Mostrar mensagens com a etiqueta nazis. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta nazis. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, março 15, 2024

Hitler anexou os restos da República Checa há 85 anos

  
O Protetorado da Boémia e Morávia foi um protetorado de maioria étnica checa, que a Alemanha nazi criou nas partes centrais da Boémia, Morávia e Silésia checa, no que é hoje a República Checa.
  

Adolf Hitler na sua visita ao Castelo de Praga depois do estabelecimento do protetorado alemão
  
Foi criado em 15 de março de 1939, por decreto do líder alemão Adolf Hitler, no Castelo de Praga, na sequência da declaração da República Eslovaca, independente a partir de 14 de março de 1939. A Boémia e a Morávia eram territórios autónomos administrados pelos nazis, que o governo alemão considerou parte do Grande Reich Alemão. A existência do pseudo-estado chegou ao fim com a rendição da Alemanha aos Aliados, no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
     
          
in Wikipédia

quinta-feira, março 14, 2024

Os nazis criaram o estado fantoche eslovaco há 85 anos...


Mudanças territoriais da República Eslovaca (1938-1947) sem as mudanças na fronteira com a Polónia 
 
1 - Bratislava bridgehead, part of Hungary until 15 October 1947
2 - Southern Slovakia, from 2 November 1938 until 1945 to Hungary, due to the First Vienna Award
3 - Strip of land in eastern Slovakia around the cities of Stakčín & Sobrance, part of Hungary from 4 April 1939 (following the Slovak–Hungarian War) until 1945
4 - Devín and Petržalka (now parts of the city of Bratislava), from 1938 until 1945 part of Germany
5 - German “Protection Zone”, military occupation as a result of the protection treaty with Slovakia

    
A República Eslovaca, também conhecido como Primeira República Eslovaca ou Estado Eslovaco, foi um estado nacional eslovaco, sendo, porém, um Estado fantoche clerofascista da Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial, ocupando o território da atual Eslováquia, exceto a parte sul, posteriormente recuperada da Hungria. Foi criado em 1939 sob o nome de Estado Eslovaco, quando a Alemanha estabeleceu o protetorado de Boémia e Morávia. Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi proclamada uma república independente. Era governado pelo Monsenhor Jozef Tiso. Além da Boémia e Morávia, limitava com a Alemanha, Polónia e Hungria. A República Eslovaca deixou de existir, de facto, em 4 de abril de 1945, quando tropas soviéticas ocuparam Bratislava.
Embora às vezes chamada de Primeira República Eslovaca, a República Eslovaca moderna recusa considerar esse Estado como o seu antecessor, principalmente devido à implementação de medidas antissemitas e por realmente faltar autonomia ao seu governo. Durante a Guerra Fria, os livros de história da Checoslováquia referiam-se a esta nação como o Estado Eslovaco. Esta breve república só foi reconhecida pelas nações que faziam parte da esfera de influência das Potências do Eixo como a Alemanha e em vários outros estados, incluindo o Governo Provisório da República da China, o Estado Independente da Croácia, Estónia, Itália fascista, Hungria, Império do Japão, Lituânia, Manchukuo, Mengjiang, Reino da Roménia, Espanha franquista, além da União Soviética, assim como El Salvador, Suíça e Vaticano.
  
A República da Eslováquia: as planícies do sul, de maioria magiar tiveram de ser transferidas para a Hungria pela Primeira Arbitragem de Viena, a Ruténia foi ocupada pela Hungria; ao participar do ataque alemão à Polónia em 1939 ganhou 2 territórios ao norte
     
in Wikipédia

Mit brennender Sorge - o papa Pio XI escreveu uma carta ao povo alemão há 87 anos

   

Mit brennender Sorge (Com profunda preocupação - 14 de março de 1937), é uma Carta Encíclica de Pio XI que condena o nacional-socialismo alemão e sua ideologia racista. Foi a primeira crítica oficial aos nazis feita por um chefe de Estado e contém um ataque velado a Adolf Hitler, referindo-se a ele como "um profeta louco de arrogância repulsiva". É também notável por ser um dos dois únicos documentos oficiais da Santa Sé escritos numa língua diferente do latim e do grego, juntamente com a encíclica Non Abbiamo Bisogno, de 1931, que por sua vez critica o fascismo italiano.
Devido ao caráter urgente da mensagem destinada especificamente ao povo germânico, Pio XI optou por redigir a Encíclica diretamente em alemão. Quando pronta, foi enviada clandestinamente para a Alemanha por meio do serviço eclesiástico de correspondência, para que não fosse apreendida pela Gestapo, e então reproduzida por oficiais da Igreja Católica. As cópias foram distribuídas aos bispos, padres e capelães para serem lidas em todas as paróquias alemãs no dia 21 de março de 1937, durante a homilia da missa de Domingo de Ramos, quando a presença de fiéis costuma ser a máxima de todo o ano litúrgico. A encíclica faz uma condenação extremamente dura do racismo e ataca o Führer com uma agressividade raramente vista em documentos papais, motivando uma reação violenta de Hitler por meio da Gestapo, que recrudesceu fortemente a perseguição de católicos e ocasionou a prisão de mais de mil e cem clérigos. Numa época em que Adolf Hitler ainda gozava de grande prestígio na opinião pública internacional, a encíclica surpreendeu pelo tom decisivo e foi alvo de críticas inclusive de setores da esquerda católica, que ainda acreditavam numa convivência pacífica com a Alemanha.
Juntamente com os Cardeais alemães Adolf Bertram, Michael von Faulhaber e Karl Joseph Schulte e os dois bispos alemães mais contrários ao regime, Clemens von Gallen e Konrad von Preysing e com a intervenção decidida do Cardeal Pacelli - futuro Papa Pio XII - e dos seus auxiliares alemães Mons. Ludwig Kaas e dos jesuítas Robert Leiber e Augustin Bea é que se chegou à encíclica Mit brennender Sorge que, ainda em 1937, condenou os erros da ideologia nazi e os seus ideais racistas e pagãos.

    

(...)


Como era de se esperar, no mesmo dia o órgão oficial nazi, Völkischer Beobachter, publicou uma primeira réplica à encíclica, mas foi também a última. O ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, foi suficientemente inteligente e perspicaz para perceber a força que havia tido a declaração, e com o controle total da imprensa e do rádio que já tinha por essa ocasião, entendeu que o mais conveniente era ignorá-la completamente e censurar tanto o seu conteúdo como quaisquer referências a esta.
Após a leitura e publicação da encíclica, as perseguições anti-católicas tiveram lugar, e as relações diplomáticas Berlim-Vaticano ficaram severamente afetadas. Em maio de 1937, 1.100 padres e religiosos são lançados nas prisões do Reich. 304 sacerdotes católicos são deportados para Dachau em 1938. As organizações católicas são dissolvidas e as escolas confessionais interditas.
Até a queda do regime nazi, cerca de onze mil sacerdotes católicos (quase metade do clero alemão dessa época) "foram atingidos por medidas punitivas, política ou religiosamente motivadas, pelo regime nazi", terminando muitas vezes nos campos de concentração.

terça-feira, março 12, 2024

Anschluss (e afins...) nunca mais...

 
Anschluß ou Anschluss é uma palavra do idioma alemão que significa conexão, anexação, afiliação ou adesão. É utilizada em História para se referir à anexação político-militar da Áustria por pela Alemanha nazi em 1938.
Este termo é o oposto à palavra Ausschluß, que caracteriza a exclusão da Áustria no Reino da Prússia.
No tratado de Saint-Germain-en-Laye de 1919, que pôs fim ao Império Austro-Húngaro, o artigo 88º estipulava expressamente que a união de Áustria com Alemanha ficava proibida, mas a maioria dos habitantes que falavam o alemão apoiavam uma união com a Alemanha.
Como se sabe, a Áustria, na tradição do Império Austro-Húngaro, era uma nação multi-étnica e multicultural. Em Viena e nas principais cidades austríacas viviam pessoas que falavam línguas diversas (alemão, húngaro, checo, croata, iídiche etc.) e praticavam as mais diferentes religiões (católicos - cerca de 73,6% da população, luteranos, judeus, cristãos ortodoxos). O imperador da Áustria tinha sido a figura política que tinha dado coesão à sociedade multicultural do Império Austro-Húngaro. Esse papel centralizador não tinha então um correspondente na nova sociedade austríaca. Muitas famílias judaicas, por exemplo, recordavam com saudade esses tempos idos. A nova sociedade austríaca vivia sob o signo do antissemitismo e das dificuldades da coexistência multi-cultural. Muitos austríacos, aqueles que eram de origem germânica (como Adolf Hitler) aspiravam a uma nação livre dessas outras etnias, que desdenhavam. Aos olhos de Hitler, o ideal a seguir era o do pangermanismo: uma nação com uma só língua e etnia.
A 13 de setembro de 1931 uma milícia dos cristãos-socialistas tenta, em vão, tomar o poder na Áustria pelas armas.
Depois da vitória nas eleições de abril de 1932, os nazis não obtiveram a maioria absoluta, o que os leva à oposição. Os nazis austríacos lançam-se numa estratégia de tensão e recorrem ao terrorismo. O chanceler social cristão Engelbert Dollfuss escolhe, em 1933, governar por decreto, dissolve o parlamento, o Partido Comunista da Áustria, o partido nacional-socialista e a poderosa milícia social-democrata, a Schutzbund. O seu regime assemelha-se ao regime fascista, com uma preferência por Benito Mussolini. Dollfuss reprime os social-democratas, que não querem deixar morrer a democracia, seja através de Dollfuss ou dos nazis.
Após dura repressão da polícia, depois de uma insurreição em Linz, em fevereiro de 1934, que causou entre 1.000 e 2.000 mortes, os social-democratas abandonaram o combate e escolheram o exílio.
Enquanto isso os nazis austríacos reforçaram-se e organizaram-se; preferindo um fascismo mais germânico, assassinaram o chanceler Dollfuss, a 25 de junho de 1934, e exterminaram o seu clã, mas o seu golpe de Estado é frustrado.
O novo chanceler, Kurt Schuschnigg, negocia uma trégua com Hitler em Berchtesgaden, em fevereiro de 1938. O acordo é claro: entrada dos nazis no governo e amnistia para os crimes em troca de uma não-intervenção alemã na crise política.
O pacto não serve de nada: Schuschnigg perde o controle do país e vê como último recurso organizar um referendo para beneficiar da legitimidade popular: o exército alemão entra na Áustria a 12 de março e coloca o ministro do interior nazi no lugar de chanceler.
A 13 de março de 1938 a Alemanha anuncia oficialmente a anexação da república austríaca e converte-a numa província do Terceiro Reich. Em 10 de abril, um vergonhoso arremedo de referendo aprova a anexação, com uma taxa de 99% de aprovação pela população que pode votar.
  

quarta-feira, março 06, 2024

Martin Niemoller morreu há quarenta anos...

    
Martin Niemöller (Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 - Wiesbaden, 6 de março de 1984) foi um pastor luterano alemão. Em 1966 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Desde a década de 80 tornou-se conhecido pela sua adaptação de um poema Vladimir Maiakovski, "Quando os nazis vieram atrás dos comunistas".
    
Biografia
Filho de um pastor luterano, foi educado na fidelidade ao Imperador e com sentimentos patrióticos alemães. Depois de concluir o curso secundário, ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, um subúrbio de Berlim.
Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazis ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazis ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller. Sendo nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas, Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazi. Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Confessante) em 1934. A Igreja Confessante recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência alemã protestante ao regime nazi.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa receção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."
  
Perseguição nazi
A partir deste incidente, Niemöller fica cada vez mais na mira do regime. É observado pela Gestapo e proibido de fazer pregações, o que não aceita. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava:
E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimónia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda.
Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.
Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria, assim, ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso – inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau.
   
Frases célebres
Niemöller é o autor de uma adaptação de um célebre poema de Vladimir MaiakovskiE Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do regime nazi na Alemanha:
  

E Não Sobrou Ninguém

Quando os nazis levaram os comunistas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era comunista.

Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era social-democrata.

Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era sindicalista.

Quando levaram os judeus,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era judeu.

Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.


terça-feira, fevereiro 27, 2024

Um incêndio queimou o Reichstag (e a democracia alemã...) há noventa e um anos...


A 27 de fevereiro de 1933, no Reichstag, em Berlim, foi ateado um fogo e, como resultado, foi visto como o acontecimento crucial para o estabelecimento da Alemanha nazi. Às 21.25 horas locais (UTC+1), um posto de bombeiros da cidade recebeu uma chamada, pois o alarme do Palácio do Reichstag, o local do parlamento alemão, estava em chamas. O incêndio começou na câmara de sessão, e quando a polícia e os bombeiros haviam chegado, a Câmara dos Deputados já tinha sido engolida pelas chamas. No interior do edifício, uma minuciosa pesquisa conduzida pela polícia resultou na culpa de Marinus van der Lubbe. Van der Lubbe foi um comunista holandês, pedreiro desempregado que tinha chegado recentemente na Alemanha, ostensivamente para realizar as suas atividades políticas. O incêndio foi utilizado pelos nazis como prova de que os comunistas estavam começando uma "conspiração" contra o governo alemão. Van der Lubbe e quatro líderes comunistas seriam presos posteriormente. Adolf Hitler, que foi empossado como chanceler da Alemanha quatro semanas antes, em 30 de janeiro, incitou o Presidente Paul von Hindenburg a apoiar um decreto de emergência, a fim de contrariar o "impiedoso confronto do Partido Comunista da Alemanha.
Entretanto, o inquérito do incêndio do Reichstag continuou, com os nazis ansiosos para descobrir a cumplicidade do Comintern no facto. No início de março de 1933, foram presos três búlgaros que estavam desempenhando funções cruciais durante a triagem de Leipzig, também conhecida como o "Inquérito do Incêndio do Reichstag": Georgi Dimitrov, Vasil Tanev e Blagoi Popov. Os búlgaros eram conhecidos da polícia da Prússia como ativistas máximos do Comintern, mas ela não tinha ideia do nível de liderança de cada um: Dimitrov era chefe de operações em todos os Comintern da Europa Ocidental.
Historiadores divergem quanto a saber se Van der Lubbe agiu sozinho ou se os nazis estavam envolvidos. A responsabilidade pelo incêndio do Reichstag permanece ainda em controvérsia e a merecer mais investigação.
  
  
  
  
Marinus van der Lubbe (Oegstgeest, 13 de janeiro de 1909 - Leipzig, 10 de janeiro de 1934) foi um ativista antifascista com ligações ao anarquismo e ao comunismo dito de conselhos, nascido nos Países Baixos. Foi acusado de atear diversos incêndios em Berlim, entre os quais incêndio do Reichstag, o parlamento alemão, em 27 de fevereiro de 1933, ato pelo qual foi, de forma controversa, executado. Foi perdoado postumamente pelo governo alemão, em 2008.
  
(...)
  
Condenado à morte, Van Lubbe é executado, por decapitação na guilhotina, em 10 de janeiro de 1934, precisamente três dias antes de fazer 34 anos. Segundo a pesquisa histórica contemporânea a sua culpabilidade no incêndio do Reichstag é plausível, mas não está completamente assegurada.
  

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Sophie Scholl, resistente anti-nazi da rede Rosa Branca, foi guilhotinada há oitenta e um anos...


 
Sophie Magdalena Scholl (Forchtenberg, 9 de maio de 1921Munique, 22 de fevereiro de 1943) era membro da Rosa Branca, movimento da resistência alemã anti-nazi. Foi condenada por traição e executada na guilhotina. É conhecida como uma das poucas alemãs que se opuseram ativamente ao Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial e é também vista como uma mártir.
  
No início do verão de 1942, Sophie Scholl participou da produção e distribuição de panfletos da Rosa Branca, um movimento de inspiração católica. Foi presa em 18 de fevereiro de 1943 enquanto distribuía o 6º panfleto na Universidade de Munique. Os panfletos eram redigidos e depois copiados, sendo, depois, entregues nas caixas de correio das casas de grandes cidades da Baviera (berço do movimento nazi). Esses panfletos continham trechos apocalípticos da Bíblia, para impressionar. Sophie, o seu irmão, Hans Scholl, e mais um universitário, Christoph Probst, foram presos em 18 de fevereiro de 1943, depois de o reitor da universidade de Munique os surpreender distribuindo panfletos no pátio da universidade. A Gestapo prendeu-os, julgou-os e, menos de quatro horas depois de condenados, foram guilhotinados.
Desobedecendo a ordens superiores, os carcereiros deixaram os jovens reencontrarem os seus pais antes de encontrarem o trágico destino dos opositores ao nacional-socialismo, a morte. Os três são hoje tidos como heróis nacionais alemães. É bom lembrar que, entre fevereiro e outubro de 1943, foram mortos ainda mais 50 integrantes do movimento Rosa Branca.
   

   

Monumento de homenagem ao movimento "Rosa Branca", em frente à Universidade Ludwig Maximilian em Munique 
   
Rosa Branca (em alemão: Weiße Rose) foi um movimento anti-nazi da resistência alemã, de inspiração católica, surgido na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Os seus principais membros eram Sophie Scholl, Hans Scholl e Cristoph Probst. Eles foram todos guilhotinados pela Gestapo em 1943 depois de Sophie ser presa com panfletos anti-nazis. Os seus panfletos tinham citações do Apocalipse e frases anti-nazis e eram deixados nas caixas de correio. Em julho de 1943, milhões de cópias do último panfleto da resistência, contrabandeado para o Reino Unido, foram lançadas sobre a Alemanha pelos aviões dos Aliados. Os membros da Rosa Branca, especialmente Sophie, tornaram-se ícones na Alemanha do pós-guerra.
    
Perseguição e resistência
: selo alemão de 1983

 

domingo, fevereiro 18, 2024

Hans Asperger nasceu há 118 anos


Johann "Hans" Friedrich Karl Asperger (Viena, 18 de fevereiro de 1906 – Viena, 21 de outubro de 1980) foi um psiquiatra e pesquisador austríaco. A Síndrome de Asperger deve o seu nome a ele.

A nomeação da Síndrome de Asperger em sua homenagem gera grande controvérsia, após a descobertas de que Hans Asperger esteve fortemente envolvido com o regime nazi e enviou, pelo menos, duas crianças com deficiência para a "clínica Spiegelgrund", sabendo que seriam utilizadas em experiências cruéis e provável eutanásia, sob o programa eugenista nazi denomeado "Aktion T4".
     

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Hans F. K. Günther, teórico racial e nazi, nasceu há 133 anos

  

Hans Friedrich Karl Günther (Freiburg, 16 February 1891 – Freiburg, 25 September 1968) was a German writer, an advocate of scientific racism and a eugenicist in the Weimar Republic and the Third Reich. He was also known as "Rassengünther" ("Race Günther") or "Rassenpapst" ("Race Pope"). He is considered to have been a major influence on Nazi racialist thought.

Günther taught at the universities of Jena, Berlin, and Freiburg, writing numerous books and essays on racial theory. Günther's Kleine Rassenkunde des deutschen Volkes ("Short Ethnology of the German People"), published in 1929, was a popular exposition of Nordicism. In May 1930, he was appointed to a new chair of racial theory at Jena. He joined the Nazi Party in 1932 as the only leading racial theorist to join the party before it assumed power in 1933.
  
(...)
   

He received several honors during the Third Reich, notably in 1935 he was declared "pride of the NSDAP" for his scientific work. In the same year he received the Rudolph Virchow plaque, and in 1940 the Goethe Medal for arts and science from Hitler. In March 1941, he was received as an honored guest for the opening conference of Alfred Rosenberg's Institute for Research on the Jewish Question "Institute for the Study of the Jewish Question". At the conference the obliteration of Jewish identity, or "people death" (Volkstod) of the Jews was discussed. Various proposals were made, including the "pauperization of European Jews and hard labor in massive camps in Poland". Günther's only recorded comment was that the meeting was boring.

After World War II, Günther was placed in internment camps for three years until it was concluded that, though he was a part of the Nazi system, he was not an instigator of its criminal acts, making him less accountable for the consequences of his actions. The University of Freiburg came to his defense at his post-war trial. Nevertheless, even after Nazi Germany's fall, he did not revise his thinking, denying the Holocaust until his death. In 1951 he published the book How to choose a husband in which he listed good biological qualities to look for in marriage partners. He continued to argue that sterilization should remain a legal option, and played down the mandatory sterilization used in Nazi Germany. Another eugenics book was published in 1959 in which he argued that unintelligent people reproduce too numerously in Europe, and the only solution was state-sponsored family planning.

 

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

O anjo do Gueto de Varsóvia nasceu há 114 anos

   
Irena Sendler, em polaco: Irena Sendlerowa, nascida Krzyżanowska (Varsóvia, 15 de fevereiro de 1910 - Varsóvia, 12 de maio de 2008), também conhecida como o "Anjo do Gueto de Varsóvia," foi uma ativista católica dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuído para salvar mais de 2.500 vidas, ao conseguir que várias famílias cristãs escondessem filhos de judeus no seio do seu lar e ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida.
   
(...)  
 
Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que a recordava como "a menina da colher de prata".
      

domingo, fevereiro 04, 2024

Dietrich Bonhoeffer nasceu há 118 anos

     
Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 - Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
   
Biografia
Nasceu em Breslau em 4 de fevereiro de 1906, filho de um psiquiatra de classe média alta. Quando jovem decidiu seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, doutorou-se em teologia na Universidade de Berlim e fez um ano de estudos no Union Theological Seminary em Nova York. Retornou à Alemanha em 1931.
Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a Bekennende Kirche, Igreja Confessante, rejeitando desafiadoramente os nazis:
   
Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador.
   
Obviamente o movimento foi posto em ilegalidade e em abril de 1943 foi preso por ajudar judeus a fugirem para a Suíça. Levado de uma prisão para outra, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado, junto com seu irmão Klaus e os cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.
A sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo foi "Discipulado" (Nachfolge) na qual desenvolve a polémica acerca da teologia da graça, fundamento da obra de Lutero. O livro opõe-se a ênfase dada à "justificação pela graça sem obras da lei", afirmando que:
   
A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (...) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga suas redes e segue (...) o dom pelo qual se tem que orar, a porta a qual se tem que bater.
   
Destas linhas já se denota o profundo "fazer teológico poético" que tanto caracteriza a obra de Bonhoeffer.
Quando já estava sendo perseguido pelos nazis, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, o seu empenho na resistência alemã anti-nazi e seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que:
   
É melhor fazer um mal do que ser mau.
   
As suas cartas da prisão são um exemplo de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.
    
Bonhoeffer, à direita, entre os mártires do século XX, na Abadia de Westminster
   

sexta-feira, fevereiro 02, 2024

Os nazis foram esmagados na Batalha de Estalinegrado há oitenta e um anos

Marechal Friedrich Paulus e os seus oficiais, após a rendição
  
A Batalha de Estalinegrado foi uma operação militar conduzida pelos alemães e os seus aliados contra as forças soviéticas pela posse da cidade de Estalinegrado (atual Volgogrado), nas margens do rio Volga, na antiga União Soviética, entre 17 de julho de 1942 e 2 de fevereiro de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. A batalha foi o ponto de viragem da guerra na Frente Oriental, marcando o limite da expansão alemã no território soviético, a partir de onde o Exército Vermelho empurraria as forças alemãs até Berlim, e é considerada a maior e mais sangrenta batalha de toda a história, causando a morte e ferimentos em cerca de dois milhões de soldados e civis.
Marcada pela sua extrema brutalidade e desrespeito às perdas militares e civis de ambos os lados, a ofensiva alemã sobre a cidade de Estalinegrado, a batalha dentro da cidade e a contra-ofensiva soviética que cercou e destruiu todo o 6º Exército alemão e outras forças do Eixo, foi a segunda derrota em larga escala da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial e a mais decisiva; a partir daí, a ofensiva no leste forçou os alemães cada vez mais em direção ao seu território, e, com a ajuda vinda do oeste pelos Aliados, juntamente com os Estados Unidos, com o "Dia D", deu-se a vitória final contra o Terceiro Reich, em 8 de maio de 1945.
   

sábado, janeiro 27, 2024

Holocausto ou genocídio...? Não esquecemos nem perdoamos...

(imagem daqui)


 

 

ARBEIT MACHT FREI
  
Punham o comboio em marcha quando a hora
chegava. Carruagens fechadas, vagões atrelados,
o caminho era em frente. Olhavam a paisagem,
quando se distraíam ; mas logo voltavam
a atenção para os carris, gracejando ao trocarem
de lugar quando chegava a hora das refeições.
Nas paragens, bebiam pela garrafa; e nem
davam pelo que se passava atrás deles: estava
longe o destino, as paragens eram muitas, e
tinham de as compensar com horas extraordinárias
para cumprir o horário: regulamentos são ordens,
estavam à sua espera, e só depois de feita
a entrega podiam mudar o sentido da máquina
e fazer o caminho de volta, vagões vazios
e limpos, e tudo a andar mais depressa porque
já não havia peso a atrasar a marcha. São
assim os bons profissionais, cumpridores,
e não há notícia de greves, desvios,
perguntas sobre o que enchia os vagões.

    

  
    

in Fórmulas de uma luz inexplicável (2012) - Nuno Júdice

Terminou o peadelo de Auschwitz há setenta e nove anos...

Entrada para Auschwitz II-Birkenau, o campo de extermínio do complexo de Auschwitz
      
Auschwitz-Birkenau é o nome de uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polónia operados pelo Terceiro Reich nas áreas polacas anexadas pela Alemanha Nazi, maior símbolo do Holocausto perpetrado pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de 1940, o governo de Adolf Hitler construiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta área. A razão direta para sua construção foi o facto de que as prisões em massa de judeus, especialmente polacos, por toda a Europa que ia sendo conquistada pelas tropas nazis, excediam em grande número a capacidade das prisões convencionais até então existentes. Ele foi o maior dos campos de concentração nazis, consistindo de Auschwitz I (campo principal e centro administrativo do complexo); Auschwitz II–Birkenau (campo de extermínio), Auschwitz III–Monowitz, e mais 45 campos satélites.
Por um longo tempo, Auschwitz era o nome alemão dado a Oświęcim, na Baixa Polónia, a cidade em volta da qual os campos se localizavam. Ele tornou-se novamente o nome oficial após a invasão da Polónia pela Alemanha em setembro de 1939. "Birkenau", a tradução alemã para Brzezinka (floresta de bétulas), referia-se originalmente a uma pequena vila polaca, que foi destruída, para que o campo pudesse ser construído.
Em 27 de abril de 1940, Heinrich Himmler, o Reichsführer da SS, deu ordens para que a área dos antigos alojamentos da artilharia do exército, no local agora oficialmente denominado Auschwitz, ex-Oświęcim, fosse transformada em campos de concentração. No complexo construído, Auschwitz II–Birkenau foi designado por ele como campo de extermínio e o lugar para a Solução final dos judeus. Entre o começo de 1942 e o fim de 1944, trens transportaram judeus de toda a Europa ocupada para as câmaras de gás do campo. O primeiro comandante, Rudolf Höss, testemunhou depois da guerra, no Julgamento de Nuremberga, que mais de três milhões de pessoas haviam morrido ali, 2.500.000 gaseificadas e 500.000 de fome e doenças. Hoje em dia os números mais aceites são em torno de 1,3 milhão, sendo 90% deles de judeus. Outros deportados para Auschwitz e executados foram 150 mil polacos, 23 mil ciganos romenos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, cerca de 400 Testemunhas de Jeová e dezenas de milhares de pessoas de diversas nacionalidades. Aqueles que não eram executados nas câmaras de gás morriam de fome, doenças infecciosas, trabalhos forçados, execuções individuais ou experiências médicas. 
Em 27 de janeiro de 1945 os campos foram libertados pelas tropas soviéticas, dia este que é comemorado mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, resolução 60/7, em 1 de novembro de 2005, durante a 42º sessão plenária da Organização. Em 1947, a Polónia criou um museu no local de Auschwitz I e II, que desde então recebeu a visita de mais de 30 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu cimo o infame motto "Arbeit macht frei" (O Trabalho Liberta). Em 2002, a UNESCO declarou oficialmente as ruínas de Auschwitz-Birkenau como Património da Humanidade.
  

Arbeit macht frei
, O Trabalho Liberta, no topo do portão de entrada de Auschwitz
      

Porque hoje é o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto...

Um sobrevivente do Holocausto mostra a marca no braço da tatuagem do campo de concentração
 
O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto é um dia internacional da lembrança das vítimas do Holocausto, o genocídio cometido pelos nazis e seus adeptos que ceifou a vida de milhões de judeus durante a II Guerra Mundial. Ele foi associado ao dia 27 de janeiro, pela resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 1 de novembro de 2005, durante a 42ª sessão plenária desta organização.
A resolução veio após a sessão especial realizada em 24 de janeiro de 2005, durante a qual a Assembleia Geral marcou o 60º aniversário da libertação dos campos de concentração e do fim do Holocausto. 27 de janeiro é a data, em 1945, que marca a libertação do maior campo de extermínio nazi, Auschwitz-Birkenau, pelas tropas soviéticas.
Antes de resolução 60/7, existiam vários dias nacionais de comemoração, como o Dia da Lembrança das Vítimas do Nacional-Socialismo, na Alemanha, criado através de um decreto do presidente Roman Herzog, em 3 de janeiro de 1996 e o Dia do Holocausto no Reino Unido, observado desde 2001 a 27 de janeiro. O Dia da Lembrança do Holocausto também é uma data nacional de comemoração na Itália.