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quinta-feira, dezembro 28, 2023

Notícia interessante sobre a nossa família mais chegada...

Denisovanos: o que já se sabe sobre os nossos “primos” mais misteriosos

 

 

Reconstrução facial de um Denisovano

 

 Já ouviu falar do Hominídeo de Denisova? É ainda mais misterioso do que os Neandertais.

Os Denisovanos são uma espécie de humanos e quase se extinguiu há, pelo menos, 20 mil anos. São conhecidos como o grupo irmão dos Neandertais.

Esta espécie também conviveu com o Homo sapiens na Euroásia, durante partes do Paleolítico Inferior – que vai de 3,3 milhões de anos até 300 mil anos atrás – e do Paleolítico Médio – que vai de 300 mil anos até 50 mil anos atrás.

Tal como os Neandertais, os Denisovanos são os nossos parentes extintos mais próximos. Recentemente, ADN destes “primos” misteriosos foi encontrado numa caverna tibetana.

A investigação indicou que os hominídeos ocuparam o planalto tibetano por um longo período de tempo e, provavelmente, conseguiram adaptar-se ao ambiente de grande altitude.

Há quem vá ainda mais longe e considere que o Denisovanos foram os primeiros humanos a chegar àquela região.

Como explica o IFLScience, acredita-se que Neandertais, Denisovanos e humanos modernos sejam descendentes de um ancestral comum do Homo heidelbergensis, que viveu há cerca de 600 mil a 750 mil anos.

Há uma teoria que diz que um grupo ancestral dessa espécie deixou África e dividiu-se em dois grupos principais, pouco tempo depois: os Neandertais que migraram para a Ásia Ocidental e Europa; e os Denisovanos que foram para Leste.

Os ancestrais do Homo heidelbergensis que permaneceram em África, provavelmente, deram origem aos humanos modernos.

 

Os nossos “primos” ainda são misteriosos

Em 2008, uma falange encontrada na Caverna de Denisova, na Sibéria, revelou ao Mundo esta nova espécie humana, batizada apenas 2010 como “Hominídeo de Denisova”.

Desde então, segundo o IFLScience, já foram encontrados fósseis de cinco indivíduos Denisovanos, na Caverna de Denisova.

Uma descoberta, em 2018, de um fragmento de osso com 40 mil anos, de uma rapariga com uma mãe Neandertal e um pai Denisovano, veio confirmar que espécies híbridas humanas podem ter desempenhado um papel fundamental na evolução.

Não há ainda muita informação sobre a fisionomia dos Denisovanos, mas, em 2019, os cientistas reconstruiram, pela primeira vez, o rosto de uma mulher desta espécie.

Ao fazer um mapa metílico do genoma dos Denisovanos, ou seja, um mapa que mostra como as alterações químicas na expressão genética podem influenciar características físicas, os cientistas reconstruiram pela primeira vez o rosto de uma Denisovana.

No total, os investigadores encontraram 56 traços nos Denisovanos que previam ser diferentes dos Neandertais e dos humanos modernos, sendo que 32 deles resultaram em claras diferenças anatómicas.

A equipa descobriu, por exemplo, que estes hominídeos tinham arcadas dentárias significativamente mais longas, assim como o topo do crânio era também visivelmente mais largo, quando comparados com os Neandertais e com os humanos modernos.

De forma mais específica, também perceberam que a pélvis e a caixa torácica eram mais largas do que as dos humanos modernos e tinham também rostos mais finos e planos quando comparados com os dos Neandertais.

 

in ZAP (corrigido)

sexta-feira, julho 14, 2023

Há, literalmente, entre nós humanos modernos, ADN primievo de antepassados desconhecidos, pré neandertais e denisovanos..

Encontrada misteriosa “linhagem fantasma” no ADN de africanos

Uma linhagem humana extinta, que representava uma relação mais distante do que a dos Neandertais, pode ter-se misturado com os antepassados dos modernos africanos ocidentais, contribuindo significativamente para o seu património genético, revelou um novo estudo.

Embora os humanos modernos sejam a única linhagem sobrevivente da humanidade, outros viveram na Terra. Alguns conseguiram sair de África antes de nós, incluindo os Neandertais na Eurásia e as novas linhagens Denisovan na Ásia e Oceânia.

Segundo o Discover, não se sabe se estas linhagens seriam consideradas espécies ou subespécies, mas os grupos tinham diferenças genéticas identificáveis.

Trabalhos anteriores estimaram que os antepassados dos humanos modernos se separaram há cerca de 700.000 anos da linhagem que deu origem aos Neandertais e Denisovans, e os antepassados dos Neandertais e Denisovans divergiram uns dos outros há cerca de 400.000 anos.

A história é um pouco mais confusa do que a linha do tempo sugere, pois a análise genética dos fósseis dessas linhagens extintas revelou que outrora se cruzaram com humanos modernos, uniões que podem ter dotado a nossa linhagem de mutações úteis à medida que começámos a expandir-nos pelo mundo, há 194.000 anos.

O ADN Neandertal representa aproximadamente 1,8% a 2,6% dos genomas dos humanos modernos de fora de África, enquanto que o ADN Denisovan representa 4% a 6% dos melanésios modernos.

Linhagens humanas agora extintas que outrora existiam em África pode também ter-se misturado com os humanos modernos. No entanto, a natureza esparsa do antigo registo fóssil humano em África torna difícil a identificação do ADN de tais “linhagens fantasmas” nos humanos modernos.

Ao invés de procurarem fósseis humanos antigos em toda a África, os cientistas procuraram vestígios genéticos de linhagens de fantasmas nos africanos modernos. Compararam 405 genomas de pessoas da África Ocidental com os de fósseis de Neandertais e Denisovans.

No estudo, publicado recentemente Science Advances, os investigadores detetaram anomalias que sugerem o cruzamento entre os africanos ocidentais e uma linhagem humana antiga desconhecida, cujos antepassados divergiram dos humanos modernos antes da divisão entre estes e os Neandertais.

Em quatro grupos da África Ocidental – Yoruba no sudoeste da Nigéria, Esan no sul da Nigéria, Gambianos na Gâmbia ocidental, e Mende na Serra Leoa – 2% a 19% do seu ADN pode derivar de uma linhagem fantasma, disseram os investigadores.

“A reprodução cruzada entre populações altamente divergentes tem sido comum através da evolução humana”, disse Sriram Sankararaman, um dos autores do estudo e geneticista computacional da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Várias variantes genéticas da linhagem fantasma eram invulgarmente comuns nos genomas Yoruba e Mende, sugerindo que poderiam conferir algumas vantagens evolutivas. Estas incluíam genes envolvidos na supressão de tumores, reprodução masculina e regulação hormonal.

Pesquisas anteriores também sugeriram o cruzamento com linhagens fantasmas em África, como aconteceu com um estudo publicado em janeiro deste ano. A linhagem fantasma examinada nessa investigação “é provavelmente a linhagem fantasma que estamos a ver”, disse Sankararaman.

Para Omer Gokcumen, genómico evolucionista na Universidade de Buffalo, em Nova Iorque, estas descobertas sublinham como não se trata de “uma questão de saber se os nossos antepassados interagiram com outros hominídeos, mas sim uma questão de quando, onde, e com quem”.

Os cientistas estimaram que esta linhagem fantasma divergia dos antepassados dos Neandertais e dos humanos modernos até há 1,02 milhões de anos e que se encontrava cruzada com os antepassados dos africanos ocidentais modernos desde há 124.000 anos até aos dias de hoje.

“Uma das limitações do nosso estudo é que temos principalmente amostras das populações atuais da África Ocidental”, disse Sankararaman. A equipa ainda não sabe até que ponto a linhagem fantasma espalhou-se por toda a África.

Os cientistas pretendem analisar as pessoas em toda a África em busca de sinais de linhagem fantasma. “Estamos a começar a compreender algumas das complexidades da história humana, mas o verdadeiro quadro é quase de certeza ainda mais complicado”, acrescentou Sankararaman.

 

in ZAP

quarta-feira, novembro 04, 2020

Mais uma notícia sobre os humanos denisovanos

ADN dos misteriosos denisovanos encontrado em caverna tibetana

 


Uma equipa de paleontólogos encontrou ADN denisovano em sedimentos da caverna Baishiya Karst, no planalto tibetano, onde a mandíbula de Xihae, o primeiro fóssil denisovano fora da caverna denisova, foi encontrada.

Os resultados da análise genética mostram que este grupo denisovano está intimamente relacionado com os denisovanos tardios da caverna denisova, indicando que estes hominídeos ocuparam o planalto tibetano por um longo período de tempo e provavelmente adaptaram-se ao ambiente de grande altitude.

Como o primeiro fóssil denisovano encontrado fora da caverna denisova, a mandíbula de Xiahe confirmou que os denisovanos ocuparam o teto do mundo no final do Pleistoceno Médio e eram comuns. No entanto, sem o ADN, os cientistas ficaram a conhecer pouco sobre eles.

As datas precisas mostram que os denisovanos abrigaram-se na caverna entre 100.000 e 60.000 anos atrás, e possivelmente até 45.000 anos atrás, quando os humanos modernos estavam a fluir para o leste da Ásia, escreve a revista Science.

Para determinar quando é que as pessoas ocuparam a caverna, os investigadores usaram a datação por radiocarbono de fragmentos ósseos recuperados das camadas superiores e a datação ótica de sedimentos recolhidos de todas as camadas dos sedimentos escavados.

E para descobrir quem ocupou a caverna, os cientistas analisaram 35 amostras dos sedimentos, recolhendo 242 amostras de ADN mitocondrial (mtADN) de mamíferos e humanos. Curiosamente, os investigadores detetaram fragmentos humanos que correspondiam ao mtADN associado a denisovanos em quatro camadas diferentes de sedimentos.

Usando ADN sedimentar da caverna, os investigadores encontraram a primeira evidência genética de que os denisovanos viviam fora da caverna denisova.

 

in ZAP

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Notícia sobre Paleoantropologia no Público

Genoma de homens primitivos extintos revela sinais de uma outra espécie, mais antiga, de humanos

Réplica da falange que permitiu sequenciar o ADN dos denisovanos

Será a misteriosa espécie agora descoberta totalmente nova ou, pelo contrário, tratar-se-á de uma espécie de humanos da qual já se conhecem restos fósseis, mas cujo ADN ainda não foi sequenciado?

Cientistas norte-americanos encontraram, no ADN dos denisovanos – uma espécie primitiva de humanos recentemente descoberta e hoje extinta –, vestígios de outra espécie de humanos primitivos da qual ainda nada se sabe, noticiou a revista britânica New Scientist.

Os denisovanos são conhecidos com base em restos fósseis muito fragmentários: a ponta de um dedo e dois molares, descobertos em 2008 na gruta Denisova, nos montes Altai, na Sibéria. Viveram até há 30 mil anos e eram “primos” dos neandertais, com quem, aliás, misturaram os seus genes. A linhagem de ambas estas espécies divergiu da nossa há uns 400 mil anos.

O ADN de um ínfimo bocado da falange foi sequenciado na íntegra em 2012. E, agora, David Reich, da Universidade de Harvard (EUA), e colegas analisaram em pormenor esse ADN. Constataram então que o genoma dos denisovanos contém pequenas parcelas genéticas – que, conjuntamente, representam 1% do total – aparentemente muito mais antigas do que o resto. Os seus resultados foram apresentados numa reunião da Royal Society, em Londres.

“Os denisovanos parecem ser mais diferentes dos humanos modernos do que os neandertais”, explicou Reich naquele encontro. “A sua ancestralidade inclui uma população arcaica desconhecida, não relacionada com os neandertais.”

Para Johannes Krause, da Universidade de Tubinga (Alemanha) e um dos geneticistas que estudaram o genoma dos denisovanos, citado pela revista britânica, os resultados da equipa de Reich são convincentes. Mas este especialista pensa que a misteriosa espécie não é nova, mas antes uma espécie da qual já se conhecem restos fósseis, como Homo erectus. Só que como esta e outras espécies de humanos primitivos viviam em ambientes quentes e húmidos – ao contrário dos neandertais e dos denisovanos, que viviam em sítios frios e secos –, o ADN dos seus fósseis está muito degradado e torna-se muito difícil extraí-lo para o sequenciar.

in Público - ler notícia

sexta-feira, agosto 31, 2012

Humanos modernos - uma espécie com uma história cada vez mais complicada

Evolução humana
Nós, os neandertais, os denisovanos e como tudo se complicou

Réplica da falange que permitiu descobrir um novo grupo de humanos, os denisovanos (Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva) 

A ponta de um dedo veio evidenciar ainda mais que, se há coisa que não é simples, é a história da evolução humana. Descoberto em 2008 na gruta Denisova, nos montes Altai, Sibéria, o pequeno osso da falange era afinal de um grupo de humanos desconhecido - os denisovanos, que viveram até há 30 mil anos. E se as surpresas não chegassem, também eles, tal como os neandertais, se reproduziram com a nossa espécie. Uma equipa publica nesta sexta-feira, na revista Science, a análise do genoma completo dos denisovanos, a partir do fragmento de dedo: dentro de nós há um pouco de neandertal e de denisovano, é verdade, mas a genética revelou agora uma nova teia de migrações e relações complexas entre nós e estes dois humanos já extintos. 

A equipa de Svante Pääbo, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, Alemanha, já tinha ficado surpreendida com o que representava a descoberta da falange e de dois dentes molares. Quando os cientistas sequenciaram o ADN das mitocôndrias (as baterias das células), herdado só da parte da mãe e que está fora do núcleo celular, perceberam que era um novo grupo de humanos. O osso é de uma menina de cinco a sete anos de idade, que viveu há 80 mil anos. Tinha a pele escura, cabelos e olhos castanhos.

Em Maio de 2010, a revelação da sua existência espantou o mundo e, em Dezembro desse ano, a equipa de Pääbo avançava com a publicação de um primeiro rascunho do ADN do núcleo. Dizia já que os denisovanos se tinham misturado connosco e que a herança desse passado "promíscuo" não era igual em toda a Terra. Os europeus têm ADN dos neandertais, mas não têm material genético dos denisovanos, que por sua vez deixaram a sua pegada genética para os lados das ilhas da Melanésia.

No meio desta viagem à história da evolução humana através do ADN, a equipa de Pääbo disponibilizou na Internet, no início deste ano, toda a sequenciação do genoma dos denisovanos, para quem a quisesse usar na investigação. A leitura deste ADN antigo já era bastante rigorosa, graças a um método desenvolvido por Matthias Meyer, também do Instituto Max Planck, que permite ler até 30 vezes as letras do genoma (pequenas moléculas que compõem a grande molécula de ADN). Agora, a equipa aprofunda na Science as reflexões sobre essa informação e faz mais revelações, comparando o genoma da nossa espécie (os humanos modernos), dos denisovanos e dos neandertais.

"Pudemos confirmar que parentes de um indivíduo da gruta Denisova contribuíram geneticamente para os antepassados das pessoas actuais na Nova Guiné, mas esse fluxo genético não afectou o resto das pessoas da Eurásia continental, incluindo o Sudeste da Ásia continental", disse um dos autores do artigo, o geneticista David Reich, da Faculdade de Medicina de Harvard, numa conferência organizada pela revista. "No entanto, é claro que os denisovanos contribuíram com 3% a 5% de material genético para os genomas das pessoas da Austrália, Nova Guiné, os nativos das Filipinas e de algumas ilhas das redondezas. A confirmação foi muito forte", acrescentou.

Como se explica que o material genético dos denisovanos não se encontre sequer na Ásia continental, onde viveram, como mostra a falange e os dentes? "Diria que a mistura entre os denisovanos e os antepassados dos habitantes da Melanésia, Papuásia-Nova Guiné e aborígenes australianos deu-se provavelmente no Sudeste da Ásia continental. Quando os antepassados dos humanos modernos chegaram a essa área, encontraram-se com os denisovanos, misturaram-se e depois partiram para colonizar a Melanésia", disse Pääbo.

E agora vem a última descoberta, aquela que complica tudo. Envolve os neandertais, extintos há cerca de 28 mil anos e que durante mais de 150 anos estiveram no centro da polémica sobre se eles e nós tínhamos feito sexo e deixado descendentes.

Sim, tínhamos, já tinham concluído outros estudos de Pääbo.

"As pessoas das regiões Leste da Eurásia [Ásia] e os nativos americanos têm mais material genético dos neandertais do que as da Europa, apesar de os neandertais terem vivido sobretudo na Europa, o que é mesmo muito interessante", considerou David Reich. "Vemos que há uma contribuição dos neandertais ligeiramente superior na Ásia do que na Europa - em cerca de 20% - o que é surpreendente, porque os neandertais viveram na Oeste da Ásia e na Europa", acrescentou Pääbo.

Como aconteceu isto? De início, pensava-se que tinha havido um único intercâmbio genético entre neandertais e humanos modernos, que saíram de África há cerca de 50 mil anos. Talvez quando os dois tipos de humanos se encontraram no Médio Oriente. Depois a nossa espécie espalhou-se pelo mundo inteiro e teria levado consigo essa herança. "Agora tudo se tornou mais complicado com os neandertais", disse Pääbo. "Vemos que toda a gente fora de África teve uma contribuição dos neandertais. A maneira mais simples de explicar isto é que algo ocorreu assim que os humanos modernos saíram de África, se encontraram com os neandertais no Médio Oriente e se misturaram com eles."

Como hipóteses, a equipa diz que pode ter havido uma segunda mistura entre humanos modernos e neandertais na Ásia Central, reforçando aí a carga genética destes. Ou a contribuição genética dos neandertais na Europa foi diluída com a chegada tardia de humanos modernos vindos de África e que não tinham um pouco de Neandertal no genoma.

in Público - ler notícia

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Os humanos modernos e os denisovianos

Ancient humans, dubbed 'Denisovans', interbred with us

Professor Chris Stringer: "It's nothing short of sensational - we didn't know how ancient people in China related to these other humans"

Scientists say an entirely separate type of human identified from bones in Siberia co-existed and interbred with our own species.

The ancient humans have been dubbed Denisovans after the caves in Siberia where their remains were found.

There is also evidence that this group was widespread in Eurasia.

A study in Nature journal shows that Denisovans co-existed with Neanderthals and interbred with our species - perhaps around 50,000 years ago.

An international group of researchers sequenced a complete genome from one of the ancient hominins (human-like creatures), based on nuclear DNA extracted from a finger bone.

DNA from a tooth (pictured) and a finger bone show the Denisovans were a distinct group

'Sensational' find

According to the researchers, this provides confirmation there were at least four distinct types of human in existence when anatomically modern humans (Homo sapiens sapiens) first left their African homeland.

long with modern humans, scientists knew about the Neanderthals and a dwarf human species found on the Indonesian island of Flores nicknamed The Hobbit. To this list, experts must now add the Denisovans.

The implications of the finding have been described by Professor Chris Stringer of the Natural History Museum in London as "nothing short of sensational".

Scientists were able to analyse DNA from a tooth and from a finger bone excavated in the Denisova cave in southern Siberia. The individuals belonged to a genetically distinct group of humans that were distantly related to Neanderthals but even more distantly related to us.

The finding adds weight to the theory that a different kind of human could have existed in Eurasia at the same time as our species.

Researchers have had enigmatic fossil evidence to support this view but now they have some firm evidence from the genetic study carried out by Professor Svante Paabo of the Max Planck Institute in Leipzig, Germany.

"A species of early human living in Europe evolved," according to Professor Paabo.

"There was a western form that was the Neanderthal and an eastern form, the Denisovans."

The study shows that Denisovans interbred with the ancestors of the present day people of the Melanesian region north and north-east of Australia. Melanesian DNA comprises between 4% and 6% Denisovan DNA.

David Reich from the Harvard Medical School, who worked with Svante Paabo on the study, says that the fact that Denisovan genes ended up so far south suggests they were widespread across Eurasia: "These populations must have been spread across thousands and thousands of miles," he told BBC News.

One mystery is why the Denisovan genes are unique in modern Melanesians and are not found in other Eurasian groups that have so far been sampled.

The remains were excavated at a cave site in southern Siberia

'Fleeting encounter'

Professor Stringer believes it is because there may have been only a fleeting encounter as modern humans migrated through South-East Asia and then on to Melanesia.

"It could be just 50 Denisovans interbreeding with a thousand modern humans. That would be enough to produce this 5% of those archaic genes being transferred," he said.

"So the impact is there but the number of interbreeding events might have been quite small and quite rare."

No one knows when or how these humans disappeared but, according to Professor Paabo, it is very likely something to do with modern people because all the "archaic" humans, like Denisovans and Neanderthals disappeared sometime after Homo sapiens sapiens appeared on the scene.

"It is fascinating to see direct evidence that these archaic species did exist (alongside us) and it's only for the last few tens of thousands of years that is unique in our history that we are alone on this planet and we have no close relatives with us anymore," he said.

The study follows a paper published earlier this year by Professor Paabo and colleagues that showed there was interbreeding between modern humans and Neanderthals as they emerged from Africa 60,000 years ago.

 in BBC

Os cro-magnons, os denisovanos e os neandertais

Nós, os Neandertais e agora também a Mulher-X

Na gruta Denisova, descobriu-se uma falange e um molar

Era uma mulher. Viveu entre há 30 a 50 mil anos. E, sem que o suspeitássemos até agora, pertencia a um grupo de humanos diferente de nós, mas que se reproduziu com a nossa espécie. Eis a Mulher-X, o primeiro indivíduo identificado desse grupo.

Este novo capítulo na história complexa da nossa espécie, os humanos modernos ou Homo sapiens sapiens, é contado amanha na revista Nature, pela equipa de Svante Pääbo, guru mundial da paleoantropologia genética do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha.

Em 2008, encontrava-se a ponta do dedo de um humano na Sibéria, na gruta Denisova. Pensando estar perante a falange de um humano moderno, talvez de um Neandertal com sorte, a equipa de Pääbo sequenciou o ADN extraído desse pedaço de osso — não o ADN do núcleo das células, mas o que está nas mitocôndrias, as baterias das células e que é herdado só pela parte da mãe.

Quando viram os resultados, os cientistas não queriam acreditar: tinham em mãos ADN de um humano antigo desconhecido, pertencente a uma linhagem diferente das duas que até aqui se sabia terem habitado a Europa e a Ásia nessa altura — os humanos modernos, que saíram de África há cerca de 60 mil anos, e os Neandertais, que surgiram na Europa e Médio Oriente há 300 mil anos e extinguiram há cerca de 30 mil. Em Março último, a equipa revelou esses resultados, também na Nature, e espantou toda a gente.

Era também a primeira vez que um novo grupo de humanos era descrito não a partir da morfologia dos seus ossos fossilizados, mas da sua sequência de ADN.

Só pelo ADN das mitocôndrias, que está fora do núcleo das células, os cientistas não podiam saber se aquela falange, de um indivíduo com cinco a sete anos de idade, era de homem ou mulher. Mas deram-lhe a alcunha de Mulher-X, porque o ADN mitocondrial é matrilinear e porque gostavam de imaginar que era de uma mulher.

Depois, partiram para a sequenciação do ADN contido no núcleo celular e é a análise desses resultados que agora publicam. Além de confirmarem que a falange é mesmo feminina, os cientistas dizem que este novo grupo de humanos partilha um antepassado comum com os Neandertais, mas cada um seguiu uma história evolutiva diferente. Portanto, há 50 mil anos, além de nós e dos Neandertais, havia um terceiro grupo de humanos. Chamaram-lhe denisovanos.

Também sequenciaram agora o ADN mitocondrial retirado de um dente molar de outro indivíduo, um jovem adulto, descoberto na mesma gruta. Tanto o ADN como a morfologia do dente corroboram que se trata de um humano distinto dos Neandertais e da nossa espécie.

Durante décadas, discutiu-se se os Neandertais se teriam reproduzido ou não com a nossa espécie e se, apesar de extintos, haveria um bocadinho deles dentro de nós. Em Maio, o mesmo Pääbo pôs um ponto final na polémica, com a sequenciação do genoma dos Neandertais, dizendo que sim, que nos actuais euroasiáticos há um pouco de Neandertal. E agora a sua equipa diz que nos humanos modernos há igualmente um pouco dos denisovanos.

Mas, ao contrário dos Neandertais, os denisovanos não contribuíram geneticamente para os euroasiáticos actuais. As comparações genéticas entre os denisovanos e humanos modernos da Euroásia, África e Melanésia mostraram que são estes últimos que herdaram os seus genes.

De facto, a equipa descobriu que os naturais da Papuásia-Nova Guiné e das Ilhas Salomão partilham um número elevado de traços genéticos com os denisovanos, o que sugere que houve reprodução entre estes humanos até há poucos meses desconhecidos e os antepassados dos melanésios.

Sozinhos há pouco tempo

“Em conjunto com a sequenciação do genoma dos Neandertais, o genoma dos denisovanos sugere uma imagem complexa das interacções genéticas entre os nossos antepassados e diferentes grupos antigos de hominíneos”, comenta Pääbo, citado num comunicado de imprensa do seu instituto.

“O facto de os denisovanos terem sido descobertos no Sul da Sibéria, mas terem contribuído para o material genético de populações de humanos modernos da Papuásia-Nova Guiné sugere que os denisovanos podem ter-se espalhado pela Ásia”, diz.

Para Eugénia Cunha, especialista em evolução humana da Universidade de Coimbra, estes resultados mostram ainda quão diversos eram os grupos humanos no passado. “Sempre houve coexistência de várias espécies. Agora é que estamos numa situação anómala”, sublinha a antropóloga. “Há 50 mil anos, viviam os Neandertais, os humanos modernos e pelo menos este grupo distinto. Só muito recentemente é que nos tornámos a única espécie.”