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quinta-feira, agosto 15, 2013

Boas notícias para a Universidade de Coimbra...!

Coimbra entra no ranking mundial das 500 melhores universidades
Andreia Sanches - 15.08.2013

Lisboa melhora classificação. Portugal passa a ter quatro universidades no Ranking de Xangai, “o mais influente e badalado” do mundo

A Universidade de Coimbra aparece pela primeira vez no ranking nesta edição de 2013

A Universidade de Coimbra entra pela primeira vez num dos mais conhecidos rankings de universidades do mundo. A Universidade de Lisboa (antiga “Clássica” que, entretanto se fundiu com a Técnica) sobe na classificação. A Universidade do Porto e a Técnica de Lisboa mantêm as suas posições, com a do Porto à frente. O Ranking de Xangai 2013 acaba de ser divulgado.
Como lhe chama António Nóvoa, o ex-reitor da Universidade de Lisboa, este “é de longe o mais influente e badalado” ranking de universidades, apesar de todas a críticas que lhes são feitas.
A edição de 2013 pode ser consultada no site http://www.shanghairanking.com/. O topo é, como sempre, dominado pelas universidades norte-americanas, com as universidades de Harvard, Stanford e da Califórnia nos três primeiros lugares. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) desceu uma posição em relação a 2012 e é agora quarto. A Universidade de Cambridge é a primeira europeia a aparecer - em 5.º lugar.
Até à edição de 2011, havia no ranking das 500 melhores do mundo apenas duas universidades portuguesas: Porto e Lisboa. Em 2012, entrou também a Técnica de Lisboa. Para este ano, António Nóvoa resume assim os dados mais significativos para Portugal: “A entrada, pela primeira vez, de Coimbra, e a subida, muito significativa, de Lisboa.”
A tabela publicada só discrimina as posições das instituições até ao lugar 100. A partir daí coloca-as em grandes intervalos. A Universidade do Porto e a Universidade de Lisboa aparecem ambas nas posições 301-400 (no ano passado o Porto já ocupava essa posição mas Lisboa estava no patamar abaixo, no 401-500).

A Universidade de Coimbra e Universidade Técnica de Lisboa estão ambas nos lugares que compreendem o intervalo 401-500. Dentro de cada intervalo as universidades de um mesmo país aparecem por ordem alfabética, explica Nóvoa.

O recém eleito reitor da Universidade de Lisboa, que agora integra a Técnica, congratula-se com a melhoria do desempenho da universidade lisboeta e espera que "o orçamento de Estado acompanhe esta melhoria".

António Cruz Serra diz também que acredita que a universidade que resulta da fusão da "Clássica" e da Técnica vai subir, na próxima edição, mais de cem lugares na tabela e que "deverá ficar acima da melhor universidade espanhola". Isto porque "o ranking contabiliza o conjunto dos investigadores" das duas instituições. "São boas notícias para o país."

O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, afirma, por seu lado, que a entrada no ranking era esperada, mais dia, menos dia, e que esta é uma óptima notícia para a instituição. “Era o único grande ranking internacional em que não estávamos presentes.”
Aproveita também para dar os parabéns à  “Clássica” de Lisboa, pela melhoria do desempenho. E diz que estes dois factos - a entrada de Coimbra na lista e a melhoria de Lisboa - são ainda mais significativos quando o país atravessa “tantas dificuldades”.
Deixa, contudo, um alerta: estes rankings resultam do trabalho feito pelas instituições há alguns anos. “Os efeitos dos cortes orçamentais impostos às universidades ainda não se reflectem aqui.” Dá um exemplo: um dos indicadores do Ranking de Xangai é o número de citações de artigos científicos de investigadores das universidades. O que significa que os artigos são publicados e só ao fim de alguns anos reúnem um número significativo de citações. Quanto mais artigos publicados, maior a probabilidade de haver um número relevante de citações. Ora com a redução de financiamento que se tem imposto ao ensino superior, há o sério risco de se fazer menos investigação e publicar-se menos.
Em Coimbra, nos últimos três anos, o corte no financiamento público foi de cerca de 30%, diz o reitor. “E todas as instituições são tratadas por igual, independentemente dos resultados que têm. Se toda a administração pública tivesse sofrido cortes desta ordem já estávamos a pagar a dívida pública e não a aumentá-la”, afirma, lembrando que, na verdade, os cortes começaram ainda em 2005, só que não só não eram tão “violentos”, como nessa altura ainda era possível encontrar fontes de receita nos contratos com empresas. Hoje, muitas empresas estão mais preocupadas em sobreviver, nota Gabriel Silva, do que em financiar projectos.

Como funciona o ranking
O Ranking de Xangai começou a ser publicado em 2003 pela Universidade Jiao Tong de Xanhai, China (no intervalo 151-200), e é actualizado anualmente. Tem tal influência internacional que muitas universidades se preocupam em adoptar estratégias pensadas neste ranking e no que ele avalia.
Os avaliadores baseiam-se na análise de seis indicadores: número de alunos e professores que receberam o Prémio Nobel ou Fields Medals; número de pesquisadores citados em 21 áreas de investigação das Ciências da Vida, da medicina, física, engenharia e ciências sociais; artigos publicados na Nature e na Science; artigos internacionalmente referenciados; desempenho académico per capita.
Muitos têm questionado, contudo, a forma como os dados são recolhidos e convertidos em pontuação. Certo é que todos os anos mais de mil universidades são analisadas. E no ranking só entram as 500 que melhor se saem.

in Público - ler notíca

NOTA: finalmente alguma justiça e a Universidade de Coimbra entra no único ranking que lhe faltava...!



(imagem daqui)

domingo, janeiro 16, 2011

Sobre a trapalhada dos graus académicos bolonheses

(imagem daqui)

50 mil licenciados pedem "fim das injustiças criadas por Bolonha"

Se todas as universidades aceitarem a recomendação do Conselho de Reitores, a oferta passará a ser igual: a quem tiver uma licenciatura feita antes da reforma de Bolonha e contar com cinco anos de experiência profissional bastará um semestre de aulas e a defesa pública de um relatório sobre a profissão para conseguir o grau de mestre.

Isto, contudo, é considerado insuficiente pelo Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), que esta semana fez entrar na Assembleia da República uma petição com 49.300 assinaturas. Objectivo: "Acabar de vez com as confusões e com as injustiças criadas com a reforma de Bolonha."

"Explicar a situação não é fácil, porque ela é absurda", afirma Fernando Santo, presidente do CNOP. Segundo diz, tem origem na escolha da designação dos títulos académicos por ocasião da reforma de Bolonha, que visou harmonizar o ensino superior nos países europeus e implicou alterações na duração dos cursos a partir de 2006.

Naquela altura, diz, foram cometidos dois "erros propositados que afectaram centenas de milhares de pessoas já licenciadas". Começou, diz, com a atribuição das mesmas designações – licenciatura e mestrado – aos graus obtidos antes e depois de Bolonha, apesar de os ciclos terem durações diferentes. "E agravou-se", na sua perspectiva, "quando o Governo continuou a ignorar os apelos à distinção, na Portaria n.º 782/2009, que estabelece a correspondência entre os níveis de educação e formação e os níveis de qualificação para efeitos profissionais".

A consequência, sublinha, foi a "desvalorização" profissional do termo "licenciatura". "Uma pessoa com uma formação académica de cinco ou seis anos antes de Bolonha tem o mesmo título académico que outra com três anos de estudos. Mas, se isto é já incompreensível, torna-se gravíssimo quando se reflecte, por exemplo, num concurso para uma vaga na administração pública, em que ambas as "licenciaturas" equivalem a um nível 6 de qualificação. Isto, ao mesmo tempo que um mestre pós-Bolonha, com cinco anos de formação académica (os mesmos de um antigo licenciado), concorre com o nível 7", aponta.

Fernando Santo assegura que "não se tratou de um lapso. "Houve uma clara intenção política de, reduzindo a factura, aumentar, para efeitos estatísticos, o número de "licenciados", que passam a sê-lo com menos dois anos de formação", denuncia.

Na petição lançada pela CNOP, que reuniu 49.300 assinaturas - quando só eram necessárias 4000 para obrigar à discussão na AR -, são exigidas duas medidas: a alteração da regulamentação do Quadro Nacional de Qualificações, com a atribuição do nível de qualificação 7 aos licenciados pré-Bolonha e a atribuição do grau de mestre aos titulares das licenciaturas pré-reforma.

Neste contexto, Fernando Santo considera "insuficiente" a recomendação do CRUP. "É positiva, porque é um sinal de abertura e vem dar visibilidade a uma situação que prejudica centenas de milhares de profissionais, mas ainda há muito caminho a percorrer para acabar com as injustiças", diz.