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sexta-feira, março 12, 2021

Portugal surpreendeu Roma e o Papa há 507 anos atrás

Elefante Hanno e o seu mahout (desenho a caneta e tinta, Museu das Belas-Artes de Angers)
  
Em 1514 Tristão da Cunha foi mandado a Roma como embaixador ao papa Leão X, tendo como seu secretário Garcia de Resende. A embaixada faustosíssima que comandava, acompanhado por Diogo Pacheco e João de Faria, percorreu as ruas da cidade numa extravagante procissão, a 12 de março de 1514, onde se viam animais selvagens das colónias e riquezas das Índias. O cortejo trazia um elefante como presente para o papa, a que este deu o nome Hanno), e que durante quase 3 anos foi a sua mascote. Vinham também dois leopardos, uma pantera, alguns papagaios, perus raros e cavalos indianos. Hanno carregava um palanque de prata no seu dorso, em forma de castelo, contendo um cofre com os presentes reais, entre os quais paramentos bordados com pérolas e pedras preciosas, e moedas de ouro cunhadas para a ocasião.
O papa recebeu o cortejo no Castelo de Santo Ângelo. O elefante ajoelhou-se três vezes em sinal de reverência e depois, obedecendo a um aceno do seu mahout (tratador) indiano, aspirou a água de um balde com a tromba e espirrou-a sobre a multidão e os cardeais.
Para a mesma ocasião viria um rinoceronte, que seria retratado por Albrecht Dürer em uma famosíssima xilografia. Apesar de nunca o ter visto, o artista baseara-se numa descrição extremamente precisa do animal. O barco com o rinoceronte terá naufragado ao mesmo tempo que Hanno chegava de Lisboa.
  

terça-feira, março 12, 2019

El-Rei D. Manuel I surpreendeu Roma e o Papa há 505 anos atrás

Elefante Hanno e o seu mahout (desenho a caneta e tinta, Museu das Belas-Artes de Angers)
  
Em 1514 Tristão da Cunha foi mandado a Roma como embaixador ao papa Leão X, tendo como seu secretário Garcia de Resende. A embaixada faustosíssima que comandava, acompanhado por Diogo Pacheco e João de Faria, percorreu as ruas da cidade numa extravagante procissão, a 12 de março de 1514, onde se viam animais selvagens das colónias e riquezas das Índias. O cortejo trazia um elefante como presente para o papa, a que este deu o nome Hanno), e que durante quase 3 anos foi a sua mascote. Vinham também dois leopardos, uma pantera, alguns papagaios, perus raros e cavalos indianos. Hanno carregava um palanque de prata no seu dorso, em forma de castelo, contendo um cofre com os presentes reais, entre os quais paramentos bordados com pérolas e pedras preciosas, e moedas de ouro cunhadas para a ocasião.
O papa recebeu o cortejo no Castelo de Santo Ângelo. O elefante ajoelhou-se três vezes em sinal de reverência e depois, obedecendo a um aceno do seu mahout (tratador) indiano, aspirou a água de um balde com a tromba e espirrou-a sobre a multidão e os cardeais.
Para a mesma ocasião viria um rinoceronte, que seria retratado por Albrecht Dürer em uma famosíssima xilografia. Apesar de nunca o ter visto, o artista baseara-se numa descrição extremamente precisa do animal. O barco com o rinoceronte terá naufragado ao mesmo tempo que Hanno chegava de Lisboa.
  

quarta-feira, março 12, 2014

Há 500 anos atrás El-Rei D. Manuel I surpreendeu Roma e o Papa com uma Embaixada como nunca tornou a haver

Elefante Hanno e o seu mahout (desenho a caneta e tinta, Museu das Belas-Artes de Angers)

Em 1514 Tristão da Cunha foi mandado a Roma como embaixador ao papa Leão X, tendo como seu secretário Garcia de Resende. A embaixada faustosíssima que comandava, acompanhado por Diogo Pacheco e João de Faria, percorreu as ruas da cidade numa extravagante procissão, a 12 de março de 1514, onde se viam animais selvagens das colónias e riquezas das Índias. O cortejo trazia um elefante como presente para o papa, a que este deu o nome Hanno), e que durante quase 3 anos foi a sua mascote. Vinham também dois leopardos, uma pantera, alguns papagaios, perus raros e cavalos indianos. Hanno carregava um palanque de prata no seu dorso, em forma de castelo, contendo um cofre com os presentes reais, entre os quais paramentos bordados com pérolas e pedras preciosas, e moedas de ouro cunhadas para a ocasião.
O papa recebeu o cortejo no Castelo de Santo Ângelo. O elefante ajoelhou-se três vezes em sinal de reverência e depois, obedecendo a um aceno do seu mahout (tratador) indiano, aspirou a água de um balde com a tromba e espirrou-a sobre a multidão e os cardeais.
Para a mesma ocasião viria um rinoceronte, que seria retratado por Albrecht Dürer em uma famosíssima xilografia. Apesar de nunca o ter visto, o artista baseara-se numa descrição extremamente precisa do animal. O barco com o rinoceronte terá naufragado ao mesmo tempo que Hanno chegava de Lisboa.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Biodiversidade dos elefantes em África - novos dados

África tem duas espécies de elefantes e não uma

O elefante da savana é maior do que o elefante da floresta tropical

Em vez de apenas uma espécie de elefante, o continente africano tem duas, anunciou uma equipa de cientistas de três universidades, confirmando, com a ajuda da sequenciação genética, uma suspeita que já durava há anos.

Investigadores das universidades de Harvard, Illinois (Estados Unidos) e York (Reino Unido), fizeram uma análise genética pormenorizada para provar que o elefante africano da savana (Loxodonta africana) e o elefante africano da floresta tropical (Loxodonta cyclotis) são duas espécies diferentes há vários milhões de anos.

“A descoberta surpreendente do nosso estudo é que os elefantes africanos da floresta tropical e da savana – que alguns defendiam serem a mesma espécie – são tão diferentes entre si como são diferentes dos elefantes asiáticos ou mesmo dos mamutes”, explicou David Reich, professor do Departamento de Genética da Escola de Medicina de Harvard, em comunicado.

Para o estudo, publicado na edição de Dezembro da revista “PLoS Biology”, os cientistas tinham apenas o ADN de um elefante de cada espécie mas recolheram dados suficientes de cada genoma para abranger milhões de anos de evolução, regressando ao tempo em que os elefantes começaram a divergir uns dos outros.

“A divergência entre elefantes africanos de savana e de floresta é quase tão antiga como a separação entre humanos e chimpanzés. Isto surpreendeu-nos a todos”, comentou Michi Hofreiter, do Departamento de Biologia da Universidade de York.

A possibilidade de estas serem duas espécies diferentes surgiu em 2001 quando uma equipa de cientistas do Quénia e dos Estados Unidos propôs na revista “Science” a reclassificação do maior mamífero terrestre, com base em oito anos de trabalho de campo.

Apesar de viverem em ambientes diferentes e terem comportamentos distintos, aquilo que salta mais à vista é a diferença de tamanho. O elefante da savana tem uma altura média de 3,5 metros e um peso entre as seis e as sete toneladas, enquanto o elefante da floresta tropical tem uma altura de 2,5 metros e um peso entre as três e as quatro toneladas.

Mas há mais do que isto. As análises ao ADN revelaram uma grande diversidade genética entre as espécies. O elefante da savana tem uma diversidade genética muito baixa e o da floresta uma diversidade muito elevada. Os investigadores acreditam que isto se deve aos diferentes níveis de competição reprodutora entre os machos.

“Agora temos de tratar os elefantes da savana e da floresta como duas unidades diferentes para fins conservacionistas”, opiniou Alfred Roca, do Departamento de Ciências Animais na Universidade do Illinois. “Desde 1950, todos os elefantes africanos têm sido conservados enquanto apenas uma espécie. Agora que sabemos que são dois animais distintos, o elefante da floresta deveria tornar-se uma prioridade maior, a nível de conservação”, acrescentou.

sexta-feira, março 05, 2010

Icnofósseis descobertos no Alentejo - notícia


Paleontologia
Descobertas no Alentejo pegadas de elefantes extintos há mais de 30 mil anos

Uma equipa de investigação paleontológica descobriu no litoral alentejano os primeiros vestígios conhecidos na Europa do comportamento social do Elefante Antigo, tendo encontrado trilhos de pegadas destes animais extintos há mais de 30 mil anos.


A descoberta - feita por uma equipa científica do Geopark Naturtejo, coordenada pelo paleontólogo Carlos Neto Carvalho - resulta de um projecto de investigação das jazidas paleontológicas existentes ao longo do litoral do sudoeste alentejano e da costa vicentina, entre Porto Covo e Vila Nove de Milfontes.

A equipa de investigadores descobriu “um conjunto de pegadas de grandes e pequenos mamíferos, entre as quais as de um elefante que existiu na Europa, o Elephas antiguus”, explicou o especialista Carlos Neto de Carvalho.

“É um elefante próximo do elefante asiático e que se extinguiu há pouco mais de 30 mil anos do continente europeu”, explicou o especialista.

Estes trilhos de pegadas permitem aos investigadores conhecer mais sobre a anatomia destes animais e perceber também o tipo de comportamento e de habitats que povoaram imediatamente antes de se extinguirem.

“Já tinham sido descobertas várias ossadas, inclusivamente em jazidas portuguesas, e agora surge esta informação, que é complementar”, disse, sublinhando que este é o primeiro registo do comportamento social destes animais que se conhece na Europa.

Os vestígios, encontrados entre a região de Porto Covo, no concelho de Sines, e o norte de Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, estão distribuídos por um conjunto de locais, em arribas costeiras desta zona do litoral alentejano.

“É um aspecto bastante particular o de que, de todas a regiões em que estudámos as dunas fosseis existentes - desde Porto Covo até Armação de Pêra -, apenas neste local tivemos oportunidade de descobrir estas jazidas com pegadas de grandes herbívoros e mais uma vez de Elephas antiguus”, destacou.

Tendo como prioridade a conservação e a interpretação do património geológico e tendo em conta este “património significativo do ponto de vista paleontológico”, Carlos Neto Carvalho considera que “faz todo o sentido”, não só estudar a relevância destes achados, mas também conservá-los. “Para nós faz todo o sentido, não só estudar do ponto de vista científico a relevância destes achados, mas também conservá-los para a posterioridade e conservá-los para que todas as pessoas tenham acesso a esta informação”, disse.

Para isso, o especialista defende ser fundamental conseguir parceiros para cooperar e possibilitar “um processo de replicação, utilizando tecnologias recentes, que permitem conservar toda a informação científica num espaço que depois poderá ser um centro de interpretação ou um museu local”.