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sexta-feira, março 15, 2024

Bukharin foi executado há 86 anos...

    
Nikolai Ivanovich Bukharin (Moscovo, 9 de outubro de 1888 – Moscovo, 15 de março de 1938) foi um revolucionário e intelectual bolchevique e mais tarde um político soviético.
   
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Ocupou importantes cargos políticos no Partido: 1917-1934, membro do Comité Central; 1918-1929, redator-chefe do Pravda; 1924-1929, membro do Politburo do Partido Comunista, integrado apenas por cinco pessoas; 1926-1929, presidente do Comité Executivo do Komintern.
Liderou a ala dos Comunistas de Esquerda dentro do Partido Comunista, tendo sido também o criador da NEP, a Nova Política Económica, sendo depois um dos políticos mais influentes na União Soviética, criticando sempre a crescente burocracia do estado e defendendo uma "alternativa programática viável" para o estalinismo.
Após a morte de Lenine, de início tomou partido por Estaline contra Trotski e a Oposição de Esquerda, mas, a partir de 1928, foi considerado por Estaline como possível rival e presumível líder da oposição de direita, razão pela qual foi afastado do poder em 1929.
Mais tarde, depois de uma reconciliação formal, recebeu o lugar de redator-chefe do Izvestia (1934).
No entanto, em 1937, foi preso e um ano mais tarde, em 1938, foi condenado à morte, no terceiro processo de Moscovo, e executado nesse mesmo ano.
A sua linha de pensamento dentro do marxismo determinava que o melhor caminho para o socialismo seria uma política gradualista.
Em 1988, durante a era de Mikhail Gorbachev, foi reabilitado jurídica e politicamente.
     

terça-feira, março 05, 2024

O Massacre de Katyn foi aprovado por Estaline há 84 anos - e a Rússia não aprendeu nada...

 Memorial ao Massacre de Katyn

O Massacre de Katyn (em polaco zbrodnia katyńska) foi uma execução em massa de cidadãos da Polónia ordenada por autoridades da União Soviética em 1940. Estima-se que mais de 22 mil pessoas tenham sido mortas.
Os prisioneiros polacos foram assassinados numa floresta nos arredores da vila de Katyn, em prisões e em diversos outros lugares. Cerca de oito mil vítimas eram militares polacos que  tinham sido aprisionados na invasão soviética da Polónia em 1939, sendo os restante cidadãos polacos presos sob alegações de pertencerem a corpos de serviços de inteligência, espionagem, sabotagem, e também proprietários rurais, advogados, padres etc.

Após a invasão da Polónia, que teve início em 1 de setembro de 1939, a União Soviética declarou, em 17 de setembro de 1939, que o governo polaco não estava mais no controle do seu país. Isto fez com que qualquer acordo diplomático em vigor com o estado polaco fosse cancelado.
Na mesma data (17/09/1939), o Exército Vermelho ocupou o leste da Polónia, conforme previsto no Pacto Molotov-Ribbentrop. A ação foi apontada como afronta pelos governos da Inglaterra e França, que afirmaram responder a ação do exército alemão conforme o Pacto Britânico-Polaco de Defesa e a Aliança Militar Franco-Polaco. Este episódio ficou conhecido como a "traição ocidental".
O Exército Soviético rapidamente avançou ao território polaco e encontrou pouca resistência por parte dos militares locais. Entre 250.000 e 454.700 soldados e polícias polacos foram presos. Após isso, cerca de 250 mil foram libertados e 125 mil foram encaminhados ao Comissariado do Povo de Assuntos Internos soviética, o NKVD. O órgão, num segundo momento, libertou 42.400 soldados de etnia ucraniana e bielorrussa que estavam ao serviço do Exército Polaco. Já os 43 mil soldados detidos que residiam no oeste da Polónia foram entregues à Alemanha.
Em novembro de 1939, o NKVD tinha cerca de 40 mil polacos presos, sendo cerca de 8.500 oficiais e subtenentes, 6.500 polícias e 25 mil soldados e sargentos. Estes foram interrogados através de determinação do Comissário do Povo para Assuntos Internos da URSS, Lavrentiy Beria, que criou um órgão de gestão dos prisioneiros de guerra dentro do NKVD.
O NKVD organizou uma rede de campos de trabalho e pontos de transição de presos polacos através de linhas ferroviárias para o Oeste da União Soviética. Os maiores campos estavam localizados em Kozelsk, Ostashkov e Starobelsk. Prisioneiros também foram encaminhados para Jukhnovo, Yuzhe, Tyotkino, Kozelshchyna, Oranki, Vologda e Gryazovets.
Kozelsk e Starobelsk foram utilizados principalmente para os oficiais militares, enquanto Ostashkov foi utilizado principalmente para guardas, policiais e agentes penitenciários. Também foram detidos intelectuais polacos.
De outubro de 1939 a fevereiro de 1940, os prisioneiros polacos foram submetidos a interrogatórios. O processo de entrevistas determinou quais seriam libertados ou condenados. Em 5 de março de 1940, Estaline e mais três membros do Politburo assinaram a ordem para executar 27.500 polacos, sob acusação de serem contra-revolucionários.
  

Uma das muitas valas comuns em Katyn
 
 
NOTA: numa altura em que  diversos serviços de inteligência referem que o exército ao serviço de um ditador russo fez o mesmo aos ucranianos, era altura de o povo russo recordar os erros do passado...

sábado, março 02, 2024

Um dia triste, para recordar com uma pintura de Miró...

(imagem daqui)
    
A esperança de um homem condenado é uma série de três pinturas de Joan Miró, de 1974, que agora fazem parte da coleção permanente da Fundação Joan Miró, em Barcelona. Durante os últimos anos da Espanha franquista houve algumas decisões judiciais controversas que chocaram o pintor. Miró pintou este tríptico, em referência à esperança do pedido de indulto, pedido pela vida do jovem anarquista Salvador Puig Antich. Esta série lembra diretamente outra de 1968 intitulada Pintura sobre fondo blanco para la celda de un solitario. As obras são o resultado de um processo de dois anos durante o qual Miró fez vários desenhos preparatórios com várias ideias para abordar o desafio. Estes desenhos são preservados na Fundação Miró.
Em fevereiro de 1974, Miró concretizou estas ideias, mas só terminou a obra um mês depois, coincidindo com a execução de outro anarquista.
  

E se canto triste, é para ti, Salvador...

Salvador Puig Antich foi executado, com garrote vil, há cinquenta anos...


Salvador Puig Antich (Barcelona, 30 de mayo de 1948 - Barcelona, 2 de marzo de 1974) fue un anarquista español, activo durante la década de 1960 y comienzos de la de 1970, que murió ejecutado por el régimen franquista tras ser juzgado y condenado a muerte por un tribunal militar, acusado del asesinato en Barcelona del subinspector de la Brigada Político Social, Francisco Anguas Barragán durante un tiroteo que concluyó con la detención de Antich.
   
Familia
Hijo de una familia trabajadora, Salvador era el tercero de seis hermanos. Su padre, Joaquín Puig, había sido militante de Acció Catalana durante la República; exiliado en Francia en el campo de concentración de Argelès-sur-Mer, fue condenado a muerte cuando volvió a España e indultado en el último momento.
    
Juventud
El joven Salvador empezó a estudiar en el colegio religioso La Salle Bonanova hasta que fue expulsado por indisciplina. Después estudió en los Salesianos de Mataró en régimen de internado. A partir de los dieciséis años compaginó el trabajo en una oficina con los estudios nocturnos del Bachillerato en el Instituto Maragall, donde hizo amistad con Javier Garriga y los hermanos Solé Sugranyes (Oriol e Ignacio), todos ellos futuros compañeros del Movimiento Ibérico de Liberación (MIL).
    
Militancia
Los episodios del "Mayo francés" de 1968 y la muerte del estudiante Enrique Ruano en la Dirección General de Seguridad en 1969 fueron decisivos para que Puig Antich decidiera implicarse activamente en la lucha contra la dictadura franquista. Su primera militancia sería en las plataformas de Comisiones Obreras, formando parte de la Comisión de Estudiantes del Instituto Maragall. Ideológicamente, pronto evolucionó hacia posiciones anarquistas, que rechazaban cualquier tipo de dirigismo y jerarquía dentro de las organizaciones políticas y sindicales en la lucha de la clase obrera hacia su emancipación. Tras iniciar estudios universitarios de Ciencias Económicas, hace el servicio militar en Ibiza, donde es destinado a la enfermería del cuartel. Una vez licenciado, se incorpora al Movimiento Ibérico de Liberación (MIL), integrándose en su rama armada, en lucha contra el capitalismo. Los MIL no se consideraron un grupo en la línea del FRAP o ETA. Nunca atentaron contra fuerzas de seguridad ni pusieron bombas.
Puig Antich y sus compañeros se movían con facilidad en el mundo de la lucha clandestina. Puig participa, haciendo de chófer, en las acciones del grupo, que consistían generalmente en atracos a bancos. Los botines se destinaban a financiar las publicaciones clandestinas del grupo. Crearon la revista "CIA" [Conspiración Internacional Anarquista] y la editorial "Mayo 37". También se ofrecieron para ayudar económicamente a huelguistas, pero a éstos les daba miedo recibir un dinero proveniente de los atracos. Viajaban a menudo al sur de Francia, donde se relacionaban con viejos militantes cenetistas.
El 2 de marzo de 1973 un contable de la sucursal del Banco Hispanoamericano de Barcelona resultó herido de gravedad durante un atraco perpetrado por Salvador Puig Antich, Jean Marc Rouillant, José Luis Pons Llobet y Jordi Solé Sugranyes. A partir de entonces la policía creó un grupo especial para desarticular esta banda. La nueva situación creó dudas y contradicciones en el seno del MIL. En agosto de 1973, en una reunión en Francia, la mayoría de sus miembros, descontentos con la trayectoria del grupo, decidieron su disolución. Sin embargo, Puig Antich, los hermanos Solé Sugranyes y José Luis Pons decidieron continuar.
El 15 de septiembre de 1973, en lo que fue el último atraco del MIL, en Bellver de Cerdaña la Guardia Civil detuvo a Oriol Solé y a José Luis Pons, mientras que Jordi Solé consiguió escapar a Francia. Unos días después la policía detuvo a la novia de Pons y a Santi Soler que, al ser interrogado, acabó confesando que tenía una cita el 25 de septiembre con Xavier Garriga en el bar El Funicular. Se preparó un operativo para ese día esperando detener a Garriga. Aunque no se esperaba la presencia de Puig Antich, finalmente los dos anarquistas son abordados. Garriga iba desarmado y no opuso resistencia. Puig se resistía al arresto, por lo que entre los inspectores Bocigas y Santorum y el subinspector Anguas trataron de reducirle con una zancadilla y mediante golpes en la cabeza con la culata de las pistolas. En ese momento le ocuparon una pistola Kommer, calibre 6,35 milímetros, cargada y sin montar. Sin embargo el forcejeo continuó y cinco policías introdujeron a Puig y a Garriga en un portal situado en el número 70 de la calle Girona. En ese momento se escuchó un disparo, que aprovechó Garriga para escapar, aunque fue perseguido por los policías Rodríguez y Algar y atrapado debido a la colaboración ciudadana. Mientras tanto se produjo un tiroteo en el portal donde habían quedado Puig Antich, Bocigas, Anguas y Fernández Santorum, resultando malherido Puig Antich y muerto el subinspector Francisco Anguas Barragán, de 23 años. Según uno de sus compañeros, Puig fue el que disparó contra los policías que le perseguían.
    
Proceso judicial y ejecución
Puig Antich fue encarcelado, acusado de ser el autor de los disparos que causaron la muerte a Anguas Barragán y, posteriormente, juzgado en consejo de guerra y condenado a la pena capital "por la muerte de un funcionario público por razones políticas". Partidos políticos, colectivos de derechos humanos y mandatarios extranjeros, como el Vaticano o el canciller alemán Willy Brandt pidieron su indulto. Los abogados, hermanas y novia de Puig Antich coinciden en afirmar que los partidos y sindicatos tradicionales de oposición no se movilizaron para pedir el perdón del sentenciado y así evitar su muerte o, al menos, buscar postergarla. Salvador pasó su última noche en la celda 443 de la cárcel Modelo de Barcelona, y fue ejecutado mediante garrote vil por el verdugo titular de la Audiencia de Madrid, Antonio López Sierra, en la sala de paquetería de la prisión el 2 de marzo de 1974 a las 9:20 horas de la mañana, certificando su muerte un capitán médico a las 09.40 horas. En muchos países de Europa se organizaron manifestaciones como protesta por la ejecución.
El mismo día, casi simultáneamente y por el mismo método fue ejecutado en Tarragona Georg Michael Welzel (alias Heinz Ches) en lo que se consideró un intento de las autoridades franquistas de distraer la atención respecto a la ejecución de Puig Antich. Puig Antich está enterrado en el Cementerio de Montjuïc.
  
Cine, literatura, teatro, pintura y música
En 1974 mientras Salvador esperaba su ejecución y el mundo se movilizaba para conseguir su indulto, Joan Miró pintó la serie La esperanza del condenado a muerte.
El grupo de teatro Els Joglars produjo en 1977 la obra La torna que trataba sobre la ejecución de Heinz Chez como distracción del caso Puig Antich. Por esa obra el grupo fue sometido a un Consejo de Guerra que generó un fuerte movimiento a favor de la libertad de expresión. Lluís Llach dedicó a su memoria el tema "I si canto trist", que daba título al disco publicado el mismo año 1974. Años más tarde el cantautor participó en la banda sonora de la película Salvador. El también cantautor Joan Isaac compuso en 1976 su tema "A Margalida" en homenaje a Puig Antich y a su compañera. En 2005 Loquillo hizo también una canción dedicada a su memoria en el disco "Mujeres en pie de guerra" llamada "El año que mataron a Salvador".
En 1985, se publicó el primer libro de investigación sobre el tema. "La torna de la torna. Salvador Puig Antich i el MIL", Editorial Empúries, obra del colectivo Carlota Tolosa, integrado por Ramon Barnils, Elisabet Bonshoms, Montse Majench, Xavier Montanyà, Margarida Palomar, Carles Ruiz, Elisabet Sabartés, Rosa Serra, Carles Serrat i Dolors Tubau.
En 2001, el periodista catalán Francesc Escribano escribió el libro Cuenta atrás. La historia de Salvador Puig Antich, en el que cuenta los hechos que llevaron a la ejecución de Puig Antich. En septiembre de 2006, con guion basado en el libro de Escribano, se estrenó la película española Salvador, protagonizada por Daniel Brühl y dirigida por Manuel Huerga. Tanto el libro como la película han recibido fuertes críticas por parte de antiguos militantes del MIL, compañeros de militancia de Salvador, que afirman que ambos vacían de contenido político el personaje de Puig Antich, al tiempo que dignifican falsamente las imágenes de su carcelero, Jesús Irurre, del juez militar que lo condenó y de los miembros de la Brigada Político-Social de la policía franquista.
   

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Cuauhtémoc, último Imperador Asteca, foi executado há 499 anos

 
Cuauhtémoc
(1502 - 26 de fevereiro de 1525), também chamado Cuauhtemotzin ou Guatimozin, foi o último governador Tlatoani Asteca de Tenochtitlán e o último imperador asteca. O seu nome significa "águia que cai" na língua Nahuatl (cuauhtli significa águia; temoc, declinante) pode também ser interpretado como "sol se pondo".
Cuauhtémoc assumiu o poder em 1520, sucedendo Cuitláhuac. Era sobrinho do imperador Moctezuma II e a sua jovem esposa era uma das filhas de Montezuma. Ascendeu ao trono quando a sua cidade estava sendo sitiada pelos espanhóis e devastada por uma epidemia de varíola. Na época, tinha cerca de 18 anos. É provável que, após o massacre do templo principal de Tenochtitlán, poucos capitães astecas restassem.
Em 13 de agosto de 1521, Cuauhtémoc dirige-se ao campo para pedir reforços à decadente Tenochtitlán, após oito dias de contínuos de combate contra os espanhóis. De todos os Nahuas, apenas os Tlatelolcas permaneceram leais, e os Tenochcas sobreviventes procuraram refúgio em Tlatelolco, onde até mesmo as mulheres batalharam. Cuauhtémoc foi capturado enquanto, disfarçado, atravessava o Lago Texcoco. Ele rendeu-se a Hernán Cortés, oferecendo-lhe sua faca e pedindo para ser morto.
Para Cortés não era interessante nesse momento a morte de Cuauhtémoc. Preferia usar a autoridade de um tlatoani, para submeter os nativos aos desígnios do imperador Carlos V e aos seus próprios. E fez isso com sucesso, garantindo que com Cuauhtémoc teria a cooperação dos astecas na limpeza e restauração da cidade. Nos quatro anos de administração espanhola que se seguiram, a ganancia de Cortés por ouro o levou a torturar e matar o último tlatoani asteca

Cuauhtémoc, assim como Tetlepanquetzal (o Tlatoani de Tacuba), foi torturado, tendo seus pés queimados no fogo. Mesmo assim, não deu qualquer informação sobre os tesouros que os espanhóis cobiçavam.

Em 1525 Cortés levou-o em sua viagem a Honduras, talvez porque temesse que Cuauhtémoc liderasse uma insurreição. Algumas crônicas indígenas registram que Cuauhtémoc tentara informar outras cidades sobre as intenções dos conquistadores, durante a viagem, embora não fosse acreditado já que estes também temiam os Astecas. O conquistador espanhol Bernal Diaz de Castilho descreveu uma versão mais elaborada da conspiração. Finalmente, Cortéz ordenou a morte de Cuauhtémoc em 26 de fevereiro de 1525.

Há uma série de discrepâncias nas diversas versões sobre o evento. Segundo o próprio Cortés, um dia antes da execução, Mexicalcingo habitante de Tenochtitlan afirmara que Cuauhtémoc, Coanacoch (tlatoani de Texcoco) e Tetlepanquetzal (tlatoani de Tlacopan) estavam tramando a sua morte. Cortés os interrogou até que confessassem, e depois enforcou Cuauhtémoc, Tetlepanquetzal, Tlacatlec. Cortés escreveu que fez isso como exemplo para quem conspirasse contra ele novamente. Essa versão de Cortés é apoiada pelo historiador Francisco López de Gómara.

Já de acordo com Bernal Díaz del Castillo, um dos homens de Cortés, que registrou suas experiências no livro A Verdadeira História da Conquista da Nova Espanha, a suposta conspiração foi revelada por dois homens, Tapia e Juan Velásquez. Díaz retrata as execuções como injustas, e que não foram baseadas em nenhuma evidência, e que Cortés começou a sofrer de insónias, com o peso na consciência após o cometido.
 

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Sophie Scholl, resistente anti-nazi da rede Rosa Branca, foi guilhotinada há oitenta e um anos...


 
Sophie Magdalena Scholl (Forchtenberg, 9 de maio de 1921Munique, 22 de fevereiro de 1943) era membro da Rosa Branca, movimento da resistência alemã anti-nazi. Foi condenada por traição e executada na guilhotina. É conhecida como uma das poucas alemãs que se opuseram ativamente ao Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial e é também vista como uma mártir.
  
No início do verão de 1942, Sophie Scholl participou da produção e distribuição de panfletos da Rosa Branca, um movimento de inspiração católica. Foi presa em 18 de fevereiro de 1943 enquanto distribuía o 6º panfleto na Universidade de Munique. Os panfletos eram redigidos e depois copiados, sendo, depois, entregues nas caixas de correio das casas de grandes cidades da Baviera (berço do movimento nazi). Esses panfletos continham trechos apocalípticos da Bíblia, para impressionar. Sophie, o seu irmão, Hans Scholl, e mais um universitário, Christoph Probst, foram presos em 18 de fevereiro de 1943, depois de o reitor da universidade de Munique os surpreender distribuindo panfletos no pátio da universidade. A Gestapo prendeu-os, julgou-os e, menos de quatro horas depois de condenados, foram guilhotinados.
Desobedecendo a ordens superiores, os carcereiros deixaram os jovens reencontrarem os seus pais antes de encontrarem o trágico destino dos opositores ao nacional-socialismo, a morte. Os três são hoje tidos como heróis nacionais alemães. É bom lembrar que, entre fevereiro e outubro de 1943, foram mortos ainda mais 50 integrantes do movimento Rosa Branca.
   

   

Monumento de homenagem ao movimento "Rosa Branca", em frente à Universidade Ludwig Maximilian em Munique 
   
Rosa Branca (em alemão: Weiße Rose) foi um movimento anti-nazi da resistência alemã, de inspiração católica, surgido na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Os seus principais membros eram Sophie Scholl, Hans Scholl e Cristoph Probst. Eles foram todos guilhotinados pela Gestapo em 1943 depois de Sophie ser presa com panfletos anti-nazis. Os seus panfletos tinham citações do Apocalipse e frases anti-nazis e eram deixados nas caixas de correio. Em julho de 1943, milhões de cópias do último panfleto da resistência, contrabandeado para o Reino Unido, foram lançadas sobre a Alemanha pelos aviões dos Aliados. Os membros da Rosa Branca, especialmente Sophie, tornaram-se ícones na Alemanha do pós-guerra.
    
Perseguição e resistência
: selo alemão de 1983

 

domingo, fevereiro 18, 2024

Jorge Plantageneta, Duque de Clarence, foi executado há 546 anos

  
Jorge Plantageneta, Duque de Clarence, (Dublin, 21 de outubro de 1449 – Londres, 18 de fevereiro de 1478) foi o terceiro filho de Ricardo, Duque de Iorque, e de Cecily Neville e irmão dos reis Eduardo IV e Ricardo III. Jorge foi elevado a duque de Clarence em 1461 e tornou-se também conde de Warwick e Salisbury em 1471, por via da sua mulher, Isabel Neville, a herdeira de Richard Neville.
Jorge nasceu em Dublin, na altura em que o pai se lançava como candidato à substituição do débil Henrique VI de Inglaterra. Demasiado jovem para acompanhar os primeiros episódios da Guerra das Rosas, Jorge mostrou-se um fervoroso apoiante do irmão, o rei Eduardo IV. Em 1469, Jorge casou-se com Isabel Neville, filha de Richard Neville, Conde de Warwick. Até então o principal conselheiro do rei, Warwick tinha recentemente se afastado de Eduardo IV e desertado para a casa de Lencastre. Jorge apostou a sua sorte com o sogro e apoiou a sua tentativa de rebelião. Quando o plano falhou, ambos fugiram para França e juntaram-se à exilada Margarida de Anjou. A ideia de Jorge era ser ele próprio a substituir Eduardo IV, mas quando Warwick e Margarida de Anjou planearam o casamento de Eduardo de Westminster (herdeiro de Henrique VI) e de Anne Neville, percebeu que nunca seria aceite como alternativa. Então, resolveu regressar à corte e procurar o perdão real. Eduardo IV aceitou-o de volta e após a morte de Warwick, confirmou-o como herdeiro do sogro.
Após a morte de Isabel, em 1476, o ambicioso duque de Clarence procurou o casamento com a herdeira Maria da Borgonha, mas, sem a aprovação de Eduardo IV, o plano falhou. De novo, os irmãos afastaram-se e Jorge começou a conspirar. Em janeiro de 1478, Jorge foi preso na Torre de Londres e declarado fora da lei pelo Parlamento, acusado de conspiração e de traição. Em virtude da sua condição de príncipe, Jorge foi executado em privado, em fevereiro do mesmo ano.
Jorge é também uma personagem principal na peça Ricardo III, de William Shakespeare. Neste drama, é executado por afogamento numa barril de vinho (que a lenda diz ser de Madeira, da casta Malvasia), uma estória que depois se popularizou.
   
  

sábado, fevereiro 17, 2024

Giordano Bruno foi executado há 424 anos...

 

Giordano Bruno (Nola, Reino de Nápoles, 1548 - Roma, Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600) foi um teólogo, filósofo, escritor e ex-frade dominicano italiano, condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) por heresia ao defender erros teológicos, mas não pela defesa do heliocentrismo de Copérnico. É também referido como Bruno de Nola ou Nolano.

        
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Prisão, julgamento e execução
Em Roma, o julgamento de Bruno durou oito anos, durante os quais ele foi preso, por último, na Torre de Nola. Alguns documentos importantes sobre o julgamento estão perdidos, mas outros foram preservados e entre eles um resumo do processo, que foi redescoberto em 1999. As numerosas acusações contra Bruno, com base em alguns de seus livros, bem como em relatos de testemunhas, incluíam blasfémia, conduta imoral e heresia em matéria de teologia dogmática e envolvia algumas das doutrinas básicas da sua filosofia e cosmologia. Luigi Firpo lista estas acusações feitas contra Bruno pela Inquisição Romana:
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica e contestar os seus ministros;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre a Trindade, a divindade de Cristo e a encarnação;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre Jesus como Cristo;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica sobre a virgindade de Maria, mãe de Jesus;
  • sustentar opiniões contrárias à fé católica tanto sobre a transubstanciação quanto a Missa;
  • reivindicar a existência de uma pluralidade de mundos e suas eternidades;
  • acreditar em metempsicose e na transmigração da alma humana em brutos;
  • envolvimento com magia e adivinhação.
  
Giovanni Mocenigo (1558-1623), membro de um das mais ilustres famílias venezianas, encontrou Bruno em Frankfurt em 1590 e convidou-o para ir a Veneza, a pretexto de lhe ensinar mnemotécnica, a arte de desenvolver a memória, em que Bruno era perito. Segundo Will Durant Bruno estava havia muitos anos na lista dos procurados pela Inquisição, ansiosa por prendê-lo por suas doutrinas subversivas, mas Veneza gozava da fama de proteger tais foragidos, e o filósofo sentiu-se encorajado a cruzar os Alpes e regressar. Como Mocenigo quisesse usar as artes da memória com fins comerciais, segundo alguns, ou esperasse obter de Bruno ensinamentos de ocultismo para aumentar seu poder, prejudicar os seus concorrentes e inimigos, segundo outros, Bruno negou-se a ensiná-lo. Segundo Durant, Mocenigo, católico piedoso, assustava-se com "as heresias que o loquaz e incauto filósofo lhe expunha", e perguntou a seu confessor se devia denunciar Bruno à Inquisição. O sacerdote recomendou-lhe esperar e reunir provas, no que Mocenigo assentiu; mas quando Bruno anunciou o seu desejo de regressar a Frankfurt, o nobre denunciou-o ao Santo Ofício. Mocenigo trancou-o num quarto e chamou os agentes da Inquisição para o levarem preso, acusado de heresia. Bruno foi transferido para o cárcere do Santo Ofício de San Domenico de Castello, no dia 23 de maio de 1592.
No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, não abjurou e, no dia 8 de fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam ("Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la").
A execução de sua sentença ocorreu no dia 17 de fevereiro de 1600. Na ocasião teve a voz calada por um objeto de madeira posto na sua boca.
     
Monumento erguido, em 1889, por maçons italianos, no local onde Giordano Bruno foi executado
     

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Abdullah Ocalan, líder do PKK, foi preso há vinte e cinco anos

 
Abdullah Öcalan
(Ömerli, província de Şanlıurfa, 4 de abril de 1949), apelidado de Apo, é um líder independentista curdo, fundador e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, Partiya Karkêren Kurdistan), criado em 1978. Ele é denominado Serok (líder) pelos seus partidários.
Entre 1984 e a sua captura em 1999, Öcalan liderou o movimento guerrilheiro dos nacionalistas curdos, contra o estado turco.
Após ter sido capturado, no Quénia, durante uma operação levada a cabo pelos serviços secretos turcos (MİT), possivelmente em conjunto com a CIA e os serviços secretos israelitas, em 15 de fevereiro de 1999, foi condenado à morte em 29 de junho de 1999 pelas suas atividades separatistas armadas, consideradas como terroristas, principalmente pela Turquia, os EUA e a União Europeia. A pena de morte foi comutada em prisão perpétua em 2002, quando a Turquia declara abolida a pena de morte. Desde então, ele é mantido em regime de isolamento, sendo o único prisioneiro da ilha-prisão de İmralı.
    


NOTA: recordemos apenas que convém distinguir a justa luta dos curdos, para poderem falar a sua língua (e, porque não, a terem direito a um estado e/ou uma região autónoma...) da guerrilha do PKK e do seu sanguinário líder, embora, neste caso, como em muitos outros, o atual estado turco e o seu ditador não se distingam muito dos que perseguem (ou seja ainda pior...).

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Maria I, Rainha da Escócia, foi executada há 437 anos

        
Maria (Linlithgow, Escócia, 8 ou 9 de dezembro de 1542 – Fotheringhay, Inglaterra, 8 de fevereiro de 1587), também conhecida como Maria Stuart ou Maria I, foi a Rainha da Escócia de 14 de dezembro de 1542 até à sua abdicação, em 24 de julho de 1567. Também foi Rainha Consorte da França, como esposa de Francisco II, de 10 de junho de 1559 a 5 de dezembro de 1560.
   
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Maria foi condenada e sentenciada à morte em 25 de outubro, com apenas um comissário expressando uma opinião contrária. Isabel hesitou em ordenar a execução, mesmo enfrentando pressão do Parlamento para que a sentença fosse cumprida. Ela estava preocupada, pois matar uma rainha criaria um precedente desonroso e temia as consequências, especialmente se, em retaliação, Jaime VI da Escócia formasse uma aliança com as potências católicas e invadisse a Inglaterra. Isabel pediu a Paulet que encontrasse um modo clandestino de "encurtar a vida" de Maria, porém ele  recusou dizendo que não queria fazer "da minha consciência um naufrágio, ou deixar tão grande mancha em minha pobre posteridade". Ela assinou o mandato de morte a 1 de fevereiro de 1587 e deixou-o com o seu conselheiro privado Guilherme Davison. Dez membros do conselho privado foram convocados dois dias depois por Cecil, sem o conhecimento da rainha inglesa, decidindo executar a sentença imediatamente.
  
  
Maria soube a 7 de fevereiro de 1587 que seria executada na manhã do dia seguinte. Ela passou as suas últimas horas de vida rezando, distribuindo os seus pertences entre a sua criadagem, escrevendo um testamento e uma carta para ser enviada ao rei da França. Um cadafalso preto foi erguido no grande salão de Fotheringhay. Ele tinha dois ou três degraus de altura e continha um bloco de execução, uma almofada para ela se ajoelhar e três banquinhos, um para ela e os outros dois para Talbot e Henrique Grey, 6.º Conde de Kent, as testemunhas da sua execução. Os carrascos ajoelharam diante dela e pediram perdão. Maria respondeu, "Eu os perdoo com todo o meu coração, pois agora, espero, darão fim a todos os meus problemas". Os carrascos e suas criadas Joana Kennedy e Isabel Curle ajudaram a rainha a tirar as suas vestes externas, revelando uma anágua de veludo e um par de luvas de roxo, as cores litúrgicas católicas do martírio, com um corpete de cetim preto e enfeites também pretos. Ao tirar as vestes ela sorriu e disse que "nunca tive tais noviços antes ... nem nunca despi de minhas roupas diante tal companhia". Maria foi vendada por Kennedy com um véu branco bordado em ouro, se ajoelhou na almofada na frente do bloco, posicionou sua cabeça e esticou os seus braços. As suas últimas palavras foram "In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum" ("Em tuas mãos, Senhor, entrego o meu espírito").
Maria não foi decapitada com um golpe único. O primeiro golpe errou o seu pescoço e atingiu a parte de trás de sua cabeça. O segundo golpe cortou o seu pescoço, exceto por um pequeno pedaço de tendão, que o carrasco cortou com um machado. Em seguida ele levantou a cabeça e declarou: "Deus salve a Rainha!" Nesse momento as tranças vermelhas do cabelo de Maria mostraram-se ser na verdade uma peruca e a sua cabeça caiu no chão, revelando que ela tinha um cabelo grisalho curto.
    
    

Uma câmara de gás foi usada pela primeira vez, numa execução, há um século...

A foto mostra o interior da Casa da Câmara de Gás do Novo México
    
Uma câmara de gás é um dispositivo para matar seres humanos ou animais com gás que consiste em uma câmara fechada na qual um veneno ou gás asfixiante é introduzido. Os agentes tóxicos mais vulgarmente utilizados são cianeto de hidrogénio, dióxido de carbono, mas o monóxido de carbono também têm sido utilizado. As câmaras de gás foram usadas ​​como um método de execução de prisioneiros condenados nos Estados Unidos no início dos anos 20. Durante o Holocausto, foram projetadas câmaras de gás de grande escala para assassinato em massa cometidos pela Alemanha nazi como parte do seu programa de genocídio.
    
Estados Unidos
As câmaras de gás foram utilizadas nos Estados Unidos para executar criminosos, especialmente condenados por assassinatos. A primeira pessoa a ser executada nos Estados Unidos por gás letal foi Gee Jon, em 8 de fevereiro de 1924. Uma tentativa frustrada de bombear gás venenoso diretamente para a sua cela, na Prisão Estadual de Nevada, levou ao desenvolvimento da primeira câmara de gás improvisada, para executar a sentença de morte de Gee. Em 1957, Burton Abbott foi executado enquanto o governador da Califórnia, Goodwin J. Cavaleiro, estava ao telefone para suspender a execução. Desde a restauração da pena de morte nos Estados Unidos, em 1976, onze execuções por câmaras de gás foram realizadas. 
  
in Wikipédia
   
  
Gee Jon (circa 1895 – February 8, 1924) was a Chinese national who was the first person in the United States to be executed by lethal gas. A member of the Hip Sing Tong criminal society from San Francisco, California, Gee was sentenced to death for the murder of an elderly member from another gang in Nevada. An unsuccessful attempt to pump poison gas directly into his cell at Nevada State Prison led to the development of the gas chamber.
      

quarta-feira, fevereiro 07, 2024

Thomas More nasceu há 546 anos

   
Thomas More, Thomas Morus ou Tomás Moro (Londres, 7 de fevereiro de 1478 - Londres, 6 de julho de 1535) foi homem de estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord Chancellor" (Chanceler do Reino - o primeiro leigo em vários séculos) de Henrique VIII da Inglaterra. É geralmente considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado (feito santo da Igreja Católica) em 9 de maio de 1935, sendo a sua festa litúrgica a 22 de junho.
 
(...)
 
A sua trágica morte - condenado à pena capital por se negar a reconhecer Henrique VIII como chefe da Igreja da Inglaterra, é considerada pela Igreja Católica como modelo de fidelidade à Igreja e à própria consciência, e representa a luta da liberdade individual contra o poder arbitrário.
Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi reconhecido como mártir, declarado beato em 29 de dezembro de 1886, por decreto do Papa Leão XIII, e canonizado, em 9 de maio de 1935, pelo Papa Pio XI. O seu dia festivo é 22 de junho.
Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da Igreja. Em 1557 o seu genro, William Roper, escreveu a sua primeira biografia. Desde a sua beatificação e posterior canonização publicaram-se muitas outras.
   

domingo, fevereiro 04, 2024

Dietrich Bonhoeffer nasceu há 118 anos

     
Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 - Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
   
Biografia
Nasceu em Breslau em 4 de fevereiro de 1906, filho de um psiquiatra de classe média alta. Quando jovem decidiu seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, doutorou-se em teologia na Universidade de Berlim e fez um ano de estudos no Union Theological Seminary em Nova York. Retornou à Alemanha em 1931.
Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a Bekennende Kirche, Igreja Confessante, rejeitando desafiadoramente os nazis:
   
Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador.
   
Obviamente o movimento foi posto em ilegalidade e em abril de 1943 foi preso por ajudar judeus a fugirem para a Suíça. Levado de uma prisão para outra, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado, junto com seu irmão Klaus e os cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.
A sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo foi "Discipulado" (Nachfolge) na qual desenvolve a polémica acerca da teologia da graça, fundamento da obra de Lutero. O livro opõe-se a ênfase dada à "justificação pela graça sem obras da lei", afirmando que:
   
A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (...) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga suas redes e segue (...) o dom pelo qual se tem que orar, a porta a qual se tem que bater.
   
Destas linhas já se denota o profundo "fazer teológico poético" que tanto caracteriza a obra de Bonhoeffer.
Quando já estava sendo perseguido pelos nazis, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, o seu empenho na resistência alemã anti-nazi e seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que:
   
É melhor fazer um mal do que ser mau.
   
As suas cartas da prisão são um exemplo de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.
    
Bonhoeffer, à direita, entre os mártires do século XX, na Abadia de Westminster