Robert Smith é também famoso pela sua
imagem de marca: lábios esborratados de batom, olhos pintados e, essencialmente, o seu cabelo no ar completamente despenteado.
Robert Smith é o terceiro filho de
Rita e
Alex, nascido em Blackpool no dia 21 de abril de 1959. Tem duas irmãs,
Margaret e
Janet e um irmão,
Richard.
Smith cresceu no seio de uma família de classe média, católica, que incentivava os filhos a desenvolverem as suas capacidades artísticas. Dos anos em que viveu em Blackpool ficou-lhe sempre na memória o mar, que ficava perto de sua casa e essa memória iria ter muita influência na sua vida futura.
Em 1962 mudou-se para
Horley, (
Surrey) onde frequentou a escola primária
St. Francis Primary School.
Em março de 1966, ainda criança, mudou-se para
Crawley, (
Sussex), uma cidade na periferia de
Londres que segundo Robert era extremamente deprimente e sem nada de interessante para fazer.
Frequenta a
St Francis Junior School,
Notre Dame Middle School entre 1970-72 e
St. Wilfrids Comprehensive School entre 1972-77.
Enquanto adolescente, por culpa dos irmãos mais velhos foi bastante influenciado pelos
The Beatles,
Jimi Hendrix,
Captain Beefheart,
Alex Harvey,
Slade,
T.Rex,
Nick Drake, entre outros e especialmente
David Bowie.
Aos 13 anos, com cabelo muito comprido, é um adolescente um pouco problemático, que culmina com a sua suspensão da escola por ser considerado uma má influência para os seus colegas. Nesta altura conhece
Mary Poole, a mulher da sua vida, com quem namoraria pouco depois e que em 1988 se iria casar.
Em Crawley, conhece novos amigos e é nesta cidade que desperta verdadeiramente para a música.
Forma uma banda com os amigos da escola para ocupar o tempo em que não tinha aulas. Entre outras, fazem covers dos
The Kinks (Lola) e
Black Sabbath (Paranoid).
Depois de vários projectos falhados, formou os
Easy Cure que mais tarde iriam dar origem aos
The Cure.
Quando a música
punk explodiu no Reino Unido, Robert Smith era ainda um adolescente e imediatamente aderiu ao movimento, embora não no aspecto visual, mas sim à atitude "faça você mesmo". Robert diria mais tarde, "apercebi-me também rapidamente, que tal como outros movimentos, há partes boas e partes más. A ideia de usar alfinetes e ser um punk não era verdadeiramente a essência. Era mais por eu começar a sair e fazer a minha própria música."
Era um ouvinte assíduo do programa de
John Peel, da
BBC Radio e sonhava um dia ele próprio ser convidado para apresentar a sua música. Uns anos mais tarde passaria a ser convidado com frequência.
Desde 1976, ano em que formou os
Malice, que mais tarde se iriam tornar nos
The Cure, que a maior parte do seu trabalho tem sido desenvolvido nesta banda.
Robert Smith para além de guitarra, já tocou baixo, teclado e violino em situações ocasionais, para além de ter composto quase a totalidade da obra dos Cure; também co-produziu quase todos os álbuns.
Robert Smith ajudou a popularizar o estilo "gótico" de vestir com a sua imagem de marca; lábios esborratados de batom e o cabelo preto completamente despenteado, uma imagem que ele adoptou desde os primeiros anos da década de 80. Segundo o baixista dos
Banshees, Steve Severin, Robert usou pela primeira vez o batom de Siouxsie em 1983, após ter usado ópio. No entanto Robert afirma que sempre usou maquilhagem desde muito novo.
As suas letras para os primeiros álbuns da banda - particularmente
Faith,
Pornography, e posteriormente
Disintegration - estão centrados nos temas de depressão, solidão, isolamento e perda. O ambiente sombrio destes primeiros álbuns, juntamente com a sua imagem em palco, cimentou a imagem "gótica" pioneira da banda, embora sem qualquer intenção de iniciar uma moda ou movimento.
A estética da banda foi de obscura a psicadélica a começar no álbum
The Top. Em 1986, Smith foi mais longe na mudança de imagem ao aparecer em palco com o cabelo cortado bastante curto (isto pode ser visto no
In Orange, um concerto no sul de França editado em vídeo em 1987) e em fotos de imprensa usando calções de futebol e pólos.
Apesar de imagem pública de Smith sugerir uma pessoa deprimida, ele afirmou que as suas canções não reflectem a maneira como ele se sente sempre, ou mesmo, a maior parte do tempo.
"
Na altura que escrevemos o Disintegration…é apenas acerca de como eu verdadeiramente estava, como eu me sentia. Mas eu não sou assim o tempo todo. Essa é a dificuldade de escrever músicas que são um bocado deprimentes. As pessoas pensam que és assim o tempo todo, mas eu não penso isso. Eu simplesmente escrevo quando estou deprimido."
As letras de Smith mostraram variados estilos e temas ao longo dos anos. As primeiras canções incorporavam literatura, parafraseando partes d'
O Estrangeiro de
Albert Camus em
Killing an Arab, punk meta-ficcional de
So What, surrealismo em
Accuracy, rock/pop directo em
Boys Don't Cry e
I'm Cold, e partes poéticas em
Another Day e
Fire in Cairo. Nas décadas subsequentes, Smith explorou mais o seu lado poético.
A escrita de Smith tornou-se mais voltada para o pop após o
Pornography. Apesar da aparente música mais alegre, as faixas frequentemente continham temas sombrios; o single "
In Between Days", por exemplo contrasta uma energética batida
pop-rock com letras acerca de tristeza e de uma relação perdida.
Numa entrevista em 2000, Smith disse que "…
há um tipo particular de música, um tipo de música "atmosférico", que eu aprecio fazer com os Cure. Eu aprecio esse som mais do que qualquer outro." Quando lhe perguntaram acerca do "som" quando compõe, Smith disse que "…
não penso que haja tal coisa como um som típico dos Cure. Eu penso que que há vários "sons Cure" de vários períodos diferentes e diferentes composições da banda."