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sexta-feira, outubro 27, 2023

Quando a astronáutica e a espeleogia se cruzam...

Astronautas simulam ambiente lunar na Gruta do Natal nos Açores

 Sete astronautas, de diferentes nacionalidades, vão estar isolados no local durante sete dias.

 

Gruta do Natal, nos Açores
Gruta do Natal, nos Açores

 

A Gruta do Natal, na ilha Terceira, Açores, composta por túneis de lava, vai ser palco de um treino de sete astronautas, que durante sete dias vão lá estar isolados a simular o ambiente lunar, foi revelado esta quinta-feira.

"O que vai acontecer é uma simulação lunar. Ou seja, é um treino espacial. Vamos passar sete dias, seis noites nesta gruta vulcânica a simular um ambiente lunar", explicou à agência Lusa Ana Pires, investigadora do INESC TEC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e comandante da missão.

Trata-se da primeira missão análoga lunar, que vai decorrer de 22 a 28 de novembro, integrando uma equipa de sete pessoas, de diferentes nacionalidades.

O projeto é promovido pela Associação 'Os Montanheiros', que gere a Gruta, e pelo INESC TEC e será oficialmente apresentado em 8 de novembro, nas instalações do Laboratório de Robótica e Sistemas Autónomos do instituto.

"É um orgulho enorme para a região oferecermos este local de experiência para termos finalmente em Portugal, nos Açores, e em concreto na ilha Terceira, um sítio para a comunidade nacional e internacional desenvolver missões análogas lunares", destacou Ana Pires.

A investigadora adiantou que se trata da "primeira missão análoga lunar em Portugal", explicando que a Gruta do Natal, que está aberta ao público, "oferece todas as condições e segurança" para o treino e a expectativa é que, em 2024, a Gruta do Natal seja um novo local para missões análogas.

"E, ao fazermos estes treinos, ao estarmos num ambiente confinado, conseguimos testar tecnologias, fazer ciência, realizar imensas experiências, mas também testarmos os nossos próprios limites como humanos", explicou à Lusa.

Esta é a primeira missão do projeto CAMões -- Caving Analog Mission for Ocean, Earth and Space Exploration -- que "irá permitir tornar os Açores "num 'test bed' para astronautas de todo o mundo", realçou ainda a coordenadora da missão.

"A gruta é um tubo de lava fantástico que oferece todas as condições de segurança e logística. E, em termos geológicos e científicos, vai ser fantástico viver durante sete dias lá dentro", vincou.

Segundo a investigadora, "os astronautas de diversas agências espaciais como a ESA e a NASA têm procurado este tipo de estruturas e cenários para realizar os seus treinos de geologia planetária, isto porque existem similaridades com os tubos de lava existentes em Marte e na Lua".

A tripulação desta primeira missão é composta por uma equipa de sete pessoas, de cinco países e que falam oito idiomas.

Serão realizados estudos em vários setores, treinos, testes de tecnologias, recolhas de dados, entre outras atividades científicas.

Do lado de fora, uma equipa de especialistas em espeleologia, vulcanismo, microbiologia, geoquímica e medicina espacial atuará como 'mission control'.

Em permanência estará uma equipa médica multidisciplinar, voluntária no projeto.

Ana Pires revelou também que esta primeira missão será "comandada por duas mulheres".

"Das sete pessoas na gruta, três são mulheres", precisou a investigadora, revelando que o projeto tem "uma forte componente pedagógica" pois levará esta missão "às escolas do continente, Açores e Estados Unidos", através de videoconferência, "a partir da gruta".

Citado num comunicado enviado à agência Lusa, João Claro, CEO do INESC TEC, frisa que "este será um marco no posicionamento de Portugal nesta área", considerando que se trata de uma iniciativa de "grande envergadura que demonstra o potencial do país, não só em termos de recursos naturais e geológicos, com altos níveis de fidelidade, mas também ao nível da capacidade das instituições e dos nossos investigadores"

 

in CM - ler notícia

terça-feira, setembro 12, 2023

A gruta de Lascaux foi descoberta há 83 anos...!

  
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP
  
Geografia e contexto geológico
A gruta fica no Périgord, na comuna de Montignac (Dordonha), a quarenta quilómetros a Sudeste de Périgueux.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França, é relativamente «seca». Com efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.
  
Descoberta
Foi descoberta no dia 12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Por essa mesma época, as representações parietais foram também estudadas por Annette Laming-Emperaire, André Leroi-Gourhan e, entre 1989 e 1999, por Norbert Aujoulat.
    
Classificação
A caverna foi classificada entre os monumentos históricos da França logo no ano da sua descoberta, a 27 de dezembro de 1940.
Em outubro de 1979, foi incluída no Património Mundial da UNESCO, com outros sítios e grutas ornamentadas do vale.
 
       in Wikipédia

segunda-feira, julho 17, 2023

A Gruta dos Moinhos Velhos, pertence às de Grutas de Mira de Aire, foi descoberta há 76 anos

 

A Gruta de Moinhos Velhos pertence ao conjunto de Grutas de Mira de Aire e localiza-se em Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, em Portugal. A gruta situa-se na freguesia portuguesa de Mira de Aire "em pleno Maciço Calcário Estremenho, nos flancos da Serra D'Aire, ocupando a parte norte do Polje Mira/Minde, sulcada pela estrada nacional n.º 243 que liga o entroncamento de Torres Novas ao de S. Jorge".
A Gruta dos Moinhos Velhos faz parte de uma grande rede de galerias, com mais de 11 quilómetros de extensão, e, conjuntamente com a Gruta da Pena e a Gruta da Contenda, é um dos mais importantes sistemas subterrâneos do Maciço Calcário Estremenho. Caracteriza-se pela existência de dois coletores paragenéticos fósseis, de diâmetro aproximadamente decamétrico, com afluentes desenhando uma rede dendrítica e um conjunto de galerias semi-ativas de traçado dendrítico a norte e angulado a sul. A zona fóssil tem um desnível de 100 metros e a espessura da zona intermédia varia entre 80 metros a montante e 60 metros a jusante, circulando a água por galerias singenéticas, do quadrante norte para o quadrante sul, em direção à exsurgência da Gruta da Pena.  

Podem definir-se quatro fases na evolução do sistema. A primeira é representada por galerias freáticas superficiais, de pequeno diâmetro, a segunda pelo coletor paragenético da Galeria Gémea, a terceira pela Galeria Grande e seus afluentes e a última pelas galerias ativas e semi-ativas dos andares inferiores.

Nas galerias do sistema da gruta dos Moinhos Velhos vive um escaravelho cavernícola endémico, denominado Trechus lunai e as galerias aquáticas são habitadas por crustáceos estigóbios, dos quais o mais abundante é o Proasellus lusitanicus.

A gruta foi descoberta em 27 de julho de 1947, ano em que foram realizadas as primeiras tentativas de exploração da gruta. Em 1948 alguns dos primeiros exploradores resolveram formar a Sociedade Portuguesa de Espeleologia, a primeira associação portuguesa do género. A gruta foi classificada como imóvel turístico de interesse público em 20 de outubro de 1955, tendo aberto as suas portas ao público a 11 de agosto de 1974. As Grutas de Mira de Aire participaram no concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal, promovido pela New 7 Wonders Portugal, sendo eleitas, a 11 de setembro de 2010, como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

  

segunda-feira, setembro 12, 2022

A gruta de Lascaux foi descoberta há 82 anos

  
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP
  
Geografia e contexto geológico
A gruta fica no Périgord, na comuna de Montignac (Dordonha), a quarenta quilómetros a Sudeste de Périgueux.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.
  
Descoberta
Foi descoberta no dia 12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Por essa mesma época, as representações parietais foram também estudadas por Annette Laming-Emperaire, André Leroi-Gourhan e, entre 1989 e 1999, por Norbert Aujoulat.
    
Classificação
A caverna foi classificada entre os monumentos históricos da França logo no ano da sua descoberta, a 27 de dezembro de 1940.
Em outubro de 1979, foi incluída no Património Mundial da UNESCO, com outros sítios e grutas ornamentadas do vale.
 
       in Wikipédia

domingo, julho 17, 2022

A Gruta dos Moinhos Velhos foi descoberta há 75 anos...!

 

A Gruta de Moinhos Velhos pertence ao conjunto de Grutas de Mira de Aire e localiza-se em Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, em Portugal. A gruta situa-se na freguesia portuguesa de Mira de Aire "em pleno Maciço Calcário Estremenho, nos flancos da Serra D'Aire, ocupando a parte norte do Polje Mira/Minde, sulcada pela estrada nacional n.º 243 que liga o entroncamento de Torres Novas ao de S. Jorge".
A Gruta dos Moinhos Velhos faz parte de uma grande rede de galerias, com mais de 11 quilómetros de extensão, e, conjuntamente com a Gruta da Pena e a Gruta da Contenda, é um dos mais importantes sistemas subterrâneos do Maciço Calcário Estremenho. Caracteriza-se pela existência de dois coletores paragenéticos fósseis, de diâmetro aproximadamente decamétrico, com afluentes desenhando uma rede dendrítica e um conjunto de galerias semi-ativas de traçado dendrítico a norte e angulado a sul. A zona fóssil tem um desnível de 100 metros e a espessura da zona intermédia varia entre 80 metros a montante e 60 metros a jusante, circulando a água por galerias singenéticas, do quadrante norte para o quadrante sul, em direção à exsurgência da Gruta da Pena.  

Podem definir-se quatro fases na evolução do sistema. A primeira é representada por galerias freáticas superficiais, de pequeno diâmetro, a segunda pelo coletor paragenético da Galeria Gémea, a terceira pela Galeria Grande e seus afluentes e a última pelas galerias ativas e semi-ativas dos andares inferiores.

Nas galerias do sistema da gruta dos Moinhos Velhos vive um escaravelho cavernícola endémico, denominado Trechus lunai e as galerias aquáticas são habitadas por crustáceos estigóbios, dos quais o mais abundante é o Proasellus lusitanicus.

A gruta foi descoberta em 27 de julho de 1947, ano em que foram realizadas as primeiras tentativas de exploração da gruta. Em 1948 alguns dos primeiros exploradores resolveram formar a Sociedade Portuguesa de Espeleologia, a primeira associação portuguesa do género. A gruta foi classificada como imóvel turístico de interesse público em 20 de outubro de 1955, tendo aberto as suas portas ao público a 11 de agosto de 1974. As Grutas de Mira de Aire participaram no concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal, promovido pela New 7 Wonders Portugal, sendo eleitas, a 11 de setembro de 2010, como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

  

sexta-feira, junho 10, 2022

Notícia interessante sobre espeleologia e pré-história

O ponteiro não para na corrida contra o tempo para “salvar” a Caverna de Cosquer

 

A entrada subaquática para a Caverna de Cosquer

 

Os arqueólogos estão numa corrida contra o tempo para salvar - dentro dos possíveis - a subaquática Caverna de Cosquer, ameaçada pelas alterações climáticas.

A Caverna de Cosquer situa-se nas Calanques, em Marselha, e é uma gruta subaquática única no mundo, classificada como monumento histórico. O seu nome vem precisamente do mergulhador que a descobriu, em 1991.

A caverna está repleta de pinturas e gravuras pré-histórias, de há 33 mil anos, representando principalmente focas, pinguins, peixes, polvos e outros animais. É o único lugar do mundo onde arte marinha subaquática pré-histórica pode ser encontrada.

Inicialmente, a gruta estava localizada 100 metros acima do nível do mar, mas devido à subida da água, causada pelas alterações climáticas, está agora 37 metros abaixo do nível do mar. A entrada é feita debaixo de água através de um longo túnel com 175 metros de comprimento.


Representação da geografia da Caverna de Cosquer

 

A ameaça das alterações climáticas deixa os cientistas em contrarrelógio para salvar a caverna, escreve a agência AFP.

A subida gradual do nível do mar a cada ano, aliada à poluição da água, estão a danificar cada vez mais a arte.

Embora quatro quintos da caverna tenham sido inadvertidamente perdidos ou submersos devido à passagem do tempo, 229 figuras de arte rupestre sobrevivem.

A caverna guarda ainda 69 marcas de mãos, incluindo três que foram deixadas por engano, algumas delas feitas por crianças. No total, foram encontrados 600 sinais, imagens e gravuras rupestres, que incluem vida aquática nunca antes vista em pinturas rupestres.

A solução passa por uma réplica da caverna em tamanho real, conhecida como Cosquer Méditerranée, que ficará a poucos quilómetros de Marselha.

Os cientistas estão numa corrida contra o relógio para finalizar o mapeamento digital para uma reconstrução 3D da caverna.

 

Arte rupestre na Caverna de Cosque

 

Luc Vanrell e os mergulhadores-arqueólogos que lidera estão a ter que trabalhar cada vez mais rápido para explorar os últimos recantos da gruta de 2.500 metros quadrados para evitar que esta se perca para sempre.

A ideia de fazer uma réplica do local foi debatida pela primeira vez logo após a descoberta da caverna, mas só em 2016 é que o governo regional avançou com o projeto num edifício renovado.

Usando os dados 3D recolhidos pelas equipas arqueológicas, a réplica de 23 milhões de euros é um pouco mais pequena do que a caverna original, mas inclui cópias de todas as pinturas e 90% das gravuras.

 

 

 in ZAP

domingo, setembro 12, 2021

A gruta de Lascaux foi descoberta 81 anos

  
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres.
A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP
  
Geografia e contexto geológico
A gruta fica no Périgord, na comuna de Montignac (Dordonha), a quarenta quilómetros a Sudeste de Périgueux.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.
  
Descoberta
Foi descoberta no dia 12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Por essa mesma época, as representações parietais foram também estudadas por Annette Laming-Emperaire, André Leroi-Gourhan e, entre 1989 e 1999, por Norbert Aujoulat.
    
Classificação
A caverna foi classificada entre os monumentos históricos da França desde o mesmo ano da sua descoberta, a 27 de dezembro de 1940.
Em outubro de 1979, foi incluída no Património Mundial da UNESCO, com outros sítios e grutas ornamentadas do vale.
   
Planta da gruta
  
Descrição da caverna
A gruta de Lascaux é relativamente pequena: o conjunto dos corredores não ultrapassa os 250 m de comprimento, com um desnível de 30 m, aproximadamente. A parte decorada corresponde a um nível superior, pois o inferior está fechado pela presença de dióxido de carbono.
A entrada atual corresponde com a entrada pré-histórica.
Para facilidade de descrição, a caverna está tradicionalmente subdividida num certo número de zonas, denominadas salas ou corredores. Os nomes, imaginários, devem-se em parte a H. Breuil e fazem, com frequência referência à arquitetura religiosa:
  • a primeira sala é a "Sala dos Touros" ou "Rotonda", de 17 m por 6 m de largura e 7 de altura;
  • prolonga-se pelo "Divertículo axial", uma galeria mais estreita na mesma direção, mais ou menos do mesmo tamanho;
  • depois da Sala dos Touros, à direita do Divertículo axial, acede-se à "Passagem", um corredor de dez metros;
  • na prolongação da Passagem abre-se a "Nave", outro corredor mais elevado, com cerca de vinte metros;
  • a Nave prossegue com uma parte não decorada, pois as paredes são pouco apropriadas, seguindo logo até ao "Divertículo dos Felinos", um estreito corredor com cerca de vinte metros;
  • A "Abside" é uma sala redonda que se abre para Oeste, na confluência da Passagem e a Nave;
  • O "Poço" abre-se no fundo da Abside. Seu acesso supõe uma baixada de 4 a 5 metros até ao começo do nível inferior.
As grutas não podem ser visitadas devido à exalação de CO2, porque a emissão desse gás, pela respiração, pode desfazer a pintura.
  
Lascaux II
Perante os indícios de deterioração das pinturas, surgidos a partir dos anos 50, originados principalmente pelo gás carbónico da respiração dos visitantes, em 1963, foi tomada a decisão de encerrar a gruta às visitas de turistas, tendo sido, desde então, adotadas diversas medidas para controlar a atmosfera interior da gruta, a qual recuperou progressivamente o seu brilho original.
Como alternativa à significativa procura turística, foi construída uma réplica de uma parte representativa da caverna ("Divertículo axial" e "Sala dos Touros"). O projeto foi parcialmente financiado pela venda do original ao Estado, em 1972. Parado em 1980, foi logo retomado pelo departamento da Dordogne, sendo inaugurado em 1983.
Uma dupla camada de betão permitiu reproduzir fielmente a caverna original. As obras parietais foram logo reproduzidas por uma equipa dirigida por M. Peytral.
Situada a 200 m do original, a réplica, batizada como Lascaux II, foi inaugurada a 18 de julho de 1983.
   

sábado, julho 17, 2021

A Gruta dos Moinhos Velhos foi descoberta há 74 anos

 

A Gruta de Moinhos Velhos pertence ao conjunto de Grutas de Mira de Aire e localiza-se em Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, em Portugal. A gruta situa-se na freguesia portuguesa de Mira de Aire "em pleno Maciço Calcário Estremenho, nos flancos da Serra D'Aire, ocupando a parte norte do Polje Mira/Minde, sulcada pela estrada nacional n.º 243 que liga o entroncamento de Torres Novas ao de S. Jorge".
A Gruta dos Moinhos Velhos faz parte de uma grande rede de galerias, com mais de 11 Km de extensão, e, conjuntamente com a Gruta da Pena e a Gruta da Contenda, é um dos mais importantes sistemas subterrâneos do Maciço Calcário Estremenho. Caracteriza-se pela existência de dois coletores paragenéticos fósseis, de diâmetro aproximadamente decamétrico, com afluentes desenhando uma rede dendrítica e um conjunto de galerias semi-ativas de traçado dendrítico a norte e angulado a sul. A zona fóssil tem um desnível de 100 metros e a espessura da zona intermédia varia entre 80 metros a montante e 60 metros a jusante, circulando a água por galerias singenéticas, do quadrante norte para o quadrante sul, em direção à exsurgência da Gruta da Pena.  

Podem definir-se quatro fases na evolução do sistema. A primeira é representada por galerias freáticas superficiais, de pequeno diâmetro, a segunda pelo coletor paragenético da Galeria Gémea, a terceira pela Galeria Grande e seus afluentes e a última pelas galerias ativas e semi-ativas dos andares inferiores.

Nas galerias do sistema da gruta dos Moinhos Velhos vive um escaravelho cavernícola endémico, denominado Trechus lunai e as galerias aquáticas são habitadas por crustáceos estigóbios, dos quais o mais abundante é o Proasellus lusitanicus.

A gruta foi descoberta em 27 de julho de 1947, ano em que foram realizadas as primeiras tentativas de exploração da gruta. Em 1948 alguns dos primeiros exploradores resolveram formar a Sociedade Portuguesa de Espeleologia, a primeira associação portuguesa do género. A gruta foi classificada como imóvel turístico de interesse público em 20 de Outubro de 1955, tendo aberto as suas portas ao público a 11 de Agosto de 1974. As Grutas de Mira de Aire participaram no concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal, promovido pela New 7 Wonders Portugal, sendo eleitas, a 11 de setembro de 2010, como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.

  

in Wikipédia

sábado, setembro 12, 2020

A gruta de Lascaux foi descoberta oitenta anos


Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres.
A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP

Geografia e contexto geológico
A gruta fica no Périgord, na comuna de Montignac (Dordonha), a quarenta quilómetros a Sudeste de Périgueux.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.

Descoberta
Foi descoberta no dia 12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Por essa mesma época, as representações parietais foram também estudadas por Annette Laming-Emperaire, André Leroi-Gourhan e, entre 1989 e 1999, por Norbert Aujoulat.
  
Classificação
A caverna foi classificada entre os monumentos históricos da França desde o mesmo ano da sua descoberta, a 27 de dezembro de 1940.
Em outubro de 1979, foi incluída no Património Mundial da UNESCO, com outros sítios e grutas ornamentadas do vale.

Planta da gruta

Descrição da caverna
A gruta de Lascaux é relativamente pequena: o conjunto dos corredores não ultrapassa os 250 m de comprimento, com um desnível de 30 m, aproximadamente. A parte decorada corresponde a um nível superior, pois o inferior está fechado pela presença de dióxido de carbono.
A entrada atual corresponde com a entrada pré-histórica.
Para facilidade de descrição, a caverna está tradicionalmente subdividida num certo número de zonas, denominadas salas ou corredores. Os nomes, imaginários, devem-se em parte a H. Breuil e fazem, com frequência referência à arquitetura religiosa:
  • a primeira sala é a "Sala dos Touros" ou "Rotonda", de 17 m por 6 m de largura e 7 de altura;
  • prolonga-se pelo "Divertículo axial", uma galeria mais estreita na mesma direção, mais ou menos do mesmo tamanho;
  • depois da Sala dos Touros, à direita do Divertículo axial, acede-se à "Passagem", um corredor de dez metros;
  • na prolongação da Passagem abre-se a "Nave", outro corredor mais elevado, com cerca de vinte metros;
  • a Nave prossegue com uma parte não decorada, pois as paredes são pouco apropriadas, seguindo logo até ao "Divertículo dos Felinos", um estreito corredor com cerca de vinte metros;
  • A "Abside" é uma sala redonda que se abre para Oeste, na confluência da Passagem e a Nave;
  • O "Poço" abre-se no fundo da Abside. Seu acesso supõe uma baixada de 4 a 5 metros até ao começo do nível inferior.
As grutas não podem ser visitadas devido à exalação de CO2, porque a emissão desse gás, pela respiração, pode desfazer a pintura.

Lascaux II
Perante os indícios de deterioração das pinturas, surgidos a partir dos anos 50, originados principalmente pelo gás carbónico da respiração dos visitantes, em 1963, foi tomada a decisão de encerrar a gruta às visitas de turistas, tendo sido, desde então, adotadas diversas medidas para controlar a atmosfera interior da gruta, a qual recuperou progressivamente o seu brilho original.
Como alternativa à significativa procura turística, foi construída uma réplica de uma parte representativa da caverna ("Divertículo axial" e "Sala dos Touros"). O projeto foi parcialmente financiado pela venda do original ao Estado, em 1972. Parado em 1980, foi logo retomado pelo departamento da Dordogne, sendo inaugurado em 1983.
Uma dupla camada de betão permitiu reproduzir fielmente a caverna original. As obras parietais foram logo reproduzidas por uma equipa dirigida por M. Peytral.
Situada a 200 m do original, a réplica, batizada como Lascaux II, foi inaugurada a 18 de julho de 1983.

sexta-feira, abril 05, 2019

Um sítio fantástico para visitar em Espanha abre este ano

La Geoda Gigante de Pulpí: la cueva de los cristales mágicos que abre al público este 2019

Descubierta hace exactamente dos décadas es la más grande de Europa y está casi lista para ser visitada.

Visita la Geoda Gigante de Pulpí

Agua y sal son, en principio, los únicos ingredientes que la naturaleza necesita para formar cristales. Podríamos, incluso, copiar la receta en casa si añadimos una cavidad que sirva de recipiente, por ejemplo, un plato; mucha paciencia para esperar a que el agua se evapore y queden en él los cristales salinos.
Este proceso exige, también, ciertas condiciones de estabilidad y de un nivel de concentración apropiado de la sal. Pero, como decíamos, la naturaleza es la artífice de esta receta y se la sabe a la perfección. Hasta el punto de que es capaz de recubrir cavidades geológicas con diferentes compuestos y convertirlas en brillantes y llamativas geodas.
Geodas hay muchas. De muchos colores, minerales y tamaños. Estas piedras huecas y tapizadas por atractivos cristales se pueden encontrar en mercadillos y tiendas especializadas en geología. Pero geodas gigantes hay muy pocas en todo el mundo. Y la única visitable, a partir de este mismo verano de 2019, está en Pulpí, Almería.

Te sentirás ínfimo ante la grandeza de la geoda de Pulpí

La geoda gigante de Pulpí es la más grande de toda Europa y la segunda del mundo documentada hasta la fecha. La mayor geoda encontrada está ubicada en México, en el estado de Chihuahua, pero sus condiciones atmosféricas hacen imposible que sea visitable, ya que llega a alcanzar una temperatura de hasta 58 ºC y una humedad relativa de casi el 100%.

Por su parte, la de Almería tiene forma de embudo y ocupa una cavidad de 8 metros de largo, por 1,8 de ancho y 1,7 de alto, y está situada a unos 60 metros de profundidad, coincidiendo con el nivel del mar. La transparencia, dimensiones, perfección y tamaño de sus cristales, de hasta 2 metros de largo, la convierten en un fenómeno único a nivel mundial.
Los cristales no son más que sulfato de calcio: yeso. Un material muy corriente. Lo excepcional, en este caso, son las condiciones tan específicas que moldearon la materia y que la llevaron a adquirir su sensacional aspecto. Un proceso lento, de miles de años y que comenzó con una fractura en la roca que fue rellenándose con agua caliente de origen volcánico.
Este agua, con el paso del tiempo geológico, fue enfriándose lentamente y, cuando los gases se evaporaron, quedó espacio suficiente para que el agua en combinación con el sulfato de calcio comenzara a cristalizar.

Krypton a 60 metros de profundidad

 Hemos de recordar que el significado original de la palabra cristal no es otro que agua superenfriada. Curiosamente, la transparencia de los yesos de la Geoda Gigante es tal que parecen enormes bloques de hielo e, incluso, se puede leer la letra pequeña de un libro a través de piezas gruesas.

Y, si un interesante cúmulo de coincidencias permitió que se formara, también la casualidad hizo que perdurase hasta nuestros días y que fuera descubierta. En ocasiones ocurre que algunos actos sencillos e ingenuos acaban convirtiéndose en una especie de profecía. Bautizar a la mina del Pilar de Jaravía, perteneciente a la localidad almeriense de Pulpí, con el nombre de Quien tal pensara -también conocida como la Mina Rica-, tiene cierto toque adivinatorio, cuanto menos.
Allí, en las faldas de la Sierra del Aguilón, aún se pueden contemplar las instalaciones de las explotaciones mineras que estuvieron en funcionamiento desde mediado del siglo XIX hasta bien entrado el siglo XX.
La minería fue un modo de vida en casi todo el levante almeriense y esa zona ha sido siempre objeto de búsqueda de metales, especialmente plomo, hierro o plata. Posiblemente, los mineros que allí trabajaban se toparon en alguna ocasión con llamativos cristales de yeso que, seguramente, regalaron a familiares o conocidos, o vendieron a algún coleccionista. Pero, por poco no llegaron nunca a descubrir la más increíble de todas las piezas que atesoraba la mina.
Por eso, cuando, en la década de los años sesenta del pasado siglo XX, se cerró definitivamente la explotación, nadie podía, ni tan siquiera imaginar, que su mejor filón estaba aún dentro y sin descubrir, escondido desde hacía millones de años.


Fue en diciembre de 1999 cuando miembros del Grupo Mineralogista de Madrid descubrieron, en esta mina abandonada, la cavidad de siderita tapizada por enormes cristales de yeso que afloraban de las paredes, suelo y techo, y cuya pureza permite observar en su interior gotas de agua que siguen presas desde hace casi una eternidad. El grupo se encontraba haciendo una de sus muchas campañas de búsqueda de minerales para estudio y coleccionismo y, al destapar una suerte de tapadera, se toparon con la entrada a esta cueva mágica.
Este verano, justo veinte años después de aquella serendipia, y tras mucho trabajo por parte de administraciones y científicos -todos sabedores de su importancia natural y del filón turístico que podría suponer para una pedanía que cuenta con unos 200 habitantes- la Geoda Gigante abrirá al público.
Hasta la fecha, la única forma de entrar a esta cavidad subterránea era de manera virtual. Las nuevas tecnologías han permitido a muchos visitantes explorar en 3D el interior de este monumento natural sin dañarla. La visita se puede realizar desde el Castillo de San Juan de los Terreros y permite al observador detenerse en cada detalle desde una perspectiva de 360º. Unas gafas 3D y unos auriculares son el único equipaje necesario para este viaje virtual al interior de este espectáculo natural.

Se estima que en el mes de agosto, la visita pueda ser totalmente presencial y que la Geoda Gigante de Pulpí esté abierta y accesible para todo aquel que quiera acercarse a descubrir tan singular espacio.
Originalmente, el acceso a la geoda es complicado y entraña algunos riesgos debido al abandono de la mina y que la misma se encuentra a más de 50 metros de profundidad. Por ello, el objetivo de las obras de seguridad, acondicionamiento, acceso y musealización no es solamente que los visitantes puedan contemplar la geoda, sino, también, que visiten una parte de la mina y convertirse, no solo en la geoda mejor conservada del mundo sino también en todo un referente para el turismo geológico europeo.

Entrada a la Geoda Gigante de Pulpí

segunda-feira, julho 17, 2017

Quino, o criador da Mafalda, faz hoje 85 anos

Joaquín Salvador Lavado Tejón (Guaymallén, 17 de julho de 1932) mais conhecido como Quino, é um pensador, historiador gráfico e criador de banda desenhada.

A obra mais famosa de Quino é a tira cómica Mafalda, publicada entre os anos 1964 e 1973. Editada em tiras nos jornais, Mafalda questionava todos os problemas políticos, de género e até científicos que afligiam sua alma infantil e, ao mesmo tempo, refletia o conflito que as pessoas da época enfrentavam, sobretudo com a progressiva mudança dos costumes e a já incipiente introdução da tecnologia no quotidiano.


ADENDA: passam hoje setenta anos sobre a descoberta da Gruta de Moinhos Velhos, que é mais conhecida com as Grutas de Mira de Aire. Uma descoberta memorável...!

sábado, setembro 12, 2015

Descoberto mais uma espécie do género Homo fóssil

Bem-vindo, Homo naledi!

O género humano acolheu, nesta quinta-feira, um novo membro, baptizado Homo naledi e cuja descoberta vem complicar ainda mais um pouco a nossa árvore genealógica evolutiva.

Ossos do Homo naledi

Mão do Homo naledi


Maxilar do Homo naledi

Reconstituição da face do Homo naledi


Interior da gruta Dinaledi, onde os fósseis foram encontrados

Uma equipa internacional de cientistas anunciou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, a descoberta de uma nova espécie de humanos antigos numa gruta na África do Sul. Os seus resultados foram publicados em dois artigos separados na revista online de acesso livre eLife.

A nova espécie foi baptizada Homo naledi do nome da gruta, Dinaledi – que, em sotho, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul, significa “as estrelas”. Situada a uns 40 quilómetros de Joanesburgo, a gruta faz parte do local arqueológico conhecido como "Berço da Humanidade", que a UNESCO classificou como património mundial devido à riqueza de depósitos com fósseis que alberga nas suas inúmeras grutas.

Os 1.550 fósseis agora analisados, que são sobretudo ossos mas também dentes, foram recolhidos durante duas expedições à gruta, respectivamente em novembro de 2013 e março de 2014. Quatro dezenas de cientistas, liderados por Lee Berger, paleoantropólogo da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, participaram no empreendimento.

Desde 2008 que Berger começou a realizar uma prospecção minuciosa do Berço da Humanidade. E em 2010, já descobrira aliás uma nova espécie de australopiteco, o Australopithecus sediba. Não admira portanto que a actual descoberta tenha agora feito exclamar a Eric Delson, do Museu Americano de História Natural de Nova Iorque, citado pelo New York Times: “Berger does it again!” (algo como “Berger volta a marcar!”)

Os ossos provêm de pelo menos 15 indivíduos e “representam a maior colecção de restos de hominíneos jamais descoberta no continente africano”, lê-se num comunicado da Universidade do Colorado (EUA), que também participou no trabalho.

“Astronautas subterrâneas”
O novo “homem das estrelas” merece duplamente a sua alcunha. É que, para aceder à câmara da gruta onde se encontravam a ossadas fósseis – a “câmara das estrelas” – foi precisa a ajuda de seis autênticas “astronautas subterrâneas”, lê-se ainda no mesmo comunicado. Seis jovens mulheres que desceram pela única via de acesso existente: uma fissura vertical, longa de 12 metros, cuja largura é por vezes da ordem dos 20 centímetros!

“A câmara que contém os fósseis está a uns 30 metros de profundidade e a cerca de 80 metros de distância, em linha recta, da entrada actual mais próxima da câmara”, lê-se num dos artigos publicados na eLife, que descreve a descoberta focando-se no contexto geológico e nas condições de fossilização das ossadas.

“Na gruta, encontrámos adultos e crianças que pertencem ao género Homo, mas que são muito diferentes dos humanos modernos”, disse por seu lado o co-autor Charles Musiba durante a conferência de imprensa que decorreu em Maropeng, o centro oficial de acolhimento dos visitantes ao Berço da Humanidade. “Eram muito pequenos e tinham o cérebro do tamanho do dos chimpanzés.” Outro elemento da equipa, John Hawks, da Universidade do Wisconsin (EUA), acrescentou: “Tinham o cérebro do tamanho de uma laranja e um corpo muito esbelto.” Na idade adulta, mediam em média um metro e meio de altura e pesavam 45 quilos.

“O minúsculo cérebro e a forma do corpo de Homo naledi são mais próximos do grupo pré-humano dos australopitecos do que de nós”, fez notar Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres e autor de um artigo, na mesma revista, que comenta os resultados. “Mas as mãos, os pulsos e os pés são muito semelhantes aos do homem moderno.”

Caley Orr, também da Universidade do Colorado e co-autor do artigo dedicado aos resultados da análise dos fósseis propriamente ditos, esteve a cargo do estudo das mãos e deu mais pormenores: “A mão tem características de tipo humano que lhe permitiam manipular objectos, mas ao mesmo tempo tem os dedos curvos, bem adaptados para trepar às árvores.”

As mãos de Homo naledi “levam a crer que tinha a capacidade de usar ferramentas”, os seus dedos eram muito curvos e, ao mesmo tempo, é “praticamente impossível distinguir os seus pés dos do homem moderno”, acrescentam em comunicado conjunto a Universidade de Witwatersrand, a Sociedade National Geographic (co-financiadora do projecto) e o Ministério sul-africano da Ciência. “Os seus pés e as suas pernas compridas permitem pensar que era capaz de caminhar durante muito tempo.”

Contudo, a posição exacta da nova espécie na árvore genealógica da evolução humana permanece desconhecida, bem como a idade dos fósseis.

“Se estes fósseis datam do fim do Plioceno [há 5,3 a 2,58 milhões de anos] ou do início do Pleistoceno [há entre 2,58 milhões e 700.000 anos], “é possível que esta nova espécie de Homo, primitivo e com um cérebro pequeno, represente uma fase intermédia entre os australopitecos e o Homo erectus”, teorizam os autores.

Mas se forem mais recentes, especulam ainda, talvez este pequeno humano tenha vivido, no Sul de África, na mesma altura em que ali evoluíram espécies humanas com cérebros maiores.

“Isto suscita muitas perguntas”, disse Musiba. “Quantas espécies de humanos havia? Havia linhagens que surgiam e depois desapareciam? Coexistiram com os humanos modernos? Procriaram com eles?”

Rituais funerários?
Mas há mais, como explica ainda o comunicado da Universidade do Colorado: uma das constatações mais surpreendentes dos cientistas foi que os corpos pareciam ter sido depositados intencionalmente na gruta. “Imaginámos vários cenários, incluindo o ataque de um carnívoro desconhecido, uma morte acidental ou até uma armadilha”, explicou Berger. “E chegámos à conclusão de que o cenário mais plausível é que esses corpos tenham sido deliberadamente colocados naquele sítio.”

Se assim for, isso, só por si, fala da humanidade daqueles homens primitivos e põe em causa a ideia geralmente aceite de que só os humanos mais recentes desenvolveram comportamentos ritualizados. Como salientou Stringer, “a prática indicaria um comportamento surpreendentemente complexo para uma espécie humana ‘primitiva’”. A datação dos fósseis poderá fornecer respostas a este enigma.

“A mistura de características do Homo naledi”, acrescenta Stringer, “mostra mais uma vez a complexidade da árvore genealógica humana e a necessidade de realizar pesquisas mais aprofundadas para perceber a história e as derradeiras origens da nossa espécie”.

Seja como for, a câmara das estrelas “ainda não revelou todos os seus secretos”, frisa Berger. “Há potencialmente centenas, se não milhares, de restos fósseis de Homo naledi que ainda estão lá em baixo.”

in Público - ler notícia

sábado, junho 21, 2014

Ida de uma turma (6º A – Escola Correia Mateus) ao PNSAC em 21 e 22 de junho

Na sequência do bom trabalho desenvolvido pelos alunos e professores do 6º ano Turma A, ao longo dos dois últimos anos, vamos repetir uma ida ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros com alunos, professores (bem como familiares e amigos destes) em 21 e 22 de junho de 2014 (sábado e domingo, respetivamente).
Esta irá decorrer dentro do Parque Natural, com recurso a dormida na Casa Abrigo do NEL – Núcleo de Espeleologia de Leiria, realização de 3 percursos pedestres e 3 refeições comunitárias partilhadas e ainda uma mini-atividade de espeleologia (Cova da Velha – gruta onde dá para nadar), banho na praia fluvial dos Olhos de Água do Alviela, observação astronómica, recolha de fósseis, visita às Pegadas de Dinossáurios do Bairro e à Gruta de Mira d’Aire.
Para a atividade poder ser feita, teremos de ter:
  • comida trazida por todos, para partilhar;
  • carros dos pais para trazer os alunos até à Casa, no 1º dia;
  • um adulto (além do professor Fernando Martins) para dormir na Casa;
  • carros dos pais para transportar alunos no 2º dia.
As inscrições serão até 20 de junho (6ª) às 24.00 horas, podendo usar o telemóvel (960 081 251), telefone (244 834 505) ou e-mail (fjfom@hotmail.com) junto do Pai/Encarregado de Educação e Professor Fernando Martins para inscrever os interessados. Podem ainda perguntar o que for preciso ou tirar dúvidas…
No link que se segue, está a folha de apoio, que explica tudo:

sábado, abril 14, 2012

Mais um troglóbio português

Natureza
Maior insecto subterrâneo da Europa é do Algarve

O insecto tem três centímetros (foto de Sofia Reboleira)

O maior insecto subterrâneo terrestre da Europa foi descoberto em quatro grutas do Algarve pela bióloga Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro. A palavra “maior” traduz-se num corpo de três centímetros de comprimento e, se contarmos as antenas e as estruturas sensoriais no fim do abdómen para se orientar na escuridão, então chega aos dez centímetros.

Pertence ao grupo de insectos conhecidos por peixinhos-de-prata ou traças-dos-livros, embora tenha outro habitat: as grutas, onde nunca vê a luz do dia, pelo que não tem olhos e é esbranquiçado. Com o nome científico Squamatinia algharbica, é um novo género e nova espécie para a ciência, agora descrito na revista Zootaxa. “Vive apenas nas grutas do Algarve e não sobrevive no exterior”, explica a bióloga numa nota da universidade, considerando que é “uma relíquia biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações climáticas, refugiado no meio subterrâneo”.

O que come? “Não sabemos ao certo, mas foram observadas células vegetais no seu conteúdo estomacal”, responde-nos a bióloga. Com este insecto, Sofia Reboleira, de 31 anos, a fazer doutoramento, já tem no currículo, desde 2006, a descoberta de sete novas espécies em vários locais de Portugal, todas de animais cavernícolas.

E por que a fascinam eles tanto? “Normalmente, os animais confinados a este meio têm grandes padrões de endemismo, ou seja, só existem naquele local. Muitos são relíquias biogeográficas, que já não têm parentes à superfície”, frisa. “São muito raros também. Ao não haver luz, não há fotossíntese e os alimentos são muito escassos. Por isso, as populações têm de ser muito reduzidas.”


NOTA: a mestre e doutoranda Sofia Reboleira, responsável pelo blog Profundezas... e minha amiga, está outra vez de parabéns - o seu trabalho na área da bioespeleogia e da espeleologia continua somar sucessos atrás de sucessos...!

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Os trogóblios mais profundos da Terra foram encontrados por equipa que incluiu a bioespeleóloga portuguesa Sofia Reboleira

Portuguesa ajuda a descobrir novas espécies na gruta mais profunda da Terra

Plutomurus ortobalaganensis, encontrado a 1980 metros de profundidade

Insectos primitivos sem asas e sem olhos foram encontrados a quase dois quilómetros de profundidade, na mais completa escuridão, na gruta mais funda do planeta, na Geórgia. A expedição, na qual participou a cientista portuguesa Sofia Reboleira, não esperava encontrar vida tantos metros abaixo do solo.
No Verão de 2010, uma expedição ibero-russa de 30 pessoas (CAVEX Team) esteve 30 dias no interior da gruta Krubera-Vorónia, na região da Abkhazia, no Norte da Geórgia e perto do Mar Negro, com os seus 2191 metros de profundidade.

Sofia Reboleira, investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e o seu colega espanhol Alberto Sendra, do Museu Valenciano de História Natural, descobriram quatro novas espécies de colêmbolos, insectos primitivos sem asas e sem olhos, adaptados à vida subterrânea, na mais completa escuridão: Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus ortobalaganensis. Este último, encontrado a 1980 metros de profundidade, é o animal subterrâneo terrestre mais profundo até agora conhecido. Cada uma das espécies tem exemplares que medem entre um e quatro milímetros.

“Fomos surpreendidos por uma biodiversidade superior àquela que esperávamos a tão grandes profundidades. Não se conheciam animais cavernícolas a viver abaixo dos 1000 metros de profundidade”, diz a cientista ao PÚBLICO.

A gruta Krubera-Vorónia é a única no mundo que supera os dois quilómetros de profundidade. Apesar das várias expedições ao seu interior – entre as quais da CAVEX Team que a estuda há 10 anos – esta foi a primeira vez que se estudou a sua fauna.

Os animais encontrados adaptaram-se para sobreviverem em condições subterrâneas extremas, como a ausência total de luz e a pouca disponibilidade de alimentos. O zoólogo Enrique Baquero, da Universidade de Navarra, descreveu as espécies encontradas num artigo publicada na revista Terrestrial Arthropod Reviews. “Como resposta a estas condições, nenhum dos animais tem olhos e/ou pigmentação. Além disso, uma das espécies desenvolveu um quimioreceptor, uma espécie de antena parabólica química que lhe permite mover-se num local tão complicado”, disse o investigador citado num comunicado daquela universidade.

Com seis toneladas às costas

Sofia Reboleira, 31 anos, foi convidada pela CAVEX Team a participar na expedição à gruta Krubera-Vorónia, uma missão que “foi custeada na totalidade por cada um dos participantes, sem apoios externos ou patrocínios”, disse.

Mas chegar e descer à gruta mais profunda do planeta – com cavidades formadas quando o Mar Negro estava praticamente seco e com níveis freáticos muito mais baixos do que actualmente – foi uma missão exigente.

“Esta cavidade está situada na Abkhazia e é necessário passar pela Rússia e cruzar a fronteira a pé com todo o equipamento às costas. A subida à zona do acampamento é feita em camiões militares que carregam os espeleólogos e as cerca de seis toneladas de equipamento necessário para uma expedição desta magnitude”, conta. Este inclui equipamentos de espeleologia, de mergulho e comida para 30 pessoas durante 30 dias.

“Os camiões cruzam a zona de floresta e sobem às montanhas do Cáucaso, deixando-nos na base do vale do Ortobalagan, onde estão situadas várias grutas profundas, entre as quais a Krubera-Vorónia”.

Depois, “todo o material é carregado, pelos expedicionários, desde a base do vale até à zona da entrada da cavidade, onde se estabelece o campo espeleológico”. Este é um trabalho comunitário no qual todos ajudam e que dura cerca de quatro dias.

Uma vez no interior da gruta – onde as temperaturas oscilam entre 0.5ºC e 5ºC e a água fria é omnipresente, o que “dificulta todo o tipo de trabalho no seu interior” –, “é necessário instalar cordas por toda a cavidade, o que consome quase três quilómetros de corda, e instalar os acampamentos subterrâneos, onde os espeleólogos descansam, comem e dormem”.

O trabalho da CAVEX Team em Krubera-Vorónia não terminou. “A gruta é tão grande como o empenho das pessoas. Pensamos voltar em 2013”, disse Sofia Reboleira.

Esta investigadora já tem descoberto em Portugal novas espécies em grutas. Em dezembro de 2010 anunciou a descoberta de um pseudoescorpião (Titanobochica magna) e um escaravelho (Trechus tatai) no Algarve e em Montejunto. Um ano depois publicou na revista Zootaxa a descoberta de um insecto mais primitivo do que aqueles que se conhecem actualmente, o Litocampa mendesi, numa gruta algarvia.
in Público - ler notícia
NOTA:  a minha amiga Sofia Reboleira, principal responsável do blog espeleológico Profundezas... e nossa habitual presença aqui no blog, pelos seus feitos e descobertas cientificas, está outra vez de parabéns. Para quem quiser saber mais sobre este assunto, sugere-se as seguintes leituras: