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quinta-feira, março 28, 2024

O asteroide Palas foi descoberto há duzentos e vinte e dois anos

 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.
   
Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
  
História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: antes deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter e Olbers havia encontrado um segundo objeto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.
  
Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita
  
Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteroide Palas.
   

domingo, março 10, 2024

Os anéis do planeta Úrano foram descobertos há 47 anos

Sistema de anéis e satélites de Úrano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites
   
Os anéis de Úrano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se céticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Úrano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são oticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Úrano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Úrano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e oticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).
  

terça-feira, fevereiro 13, 2024

Notícia sobre meteorito enigmático achado no deserto do Saara...

Um objeto com 4500 milhões de anos enterrado no Saara desafia teorias sobre o Sistema Solar

 

 

Megacristal de piroxena retroiluminado no Erg Chech 002

 

Um meteorito revolucionário, o Erg Chech 002, descoberto em Erg Chech, região desértica no sul da Argélia, está a desafiar as teorias existentes sobre a formação do nosso Sistema Solar.

Em maio de 2020, foram encontradas no mar de areia de Erg Chech, uma região cheia de dunas do deserto do Saara, no sul da Argélia, rochas invulgares que continham uns peculiares cristais esverdeados.

Examinadas de perto, as rochas mostraram ser provenientes do espaço exterior: fragmentos de detritos com milhares de milhões de anos de antiguidade, vestígios dos primórdios do Sistema Solar.

Segundo o El Confidencial, estas rochas eram partes de um meteorito conhecido como Erg Chech 002, a rocha vulcânica mais antiga alguma vez encontrada, tendo sido fundida há muito tempo no interior de algum antigo protoplaneta já desaparecido.

Um novo estudo, publicado a semana passada na Nature Communications, usou isótopos de chumbo e urânio para determinar a sua idade: estima-se que esta rocha espacial tenha 4,565 mil milhões de anos, com uma margem de erro de 120.000 anos - o que a torna um dos objetos espaciais datados com mais precisão.

O Erg Chech 002 é um “acondrito não agrupado“, um tipo de rocha espacial que não se encaixa em nenhum dos grupos conhecidos de meteoritos.

Os acondritos são rochas formadas a partir de planetesimais fundidos, que são os aglomerados sólidos na nuvem de poeira e gás que formou o Sistema Solar.

A maioria dos acondritos pertence a grupos conhecidos, frequentemente associados a corpos parentais específicos, como Vesta 4, um dos maiores asteroides do Sistema Solar. No entanto, os corpos parentais de acondritos não agrupadas como o Erg Chech 002 permanecem desconhecidos.

 Para os cientistas que estudam a formação do Sistema Solar, o Alumínio-26 é particularmente importante. Este isótopo radioativo decai ao longo do tempo e é útil para datar eventos, especialmente nos primeiros quatro a cinco milhões de anos do Sistema Solar.

Acredita-se também que o o Alumínio-26 tenha sido a principal fonte de calor no início do Sistema Solar, afetando a fusão de rochas primitivas que mais tarde se agruparam para formar planetas.

O Alumínio-26 sozinho não pode fornecer uma idade absoluta em anos, uma vez que decai relativamente depressa. Mas quando combinado com isótopos de urânio de vida longa (Urânio-235 e Urânio-238), é possível obter uma imagem mais precisa. Estes isótopos de urânio decaem em diferentes isótopos de chumbo (Chumbo-207 e Chumbo-206), fornecendo uma datação mais precisa.

O estudo descobriu que o Erg Chech 002 tem uma quantidade invulgarmente grande de Chumbo-206 e Chumbo-207, bem como quantidades significativas de Urânio-238 e Urânio-235 não decompostos. Estas medições ajudaram a determinar com precisão a idade da rocha.

 

 

Além disso, quando comparado com outros grupos de acondritos, os autores do estudo descobriram que o corpo parental do Erg Chech 002 se formou provavelmente a partir de matéria com três a quatro vezes mais Alumínio-26 do que o corpo parental de outro grupo de acondritos chamado “angritos”.

Isto sugere que o Alumínio-26 não foi distribuído uniformemente no início do Sistema Solar, desafiando assim as teorias existentes.

O nosso Sistema Solar formou-se há cerca de 4.500 milhões de anos, a partir de uma imensa nuvem de gás e poeira. Entre os muitos elementos desta nuvem encontrava-se o alumínio, que se apresentava de duas formas.

A primeira é a forma estável, o Alumínio-27. A segunda é o Alumínio-26, um isótopo radioativo produzido principalmente pela explosão de estrelas, que com o tempo decai em Magnésio-26.

A presença do Alumínio-26 nos primórdios do Universo, sobretudo nos primeiros quatro ou cinco milhões de anos de vida do Sistema Solar, torno-o um elemento útil aos cientistas para datar eventos cósmicos.

O estudo do Erg Chech 002, que coloca em causa a ideia até agora aceite de que o Alumínio-26 se encontrava distribuído de forma uniforme no Sistema Solar, melhora o nosso conhecimento das fases iniciais de desenvolvimento dos sistemas planetários e da história geológica de planetas em formação.

 

in ZAP

domingo, fevereiro 11, 2024

Mais uma variante de uma teoria da origem da vida na Terra...

Relâmpagos resultantes de erupções vulcânicas podem ter estado na origem da vida na Terra

 

 

 
Uma série de relâmpagos resultantes de erupções vulcânicas, nos primórdios do planeta, podem ter provocado vida na Terra, ao fornecerem o nitrogénio fundamental.
 
Um novo estudo a rochas vulcânicas, publicado esta segunda-feira na PNAS, detetou grandes quantidades de compostos de azoto que terão sido formados por relâmpagos vulcânicos.
O cientistas sugerem que tal fenómeno poderá ter fornecido o nitrogénio necessário para a evolução das primeiras formas de vida.
Como explica a New Scientist, o nitrogénio é um componente essencial dos aminoácidos que são encadeados para fazer as proteínas das quais a vida depende.

Apesar da abundância de nitrogénio, na atmosfera, as plantas não conseguem dar-lhe utilidade, ao contrário do que acontece, por exemplo, com o dióxido de carbono. Em vez disso, as plantas obtêm grande parte do seu azoto através bactérias que são capazes de “fixar” o gás, convertendo-o em compostos de azoto.

Contudo, uma vez que as bactérias capazes de fixar nitrogénio não existiam, quando a vida surgiu pela primeira vez, é provável que, naquele período, tenha havido uma fonte não biológica de nitrogénio.

   

A teoria do “relâmpago vulcânico”

Em 1950, a icónica experiência de Miller-Urey já tinha mostrado que os relâmpagos na atmosfera primitiva da Terra poderiam ter produzido compostos de nitrogénio, incluindo aminoácidos.

Agora, os investigadores “de 2024” teorizam que os relâmpagos resultantes das erupções vulcânicas poderão ter sido uma das fontes de vida.

Rochas vulcânicas recolhidas no Peru, Turquia e Itália surpreenderam pelas grandes quantidades de nitratos, nalgumas camadas.

Apesar de uma análise isotópica dos fragmentos ter revelado que os nitratos eram de origem atmosférica e não vulcânica, o líder da investigação acha que as quantidades eram demasiado grandes para terem sido criadas por relâmpagos durante tempestades.

“Foi a quantidade que realmente surpreendeu. É realmente massiva. Há muitos relâmpagos quando há erupções vulcânicas massivas”, explica Slimane Bekki, investigador da Universidade Sorbonne, de Paris. “Olhando para as diferentes possibilidades, a mais provável é a de um relâmpago vulcânico“.

   
in ZAP

sábado, fevereiro 03, 2024

Notícia interessante sobre asteroide, com pistas sobre a formação e evolução do Sistema Solar...

“Bem-vinda a casa”. NASA traz amostras de asteroide para a Terra pela primeira vez

 

Nave espacial OSIRIS-REx da NASA em visita ao asteroide Bennu

 

A NASA conseguiu este domingo, pela primeira vez na sua história, trazer para a Terra uma amostra de um asteroide, que poderá proporcionar informações únicas sobre a origem da vida e a formação do sistema solar.

A cápsula da NASA que contém as amostras do asteroide Bennu aterrou às 08.52 locais (15.52 em Lisboa) de 24.09.2023, no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.

Foi a primeira vez que a agência espacial dos Estados Unidos conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas em quantidade mínima.

A missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, esperava ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com maior certeza quando a cápsula fosse aberta.

Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.

O asteroide Bennu é o mais perigoso do Sistema Solar. Já não devemos cá estar para o presenciar, mas sempre podemos marcar no calendário: o dia 24 de setembro de 2182 será o dia em que o asteroide Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.

A probabilidade de colisão é de apenas 0.057% – ou de uma em 11 750. A 24 de setembro de 2182, o Bennu vai ter uma probabilidade de 0.037% de chocar com a Terra, ou seja, uma em cada 2700. Cálculos anteriores apontavam para uma probabilidade de um em 2700 até ao ano 2200.

A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.

“Bem-vinda a casa”, afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.

 

 

A viagem começou em 2016, quando a sonda “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.

Quando a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu, em 2020, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura ao aterrar.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam - coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

 

 

in ZAP

segunda-feira, dezembro 04, 2023

Notícia interessante sobre vulcanismo em Marte...

Marte, um planeta morto? Cientistas descobriram que está geologicamente mais ‘vivo’ do que se pensava

 

Marte, um planeta morto? Cientistas descobriram que está geologicamente mais ‘vivo’ do que se pensava

 

Investigadores identificaram uma zona com quatro mil quilómetros de diâmetro, do tamanho de toda a Europa, que possui atividade vulcânica

Marte é frequentemente descrito como um planeta ‘morto’, por se pensar que está desprovido de atividade geológica há milhares de milhões de anos, mas um artigo publicado na revista científica “Nature Astronomy” aponta que o vulcanismo pode estar bem mais ‘vivo’ do que se julgava.

Os autores do estudo, Adrien Broquet e Jeff Andrews-Hanna, investigadores do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, encontraram provas geofísicas de uma pluma ativa no manto do planeta vermelho.

“Ter uma pluma ativa no manto de Marte é uma mudança de paradigma para a nossa compreensão da evolução geológica do planeta”, enaltece Adrien Broquet.

Em geologia, as plumas são grandes bolhas de rocha quente e flutuantes que se erguem das profundezas de um planeta, atravessam o manto e atingem a crosta. Este fenómeno é responsável por provocar terramotos, falhas geológicas e erupções vulcânicas.

A missão InSight, da NASA, já tinha detetado atividade sísmica em Marte, quando captou registos de dezenas de terramotos numa planície marciana conhecida como Elysium Planitia, uma região onde grandes erupções vulcânicas terão ocorrido ao longo dos últimos 200 milhões de anos.

E foi precisamente na Elysium Planitia que os cientistas descobriram, no subsolo marciano, uma zona com 4 mil quilómetros de diâmetro, do tamanho de toda a Europa e que possui atualmente atividade vulcânica.

Essa pluma gigantesca ativa no manto do planeta vermelho é suficiente para afetar uma área equivalente ao território dos Estados Unidos.

As novas provas geofísicas mostram que, nessa planície marciana, uma erupção vulcânica terá ocorrido há apenas 53 mil anos, o que em termos geológicos é bastante recente.

O vulcanismo está intrinsecamente ligado ao surgimento da vida, uma vez que os movimentos das placas tectónicas moldam a superfície de um planeta e criam um interior dinâmico, o que origina erupções vulcânicas e atividade sísmica.

Esses processos podem derreter gelos de água em Marte e causar inundações na superfície, desencadeando reações químicas que permitam sustentar vida no subsolo. “Os micróbios na Terra florescem em ambientes assim, e isso também pode ser verdade em Marte”, observa Andrews-Hanna.

 

in MSN Notícias

sexta-feira, novembro 17, 2023

O impacto que deu origem à nossa Lua ainda tem vestígios no interior do nosso planeta...

Pedaços do antigo planeta Theia podem estar enterrados no manto da Terra

 

 

Conceito artístico da colisão de um corpo celeste semelhante a Theia com a Terra

 

Uma nova descoberta pode vir a confirmar a teoria do “impacto gigante” para a formação da Lua. Partes do planeta Theia, cujo impacto com o nosso planeta terá formado a Lua, poderão ainda existir em regiões densas no manto terrestre.

Um estudo publicado, esta quarta-feira, na Nature, sugere que vestígios de um antigo planeta chamado Theia possam estar escondidos no manto da Terra.

A confirmar-se, tal descoberta vem reforçar a teoria de que um planeta do tamanho de Marte, denominado Theia, colidiu com a Terra há 4,5 mil milhões de anos, tendo, a partir dos destroços resultantes, formado a Lua.

Há muito que os investigadores conhecem duas regiões anómalas no manto da Terra: uma sob África e outra sob Oceano Pacífico.

Ambas as regiões, conhecidas como “grandes províncias de baixa velocidade de corte” (LLVPs), exibem características únicas em comparação com o resto do manto. Ali, por exemplo, as ondas sísmicas passam por elas mais lentamente, o que sugere que são regiões mais densas.

Foram feitas várias simulações, para examinar o comportamento dos restos de Theia, após a colisão. A conclusão é que as rochas do manto de Theia teriam derretido e assentado na fronteira entre o manto e o núcleo da Terra, eventualmente agrupando-se nas LLVPs.

Sendo impossível confirmar a teoria diretamente, através de escavações seja (devido à profundidade extrema), a equipa baseou-se em sinais químicos de material quente emergindo dos blocos.

Os investigadores encontraram vestígios semelhantes a vestígios que encontraram na Lua, mas incomuns na Terra.

“Este impacto gigante que formou a Lua é talvez um dos fatores mais importantes para explicar por que a Terra é tão diferente de qualquer outro planeta rochoso que encontrámos. [O impacto] mudou a atmosfera, mudou a crosta, mudou o manto, mudou o núcleo”, disse o líder da investigação, Qian Yuan, citado pela New Scientist.

 

in ZAP

quinta-feira, novembro 09, 2023

Carl Sagan nasceu há 89 anos...


Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.

Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, tal como ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
 
Obra
Com a sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada numa premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e Um Mundo Infestado de Demónios.
Escreveu ainda o romance de ficção científica Contacto, que foi levado para o cinema, posteriormente à sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente pela sua esposa e colaboradora, Ann Druyan, e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea das suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.
 
Trabalho científico
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes das suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar e que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito de estufa em Vénus e a descoberta das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
 
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por excecionais feitos científicos, por feitos no Programa Apollo e duas vezes a distinção por Serviços Públicos, bem como o Prémio de Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana, o Prémio de Beneficência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”, o Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética, o Prémio Masursky da Sociedade Astronómica Norte-Americana, o prémio Pulitzer de literatura, em 1978, pelo seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, pela sua série Cosmos. Em sua homenagem, o asteróide 2709 Sagan ficou com o seu nome.

quinta-feira, setembro 14, 2023

Notícia que a resposta a uma pergunta que muitos alunos fazem sobre o núcleo terrestre...

Por que o núcleo da Terra é mais quente que a superfície do Sol, mas é sólido?

  

   

Apesar de ser mais quente do que a superfície do sol, o núcleo interno da Terra é sólido devido à imensa pressão exercida pelas sucessivas camadas superiores no interior do planeta.

O núcleo da Terra, uma esfera metálica com aproximadamente 2.400 quilómetros de largura, está sujeito a pressões de cerca de 350 gigapascais, equivalentes a mais de três milhões de vezes a pressão atmosférica ao nível do mar.

Esta colossal pressão é suficiente para converter uma mistura de ferro, níquel e outros elementos de líquido para sólido.

Os cientistas descobriram que a temperatura na superfície do núcleo interno da Terra é de 5.700 a 6.200 ºC.

O facto de o núcleo interno da Terra ser sólido pode parecer contraditório, uma vez que os materiais, a altas temperaturas, geralmente passam de estado sólido para líquido, e de líquido para gasoso.

No entanto, da mesma forma como a água ferve a temperaturas mais baixas em altitudes mais elevadas devido à redução da pressão do ar, a pressão aumentada pode elevar a temperatura à qual uma substância funde, explica o IFLS.

Os cientistas determinam a temperatura na fronteira do núcleo interno sólido e do núcleo externo líquido calculando a pressão nesse ponto e estimando quão quentes os metais do núcleo podem ser, mantendo-se ainda sólidos.

   

  

Devido à falta de medições diretas, estas estimativas variam, mas uma desvio de 10% é considerado insignificante ao lidar com condições tão extremas.

Além disso, especula-se que o núcleo interno está a expandir-se lentamente, porque o núcleo está gradualmente a arrefecer à medida que a concentração de elementos radioativos que o aquecem diminui, fazendo com que partes do núcleo externo solidifiquem.

No entanto, não é absolutamente certo que o núcleo interno seja verdadeiramente sólido, devido à semelhança na forma como as vibrações viajam através de sólidos e líquidos extremamente viscosos.

Alguns cientistas avançam a hipótese de que, se o núcleo interno for de facto um líquido altamente viscoso.

Essa viscosidade poderia contribuir para o campo magnético do planeta e explicar por que motivo as ondas sísmicas demoram mais tempo a viajar, pelo interior da Terra, nas regiões equatoriais do que nas regiões polares.

 

in ZAP

quarta-feira, agosto 30, 2023

O astrónomo Fred Whipple morreu há dezanove anos...

 
Fred Lawrence Whipple
(Red Oak, 5 de novembro de 1906 - Cambridge (Massachusetts), 30 de agosto de 2004) foi um astrónomo norte-americano.
Nasceu em 1906 em Red Oak, em uma quinta do estado norte-americano de Iowa. Formou-se na Universidade da Califórnia.
Participou do grupo que determinou a órbita do planeta Plutão então recém-descoberto, quando fazia o doutoramento na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Whipple trabalhou na Universidade de Harvard de 1931 até 1977. Dirigiu o Observatório Astrofísico do Instituto Smithsonian (Smithsonian Astrophysical Observatory) de 1955 até 1973.
Utilizando em 1930 de um novo método de fotografar cometas, Whipple conseguia determinar as trajetórias dos cometas com maior precisão, concluindo que todos os cometas que havia observado eram constituídos de material frágil.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Whipple inventou um esquema para enganar os radares dos alemães. Aviões aliados lançavam centenas de fragmentos de papéis de alumínio, dando a falsa impressão que o número de aviões aliados fosse muito maior.
No ano de 1950 Whipple apresentou a ideia de que o núcleo dos cometas era uma bola de gelo impregnadas de fragmentos de rochas e de areia (dirty snowball).
Ele afirmou que as cores dos cometas eram derivadas das camadas de rochas e areia que compunham as bolas de gelo. Este material que estava congelado no núcleo dos cometas, que, ao se aproximarem do Sol, aqueciam e vaporizavam parte do cometa.
Ele também teorizou que a formação da cauda dos cometas era decorrente de partículas que eram originadas de reservatórios congelados no núcleo do cometa.
A suas teorias foram confirmadas em 1986, quando a sonda Giotto, da ESA, Agência Espacial Europeia (European Space Agency) observou a passagem do cometa Halley.
Whipple jubilou-se na Universidade de Harvard em 1977, embora continuasse a participar na vida académica, indo à universidade de bicicleta, isto até aos 90 anos de idade. Na matrícula do seu automóvel podia ler-se a palavra "COMETS."
Fred Whipple faleceu no hospital de Cambridge, em 30 de agosto de 2004, aos 97 anos.
  
    

quinta-feira, agosto 03, 2023

Notícia sobre a idade dos planetas do sistema solar...

Qual é o planeta mais novo do Sistema Solar? E o mais antigo?

 

  

Normalmente, a idade dos corpos astronómicos sólidos é baseada no número de crateras na sua superfície.

Há cerca de cinco mil milhões de anos, estima-se, o Sol começou um comportamento transformador: passou a transformar hidrogénio em hélio no seu núcleo, tornando-se uma estrela de pleno-direito.

Era, na altura, um Sol bebé rodeado por um disco de material — principalmente hidrogénio da nebulosa que formou, mas também moléculas mais complexas. As interações neste disco produziram grãos gelados e poeirentos que cresceram e interagiram com outros.

Simultaneamente, partes gaseificadas deste disco também se podem ter separado do resto. E, a partir deste caos, surgiram planetas, descreve o IFL Science.

O primeiro terá sido Júpiter, daí que se tenha tornado tão grande e forte, muito maior do que qualquer outro planeta. De facto, tem uma massa equivalente a 318 Terras. Devido à sua dimensão, o ponto em torno do qual Júpiter orbita o Sol — não é o centro do Sol, mas apenas fora da sua superfície. Assim, Júpiter nem sequer orbita precisamente o Sol.

Perto de Júpiter, Saturno também começou a crescer, seguido por Neptuno e Úrano. Apesar de na altura os dois últimos já estarem bem encaminhados, Júpiter e Saturno já tinham varrido uma grande parte do gás no Sistema Solar para o exterior.

Durante este tempo, no Sistema Solar interior, quatro planetas rochosos e um planeta anão estavam a emergir dos escombros espalhados. O protoplaneta — condensação de matéria que constitui a fase inicial na evolução de um planeta — rochoso demorou muito mais tempo a emergir, já que dependia da colisões entre dois corpos rochosos.

Marte pode ter atingido o seu tamanho atual rapidamente, mais rápido do que a Terra e Vénus de qualquer forma, mas não é possível apontar o momento exato. Normalmente, a idade dos corpos astronómicos sólidos é baseada no número de crateras na sua superfície, mas os objetos celestes que sofreram alterações da superfície tornam a estimativa complicada.

 

Qual é o planeta mais jovem do Sistema Solar?

Embora faça sentido que Júpiter seja o mais velho com base nos modelos em modelos de formação, não é tão fácil encontrar o mais novo. Há abordagens alternativas, como a necessidade dos planetas de terem a sua massa volumétrica no lugar, assim como de terem propriedades consistentes com as atuais. Entre os mais novos, torna-se uma corrida de dois cavalos entre a Terra e Úrano.

A razão pela qual estes mundos improváveis emergem como os mais jovens tem a ver com o facto de ambos terem sofrido colisões maciças. Por exemplo, é provável que os primórdios da Terra tenham colidido com Theia, um planetóide do tamanho de Marte, e desse acontecimento tenha resultado a Lua. O fenómeno terá acontecido há 4,5 mil milhões de anos.

Já a Lua levou cerca de 200 milhões de anos para se solidificar. A Terra abalada precisaria de um pouco mais de tempo para se tornar o que é hoje, com a formação de oceanos e placas tectónicas, talvez há 3,6 mil milhões de anos.

Entre 3 e 4 mil milhões de anos atrás, Úrano colidiu com um planeta do tamanho da Terra que abalou o seu interior, inverteu-o e criou o campo magnético mais estranho.

Assim, quando se trata de qual é o planeta mais jovem, é preciso definir uma estratégia para chegar a uma conclusão sólida. Para não mencionar, a definição de planeta pode facilmente tornar-se limitativa e controversa, basta pensar no pequeno Plutão.

 

in ZAP

sábado, julho 29, 2023

O planeta Vénus e os seus vulcões...

My God, está cheio de vulcões! Eis o mapa dos 85 mil que há em Vénus

  

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado.

Tem interesse nos relatos recentes de erupções vulcânicas em Vénus?

Se é esse o caso, os cientistas planetários Paul Byrne e Rebecca Hahn da Universidade de Washington em St. Louis querem que se utilize o seu novo mapa de 85.000 vulcões em Vénus para ajudar a localizar o próximo fluxo de lava ativo.

O seu estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

“Este artigo científico fornece o mapa mais completo de todas as construções vulcânicas em Vénus alguma vez compilado”, disse Byrne, professor associado de ciências da Terra e planetárias.

“Fornece aos investigadores uma base de dados extremamente valiosa para a compreensão do vulcanismo naquele planeta – um processo planetário chave, mas para Vénus é algo sobre o qual sabemos muito pouco, apesar de ser um mundo do mesmo tamanho que o nosso”.

Byrne e Hahn utilizaram imagens de radar da missão Magellan da NASA a Vénus para catalogar vulcões em Vénus a uma escala global. A sua base de dados resultante contém 85.000 vulcões, dos quais cerca de 99% têm menos de 5 km em diâmetro.

“Desde a missão Magellan da NASA na década de 1990 que temos muitas questões importantes sobre a geologia de Vénus, incluindo as suas características vulcânicas”, disse Byrne.

“Mas com a recente descoberta de vulcanismo ativo em Vénus, compreender exatamente onde os vulcões estão concentrados no planeta, quantos são, quão grandes são, etc., torna-se ainda mais importante – especialmente porque teremos novos dados sobre Vénus nos próximos anos”.

 

 

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado

 

“Tivemos a ideia de elaborar um catálogo global porque ninguém o tinha feito a esta escala antes”, disse Hahn, estudante de ciências da Terra e planetárias na Universidade de Washington, autora principal do novo artigo científico.

“Foi enfadonho, mas eu tinha experiência na utilização do software ArcGIS, que foi o que usei para construir o mapa. Essa ferramenta ainda não existia quando estes dados foram disponibilizados na década de 1990″.

“As pessoas na altura desenhavam círculos, à mão, em torno dos vulcões, quando agora o posso fazer no meu computador”.

“Esta nova base de dados vai permitir aos cientistas pensar onde mais procurar evidências de atividade geológica recente”, disse Byrne, docente do Centro McDonnell para Ciências Espaciais da mesma universidade.

“Podemos fazê-lo quer através da pesquisa de dados da Magellan, já com décadas de existência (como o novo artigo científico fez), quer analisando dados futuros e comparando-os com os da Magellan“.

 

 

Sapas Mons, um grande vulcão em Marte, tem cerca de 400 km em diâmetro - foi observado pela sonda Magellan 

 

O novo estudo de Byrne e Hahn inclui análises detalhadas sobre onde se encontram os vulcões, onde e como estão agrupados e como as suas distribuições espaciais se comparam com as propriedades geofísicas do planeta, tais como a espessura da crosta.

No seu conjunto, este trabalho fornece a compreensão mais abrangente das propriedades vulcânicas de Vénus – e talvez do vulcanismo de qualquer mundo até agora.

Isto porque, embora saibamos muito sobre os vulcões na Terra que se encontram em terra, é provável que ainda existam muitos por descobrir sob os oceanos. Na ausência de oceanos, toda a superfície de Vénus pode ser vista com imagens de radar da Magellan.

Embora existam vulcões em quase toda a superfície de Vénus, os cientistas encontraram relativamente menos vulcões na faixa dos 20-100 km de diâmetro, que deduzem ser em função da disponibilidade de magma e do ritmo de erupções.

Byrne e Hahn também quiseram observar de perto os vulcões mais pequenos em Vénus, aqueles com menos de 5 km de diâmetro que foram ignorados por caçadores de vulcões anteriores.

“São a característica vulcânica mais comum no planeta: representam cerca de 99% do seu conjunto de dados”, disse Hahn.

“Analisámos a sua distribuição utilizando diferentes estatísticas espaciais para descobrir se os vulcões estão agrupados em torno de outras estruturas em Vénus, ou se estão agrupados em certas áreas“.

 

 

Os vulcões mais pequenos à superfície de Vénus – como os agrupados aqui – são mais difíceis de detetar, mas constituem cerca de 99% das construções vulcânicas rastreadas numa nova e abrangente base de dados de vulcões por cientistas da Universidade de Washington. Estes vulcões foram observados pela sonda espacial Magellan

 

O novo conjunto de dados sobre os vulcões de Vénus está alojado na Universidade de Washington e disponível livremente para a consulta por outros cientistas.

“Já sabemos de colegas que descarregaram os dados e que estão a começar a analisá-los – que é exatamente o que nós queremos“, disse Byrne.

“Outras pessoas vão levantar novas perguntas que nós não levantámos, sobre a forma, tamanho, distribuição dos vulcões, tempo de atividade em diferentes partes do planeta, etc. Estou entusiasmado por ver o que eles conseguem descobrir com a nova base de dados”!

E se 85.000 vulcões em Vénus parece ser um grande número, Hahn disse que na realidade é conservador. Ela pensa que existem centenas de milhares de características geológicas adicionais que têm algumas propriedades vulcânicas. São apenas demasiado pequenas para serem detetadas e confirmadas.

“Um vulcão com 1 quilómetro em diâmetro teria 7 pixéis nos dados da Magellan, o que é realmente difícil de ver“, disse Hahn. “Mas com uma resolução melhorada, poderíamos ser capazes de resolver essas estruturas”.

E é exatamente esse tipo de dados que as futuras missões a Vénus vão obter na década de 2030.

“A NASA e a ESA vão cada uma enviar uma missão a Vénus na década de 2030 para obter imagens de radar de alta resolução da superfície”, disse Byrne. “Com essas imagens, poderemos procurar aqueles vulcões mais pequenos que prevemos que existam.

“Esta é uma das descobertas mais excitantes que fizemos em Vénus – com dados que têm décadas!”, disse Byrne. “Mas há ainda um grande número de questões que temos sobre Vénus que não podemos responder, para as quais temos de alcançar as nuvens e a superfície.

“Estamos apenas a começar”, disse.

 

in ZAP

terça-feira, julho 25, 2023

Obviamente que há vulcanismo ativo em Vénus...

Descoberto um vulcão ativo em Vénus

Maat Mons é apresentado nesta perspetiva tridimensional, gerada por computador, da superfície de Vénus

 

A superfície de Vénus tem muitos vulcões, mas até agora não tinham sido encontradas provas de atividade vulcânica recente. Contudo, uma nova análise de dados recolhidos há três décadas revela fortes indícios de erupção.

Foram observadas, pela primeira vez na superfície de Vénus, evidências geológicas diretas de atividade vulcânica recente.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisarem imagens de radar tiradas há mais de 30 anos, na década de 90, pela missão Magellan da NASA. As imagens revelaram uma fissura vulcânica que mudou de forma e aumentou significativamente de tamanho em menos de um ano.

O estudo da Universidade do Alasca, nos Estados Unidos, liderado por Robert Herrick, revelou a existência de um respiradouro no vulcão Maat Mons de 2,2 quilómetros quadrados, que mudou de forma e cresceu durante oito meses em 1991.

De acordo com a equipa, os resultados do estudo, publicados esta semana na Science, apontam para que haja em Vénus atividade vulcânica contínua.

Quando ocorrem tais mudanças na Terra é sinal de atividade vulcânica – quer por uma erupção no respiradouro, quer pelo movimento do magma por baixo dele, que provoca o colapso e a expansão das paredes do respiradouro.

“A seleção da missão VERITAS pela NASA inspirou-me a procurar por atividade vulcânica recente nos dados da Magellan”, disse Robert Herrick, professor na Universidade do Alaska, em Fairbanks, e membro da equipa científica da VERITAS, que liderou a pesquisa dos dados de arquivo.

Não esperava realmente ter sucesso, mas após cerca de 200 horas de comparação manual das imagens de diferentes órbitas da Magellan, vi duas imagens da mesma região, tiradas com oito meses de intervalo, exibindo alterações geológicas provocadas por uma erupção”, acrescenta o investigador, em nota publicada pela universidade.

Os dados de altitude para as regiões Maat Mons e Ozza Mons, na superfície de Vénus, podem ser vistos à esquerda, com a área de estudo indicada pela caixa preta - à direita estão as observações da Magellan antes (A) e depois (B) da ampliação da fissura de Maat Mons, com possíveis novos fluxos de lava após um evento eruptivo

 

As imagens utilizadas para a investigação foram obtidas pela sonda espacial Magalhães, da NASA, que chegou a Vénus em 10 de agosto de 1990 e, durante a sua missão, obteve quase mil imagens, que, com as novas tecnologia, foram novamente analisadas.

Durante a missão, a sonda utilizou o radar para obter imagens da superfície de Vénus a partir de diferentes órbitas, olhando para alguns locais duas ou três vezes ao longo de dois anos, incluindo áreas mais tarde identificadas como possíveis locais de atividade vulcânica.

A equipa concentrou-se numa região de Vénus que inclui dois dos maiores vulcões do planeta, o Ozza e Maat Mons, comparáveis em volume aos maiores vulcões da Terra, mas com declives mais baixos, pelo que estão mais expandidos.

Herrick comparou uma imagem de meados de fevereiro de 1991 com uma de meados de outubro desse ano e notou uma alteração numa abertura no lado norte, que tinha passado de uma formação circular de cerca de 2,2 quilómetros quadrados para uma forma irregular de cerca de 4 quilómetros quadrados.

A segunda imagem indicava também que as paredes da chaminé se tinham tornado mais curtas e que a esta estava quase cheia até à borda.

Os investigadores acreditam que formou-se um lago de lava na chaminé durante os oito meses entre as imagens, embora se desconheça se o conteúdo era líquido ou se tinha arrefecido e solidificado. As alterações nas paredes do respiradouro poderiam estar associadas a um colapso no vulcânico, provocado por um terramoto.

No entanto, a equipa sublinhou que quedas desta magnitude nos vulcões da Terra foram sempre acompanhadas por erupções vulcânicas.

A superfície de Vénus é geologicamente jovem e as estimativas quanto ao número de erupções são especulativas e variam, disse Herrick. Agora é possível “dizer que Vénus é ativa a nível vulcânico, no sentido de que há pelo menos algumas erupções por ano”, indicou.

“É de esperar que as próximas missões a Vénus observem novos fluxos vulcânicos que ocorreram desde que a missão de Magalhães terminou há três décadas e devemos ver alguma atividade à medida que as próximas duas missões orbitais recolherem imagens”, concluiu.

 

 O legado da Magellan

Herrick e o resto da equipa da VERITAS estão ansiosos por ver como o conjunto de instrumentos científicos avançados e os dados de alta resolução da missão irão complementar a notável coleção de imagens de radar da Magellan, que transformou o conhecimento da humanidade sobre Vénus.

Vénus é um mundo enigmático e a Magellan sugeriu tantas possibilidades”, disse Jennifer Whitten, investigadora adjunta principal da VERITAS na Universidade de Tulane, em Nova Orleães.

“Agora que estamos muito certos de que o planeta sofreu uma erupção vulcânica há apenas 30 anos, esta é uma ante-visão das incríveis descobertas que a VERITAS irá fazer”, acrescentou.

A VERITAS vai utilizar um radar de abertura sintética topo-de-gama para criar mapas globais em 3D e um espectrómetro no infravermelho próximo para descobrir de que é feita a superfície.

A sonda também irá medir o campo gravitacional do planeta para determinar a estrutura do interior de Vénus. Juntos, os instrumentos vão fornecer pistas sobre os processos geológicos passados e presentes do planeta.

E enquanto os dados da Magellan eram originalmente complexos de estudar, os dados da VERITAS estarão disponíveis online para a comunidade científica. Isso permitirá aos investigadores aplicar técnicas de ponta, como a aprendizagem de máquina, para analisar o planeta e ajudar a revelar os seus segredos mais íntimos.

 

in ZAP

terça-feira, julho 04, 2023

A sonda Mars Pathfinder (com a mini-sonda Sojourner...) poisou em Marte há 26 anos

Pathfinder e Sojourner no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em outubro de 1996
    
A Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte, auxiliado por um para-quedas supersónico, que reduziu a sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para diminuir o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997, na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O local exato do aterragem foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 - 1996).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder foi a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery, um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.
     

Sojourner
      
in Wikipédia

quarta-feira, março 29, 2023

O asteroide Vesta foi descoberto há 216 anos

Vesta fotografado pela sonda Dawn, a 24 de julho de 2011, a uma distância de 5.200 km
    
Vesta (formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers a 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado na cintura de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum da superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é, ocasionalmente, visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita de Vesta para uma exploração de um ano.
      

terça-feira, março 28, 2023

Palas foi descoberto há duzentos e vinte e um anos

 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.
   
Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
  
História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: antes deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter e Olbers havia encontrado um segundo objeto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.
  
Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita
  
Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteroide Palas.