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sábado, março 16, 2024

O rapto de Aldo Moro (pelas Brigadas Vermelhas) começou há 46 anos...

       
Ocupou por cinco vezes o cargo de primeiro-ministro da Itália. Membro ativo da Igreja Católica, foi um dos líderes mais destacados da democracia cristã na Itália.
Sequestrado em 16 de março de 1978 pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, foi assassinado depois de 55 dias de cativeiro.
Há várias teorias acerca os motivos da recusa do governo italiano em negociar a libertação de Aldo Moro com os sequestradores e sobre os interesses envolvidos no seu sequestro e morte. Segundo o historiador Sergio Flamigni, as Brigadas Vermelhas foram usadas pela Gladio, rede dirigida pela NATO, de modo a justificar a manutenção da estratégia da tensão. O filósofo Antonio Negri chegou a ser preso, acusado de ser o inspirador da ação das Brigadas Vermelhas e do assassinato de Aldo Moro.
      

 

 

       
On March 16, 1978, on Via Fani, a street in Rome, a unit of the militant communist organisation known as the Red Brigades (Italian: Brigate Rosse) blocked the two-car convoy transporting Moro and kidnapped him, murdering in cold blood his five bodyguards. At the time, all of the founding members of the Red Brigades were in jail; the organisation led by Mario Moretti that kidnapped Moro, therefore, is said to be the "Second Red Brigades."
On the day of his kidnapping, Moro was on his way to a session of the House of Representatives, where a discussion was to take place regarding a vote of confidence for a new government led by Giulio Andreotti (DC) that would have, for the first time, the support of the Communist Party. It was to be the first implementation of Moro's strategic political vision as defined by the Compromesso storico (historic compromise).
In the following days, trade unions called for a general strike, while security forces made hundreds of raids in Rome, Milan, Turin and other cities searching for Moro's location. Held for two months, he was allowed to send letters to his family and politicians. The government refused to negotiate, despite demands by family, friends and Pope Paul VI. In fact, Paul VI "offered himself in exchange … for Aldo Moro …"
During the investigation of Moro's kidnapping, General Carlo Alberto Dalla Chiesa reportedly responded to a member of the security services who suggested torturing a suspected brigatista, "Italy can survive the loss of Aldo Moro. It would not survive the introduction of torture." The Red Brigades initiated a secret trial where Moro was found guilty and sentenced to death. Then they sent demands to the Italian authorities, stating that unless 16 Red Guard prisoners were released, Moro would be killed. The Italian authorities responded with a large-scale manhunt.
      

sexta-feira, março 15, 2024

Sérgio Vieira de Mello nasceu há 76 anos...

  
Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 - Bagdad, 19 de agosto de 2003) foi um brasileiro funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Morreu em Bagdad, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de um atentado a bomba contra a sede local da ONU. A organização extremista Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que Mello era o alvo principal do ataque.
   
(...) 
   
Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, o brasileiro era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser: com uma disposição fora do comum para ir ao campo de ação, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca da paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU. Como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002, quando se mostraria inflexível nas denúncias dos crimes indonésios.
Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, país que estava mergulhado num sangrento conflito. Em julho daquele ano, Sérgio fez parte de uma equipe que vistoriou a Prisão de Abu Ghraib antes do local ser reformado.
Foi na capital iraquiana, Bagdad, que acabou sendo morto, em 2003, durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um camião-bomba. O hotel era usado como sede da ONU em Bagdad havia mais de uma década. Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até então. Abu Musab Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado. Segundo os autores do ataque, Mello foi assassinado pois ele era um "cruzado" que teria ajudado a retirar uma parte (Timor-Leste) do país muçulmano que é a Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do território iraquiano.
   

segunda-feira, março 11, 2024

A Al Qaeda atacou na Espanha há vinte anos...

(imagem daqui)
    
Os atentados de quinta-feira, 11 de março de 2004, também conhecidos como 11-M, foram uma série de ataques terroristas cometidos em quatro comboios da rede ferroviária de Madrid, capital da Espanha. A investigação policial e o auto do processo judicial fixaram como indício racional que a autoria dos atentados é de uma célula islamista local que tentava reproduzir as ações da rede terrorista Al Qaeda.
Trata-se do mais grave atentado cometido na Espanha até à atualidade, com 10 explosões quase simultâneas em quatro comboios na hora de pico da manhã (08.00 horas locais). Mais tarde foram detonadas pela polícia duas bombas adicionais que não tinham explodido e foi desativada uma terceira, que permitiu identificar os responsáveis. As bombas estavam no interior de mochilas carregadas com TNT (trinitrotolueno).
Morreram 191 pessoas e mais de 1.700 ficaram feridas. O comando terrorista foi encontrado e cercado pela polícia espanhola poucas semanas depois em Leganés. Os seus membros cometeram suicídio fazendo explodir o apartamento em que se tinham entrincheirado, quando os GEO iniciaram o assalto. Nesta ação morreram todos os membros presentes da célula islamista e um agente do grupo policial.
  
As explosões ocorreram entre as 07.39 e as 07.42 horas da manhã nas estações madrilenas de Atocha (3 bombas), El Pozo de Tío Raimundo (2 bombas), Santa Eugenia (1 bomba) e num comboio a caminho de Atocha (4 bombas). As forças de segurança encontraram mais 3 bombas, que segundo o ministro do Interior Ángel Acebes, estariam preparadas para explodir quando chegassem os primeiros socorros às vítimas.
  
A dificuldade inicial de atribuir a autoria dos atentados provocou aceso debate em Espanha e terá ultimamente contribuído para a mudança de governo. De notar que houve eleições legislativas apenas quatro dias depois da tragédia.
O governo espanhol inicialmente atribuiu o atentado à ETA, argumentando que foi utilizado um explosivo normalmente usado pela ETA e a Guardia Civil já tinha evitado um atentado de grandes proporções em 29 de fevereiro, quando apreendeu 500 kg de explosivos e prendeu dois prováveis membros da ETA.
No entanto a esquerda abertzale, através de Arnaldo Otegi (dirigente do partido político Batasuna, ilegalizado pela sua associação à ETA) recusou qualquer responsabilidade da ETA neste atentado e condenou-o.
Num segundo momento, o governo espanhol admitiu como possível a hipótese de a Al Qaeda estar envolvida. Quatro provas apontaram neste sentido:
  • um grupo próximo da Al Qaeda, as Brigadas de Abu Hafs Al Masri reivindicou o atentado em nome da Al Qaeda.
  • os atentados têm características em comum com outros atentados da Al Qaeda.
  • na tarde do dia 11 de março foi encontrada, na região de Madrid, uma cassete com orações em árabe numa carrinha com detonadores.
  • na noite de 11 de março foi divulgada a suspeita de que um bombista suicida seguia a bordo de um dos comboios.
  • minutos antes das 19.00 horas de 12 de março, num telefonema feito para a redação do diário GARA, a ETA negou a autoria dos atentados. A frase exata (em tradução) foi: "A organização ETA não tem nenhuma responsabilidade sobre os atentados de ontem."
   

domingo, março 10, 2024

Osama bin Laden nasceu há 67 anos

  
Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden, mais conhecido como Osama bin Laden ou simplesmente bin Laden (Riade, 10 de março de 1957 - Abbottabad, 2 de maio de 2011) foi um dos membros sauditas da próspera família bin Laden, além de líder e fundador da al-Qaeda, organização terrorista à qual são atribuídos vários atentados contra alvos civis e militares dos Estados Unidos e seus aliados, dentre os quais os ataques de 11 de setembro de 2001.

Filho de Muhammed bin Laden, pobre imigrante iemenita que se tornou o homem mais rico e poderoso da Arábia Saudita, depois do próprio rei, Osama bin Laden era o único filho da sua décima esposa, Hamida al-Attas; os seus pais divorciaram-se logo depois que ele nasceu (a mãe de Osama casou depois com Muhammad al-Attas e o novo casal teve quatro filhos). Osama bin Laden também era referido pelos seguintes nomes: Usama Bin Muhammad Bin Ladin, Shaykh Usama Bin Ladin, The Prince ("O Príncipe"), The Emir ("O Emir"), Abu Abdallah, Mujahid Shaykh, Hajj The Director ("O Diretor").

Desde 2001, bin Laden e a sua organização tinham sido os maiores alvos da Guerra ao Terrorismo dos oficiais americanos e esteve entre os dez foragidos mais procurados pelo FBI, encabeçando a lista. Acreditou-se que Bin Laden e os seus companheiros da al-Qaeda estavam escondidos em áreas tribais do Paquistão. A 1 de maio de 2011, dez anos após os atentados do 11 de setembro, o Presidente Barack Obama anunciou, pela televisão, que Osama bin Laden havia sido morto durante uma operação militar norte-americana em Abbottabad. O seu corpo teria ficado sob a custódia dos Estados Unidos e, após passar por rituais tradicionais islâmicos, teria sido sepultado no mar.

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

O primeiro atentado contra o World Trade Center foi há 31 anos

    
O atentado ao World Trade Center, ocorrido a 26 de fevereiro de 1993, foi feito recorrendo a um carro-bomba  que foi detonado por terroristas árabes islâmicos no parque de estacionamento subterrâneo por baixo da Torre Um do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque. Os 680 kg do dispositivo de combustível e nitrato mataram seis e feriram 1.042 pessoas. A sua intenção era devastar as fundações (alicerces) da Torre Norte, para que colapsasse por cima da sua gémea (a Torre Sul).
O ataque foi planeado por um grupo de conspiradores que incluíam Ramzi Yousef, o sheik Omar Abdel-Rahman, El Sayyid Nosair, Mahmud Abouhalima, Mohammad Salameh, Nidal Ayyad, Ahmad Ajaj e Abdul Rahman Yasin. O financiamento foi feito por um membro da Al-Qaeda, Khaled Shaikh Mohammed, tio de Yousef.
A bomba explodiu na garagem subterrânea às 12.17 horas locais (UTC-5), gerando uma pressão estimada de mais de 1 GPa (Giga Pascal) e abrindo um buraco com 30 metros de diâmetro, através de quatro andares de concreto. A velocidade de detonação desta bomba foi cerca de 4,5 km/s.
   
(...)  
    
Seis pessoas morreram, cinco funcionários da Autoridade Portuária e um empresário cujo carro estava na garagem. Além disso, 1 042 pessoas ficaram feridas, a maioria durante a evacuação que se seguiu à explosão. Um relatório da Administração de Bombeiros dos EUA afirma que, "entre as dezenas de pessoas que fugiram para os telhados das torres, 28 com problemas médicos foram levados por helicópteros da polícia de Nova York". Sabe-se que 15 pessoas sofreram lesões traumáticas da explosão e 20 reclamaram de problemas cardíacos. Um bombeiro foi hospitalizado, enquanto outros 87, além de 35 policiais e um trabalhador da EMS também ficaram feridos ao lidar com os incêndios e outras consequências.
    

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Abdullah Ocalan, líder do PKK, foi preso há vinte e cinco anos

 
Abdullah Öcalan
(Ömerli, província de Şanlıurfa, 4 de abril de 1949), apelidado de Apo, é um líder independentista curdo, fundador e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, Partiya Karkêren Kurdistan), criado em 1978. Ele é denominado Serok (líder) pelos seus partidários.
Entre 1984 e a sua captura em 1999, Öcalan liderou o movimento guerrilheiro dos nacionalistas curdos, contra o estado turco.
Após ter sido capturado, no Quénia, durante uma operação levada a cabo pelos serviços secretos turcos (MİT), possivelmente em conjunto com a CIA e os serviços secretos israelitas, em 15 de fevereiro de 1999, foi condenado à morte em 29 de junho de 1999 pelas suas atividades separatistas armadas, consideradas como terroristas, principalmente pela Turquia, os EUA e a União Europeia. A pena de morte foi comutada em prisão perpétua em 2002, quando a Turquia declara abolida a pena de morte. Desde então, ele é mantido em regime de isolamento, sendo o único prisioneiro da ilha-prisão de İmralı.
    


NOTA: recordemos apenas que convém distinguir a justa luta dos curdos, para poderem falar a sua língua (e, porque não, a terem direito a um estado e/ou uma região autónoma...) da guerrilha do PKK e do seu sanguinário líder, embora, neste caso, como em muitos outros, o atual estado turco e o seu ditador não se distingam muito dos que perseguem (ou seja ainda pior...).

segunda-feira, janeiro 29, 2024

O atentado à mesquita de Quebec foi há sete anos...

 
O atentado à mesquita de Quebec foi um ataque terrorista ocorrido em 29 de janeiro de 2017, contra o Centro Cultural Islâmico de Quebec, uma mesquita localizada em Sainte-Foy, na cidade de Quebec, no Canadá. Seis pessoas foram mortas e outras dezanove ficaram feridas. O ataque foi perpetrado às 20.00 horas locais, por um atirador solitário. Havia pelo menos 53 pessoas presentes na mesquita à hora do atentado.

O suspeito de ser responsável pelo ataque foi identificado como Alexandre Bissonnette. Logo após o ataque, Bissonnette ligou para as autoridades e entregou-se. Estudante da Universidade de Laval, ele é nativo da cidade e, segundo relatos de amigos e parentes, era vítima de bullying na universidade, mas não tinha sinais de problemas mentais. Pessoas próximas a ele, dizem que constantemente expressava ideias de extrema-direita, islamofóbicas e de nacionalismo branco. Ele também dizia apoiar políticos, como Marine Le Pen e Donald Trump e frequentemente deixava mensagens contra refugiados e feministas no Facebook.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro do Quebec Philippe Couillard classificaram o ataque como atentado terrorista, mas o atirador não foi acusado disso judicialmente, recebendo apenas seis indiciações por homicídio.
   
 
 

The perpetrator, 27-year-old Alexandre Bissonnette, pleaded guilty to six counts of first-degree murder and five counts of attempted murder. On February 8, 2019, Bissonnette was sentenced to life in prison, with no possibility of parole for 40 years. Upon appeal, the Court of Appeal of Quebec found 40 years without parole to be unconstitutionally cruel and unusual punishment, adjusting the sentence to life in prison with no possibility of parole for 25 years. Quebec prosecutors sought to reinstate the original sentence with an appeal to the Supreme Court of Canada. The decision was upheld on May 27, 2022, meaning Bissonnette will be eligible for parole in 2042.
 

domingo, janeiro 14, 2024

Há oito anos, em Jacarta, um atentado matou 8 pessoas...


   

Os atentados em Jacarta em 2016 ocorreram a partir das 10.55 horas da manhã de 14 de janeiro de 2016, no centro de Jacarta, capital e maior cidade da Indonésia. Constaram de sete explosões e tiroteios. Fontes da polícia relataram que entre os mortos confirmados estão quatro terroristas e quatro civis. As explosões ocorreram num raio de 50 metros. A Al Jazeera informou que um posto de trânsito da polícia foi destruído por uma granada. Um dos mortos era um cidadão holandês e um dos feridos era argelino. O ataque foi levado a cabo por homens com armas de fogo e granadas, que se faziam transportar, alguns deles, de mota. Há ainda relatos de que seis homens se terão barricado no edifício Skyline, na rua Thamrin. Foi o primeiro grande atentado terrorista na Indonésia desde os atentados em Jacarta em julho de 2009. O ataque foi reivindica pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

 

domingo, janeiro 07, 2024

O Massacre do Charlie Hebdo foi há nove anos...

      
O Massacre do Charlie Hebdo foi um atentado terrorista que atingiu o jornal satírico francês Charlie Hebdo a 7 de janeiro de 2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas e cinco gravemente feridas. O ataque foi perpetrado pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, vestidos de preto e armados com Kalashnikovs, na sede do semanário no 11º Bairro de Paris, supostamente como forma de protesto contra a edição Charia Hebdo, que ocasionou polémica no mundo islâmico e foi recebida como um insulto aos muçulmanos. Mataram 12 pessoas, incluindo uma parte da equipa do Charlie Hebdo e dois agentes da polícia nacional francesa, ferindo durante o tiroteio mais outras 11 pessoas que estavam próximas do local.
No mesmo dia, outro francês muçulmano, Amedy Coulibaly, ligado aos atacantes do jornal (conhecia bem Chérif Kouachi) matou a tiros uma polícia em Montrouge, na periferia de Paris, e no dia seguinte invadiu um supermercado kosher (judeu) perto da Porta de Vincennes, fazendo reféns, quatro deles mortos pelo Coulibaly no novo ataque, que terminou após a invasão do estabelecimento pela polícia francesa. No dia 11 de janeiro, após as acções e a morte de Coulibaly, um vídeo é publicado na Youtube a reivindicar os atos: A. Coulibaly confirma a sua responsabilidade no ataque a Montrouge; também se afirma como membro do Estado Islâmico do Iraque e do Levante. No total, durante os eventos entre 7 a 9 de janeiro, ocorreram 17 mortes em atentados terroristas na região de Île-de-France, em Paris.
Centenas de pessoas e personalidades manifestaram o seu repúdio aos ataques orquestrados contra o jornal. O presidente da França, François Hollande, decretou luto nacional no país no dia seguinte ao atentado. Em 11 de janeiro, cerca de três milhões de pessoas em toda a França, incluindo mais de 40 líderes mundiais, fizeram uma grande manifestação de unidade nacional para homenagear as 17 vítimas dos três dias de terror. A frase "Je suis Charlie" (em francês, significando "Eu sou Charlie") transformou-se num sinal comum, em todo o mundo, para mostrar solidariedade contra os ataques e com a liberdade de expressão.
    
    

quarta-feira, dezembro 27, 2023

Benazir Bhutto foi assassinada há dezasseis anos...

     
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um estado muçulmano moderno.
   
(...)
   
Assassinato
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando regressava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava de carro lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
    
 
in Wikipédia

sexta-feira, dezembro 22, 2023

O Massacre de Acteal foi há vinte e cinco anos...

No lugar onde ocorreu o Massacre de Acteal hoje está a Coluna da Infâmia

 

O massacre de Acteal, ocorrido em 22 de dezembro de 1997, consistiu na chacina de 45 indígenas tzotziles que se encontravam a rezar numa igreja católica na localidade de Acteal, no estado mexicano de Chiapas. A opinião dominante é que este massacre terá sido executado por forças paramilitares eventualmente opostas ao Exército de Libertação Nacional Zapatista (EZLN) mas nunca realmente identificadas. Entre as vítimas contavam-se dezasseis crianças e adolescentes bem como vinte mulheres (algumas delas supostamente grávidas) e nove homens adultos.

Segundo os relatos de testemunhas as vítimas, pertencentes a um grupo comunitário denominado Las Abejas (As Abelhas) simpatizante do EZLN, terão sido mortas por cerca de 90 paramilitares, supostamente membros dum grupo denominado Máscara Roja (máscara vermelha), durante uma operação que se terá prolongado por cerca de 7 horas, a curta distância de um posto militar. Os militares ali estacionados não intervieram de forma a evitar o massacre, existindo relatos de que na manhã seguinte alguns deles se encontravam na igreja, lavando o sangue das paredes.

Na sequência do massacre cerca de 100 pessoas, na sua maioria indígenas, acabariam por ser detidas numa prisão de Tuxtla Gutiérrez, a capital de Chiapas.

O então bispo de San Cristóbal de las Casas, Samuel Ruiz, afirmou ser necessário que a Procuradoria Geral da República investigasse sobre quem seriam os instigadores deste massacre.

Entre os presumíveis participantes encontravam-se oito ex-oficiais das forças de segurança pública, condenados a penas de pouco mais de três anos de prisão e libertados logo de seguida.

Segundo dados não oficiais, crê-se que nessa altura em Chiapas operavam vários grupos paramilitares que combatiam o EZLN. Há quem sugira que estariam ligados ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), então no poder havia 68 anos. 

 

quarta-feira, dezembro 20, 2023

A ETA assassinou o primeiro-ministro de Espanha há cinquenta anos...

    
Luis Carrero Blanco
, primeiro Duque de Carrero Blanco (Santoña, 4 de março de 1903 - Madrid, 20 de dezembro de 1973) foi um militar e político espanhol. Ocupou diversos cargos no governo franquista; foi assassinado num atentado quando era presidente do governo de Espanha durante a etapa final dessa ditadura.
  
(...)
     
  
Em 1940 redigiu uma recomendação propondo a neutralidade espanhola na II Guerra Mundial. Desde então tornou-se homem de confiança de Franco, foi nomeado Subsecretário (1941) e Ministro da Presidência (1951), logo vice-presidente (1967), o que implicou um acréscimo crescente do seu peso específico no governo do Estado. No seu trabalho procurou limitar a influência dos falangistas, promoveu a modernização económica e administrativa do Estado, embora sempre dentro do franquismo, e apoiou o planeamento da sucessão monárquica do regime, na figura de Juan Carlos I.
Em junho de 1973 foi nomeado presidente do governo (primeiro-ministro), o que fazia pensar que se tornaria no homem forte do estado após morte de Franco e no pilar sobre o qual se sustentaria o franquismo sem Franco, mas o seu assassinato, a 20 de dezembro de 1973, num brutal atentado perpetrado por ETA em Madrid, abortou essas expetativas.
 
Assassinato

"Operação Ogro" foi o nome em chave com o que ETA denominou a este magnicídio. Os membros de ETA deslocaram-se até Madrid e alugaram um porão no número 104 da Rua Claudio Coello; a partir dali escavaram um túnel até o centro da quadra, onde colocaram cerca de 100 quilogramas de Goma-2 que fizeram explodir, em 20 de dezembro de 1973, o carro de Carrero Blanco, quinze minutos antes do começo do julgamento contra dez membros do então sindicato clandestino Comissões Operárias, conhecido como "Processo 1001".

A explosão, que acabou com a vida de Carrero Blanco, foi tão violenta que o carro voou pelos ares e caiu na açoteia de um edifício anexo à igreja onde assistira à missa momentos antes. Também faleceram outras duas pessoas, o inspetor de Polícia José Antonio Bueno Fernández, e o condutor do veículo, José Luis Pérez Mogena.

Carrero Blanco, que sido advertido da possibilidade de sofrer um atentado recusara aumentar as suas escassas medidas de segurança; o seu horário e os seus itinerários eram invariáveis e o carro no que se deslocava não estava blindado.

O objetivo do atentado, segundo indicava o comunicado no que ETA assumia a sua autoria, era intensificar as divisões então existentes no seio do regime franquista entre os "aberturistas" e os "puristas". Segundo declarações posteriores de Txikia, um dos membros do comando, Carrero Blanco era "uma peça fundamental" e "insubstituível" do regime e representava o "franquismo puro":

 
  

A complexidade do atentado fez suspeitar que talvez outras organizações estiveram implicadas, estando a CIA entre as mais mencionadas, o que foi desmentido pelos próprios autores do atentado.

A única pessoa que supostamente viu o conhecido como "homem da gabardina branca" que entregou os horários e rotas de Carrero Blanco no "Hotel Mindanao" de Madrid, foi assassinado em 1978 por uma organização paramilitar, o Batalhão Basco-Espanhol. Assim mesmo, um dos supostos autores materiais do atentado foi assassinado pouco depois.

domingo, novembro 26, 2023

O ataque terrorista a Bombaim foi há quinze anos

Localização de alguns dos ataques
   
A 26 de novembro de 2008 dez atentados terroristas, sincronizados, atingiram a cidade indiana de Bombaim, conhecida como capital financeira e maior cidade do país; alguns destes ataques só terminaram três dias, a 29 de novembro, depois que as forças de segurança indianas conseguiram ganhar o controle de todos os locais atacados. Pelo menos 195 pessoas, incluindo vinte e dois estrangeiros, foram mortos, e cerca de 327 pessoas ficaram feridas.
Oito ataques ocorreram no sul da cidade: na estação ferroviária de Chhatrapati Shivaji Terminus (CST); dois hotéis de cinco estrelas, o Oberoi Trident, em Nariman Point, e o Taj Mahal Palace & Tower, próximo do Portão da Índia; no Leopold Café, um restaurante popular para turistas em Colaba; o Hospital Cama; na Casa Nariman, de propriedade de judeus ortodoxos; no cinema Metro Adlabs; no quartel-general da Polícia de Bombaim, onde pelo menos três oficias de alta patente, incluindo o chefe do Esquadrão Anti-Terrorismo de Maharashtra, foram mortos a tiros. O décimo incidente envolveu a explosão de um táxi em Vile Parle, próximo do aeroporto, porém ainda não é claro se este incidente foi ligado aos ataques do resto da cidade. Entre cinquenta e sessenta terroristas teriam participado dos ataques.
Devido ao facto dos alvos aparentes terem sido cidadãos britânicos e americanos, e pelo padrão de ataques simultâneos e coordenados, acredita-se que terroristas islâmicos possam ter sido os responsáveis. Uma organização até então desconhecida, que se identificou como os 'Mujahidin do Decão', alegou a sua autoria, através de um e-mail enviado a diversas organizações jornalísticas. Algumas reportagens têm atribuído estes ataques ao Lashkar-e-Taiba, um grupo militante islâmico que opera a partir do Paquistão. De acordo com algumas versões um dos terroristas que manteve reféns no hotel Oberoi teriam afirmado o desejo de que todos os mujahidin em prisões indianas deveriam ser soltos em troca dos reféns; o número de terroristas ainda armados dentro do edifício seria de pelo menos sete. Outras reportagens indicaram que esta exigência teria sido feita através de um dos reféns na Casa Chabad de Bombaim, numa ligação para o consulado israelita em Nova Delhi. Alguns especialistas já expressaram visões conflituantes sobre uma possível autoria da Al-Qaeda nestes atentados.
Depois de dois dias de tiroteios e explosões, o ataque aparentemente havia cessado na manhã do dia 28 de novembro; incêndios estavam sendo apagados e soldados carregavam reféns e feridos para a segurança, além dos cadáveres dos que não haviam sobrevivido ao confronto.
A Casa Nariman e o Oberoi Trident eventualmente foram libertados foram forças especiais indianas. Cinco reféns teriam sido mortos no centro judaico. A situação no hotel Hotel Taj Mahal também seria considerada encerrada, apesar dos incêndios que ainda tomam conta de partes do edifício; a ação da Guarda Nacional de Segurança teria resultado na morte de mais dois terroristas.
   
(imagem daqui   
   
 in Wikipédia

segunda-feira, novembro 13, 2023

Os ataques terroristas em Paris de 2015 foram há oito anos...

 
Os ataques de novembro de 2015 em Paris foram uma série de atentados terroristas ocorridos na noite de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis, na França. Os ataques consistiriam de fuzilamentos em massa, atentados suicidas, explosões e uso de reféns. Ao todo, ocorreram três explosões separadas e seis fuzilamentos em massa, incluindo bombas perto do Stade de France no subúrbio ao norte de Saint-Denis. O ataque com mais mortes foi no teatro Bataclan, onde os terroristas fuzilaram várias pessoas e fizeram reféns até o início da madrugada de 14 de novembro.

Mais de 130 pessoas morreram (incluindo os 7 terroristas que perpetraram os ataques), sendo 89 delas no teatro Bataclan. Mais de 350 pessoas ficaram feridas pelos ataques, incluindo 99 pessoas em estado grave. Além das mortes de civis, oito terroristas foram mortos e as autoridades continuavam a procurar quaisquer cúmplices que permaneceram soltos. O presidente francês, François Hollande decretou estado de emergência nacional no país, o primeiro estado de emergência declarado desde 2005, e colocou controles temporários sobre as fronteiras francesas. O primeiro toque de recolher desde 1944, também foi posto em prática, ordenando que as pessoas saíssem das ruas de Paris.

Em 14 de novembro, o grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu a responsabilidade pelos ataques. De acordo com o Wall Street Journal, os ataques foram motivados pelo Estado Islâmico como uma "retaliação" para o papel da França na intervenção militar na Síria e no Iraque. Hollande também disse que os ataques foram organizados em território estrangeiro "pelo Estado Islâmico e com ajuda interna", além de descrevê-los como "um ato de guerra". Pelo mundo, gestos de solidariedade e apoio aos franceses se tornaram comuns, especialmente pelos media sociais.

Os ataques foram os mais mortais que ocorreram na França desde a Segunda Guerra Mundial. Eles também foram os mais mortais na União Europeia desde os atentados de 11 de março de 2004 em Madrid, na Espanha. Os atentados aconteceram apenas um dia após outro ataque terrorista do Estado Islâmico em Beirute, no Líbano, que matou 43 pessoas, um dia após o assassinato de Jihadi John, um dos membros do Estado Islâmico, e catorze dias após a queda do voo Kogalymavia 9268, que matou 217 passageiros e sete membros da tripulação e sobre o qual a filial do Estado Islâmico no Sinai assumiu a responsabilidade. Antes do ataque, a França estava em alerta máximo desde o Massacre do Charlie Hebdo, em janeiro de 2015, que matou dezassete pessoas, incluindo civis e polícias.

Em 15 de novembro, dois dias após os atentados, a Força Aérea Francesa lançou vários ataques aéreos de retaliação (a Opération Chammal) contra alvos do grupo terrorista Estado Islâmico na região da cidade síria de Raqqa. A 18 de novembro, Abdelhamid Abaaoud (um terrorista belga de origem marroquina) foi morto numa incursão policial. Ele era acusado de ser o principal mentor dos atentados. Várias outras prisões de suspeitos foram feitas e três colaboradores ligados a organizações jihadistas na França foram mortos numa série de ações policiais subsequentes para encontrar os responsáveis pelos ataques.
     
       

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sábado, novembro 11, 2023

Yasser Arafat morreu há dezanove anos...


Yasser Arafat
(Cairo, 24 de agosto de 1929 - Clamart, 11 de novembro de 2004) foi o líder da Autoridade Palestiniana, presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das fações da OLP, e co-detentor do Nobel da Paz.
  
Morte suspeita

 

Túmulo de Arafat em Ramallah

      
Arafat, morreu dia 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, após treze dias internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris.
De acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital, Arafat morreu por falência múltipla dos órgãos. No entanto, o seu biógrafo, Amnon Kapeliouk, levantou a possibilidade de a sua morte ter sido causada por anos de contínuo envenenamento, realizado pelos serviços secretos israelitas.
Em 3 de julho de 2012, foi divulgado pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário da Universidade de Lausanne, na Suíça, o resultado de um trabalho de nove meses de análises do material biológico encontrado em objetos de uso pessoal de Arafat (roupas, escova de dentes e keffiyeh). O relatório apontou a presença de altos níveis de polónio 210 no material recolhido. Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o resultado do estudo reforça a possibilidade de que Arafat tenha sido envenenado com material radioativo. Em 9 de julho, o presidente palestino Mahmoud Abbas aprovou pedido de exumação do corpo de Arafat, apresentado por Suha Arafat, para teste do nível de polónio. O governo de Israel negou qualquer envolvimento com as recentes descobertas. A Justiça francesa, através do tribunal de Nanterre, decidiu iniciar uma investigação sobre a morte do líder palestino, depois que a viúva apresentou queixa de assassinato do seu marido, no final de julho.
Arafat, considerado como o mais importante líder palestino e tido, pelos israelitas, como um líder de intenções dúbias, não preparou um sucessor. Os testes realizados após a exumação de seu corpo mostraram um nível 20 vezes maior que o permitido para um ser humano normal do isótopo polónio 210, reforçando a tese que o líder foi envenenado. Contudo, uma equipa russa que examinou o seu corpo afirmou que não havia nada de anormal com Arafat e que, provavelmente, não foi envenenado. O assunto continua envolto em controvérsia.
  

segunda-feira, outubro 23, 2023

Um duplo atentado, há quarenta anos, acabou com Força Multinacional do Líbano...

Destruição do quartel americano, instalado no Aeroporto Internacional de Beirute

   
Os atentados contra os quartéis de Beirute em 1983 (Beirute, Líbano, 23 de outubro de 1983) foram dois ataques suicidas realizados durante a Guerra Civil Libanesa, quando dois camiões-bomba atingiram edifícios que alojavam militares dos Estados Unidos da América e da França, membros da Força Multinacional do Líbano, matando 299 soldados americanos e franceses. A organização Jihad Islâmica reivindicou a responsabilidade pelo atentado terrorista, mas, segundo o especialista Juan Cole, essa organização é o nome de guerra do Hezbollah ou um grupo que viria a se tornar parte do Hezbollah, recebendo ajuda da República Islâmica do Irão.
O ataque ao quartel de fuzileiros navais americanos, cujo contingente estava baseado no Aeroporto Internacional de Beirute, às 06.22 horas, deixou sessenta feridos e 241 militares americanos mortos (220 fuzileiros navais, 18 militares da Marinha e três soldados do Exército). Foi o maior número de fuzileiros americanos mortos em um único dia, desde a Batalha de Iwo Jima, na II Guerra Mundial. Foi também o maior número de militares dos Estados Unidos mortos num único dia desde o primeiro dia da Ofensiva do Tet, durante a Guerra do Vietname, e o pior ataque isolado sofrido pelos USA no exterior, desde a Segunda Guerra Mundial.
No ataque ao quartel francês - o edifício 'Drakkar', de oito andares - realizado dois minutos após o ataque aos fuzileiros americanos, 58 pára-quedistas do Primeiro Regimento de Caçadores Pára-quedistas foram mortos e 15 ficaram feridos. Para as forças francesas, foi o maior número de baixas já registado num único evento, desde o final da Guerra da Argélia.
Os atentados levaram à retirada da força de paz internacional do Líbano, onde estavam postadas desde a retirada da Organização pela Libertação da Palestina, que se seguiu à invasão do Líbano por Israel, em 1982.
          
   
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quarta-feira, outubro 18, 2023

O terrorista Andreas Baader foi assassinado há quarenta e seis anos

   
Andreas Bernd Baader (Munique, 6 de maio de 1943 - Estugarda, 18 de outubro de 1977) foi um dos fundadores e líderes do grupo guerrilheiro de esquerda alemão Fração do Exército Vermelho, denominado pelo governo e pela imprensa de Baader-Meinhof. O grupo foi responsável por uma série de ações armadas - assaltos a bancos, sequestros e mortes - na RFA, na década de 70.
O seu pai era o historiador Berndt Philipp Baader, que, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, servia o exército alemão quando foi feito prisioneiro pelas forças soviéticas, sendo posteriormente dado como desaparecido. A sua mãe, Anneliese Baader não voltou a casar. Andreas foi criado com carinho pela mãe, juntamente com a avó e uma tia. Na opinião dos seus professores, era uma criança inteligente, mas também voluntariosa, um tanto imprevisível, e não se empenhava nos estudos quando as matérias não o atraíam. Ao mesmo tempo que era generoso, capaz de tirar o seu próprio agasalho e dá-lo a alguém que estivesse com frio, também era capaz de roubar, se estivesse a precisar de dinheiro. Também se envolvia frequentemente em lutas, nem sempre em defesa dos próprios interesses.
Na adolescência considerado como um jovem desajustado, na conservadora sociedade alemã de após guerra; no final dos anos 60 Baader gravitou para o movimento estudantil de esquerda e para os protestos contra o capitalismo, a pobreza no Terceiro Mundo, o nuclear, a ocupação norte-americana do país, que agitavam a Alemanha Ocidental na altura, embora ele próprio não fosse estudante universitário.
No dia 2 de abril de 1968 Baader e a sua namorada, Gudrun Ensslin, incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, que não provocaram nenhuma morte. De acordo com Gudrun, o acto seria uma forma de protesto contra a Guerra no Vietname. No mesmo ano, Baader foi condenado a quatro anos de prisão.
Na manhã de 14 de maio de 1970 Baader escapou da prisão, graças a um plano elaborado pela sua namorada, que contou com a participação da conhecida jornalista Ulrike Meinhof. Sob o pretexto de estar a trabalhar num livro sobre a juventude alemã, Ulrike Meinhof conseguiu que Andreas Baader fosse conduzido para a biblioteca do Instituto de Estudos Sociais em Berlim Ocidental onde seria entrevistado pela jornalista. Embora o plano não tenha sido executado exactamente como se pretendia, Baader conseguiria escapar pela janela da biblioteca. No dia seguinte a fuga foi noticiada pelos meios de comunicação social e o grupo ficou conhecido como Grupo Baader-Meinhof, em função das duas figuras mais conhecidas do grupo, Andreas Baader e Ulrike Meinhof.
Nos dois anos seguintes Baader dedicou-se a acções de guerrilha urbana até que foi capturado pela polícia, a 1 de junho de 1972, em Frankfurt, juntamente com outros militantes da Fração do Exército Vermelho, Jan-Carl Raspe e Holger Meins.
Baader foi depois julgado e condenado, naquele que foi um dos julgamentos mais caros da história da justiça alemã.
Na noite de 8 para 9 de maio de 1976, a jornalista Ulrike Meinhof foi encontrada morta na sua cela. A versão oficial a respeito da morte de Meinhof é que cometeu suicídio por enforcamento, mas há discordâncias sobre o tema, havendo alegações de que foi assassinada. Em 5 de setembro, membros da Fração do Exército Vermelho sequestraram o presidente da confederação da indústria alemã e, a seguir, militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram um avião da Lufthansa, com passageiros a bordo, e levaram-no para Mogadíscio, na Somália. As autoridades alemãs não aceitaram a troca e, em 18 de outubro, uma operação da GSG 9 libertou os passageiros e executou os militantes palestinianos. A seguir, Andreas Baader, Jan-Carl Raspe e Gudrun Ensslin foram encontrados mortos, nas suas celas de máxima segurança - os dois primeiros com tiros na nuca, à distância, com pistolas comummente usadas nas forças armadas da Alemanha. O Estado alemão não reconheceu o caso como execução dos prisioneiros.