É reconhecido por ter enunciado o princípio da conservação da matéria, apesar de o russo
Mikhail Lomonossov tê-lo feito 14 anos antes. Além disso identificou e batizou o
oxigénio,
refutou a
teoria flogística e participou na reforma da
nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular, lema das cantinas da Universidade de Coimbra:
“ | Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. | ” |
Biografia
Nascido em uma família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no
Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando
química,
botânica,
astronomia e
matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
“ | Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo. | ” |
Participação na Academia de Ciências
Lavoisier foi pela primeira vez proposto como membro da
Académie des Sciences em 1766, mas só foi eleito em 1768. Como membro de pleno direito, Lavoisier participou em comissões de investigação de novas teorias e/ou fenómenos, de forma a avaliar a sua legitimidade científica.
Avaliação do mesmerismo
(...)
Como a comissão suspeitou que as curas se deviam mais ao poder de
sugestão (devido à forma como as sessões de cura eram conduzidas), decidiu realizar duas séries de experiências: uma em que as pessoas eram sujeitas ao poder de sugestão, mas não à ação sobre o
fluxo magnético animal; outra em que as pessoas eram sujeitas à ação do
fluxo magnético animal, mas sem serem informados deste facto. Essas experiências foram desenvolvidas, principalmente, por Lavoisier.
Rapidamente a comissão concluiu pela análise das experiências realizadas que, não existe fluxo magnético animal e que as curas resultavam simplesmente da ação do poder de sugestão. A comissão elaborou um relatório com o título de Rapport des commissaire changés par le roi de l'examen du magnétism animal, incluindo os objetivos do estudo, a descrição das experiências realizadas e as conclusões tiradas. Mais uma vez pensa-se que Lavoisier teria exercido um papel importante na elaboração desse relatório.
Estudo do oxigénio
Lavoisier não descobriu o oxigénio: este
gás foi descoberto independentemente por dois químicos:
Carl Wilhelm Scheele em 1772 e
Joseph Priestley em 1774. Em outubro de 1774, Priestley visitou Paris e conversou com Lavoisier sobre as suas experiências. Este facto permitiu a Lavoisier refazer as experiências de Priestley e reformulá-las. Dessa forma, Lavoisier compreendeu melhor as características do novo gás e ainda confirmou que a
combustão e a
calcinação correspondem à combinação do oxigénio com outros materiais (
materiais orgânicos na combustão e metais na calcinação).
Lavoisier deu ao novo gás o nome de oxigénio ("
produtor de ácidos" em
grego), porque considerava (erroneamente) que todas as substâncias originadas de uma calcinação originavam ácidos, em que o oxigénio se encontrava obrigatoriamente presente. Em 1789, ele formulou o princípio da conservação da matéria (
Lei de Lavoisier).
Participação na Ferme Général
Em 1768 Lavoisier adquiriu uma participação na
Ferme Général, o sistema utilizado naquele tempo na
França para a
taxação de
impostos (em que, essencialmente, a Coroa concessionava essa tarefa a privados). A Ferme Général era um sistema muito impopular na época, principalmente entre os que pagavam impostos (o povo). Embora Lavoisier tivesse se retirado desse sistema, a sua ligação à Ferme Général foi causa da sua condenação à morte.