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sexta-feira, março 15, 2024

Gilberto Freyre nasceu há 124 anos...

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor.
É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
   

 

 

O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
   


Gilberto Freyre

segunda-feira, dezembro 18, 2023

Hoje é dia de ouvir e recordar um cantor basco...

Patxi Andión morreu há quatro anos...

(imagem daqui)

   
Francisco José Andión González
, más conocido como Patxi Andión (Madrid; 6 de octubre de 1947 - Cubo de la Solana, Soria; 18 de diciembre de 2019),​ fue un cantautor, músico, actor y profesor de sociología español

  

Biografía

Nació en 1947 en Madrid, aunque a los pocos días de nacido fue llevado al País Vasco, región de origen de sus padres y tierra con la que desde muy pequeño se sintió profundamente identificado, dadas las raíces familiares. No obstante, siendo pequeño fue trasladado a Madrid para realizar los estudios de primaria. De origen humilde, ello no fue un impedimento para que siempre se procurase que en su casa hubiese libros, por lo que desde niño fue un ávido lector. Su padre incluso fue combatiente en las filas republicanas durante la guerra civil española. Se convirtió en cantautor en los convulsos años 70, colaborando con diversas organizaciones antifranquistas (UPA, FRAP), lo que le obligó a exiliarse en París - donde conoció casualmente a Jacques Brel, quien lo influyó después en su quehacer artístico - e incluso llegó a hacerse a la mar como parte de la tripulación de un barco pesquero, con el que dio la vuelta a medio mundo. Se inició en la música en la década de los sesenta formando parte de agrupaciones que no trascendieron como Los Dingos o Los Camperos, las cuales interpretaban lo que hoy se conoce como temas clásicos del Rock and roll tales como «Popotitos».

El apogeo de su carrera musical abarcó el periodo comprendido entre 1971 y 1978, durante el cual publicó temas como «Puedo inventar», «La casa se queda sola», «Tiempo, tiempo», «Quién sabe si volverá otra vez a amanecer», «Una dos y tres», «Sonetos 37-73», «Porque me duele la voz», «Como tú», «Entre tu piel», «Samaritana», «A donde el agua», «La bohemia», «Estrella de la mar», entre otras. A partir de 1979, fue adquiriendo un estilo cada vez más personal, lo cual fue alejándolo paulatinamente de los circuitos comerciales. Se considera que otro factor importante que afectó su carrera pudo haber sido su breve matrimonio con la actriz y modelo Amparo Muñoz —considerada la mujer más bella de España en aquella época, elegida Miss Universo en 1974 - con quien coprotagonizó la película La otra alcoba en 1976, casándose ese mismo año en un santuario navarro. Esto fue considerado como un gesto un tanto frívolo por parte de Patxi Andión entre los integrantes de aquellos círculos intelectuales de la izquierda progresista en los cuales se le admiraba y respetaba como cantautor y como hombre de convicción izquierdista. Como cantautor se mantuvo en una línea que lo hizo inconfundible: componer canciones con temática social y romántica principalmente, pero siempre desde una perspectiva íntimamente personal, profunda y poética, en amalgama con aquella voz ronca y deslavazada con la que cantó.

En su periodo madrileño y en una nueva faceta, aprovechó su condición de sociólogo y periodista y se hizo profesor. Impartió clases de comunicación audiovisual, producción, realización y operaciones artísticas y producción audiovisual práctica en la Escuela Universitaria Politécnica de Cuenca de la Universidad de Castilla-La Mancha. También fue director de la Escuela Española de Caza, de la Federación Española de Caza.

Murió el 18 de diciembre de 2019 a causa de un accidente de tráfico, fue enterrado en el Cementerio de la Almudena de Madrid.

 

in Wikipédia

 


terça-feira, setembro 05, 2023

Auguste Comte, o fundador do positivismo, morreu há 166 anos...

  
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 - Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês que formulou a doutrina do positivismo. Ele é considerado como o primeiro filósofo da ciência no sentido moderno do termo. Comte também é visto como o fundador da disciplina académica de Sociologia.

Influenciado pelo socialista utópico Henri de Saint-Simon, trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva como tentativa de remediar o mal-estar social da Revolução Francesa, criando uma doutrina social baseada nas ciências. Comte foi uma grande influência no pensamento do século XIX, influenciando o trabalho de intelectuais sociais como Karl Marx, John Stuart Mill e George Eliot. O seu conceito de sociologia e evolucionismo social deu o tom para os primeiros teóricos sociais e antropólogos, como Harriet Martineau e Herbert Spencer, evoluindo para a moderna sociologia académica apresentada por Émile Durkheim como pesquisa social prática e objetiva.

As teorias sociais de Comte culminaram com a sua obra "Religião da Humanidade", que pressagiava o desenvolvimento de organizações humanistas e humanistas religiosas não teístas no século XIX. Comte cunhou o significado da palavra altruísmo. As ideias de Comte influenciaram as palavras Ordem e Progresso, lema da República Federativa do Brasil.
  

terça-feira, julho 18, 2023

Gilberto Freyre morreu há 36 anos...

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX. Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
    

quarta-feira, junho 14, 2023

Max Weber morreu há 103 anos


Maximilian Karl Emil Weber (Erfurt, 21 de abril de 1864 — Munique, 14 de junho de 1920) foi um intelectual, jurista e economista alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. O seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber; Marianne Weber, sua parceira e biógrafa, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo. 

É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Começou sua carreira académica na Universidade Humboldt de Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o estudo do capitalismo e do chamado processo de racionalização e desencantamento do mundo. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia.

A sua obra mais famosa são os dois artigos que compõem A ética protestante e o espírito do capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não exclusivas do porquê as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A política como vocação, Weber definiu o Estado como "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física", uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. Em suas contribuições mais conhecidas são muitas vezes referidas como a "Tese de Weber". 

   

 (...)

 

Contraiu a gripe espanhola e morreu em Munique, a 14 de junho de 1920. O seu manuscrito intitulado Economia e Sociedade foi deixado inacabado; sendo editado por sua esposa postumamente, publicado em 1922. Foi sepultado no Cemitério de Bergfriedhof de Heidelberg, em Baden-Württemberg na Alemanha.

   

in Wikipédia

quarta-feira, março 15, 2023

Gilberto Freyre nasceu há 123 anos

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor.
É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
   

 

 

O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
   


Gilberto Freyre

domingo, dezembro 18, 2022

Hoje é dia de ouvir e recordar um cantor basco...

Saudades de Patxi...

Patxi Andión morreu há três anos...

(imagem daqui)

   
Francisco José Andión González
, más conocido como Patxi Andión (Madrid; 6 de octubre de 1947 - Cubo de la Solana, Soria; 18 de diciembre de 2019),​ fue un cantautor, músico, actor y profesor de sociología español

  

Biografía

Nació en 1947 en Madrid, aunque a los pocos días de nacido fue llevado al País Vasco, región de origen de sus padres y tierra con la que desde muy pequeño se sintió profundamente identificado, dadas las raíces familiares. No obstante, siendo pequeño fue trasladado a Madrid para realizar los estudios de primaria. De origen humilde, ello no fue un impedimento para que siempre se procurase que en su casa hubiese libros, por lo que desde niño fue un ávido lector. Su padre incluso fue combatiente en las filas republicanas durante la guerra civil española. Se convirtió en cantautor en los convulsos años 70, colaborando con diversas organizaciones antifranquistas (UPA, FRAP), lo que le obligó a exiliarse en París - donde conoció casualmente a Jacques Brel, quien lo influyó después en su quehacer artístico - e incluso llegó a hacerse a la mar como parte de la tripulación de un barco pesquero, con el que dio la vuelta a medio mundo. Se inició en la música en la década de los sesenta formando parte de agrupaciones que no trascendieron como Los Dingos o Los Camperos, las cuales interpretaban lo que hoy se conoce como temas clásicos del Rock and roll tales como «Popotitos».

El apogeo de su carrera musical abarcó el periodo comprendido entre 1971 y 1978, durante el cual publicó temas como «Puedo inventar», «La casa se queda sola», «Tiempo, tiempo», «Quién sabe si volverá otra vez a amanecer», «Una dos y tres», «Sonetos 37-73», «Porque me duele la voz», «Como tú», «Entre tu piel», «Samaritana», «A donde el agua», «La bohemia», «Estrella de la mar», entre otras. A partir de 1979, fue adquiriendo un estilo cada vez más personal, lo cual fue alejándolo paulatinamente de los circuitos comerciales. Se considera que otro factor importante que afectó su carrera pudo haber sido su breve matrimonio con la actriz y modelo Amparo Muñoz —considerada la mujer más bella de España en aquella época, elegida Miss Universo en 1974 - con quien coprotagonizó la película La otra alcoba en 1976, casándose ese mismo año en un santuario navarro. Esto fue considerado como un gesto un tanto frívolo por parte de Patxi Andión entre los integrantes de aquellos círculos intelectuales de la izquierda progresista en los cuales se le admiraba y respetaba como cantautor y como hombre de convicción izquierdista. Como cantautor se mantuvo en una línea que lo hizo inconfundible: componer canciones con temática social y romántica principalmente, pero siempre desde una perspectiva íntimamente personal, profunda y poética, en amalgama con aquella voz ronca y deslavazada con la que cantó.

En su periodo madrileño y en una nueva faceta, aprovechó su condición de sociólogo y periodista y se hizo profesor. Impartió clases de comunicación audiovisual, producción, realización y operaciones artísticas y producción audiovisual práctica en la Escuela Universitaria Politécnica de Cuenca de la Universidad de Castilla-La Mancha. También fue director de la Escuela Española de Caza, de la Federación Española de Caza.

Murió el 18 de diciembre de 2019 a causa de un accidente de tráfico, fue enterrado en el Cementerio de la Almudena de Madrid.

 

in Wikipédia

 


segunda-feira, setembro 05, 2022

Auguste Comte, o fundador do positivismo, morreu há 165 anos

  
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 - Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês que formulou a doutrina do Positivismo. Ele é considerado como o primeiro filósofo da ciência no sentido moderno do termo. Comte também é visto como o fundador da disciplina académica de Sociologia.

Influenciado pelo socialista utópico Henri de Saint-Simon, trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva como tentativa de remediar o mal-estar social da Revolução Francesa, criando uma doutrina social baseada nas ciências. Comte foi uma grande influência no pensamento do século XIX, influenciando o trabalho de intelectuais sociais como Karl Marx, John Stuart Mill e George Eliot. O seu conceito de sociologia e evolucionismo social deu o tom para os primeiros teóricos sociais e antropólogos, como Harriet Martineau e Herbert Spencer, evoluindo para a moderna sociologia académica apresentada por Émile Durkheim como pesquisa social prática e objetiva.

As teorias sociais de Comte culminaram com a sua obra "Religião da Humanidade", que pressagiava o desenvolvimento de organizações humanistas e humanistas religiosas não teístas no século XIX. Comte cunhou o significado da palavra altruísmo. As ideias de Comte influenciaram as palavras Ordem e Progresso, lema da República Federativa do Brasil.
  

segunda-feira, julho 18, 2022

Gilberto Freyre morreu há 35 anos...

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX. Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
    

terça-feira, março 15, 2022

Gilberto Freyre nasceu há 122 anos

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor.
É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
   

 

 

O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
   


Gilberto Freyre

 

sábado, dezembro 18, 2021

Patxi Andión morreu há dois anos...

(imagem daqui)

   
Francisco José Andión González
, más conocido como Patxi Andión (Madrid; 6 de octubre de 1947 - Cubo de la Solana, Soria; 18 de diciembre de 2019),​ fue un cantautor, músico, actor y profesor de sociología español

  

Biografía

Nació en 1947 en Madrid, aunque a los pocos días de nacido fue llevado al País Vasco, región de origen de sus padres y tierra con la que desde muy pequeño se sintió profundamente identificado, dadas las raíces familiares. No obstante, siendo pequeño fue trasladado a Madrid para realizar los estudios de primaria. De origen humilde, ello no fue un impedimento para que siempre se procurase que en su casa hubiese libros, por lo que desde niño fue un ávido lector. Su padre incluso fue combatiente en las filas republicanas durante la guerra civil española. Se convirtió en cantautor en los convulsos años 70, colaborando con diversas organizaciones antifranquistas (UPA, FRAP), lo que le obligó a exiliarse en París - donde conoció casualmente a Jacques Brel, quien lo influyó después en su quehacer artístico - e incluso llegó a hacerse a la mar como parte de la tripulación de un barco pesquero, con el que dio la vuelta a medio mundo. Se inició en la música en la década de los sesenta formando parte de agrupaciones que no trascendieron como Los Dingos o Los Camperos, las cuales interpretaban lo que hoy se conoce como temas clásicos del Rock and roll tales como «Popotitos».

El apogeo de su carrera musical abarcó el periodo comprendido entre 1971 y 1978, durante el cual publicó temas como «Puedo inventar», «La casa se queda sola», «Tiempo, tiempo», «Quién sabe si volverá otra vez a amanecer», «Una dos y tres», «Sonetos 37-73», «Porque me duele la voz», «Como tú», «Entre tu piel», «Samaritana», «A donde el agua», «La bohemia», «Estrella de la mar», entre otras. A partir de 1979, fue adquiriendo un estilo cada vez más personal, lo cual fue alejándolo paulatinamente de los circuitos comerciales. Se considera que otro factor importante que afectó su carrera pudo haber sido su breve matrimonio con la actriz y modelo Amparo Muñoz —considerada la mujer más bella de España en aquella época, elegida Miss Universo en 1974 - con quien coprotagonizó la película La otra alcoba en 1976, casándose ese mismo año en un santuario navarro. Esto fue considerado como un gesto un tanto frívolo por parte de Patxi Andión entre los integrantes de aquellos círculos intelectuales de la izquierda progresista en los cuales se le admiraba y respetaba como cantautor y como hombre de convicción izquierdista. Como cantautor se mantuvo en una línea que lo hizo inconfundible: componer canciones con temática social y romántica principalmente, pero siempre desde una perspectiva íntimamente personal, profunda y poética, en amalgama con aquella voz ronca y deslavazada con la que cantó.

En su periodo madrileño y en una nueva faceta, aprovechó su condición de sociólogo y periodista y se hizo profesor. Impartió clases de comunicación audiovisual, producción, realización y operaciones artísticas y producción audiovisual práctica en la Escuela Universitaria Politécnica de Cuenca de la Universidad de Castilla-La Mancha. También fue director de la Escuela Española de Caza, de la Federación Española de Caza.

Murió el 18 de diciembre de 2019 a causa de un accidente de tráfico, fue enterrado en el Cementerio de la Almudena de Madrid.

 

in Wikipédia

 


domingo, setembro 05, 2021

Auguste Comte, o pai do positivismo, morreu há 164 anos

  
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 - Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, que trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva.
  

domingo, julho 18, 2021

Gilberto Freyre morreu há 34 anos

  
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX. Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
  

segunda-feira, março 15, 2021

Gilberto Freyre nasceu há 121 anos

    
Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor.
É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
   

 

Bahia de Todos os Santos e de Quase Todos os Pecados

Bahia de Todos os Santos (e de quase todos os pecados)
casas trepadas umas por cima das outras
casas, sobrados, igrejas, como gente se espremendo pra sair num retrato de revista ou jornal
(vaidade das vaidades! diz o Eclesiastes)
igrejas gordas (as de Pernambuco são mais magras)
toda a Bahia é uma maternal cidade gorda
como se dos ventres empinados dos seus montes
dos quais saíram tantas cidades do Brasil
inda outras estivessem para sair
ar mole oleoso
cheiro de comida
cheiro de incenso
cheiro de mulata
bafos quentes de sacristias e cozinhas
panelas fervendo
temperos ardendo
o Santíssimo Sacramento se elevando
mulheres parindo
cheiro de alfazema
remédios contra sífilis
letreiros como este:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo
(Para sempre! Amém!)
automóveis a 30$ a hora
e um ford todo osso sobe qualquer ladeira
saltando pulando tilintando
pra depois escorrer sobre o asfalto novo
que branqueja como dentadura postiça em terra encarnada
(a terra encarnada de 1500)
gente da Bahia! preta, parda, roxa, morena
cor dos bons jacarandás de engenho do Brasil
(madeira que cupim não rói)
sem rostos cor de fiambre
nem corpos cor de peru frio
Bahia de cores quentes, carnes morenas, gostos picantes
eu detesto teus oradores, Bahia de Todos os Santos
teus ruisbarbosas, teus otaviosmangabeiras
mas gosto das tuas iaiás, tuas mulatas, teus angus
tabuleiros, flor de papel, candeeirinhos,
tudo à sombra das tuas igrejas
todas cheias de anjinhos bochechudos
sãojões sãojosés meninozinhosdeus
e com senhoras gordas se confessando a frades mais magros do que eu
O padre reprimido que há em mim
se exalta diante de ti Bahia
e perdoa tuas superstições
teu comércio de medidas de Nossa Senhora e de Nossossenhores do Bonfim
e vê no ventre dos teus montes e das tuas mulheres
conservadores da fé uma vez entregue aos santos
multiplicadores de cidades cristãs e de criaturas de Deus
Bahia de Todos os Santos
Salvador
São Salvador
Bahia
Negras velhas da Bahia
vendendo mingau angu acarajé
Negras velhas de xale encarnado
peitos caídos
mães das mulatas mais belas dos Brasis
mulatas de gordo peito em bico como pra dar de mamar a todos os meninos do Brasil.
Mulatas de mãos quase de anjos
mãos agradando ioiôs
criando grandes sinhôs quase iguais aos do Império
penteando iaiás
dando cafuné nas sinhás
enfeitando tabuleiros cabelos santos anjos
lavando o chão de Nosso Senhor do Bonfim
pés dançando nus nas chinelas sem meia
cabeções enfeitados de rendas
estrelas marinhas de prata
tetéias de ouro
balangandãs
presentes de português
óleo de coco
azeite-de-dendê
Bahia
Salvador
São Salvador
Todos os Santos
Tomé de Sousa
Tomés de Sousa
padres, negros, caboclos
Mulatas quadrarunas octorunas
a Primeira Missa
os malês
índias nuas
vergonhas raspadas
candomblés santidades heresias sodomias
quase todos os pecados
ranger de camas-de-vento
corpos ardendo suando de gozo
Todos os Santos
missa das seis
comunhão
gênios de Sergipe
bacharéis de pince-nez
literatos que lêem Menotti del Picchia e Mário Pinto Serpa
mulatos de fala fina
muleques
capoeiras feiticeiras
chapéus-do-chile
Rua Chile
viva J. J. Seabra morra J. J. Seabra
Bahia
Salvador
São Salvador
Todos os Santos
um dia voltarei com vagar ao teu seio moreno brasileiro
às tuas igrejas onde pregou Vieira moreno hoje cheias de frades ruivos e bons
aos teus tabuleiros escancarados em x (êsse x é o futuro do Brasil)
a tuas casas a teus sobrados cheirando a incenso comida alfazema cacau.

terça-feira, setembro 05, 2017

Auguste Comte, o pai do positivismo, morreu há 160 anos

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 - Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, que trabalhou intensamente na criação de uma filosofia positiva.

domingo, março 15, 2015

Gilberto Freyre nasceu há 115 anos

Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 - Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor.
É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Recebeu da Rainha Isabel II o título de Sir, sendo um dos poucos brasileiros detentores desta alta honraria da coroa britânica.
O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.


Gilberto Freyre