momento

Lisboa, 13 de Setembro de 2007



A Comissão Instaladora da Associação Nacional de Jovens Investigadores de Geociências

Contacto provisório: pmfigueiredo@fc.ul.pt

Concurso - Boas Práticas Locais para o Desenvolvimento Sustentável

FCT dinamiza “Concurso Nacional de Boas Práticas Locais para o Desenvolvimento Sustentável"

O Concurso foi uma iniciativa conjunta do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, da Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) e do Centro de Estudos sobre Cidades e Vilas Sustentáveis (CIVITAS) da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

O Concurso teve por objectivo fundamental premiar e dar forte visibilidade a projectos já implementados, de grande mérito e com resultados claramente bons.

Estiveram a concurso 114 projectos, provenientes de 61 entidades.

Serão atribuídos 5 prémios específicos, de acordo com as categorias: (i) Ambiente; (ii) Economia; (iii) Socio-Cultural; (iv) Urbanismo e (v) Governação Local. Considerando a qualidade dos projectos recebidos e com o objectivo de disseminar as boas práticas locais, em breve, todos os projectos poderão ser consultados na Internet.

Irão estar presentes no dia 19 de Setembro no Grande Auditório da FCT às 14.30 para a cerimónia de entrega dos prémios o Secretário de Estado Dr. Eduardo Cabrita, a Directora-Geral da DG das Autarquias Locais, Dr.ª Maria Eugénia Santos, o Director da FCT, Prof. Doutor Fernando Santana, o Coordenador do CIVITAS, Prof. Doutor João Farinha e o elemento do Júri representante do CIVITAS, Prof. Doutora Lia Vasconcelos entre outros convidados provenientes das diversas Autarquias do País, Associações de Municípios, Agências Regionais de Energia e Ambiente e Universidades.

Mais informações:

Telefone: 212 948 300 (extensão 10110)

E-mail
: csmq@fct.unl.pt

http://www.fct.unl.pt/

Ciência Viva no Verão 2007 - visita a Farol

No dia 09.09.2007 fui, no âmbito da Ciência Viva no Verão - mais exactamente da Ciência Viva com os Faróis 2007 - ao Farol do Penedo da Saudade (vulgo Farol de S. Pedro de Moel), com o meu filho. Gostámos imenso (antes ainda fomos apanhar camarinhas e ver os fósseis da Praia Norte...). Tudo excelente, foi pena que a interessante apresentação inicial não tivesse direito a videoprojector (éramos 50 pessoas no átrio do Farol)...

Aqui ficam algumas fotos do evento:









Últimos sismos

Depois de, durante as férias de Agosto, termos ignorado o sismo de 27.08.2007, com epicentro nas proximidades de Rio Maior e magnitude de 2,4 (intensidade máxima II/III), surge agora um sismo que merece um post e bastante atenção. Assim, novamente no limite entre a placa Indo-Australiana e a placa Asiática (ou a sua micro-placa de Sunda), surge um sismo, às 11.10.26 UTC, que assustou a Indonésia e os seus vizinhos, desta vez com magnitude 8,2 (ou de 8,4 se acreditarmos na IUGS) e que provocou mortos (9, segundo as últimas notícias). Desta vez, apesar do alerta indonésio, não houve tsunami. Aqui fica dois mapas de localização do epicentro (nas cercanias de Bengkulu, Sumatra):


quarta-feira, setembro 12, 2007

A Mina da Guimarota - novo post e novidades

Coloquei, no Blog GeoLeiria, um novo post sobre a Mina da Guimarota, intitulado Esforços prévios de divulgação da Mina da Guimarota. Refere-se a uma tentativa anterior (reunião em 1998 na Escola D. Dinis) de tentar forçar a Câmara Municipal de Leiria a avançar para a criação de um Centro Ciência Viva em que a Mina tivesse papel de destaque e permitisse a sua preservação e impedisse a colocação de casas em cima dela (como veio a acontecer). Dá-se ainda destaque a uma Palestra do Doutor Galopim, em 2005, com a presença de diversos Doutores de Geologia e representantes do INETI, sobre a importância da Mina da Guimarota e dos esforços feitos para fazer regressar o seu espólio a Portugal, feita pelo Núcleo de Estágio de Biologia/Geologia da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, que era orientado, cientificamente, pelo Doutor Jorge Dinis da Universidade de Coimbra.

Como a imprensa regional está em pulgas com a Mina da Guimarota (em breve esta vai ser novamente alvo de notícias...) e estamos a tentar organizar uma nova descida à mesma, sugere-se a leitura desse post, neste LINK.

ADENDA: Saiu hoje (14.09.2007, 6ª-feira) no semanário regional Região de Leiria a tão esperada notícia...

Mais uma teoria sobre o KTB e sua extinção

Colisão condenou dinossauros


O asteróide que caiu na Terra há cerca de 65 milhões de anos, e que pode ter provocado a extinção dos dinossauros, tem, agora, uma origem conhecida. Um estudo checo e norte-americano revelou que este asteróide, com dez quilómetros de diâmetro, que embateu contra a superfície terrestre, teve por sua vez origem numa outra colisão, ocorrida há 160 milhões de anos.

O estudo do Southwest Resarch Institute, dirigido por William Bottke, concluiu que, há cerca de 160 milhões de anos, um asteróide com 60 quilómetros de diâmetro embateu no asteróide Baptistina. Este, com 170 quilómetros, fragmentou- -se em vários pedaços formando uma cintura de asteróides, conhecidos hoje por família Baptistina. Esta situa-se entre Marte e Júpiter e, depois do embate, era composta por 140 mil fragmentos com mais de um quilómetro de diâmetro e 300 com mais de dez quilómetros. Depois da colisão, alguns destes fragmentos circularam pelo sistema solar. Calcula-se que a cratera de Chicxulub, na península do Iucatão, no México, com 180 quilómetros de diâmetro, e que pode ser a razão próxima da extinção dos dinossauros, é consequência do embate de um desses asteróides da família Baptistina.

No entanto, antes da Terra, a Lua também foi atingida. A cratera lunar de Tycho, com mais de 108 milhões de anos, tem a mesma origem. Outras crateras foram encontradas em Vénus e em Marte. O estudo de sedimentos provou que as crateras tinham elementos em comum. Esta descoberta tem como base de apoio cálculos de computador, que através dos dados disponíveis permitiram este retrocesso no tempo. A fiabilidade da conclusão está acima dos 90%.

"As nossas simulações sugerem que cerca de 20% dos asteróides que estão perto da Terra podem pertencer à família Baptistina", diz William Bottke. O asteróide mais conhecido, o Apophis, com 250 metros, é também o mais temido, uma vez que se calcula (teme?) que este possa embater contra o nosso planeta em 2036.

A extinção dos dinossauros é um tema que levanta discussão. Sabe-se que a sua extinção aconteceu entre o fim do período cretáceo e o princípio do período terciário. Mas ninguém sabe ao certo a razão da extinção. A teoria mais aceite por cientistas e arqueólogos prende-se com a queda de um asteróide, na superfície terrestre (Chicxulub). Este embate causou uma explosão com uma potência muito superior à das armas nucleares, que pode ter matado muitos animais na altura do embate. Acredita-se que originou condições climatéricas adversas, resultando na possível extinção dos dinossauros.|

in Diário de Notícias - ler artigo

Fonte - Blog Dino Geológico (Ana Rola)