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quarta-feira, janeiro 24, 2024

A matança de Atocha foi há 47 anos...

Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid

   

A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, a noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.

O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.

O jornal italiano Il Messaggero indicou, em março de 1984, que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gládio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.

Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas do número 55 da Rua Atocha.

  

O atentado

Os terroristas, aparentemente, iam à procura do dirigente comunista Joaquín Navarro, dirigente do Sindicato de Transportes de CC.OO. em Madrid, que convocara de umas greves que, em boa medida, desarticularam a que chamavam máfia franquista do transporte. Ao não o encontrarem, já que saíra um pouco antes, decidiram matar os presentes, concretamente dois jovens com armas de fogo, após tocar a campainha do apartamento entre 22.30 e 22.45 horas. Com eles ia uma terceira pessoa, encarregue de cortar os cabos do telefone e registar os escritórios. Na mesma noite, pessoas desconhecidas assaltaram também um escritório do sindicato da UGT, que estava vazio.

Como consequência dos tiros foram mortos os advogados Enrique Valdevira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo Pérez del Arco; o estudante de direito Serafín Holgado de Antonio; e o administrativo Ángel Rodríguez Leal. Ficaram ainda gravemente feridos Miguel Sarabia Gil, Alejandro Ruiz Huertas, Luis Ramos Pardo e Dolores González Ruiz, casada com Sauquillo, grávida, que perdeu o seu bebé.

 

terça-feira, janeiro 24, 2023

A matança de Atocha foi há 46 anos


Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid

   

A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, a noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.

O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.

O jornal italiano Il Messaggero indicou, em março de 1984, que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gládio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.

Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas do número 55 da Rua Atocha.

  

O atentado

Os terroristas, aparentemente, iam à procura do dirigente comunista Joaquín Navarro, dirigente do Sindicato de Transportes de CC.OO. em Madrid, que convocara de umas greves que, em boa medida, desarticularam a que chamavam máfia franquista do transporte. Ao não o encontrarem, já que saíra um pouco antes, decidiram matar os presentes, concretamente dois jovens com armas de fogo, após tocar a campainha do apartamento entre 22.30 e 22.45 horas. Com eles ia uma terceira pessoa, encarregue de cortar os cabos do telefone e registar os escritórios. Na mesma noite, pessoas desconhecidas assaltaram também um escritório do sindicato UGT, que estava vazio.

Como consequência dos tiros foram mortos os advogados Enrique Valdevira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo Pérez del Arco; o estudante de direito Serafín Holgado de Antonio; e o administrativo Ángel Rodríguez Leal. Ficaram ainda gravemente feridos Miguel Sarabia Gil, Alejandro Ruiz Huertas, Luis Ramos Pardo e Dolores González Ruiz, casada com Sauquillo, grávida que perdeu o seu bebé.

 

segunda-feira, janeiro 24, 2022

Um atentado terrorista chocou a Espanha há 45 anos...


Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid

   

A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, a noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.

O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.

O jornal italiano Il Messaggero indicou, em março de 1984, que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gládio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.

Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas da Rua Atocha número 55.

  

O atentado

Os terroristas, aparentemente, iam à procura do dirigente comunista Joaquín Navarro, dirigente do Sindicato de Transportes de CC.OO. em Madrid, que convocara de umas greves que, em boa medida, desarticularam a que chamavam máfia franquista do transporte. Ao não o encontrarem, já que saíra um pouco antes, decidiram matar os presentes, concretamente dois jovens com armas de fogo, após tocar a campainha do apartamento entre 22.30 e 22.45 horas. Com eles ia uma terceira pessoa, encarregue de cortar os cabos do telefone e registar os escritórios. Na mesma noite, pessoas desconhecidas assaltaram também um escritório do sindicato UGT, que estava vazio.

Como consequência dos tiros foram mortos os advogados Enrique Valdevira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo Pérez del Arco; o estudante de direito Serafín Holgado de Antonio; e o administrativo Ángel Rodríguez Leal. Ficaram ainda gravemente feridos Miguel Sarabia Gil, Alejandro Ruiz Huertas, Luis Ramos Pardo e Dolores González Ruiz, casada com Sauquillo, grávida que perdeu o seu bebé.

 

Legalização do PCE

O secretário geral do partido comunista, Santiago Carrillo, regressara clandestinamente do exílio em fevereiro de 1976. Contudo, fez ato de presença para forçar o reconhecimento e legalização do PCE.

Nos dois dias anteriores morreram outras duas pessoas relacionadas com movimentos de esquerdas, uma às mãos da mesma AAA e outra por um petardo de fumo lançado pela policia durante uma manifestação em protesto pela morte do primeiro. Devido a tudo isso, temia-se uma reação violenta que desestabilizasse ainda mais a transição política.

Ao enterro assistiram mais de cem mil pessoas, a primeira manifestação multitudinária da esquerda depois da morte do ditador Franco, e transcorreu sem incidentes. Seguiram importantes greves e amostras de solidariedade em todo o país, além de uma paragem simbólica nacional de trabalhadores no dia depois do atentado. Nestas amostras de força dá-se o paradoxo que as forças de segurança mesmo protegeram os membros de um partido ilegalizado, contribuindo em boa medida (alguns consideram-no mesmo como o momento decisivo) para a legalização do partido. Em março, três meses depois, a legalização oficializa-se durante o dia conhecido como Sábado Santo Rojo ("Sábado Santo Vermelho"), por ser durante o sábado da Semana Santa, festividade católica para assim aproveitar e mitigar parte da oposição política e militar em férias. Em fevereiro o governo de Adolfo Suárez já tinha legalizado outros partidos como o PSOE ou o PNV.

A Matança de Atocha foi um dos momentos mais graves dos diferentes acontecimentos violentos que ocorreram, pondo em perigo um câmbio político e social no país, com atentados do grupo terrorista basco ETA (responsável pela morte de 28 pessoas em 1977), o maoísta GRAPO (no mesmo mês responsável pela morte de dois guardas civis e um policia nacional) ou de outras organizações como o Movimento Para a Autonomia e Independência do Arquipélago Canário (MPAIAC). Em junho convocaram-se as primeiras eleições gerais democráticas posteriores à ditadura franquista, num ambiente de grande efervescência ou inquietude social e político, que a muitos lembrou a proclamação da Segunda República em 1931.

 
Polémicas capturas

Os assassinos, achando-se amparados pelos seus contactos políticos, não fugiram de Madrid. Desconheciam que para o governo era uma prioridade capturá-los, de tal modo que se confiasse no processo de transição democrática.

Em poucos dias, a Polícia Nacional deteve José Fernández Cerrá, Carlos García Juliá e Fernando Lerdo de Tejada como autores materiais dos fatos, e Francisco Albadalejo Corredera - secretário provincial do sindicato vertical do transporte, estreitamente vinculado com a máfia do transporte - como autor intelectual. Também foram detidos Leocadio Jiménez Caravaca por fornecer as armas e Gloria Herguedas, namorada de Cerrá, como cúmplice. Durante o julgamento foram chamados atestemunhar conhecidos dirigentes da extrema direita, como Blas Piñar e Mariano Sánchez Covisa. Contudo, os próprios agentes declinaram cobrar a recompensa pela sua captura.

Porém, houve dúvidas e polémica de se não haveria alguém com uma maior responsabilidade nos atentados. A fuga de Lerdo de Tejada, que continua com paradeiro desconhecido apesar de o seu delito ter prescrito em 1997, antes do juízo durante uma estranha licença penitenciária em abril de 1979, contribuiu para aprofundar estas dúvidas que ainda perduram. Outro dos processados, Simón Ramón Fernández Palacios, faleceu a 23 de janeiro de 1979. A maioria dos criminosos estavam próximos da Fuerza Nueva e outras organizações políticas da extrema direita.

A Audiência Nacional condenou os acusados a um total de 464 anos de cárcere. José Fernández Cerdá e Carlos García Juliá, autores materiais dos factos, foram condenados a 193 anos de prisão cada um; 63 anos para Francisco Albadalejo Corredero (falecido na prisão em 1985); 4 anos para Leocadio Jiménez Caravaca (falecido em 1985 de cancro de laringe), e Gloria Herguedas Herrando, um ano. Um dos feridos, Miguel Ángel Sarabia, comentava em 2005: Embora agora pareça pouca coisa, o julgamento dos assassinos de Atocha, em 1980 - em que pese à arrogância dos acusados, com camisa azul e muitos assistentes, também de uniforme - foi a primeira vez que a extrema direita foi sentada no banco dos réus, julgada e condenada.

Garcia Juliá fugiu-se 14 anos depois, ao ser-lhe concedida a liberdade condicional com ainda pendentes mais de 3800 dias, cerca de 10 anos de prisão. Seria detido dois anos depois na Bolívia, desta vez por narcotráfico, e ali permanece em prisão, requerido pelas autoridades judiciários espanholas. Fernández Cerrá foi liberado após 15 anos no cárcere, alguns situam-no trabalhando numa empresa de segurança. Jaime Sartorius, advogado da acusação particular, declararia anos depois: Faltam as cabeças pensantes. Não nos deixaram pesquisar. Para nós, as pesquisas apontavam para os serviços segredos, mas somente apontavam. Com isto nada quero dizer.

Depois das revelações do primeiro ministro italiano Giulio Andreotti em outubro de 1990 a respeito da rede Gladio, uma organização secreta anticomunista durante a guerra fria, um relatório do CESIS italiano informava que Carlo Cicuttini participara na matança de Atocha.

A 11 de janeiro de 2002, o Conselho de Ministros concedeu a Grande Cruz da Ordem de San Raimundo de Peñafort aos três advogados e o estudante falecidos, enquanto a Ángel Rodríguez Leal, como administrativo, foi atribuída a Cruz da Ordem de San Raimundo de Peñafort (esta condecoração é a mais alta distinção com que é reconhecido, na Justiça de Espanha, o que destacou ao longo da sua vida pelos seus méritos profissionais e humanos ao serviço do Direito).

No mês de dezembro de 2005 faleceu Luis Ramos, um dos advogados feridos no atentado. Os seus amigos e a Fundação Abogados de Atocha rendem-lhe uma homenagem no Ateneu de Madrid a 14 de janeiro de 2006. Como lema da homenagem figurou a frase de Paul Eluard, Se o eco da sua voz se debilita, pereceremos. Miguel Sarabia faleceu em Madrid a 20 de janeiro de 2007 após uma longa doença.

Carlos García Julia foi detido em 4 de dezembro de 2018 em São Paulo, Brasil.

Carlos García Juliá estava escondido no Brasil desde 2001 e usava uma identidade falsa em que era identificado como um cidadão da Venezuela.

O espanhol teria entrado no Brasil através da fronteira da Venezuela, no estado de Roraima e, aparentemente, trabalhou como motorista de Uber.

Em janeiro de 2020 o governo brasileiro autorizou a extradição de Carlos García Juliá. Em 6 de fevereiro de 2020, Carlos Garcia Juliá foi extraditado para a Espanha onde chegou dia 7 de fevereiro de 2020 para cumprir o resto da pena. 

 

domingo, janeiro 24, 2021

Há 44 anos houve um atentado terrorista que chocou a Espanha...

Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid

   

A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, a noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.

O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.

O jornal italiano Il Messaggero indicou em Março de 1984 que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gladio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.

Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas da Rua Atocha número 55.

 

in Wikipédia

sexta-feira, abril 21, 2017

Há quinze anos a França apanhou um susto

Os resultados das eleições presidenciais francesas de 2002 garantiram a Jacques Chirac a reeleição e, consequentemente, mais um mandato como presidente da República Francesa. A eleição só foi decidida na segunda volta, disputada entre Chirac e o nacionalista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional.
O pleito de 2002 teve excepcional repercussão nos media internacionais e atraiu muito interesse pelo facto de, pela primeira vez na história recente da Europa, um candidato nacionalista ter conquistado o direito a disputar o segundo turno de eleições presidenciais. O candidato da extrema-direita aproveitou-se da divisão das esquerdas, que lançaram vários candidatos e acabaram fora da segunda volta.
No segundo turno, o candidato Le Pen não conseguiu novos apoios, facilitando, e muito, a reeleição de Chirac, com o apoio crítico dos derrotados.  

Resultado das Eleições Presidenciais na França a 21 de abril de 2002 - 1ª Volta
PartidoCandidatoVotos

RPRJacques Chirac5 666 021

FNJean-Marie Le Pen4 804 713

PSLionel Jospin4 610 113

UDFFrançois Bayrou1 949 170

LOArlette Laguiller1 630 045

MRCJean-Pierre Chevènement1 518 528

LVNoël Mamère1 495 724

LCROlivier Besancenot1 210 562

CPNTJean Saint-Josse1 204 689

DLAlain Madelin1 113 484

PCFRobert Hue960 480

MNRBruno Mégret667 026

PRGChristiane Taubira660 447

CAP21Corinne Lepage535 837

FRSChristine Boutin339 112

PTDaniel Gluckstein132 686
Totais28 498 637

domingo, janeiro 18, 2015

O General Kaúlza de Arriaga nasceu há um século

(imagem daqui)

Kaúlza Oliveira de Arriaga (Porto, 18 de janeiro de 1915 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2004) foi um general português, escritor, professor e político.
  
Biografia
Descendente de família açoriana, tendo completado o curso superior de Matemática e Engenharia, formar-se-ia com distinção, mais tarde, nos cursos de Estado-Maior de Altos Comandos, no Instituto de Altos Estudos Militares.
Depois de concluir os seus estudos em Matemática e Engenharia, foi para o Exército Português, como voluntário, a 1 de novembro de 1935, tendo acabado o curso de Engenharia Militar e Civil da Academia Militar, em 1939. Em 1949, terminou o curso do Estado-Maior e dos Altos Comandos do Instituto de Estudos Militares.
Sob ordens de Salazar e Marcello Caetano, foi comandante das Forças Terrestres em Moçambique (1969-1970) e foi Comandante em Chefe das Forças Armadas em Moçambique (1970/1973) durante a Guerra do Ultramar. Foi membro do Conselho da Ordem Militar de Cristo (1966/1974).
Como militar, esforçou-se na reforma dos sistemas de recrutamento e de treino, preocupou-se com a modernização dos transportes aéreos militares e incentivou o Corpo de Forças Pára-quedistas e a sua integração na Força Aérea. Ficou conhecido principalmente pelas campanhas militares que comandou em Moçambique, durante a Guerra do Ultramar, sobretudo na grandiosa Operação Nó Górdio (1970), que resultou num enorme sucesso militar que chegou a ser publicamente admitido pela FRELIMO que como consequência dessa operação moveu o seu esforço de guerra para a zona de Tete.
Colaborador fiel de Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano, chegando a ser decisivo no fracasso do golpe de Estado de 1961 (também conhecido como golpe Botelho Moniz ou Abrilada de 1961), Kaúlza teve várias funções de carácter civil e militar, como a de Chefe de Gabinete do Ministério da Defesa, Subsecretário de Estado da Aeronáutica, professor do Instituto de Altos Estudos Militares, presidente da Junta de Energia Nuclear, presidente executivo da empresa de petróleos Angol SA, de comandante das forças terrestres em Moçambique e de Comandante em Chefe em Moçambique.
Depois do 25 de Abril de 1974 foi passado compulsivamente à situação de reserva sendo depois preso no 28 de setembro. Sem culpa formada, após 16 meses de detenção foi libertado em Janeiro de 1976. Em 1977 criou o Movimento para a Independência e Reconstrução Nacional (MIRN), um partido de direita, do qual foi presidente até à sua extinção a seguir às eleições legislativas de 1980.
A partir de 10 de junho de 1994, o general Kaúlza de Arriaga integra a Comissão de Honra dos Encontros Nacionais de Combatentes, junto ao Monumento Nacional alusivo frente ao Forte do Bom Sucesso. Em 21 de janeiro de 2004, desde há alguns anos afectado pela doença de Alzheimer, dá entrada nos Cuidados Intensivos do HMP-Estrela, onde passaria os seus últimos dias até falecer, às 19.30 horas de 2 de fevereiro de 2004; às 13.00 horas de 4 de fevereiro foi sepultado no cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

domingo, julho 22, 2012

Há um ano a Noruega ficou em estado de choque

(imagem daqui)

Os atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega consistiram numa explosão na zona de edifícios governamentais da capital, Oslo, e num tiroteio ocorrido poucas horas depois, na ilha de Utøya (no lago Tyrifjorden, Buskerud). Os atentados, perpetrados por um ativista de extrema-direita e fundamentalista cristão, resultaram em pelo menos 76 mortos (68 em Utoya e 8 em Oslo).

Oslo
Às 15.20 horas CET (13.20 UTC), houve uma grande explosão junto dos prédios onde se situa o gabinete do primeiro-ministro da Noruega Jens Stoltenberg, danificando vários edifícios e provocando oito mortos e numerosos feridos. Na zona fica também a sede do Ministério do Petróleo e Energia, que foi o edifício mais danificado. Segundo os meios de comunicação locais, o edifício do governo atingido ficou praticamente destruído e a zona "assemelha-se a uma zona de guerra", pelos danos causados. De acordo com as declarações da polícia, o atentado foi perpetrado mediante um carro-bomba e pode ter consistido em uma ou mais explosões que atingiram os edifícios, deixando o edifício do gabinete do primeiro-ministro em chamas e os seus dezassete pisos com graves danos. Para uma melhor ação das equipas de emergência, a polícia vedou o acesso à área e evacuou a totalidade do resto dos edifícios governamentais.
Meios de comunicação noruegueses asseguraram que "literalmente" se sentiu um movimento no solo com a explosão. Testemunhos no local asseguraram que poderá ter sido causada por um carro-bomba. Além disso, o estrondo da explosão e a onda de choque foram sentidos a muitos quilómetros em redor.


Utøya
Poucas horas depois, na ilha de Utøya, ao norte da capital, um homem armado abriu fogo contra os participantes de um acampamento de jovens («universidade de verão»), organizado pela juventude do Arbeiderpartiet (Partido Trabalhista Norueguês), que atualmente está no governo do país. Entre 400 e 600 pessoas participavam do evento e pelo menos 68 foram mortas no atentado. O atirador, vestido com um uniforme de polícia, justificou a sua entrada no campo como «verificação de rotina após o atentado em Oslo» e começou a disparar contra os jovens. Estava prevista uma visita do primeiro-ministro Jens Stoltenberg ao acampamento.

Responsabilidade
O executante do tiroteio em Utøya foi detido ainda na ilha. Trata-se de Anders Behring Breivik, empresário norueguês de 32 anos descrito como antiglobalista e nacionalista e que se considera de extrema-direita. O alegado autor tinha colocado mensagens na Internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural.
O cidadão norueguês Anders Behring Breivik (nascido em Oslo, a 13 de fevereiro de 1979), foi descrito inicialmente como um fundamentalista cristão, embora tal definição seja contestada (não no que concerne ao "cristão"). Muitos mantém a definição de Breivik como um fundamentalista cristão. O ativista, ligado à extrema-direita europeia, filiado numa loja maçónica de Oslo, neoconservador e defensor do Estado de Israel, é o autor confesso dos atentados.
Retratado como neonazi pelos media, Anders na verdade se auto-proclama anti-nazista e defensor do Estado de Israel como bastião da Civilização Ocidental no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que coloca as ideologias do nazismo, do marxismo cultural e do fundamentalismo islâmico num mesmo "pacote anti-Ocidente".
Segundo o chefe dos serviços de informação, Øystein Mæland, Anders Behring Breivik parece situar-se na extrema-direita política e seria um "fundamentalista cristão". Breivik manifestou-se em blogs, atacando o multiculturalismo e o Islão. "Quando o multiculturalismo deixará de ser uma ideologia criada para destruir a cultura europeia, as tradições e a identidade do Estado-nação?", escreveu ele em comentário postado no dia 2 de fevereiro de 2010, no site de extrema-direita www.documento.no. Um jornalista do diário DagBladet definiu Breivik como "islamofóbico, pró-Israel, anti-imigração, hipernacionalista e relativamente intelectual, que cresceu na zona oeste de Oslo, a parte rica e burguesa". Na sua suposta página no Facebook, diz que é solteiro, cristão (mas contra a política do Vaticano), conservador, interessado em fisiculturismo, franco-maçonaria, caça e trance. Devido ao incidente, as contas de Anders B. Breivik no Facebook e no Twitter foram bloqueadas pela polícia.