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terça-feira, abril 09, 2019

Notícia sobre Paleontologia e baleias

Descoberta no Peru uma baleia ancestral com quatro pernas

As baleias de há 43 milhões de anos eram uma mistura entre um rinoceronte e uma lontra: tinham uma cabeça estreita, uma cauda longa e musculosa e quatro pernas com pés espalmados.
Investigadores desenterraram os ossos bem preservados de uma antiga baleia de quatro patas na costa do Peru e detalharam as suas descobertas num artigo publicado a 4 de abril na revista Current Biology.
“É uma das descobertas que mostram o quão pouco se sabe“, disse Jonathan Geisler, biólogo evolucionista e anatomista do Instituto de Tecnologia de Nova York, que não esteve envolvido no estudo. “Eu acho que é muito emocionante.”
A descoberta representa a primeira evidência indiscutível de uma baleia de quatro patas do Oceano Pacífico, disse o principal autor do estudo, Olivier Lambert, paleontólogo de vertebrados do Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica, em Bruxelas.
Durante mais de uma década, os paleontólogos têm escavado as regiões costeiras estéreis do Peru e extraído fósseis de mamíferos marinhos antigos. Lambert disse que não esperava que restasse muito para descobrir, até que a sua equipa encontrou um maxilar com dentes muito grandes. Encorajados, continuaram a cavar.
“Ver os primeiros elementos dos membros posteriores, o fémur, os ossos do tornozelo foi um momento extraordinário”, disse Lambert. “Estamos todos muito animados.”
Embora os ossos tenham vários milhões de anos e estejam divididos em vários pedaços, estão bem preservados e fáceis de localizar nos sedimentos que os cercam. “Isto tornou a escavação muito agradável, com ossos a aparecer um após o outro e movendo-nos de uma surpresa para a outra.”
Os cientistas descobriram que os dedos e dedos dos pés da baleia estavam inclinados com pequenos cascos. Quando o esqueleto foi montado, a estrutura do quadril e dos membros fez com que parecesse um animal que vivia na terra.
Mas os longos apêndices e os grandes ossos da cauda eram semelhantes aos de uma lontra, sugerindo que também devia ter sido um bom nadador. “Agora sabemos que eram capazes de se mover em terra e, ao mesmo tempo, começaram a usar o rabo mais predominantemente para nadar”, disse Lambert.

A equipa chamou à espécie de Perefocetus pacificus, que significa “a baleia viajante que alcançou o Pacífico”. “Como este é o primeiro registo de uma baleia quadrúpede em todo o Pacífico e o Hemisfério Sul, isso aumenta significativamente a distribuição destes primeiros cetáceos”, disse Lambert.
Até agora, os cientistas acreditavam que as baleias antigas tinham deixado a África para ir para a América do Norte antes de migrar para a América do Sul e o resto do mundo. Mas Lambert e os co-autores concluíram que a idade e a localização deste novo espécime sugerem que as baleias anfíbias atravessaram o Oceano Atlântico Sul primeiro até a América do Sul, antes de chegar à América do Norte e a qualquer outro lugar.
Geisler disse essa ideia fazia sentido, mas seria interessante procurar evidências dessas baleias antigas em toda a orla do Pacífico. “Nós não temos ideia qual era a capacidade dessas baleias de se moverem na água”, disse.
  

quarta-feira, setembro 19, 2012

Notícia sobre Paleontologia e Açores

Mandíbula de cetáceo do período Plistocénico encontrada pela primeira vez em ilhas oceânicas
Descoberto em Santa Maria fóssil com mais de 100 mil anos
A ilha de Santa Maria, no Grupo Oriental, é a única do arquipélago dos Açores onde existem jazidas fósseis
Uma mandíbula de cetáceo, que se estima ter entre 117 e 130 mil anos, foi descoberta na jazida fóssil da Praínha, na ilha açoriana de Santa Maria, anunciou a Secretaria Regional do Ambiente esta terça-feira.
Esta é a primeira descoberta a nível mundial de um fóssil de cetáceo em ilhas oceânicas para o período Plistocénico, em particular para o último estádio interglaciar, segundo os estudos realizados pelos paleontólogos da Universidade dos Açores.
A mandíbula foi encontrada por habitantes locais, admitindo as autoridades que possa ter sido colocada a descoberto pelas adversas condições marítimas ocorridas no final de Agosto com a passagem do furacão ‘Gordon’.
A força do mar removeu rochas de grandes dimensões e areia, acabando por expor a mandíbula, que, segundo os especialistas, deverá ser de um cachalote ou de uma baleia de barbas.
O osso, com cerca de um metro de comprimento, foi removido do local por técnicos do Parque Natural de Santa Maria e investigadores do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores e será exposto no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, em Vila do Porto, logo que estejam concluídos os trabalhos de limpeza e análise.
A ilha de Santa Maria, no Grupo Oriental, é a única do arquipélago dos Açores onde existem jazidas fósseis.
No total, já foram identificadas nesta ilha 15 jazidas fósseis, datadas do final do Miocénico e início do Pliocénico, entre sete a cinco milhões de anos, além de outras seis jazidas mais recentes, do Plistocénico, com idades entre os 117 e os 130 mil anos, entre as quais a jazida da Praínha.

in CM - ler notícia

NOTA: embora com incorreções (há mais fósseis nos Açores, nomeadamente de vegetais dentro de cones de cinzas vulcânicas, noutras ilhas...) esta notícia é muito especial - aumenta a importância científica dea ilha de Santa Maria e dos seus fósseis e dá relevo aos Açores e à Paleontologia nacional...