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sexta-feira, outubro 23, 2009

As guerras de Deus e Saramago

Bartoon, Público, 22-10-2009

quarta-feira, julho 22, 2009

Novidades astronómicas

Do Blog AstroLeiria publicamos, pela actualidade, o seguinte post:


Neste Ano Internacional da Astronomia, numa altura em que tanto se fala desta Ciência, duas novidades interessantes...

1. Site do Público sobre o Ano Internacional da Astronomia


Com notícias fresquinhas, links para sites, blogues e afins, críticas a livros, referência a actividades, é um local excelente para visitar:



2. Google Moon


Para quem usa o Google Earth ou o Google Maps, é um local delicioso para visitar: localização das alunagens, alguns mapas topográficos e geológicos, fotografias e muitas outras coisas para descobrir:


Notícia do Público sobre o Eclipse Total do Sol de 22.07.2009

Investigadores vão aproveitar fenómeno para estudar o Sol
Ásia vai escurecer amanhã com o eclipse solar mais longo do século
21.07.2009 - 18h04 PÚBLICO

Um eclipse solar total vai passar pela Ásia, Japão e pelo Pacífico durante quarta-feira. Será o eclipse solar mais longo deste século, com uma duração maior do que cinco minutos.

O eclipse vai ter início no golfo de Khambhat, a Norte de Bombaim, e vai mover-se para Este, escurecendo a Índia, o Nepal, Burma, Bangladesh, Butão e a China. Depois continua para o Pacífico passando pelo Japão, e será visto pela última vez a partir da ilha de Nikumaroro, no Kiribati.

Mas a maior parte do continente asiático vai pelo menos ter oportunidade de ver parcialmente o eclipse. O fenómeno astronómico vai ter início esta madrugada às 01h14m54s (hora de Lisboa), e vai durar cerca de quatro horas. Pode ser seguido em tempo real no site Live! Eclipse 2009.

O último eclipse total, em Agosto de 2008, durou 2m27s, este vai chegar aos 6m39s. A grande duração vai ajudar os cientistas a estudar fenómenos solares. “Vamos ter que esperar algumas centenas de anos para ter outra oportunidade para observar o eclipse solar que dure tanto tempo, por isso é uma oportunidade muito especial”, disse à AP Shao Zhenyi, astrónomo do Observatório Astronómico de Xangai, na China.

in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)



NOTA: é já esta madrugada que pode ser visto, ao vivo ou via Internet, este eclipse. Para os azarados que não foram para a Índia, China, Japão ou Kiribati, aqui fica o site Live! Eclipse 2009 referido na notícia:

segunda-feira, maio 04, 2009

PNSAC na Internet

Duas notícias interessantes sobre o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), a primeira com algumas incorrecções e a segunda já dada por nós aqui no Blog:


Parque | Serras de Aire e Candeeiros
Protegido há 25 anos

Criado a 4 de Maio de 1979 pelo decreto-lei 118/79, o PNSAC estende-se por uma área de quase 40 mil hectares. É o sétimo maior parque natural do País, num total de doze, e abrange os concelhos de Alcobaça e Porto de Mós (no distrito de Leiria) e ainda os municípios de Alcanena, Ourém, Rio Maior, Santarém e Torres Novas (distrito de Santarém). Inclui uma parte significativa - mas não total - do Maciço Calcário Estremenho, constituído pelas Serras de Aire e Candeeiros e pelos planaltos de Santo António e São Mamede.

Embora tenha sido criado em 1979, só sete anos mais tarde é que começou o trabalho efectivo nesta área protegida onde o contraste é a sua marca principal: a água, que não se encontra à superfície, tem no seu subsolo um enorme reservatório que está agora a ser objecto de estudo.

Possuindo um vasto número de formações calcárias - grutas, algares, lapiaz e poljes -, o PNSAC tem, ao nível da fauna morcegos, grupo ao qual pertencem nove das onze espécies de mamíferos ameaçados de extinção em Portugal. Ao nível da flora destaque para as orquídeas. “A “Inula montana”, uma espécie rara, tem pelo menos dois núcleos nesta área protegida.




quarta-feira, abril 01, 2009

Humor: as mentiras da ciência


Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra:

É possível fazer pipocas com telemóveis? E ir ao Pólo Norte visitar os pinguins? O cientista de serviço no suplemento satírico do jornal Público, David Marçal, vai estar no Museu da Ciência da UC para fazer revelações que podem surpreendê-lo

Promete ser, no mínimo, uma experiência desconcertante: David Marçal, cientista e criativo do suplemento satírico "O Inimigo Público", vai ser o protagonista da próxima sessão do ciclo Ciência em Família do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC). No dia 5 de Abril (domingo) às 11 horas, pequenos e graúdos vão poder descobrir algumas das mais intrigantes mentiras do mundo científico.


Há vídeos do YouTube que parecem não deixar espaço para dúvidas: mas será mesmo possível fazer pipocas apenas com as radiações dos telemóveis? E, se nos apetecer, podemos viajar até ao Pólo Norte para fotografarmos os pinguins? E se não tivermos à mão uma panela, podemos ferver água num mero saco de plástico?

Há coisas que parecem possíveis, mas não são. Outras parecem mentira, mas são perfeitamente reais. E a ciência explica porquê. David Marçal é o detective de serviço no Museu da Ciência da UC e vai ajudar as famílias a explorarem a fronteira entre o possível e o impossível.

David Marçal é licenciado em Química Aplicada e doutorado em Bioquímica Estrutural pela Universidade Nova de Lisboa. Foi jornalista de ciência do jornal Público e é, desde 2003, um dos autores do suplemento humorístico daquele diário, "O Inimigo Público", onde escreve sátiras científicas. Foi ainda autor de textos científicos para crianças na revista Kulto.

Investigador do Instituto de Medicina Molecular da UC, David Marçal está actualmente a desenvolver um projecto de pós-doutoramento em comunicação e divulgação de ciência com recurso ao teatro e ao humor. É autor do blogue convidado do jornal Público "Contagem Decrescente".

As sessões do ciclo Ciência em Família decorrem das 11.00 às 12.00 horas e destinam-se a crianças e adultos de todas as idades. A participação requer marcação prévia e poderá ser feita através do número de telefone 239 85 43 50. O custo é de apenas 3 euros por pessoa.

Para mais informações poderá aceder ao site do Museu da Ciência ou ainda espreitar algumas das actividades desenvolvidas no Ciência em Família num spot do YouTube.



Adaptado de post do Blog De Rerum Natura

terça-feira, março 17, 2009

Cegonhas na Net - video em directo

Post roubado ao Blog Ciências Correia Mateus:


O Webcegonhas – Condoninho da Renata resulta de uma parceria entre o jornal Público, a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) e a Redes Energéticas Nacionais (REN). É um projecto de divulgação e sensibilização ambiental que pretende dar a conhecer as acções que a REN desenvolve para a conservação da cegonha-branca e que vai permitir o acompanhamento de um ninho da espécie, através da montagem de uma câmara de filmar num apoio de uma linha de muito alta tensão. Imagens que vão poder ser vistas e comentadas em directo num blogue alojado no Público online.

Esta iniciativa faz convergir os objectivos de três projectos já em curso: Programa Público na Escola, Zappiens e Programa Condoninho.
  • No âmbito do Programa Público na Escola, o Público está já a promover três projectos que têm como principal objectivo estimular a conservação da Natureza e a protecção do Ambiente, junto dos alunos das escolas básicas e secundárias: Grifos na WEB, Lagartis e Morcegos na WEB. O projecto Webcegonhas – Condoninho da Renata é o quarto a juntar-se a estas iniciativas pedagógicas.
  • A FCCN tem em curso o Programa Zappiens – um site de agregação e visualização de vídeos e conteúdos multimédia educativos e/ou científicos de qualidade, produzidos em ambiente escolar, preferencialmente em Portugal e em língua portuguesa, que utiliza o multimédia para o conhecimento. No projecto Webcegonhas – Condoninho da Renata, a FCCN fica responsável pelo alojamento e reencaminhamento das imagens para o jornal Público online, bem como pela divulgação da iniciativa através do Zappiens.
  • O Programa Condoninho, que a REN pôs em marcha em 1993, surgiu para realojar um número crescente de famílias de cegonhas-brancas que elegiam os postes de electricidade para construir os seus ninhos. Desde então, a REN já realojou mais de 1700 ninhos, com a instalação de plataformas em locais seguros para a nidificação e pela colocação de campânulas próprias para afastar as cegonhas das zonas perigosas.
O Webcegonhas – Condoninho da Renata não implica a captura nem a manipulação de indivíduos de cegonha-branca, mas apenas a filmagem de um ninho da espécie que vive em estado selvagem.


quarta-feira, março 04, 2009

O ICN(B) e o desnorte ambiental em Portugal

“O ICNB é uma tontice”, defende arquitecto Fernando Pessoa
Reservas do país estão “a saque” denuncia criador dos primeiros parques naturais
04.03.2009 - 20h08 Lusa

O fundador e primeiro presidente do Serviço Nacional de Parques, Fernando Pessoa, considerou hoje que os parques naturais portugueses estão "a saque" e criticou a "inoperância" das entidades governamentais que tutelam o Ambiente.

"O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) é uma tontice", disse hoje o professor convidado da Universidade do Algarve à agência Lusa, à margem da apresentação de um livro.

Segundo o arquitecto paisagista, que criou os primeiros parques e reservas naturais portugueses, o instituto está "descaracterizado" e a "estragar" o trabalho "sério" que começou no pós-25 de Abril. "Está tudo transformado num clientelismo", afirmou, apontando o caso Freeport como um dos "escândalos" que ocorreram na Reserva Natural do Estuário do Tejo e que, diz, não constitui caso único.

O responsável falava à margem da cerimónia de apresentação do livro "Árvores e Arbustos", do arquitecto José Marques Moreira, que foi hoje apresentado na Universidade do Algarve.

Quanto à Ria Formosa, que se estende por cinco concelhos algarvios, entre Loulé e Vila Real de Santo António, Fernando Pessoa salientou os "ataques" que têm sido feitos àquele sistema lagunar. "Qualquer dia [a Ria Formosa] parece um lago no meio do Campo Grande", ironizou, criticando o Ministério do Ambiente e ICNB de "inoperância" e acusando-os de não conseguir garantir a conservação da natureza.

"O que se faz em Portugal vai completamente ao arrepio do que acontece no resto da Europa, nomeadamente em Espanha", afirmou, acrescentando que Portugal é o único país onde os parques não têm um director.

"Há um supervisor para quatro ou cinco parques e com tantos adjuntos isto mais parece uma economia de mercearia", concluiu Fernando Pessoa.

Notícia sobre NEO - Near Earth Asteroid

Asteróide passa perto da Terra
03.03.2009 - 16h57 Rafael Pereira

Um pequeno asteróide passou ontem de “raspão” à Terra, de acordo com o Minor Planet Center (MPC) da União Internacional da Astronomia. O pequeno objecto passou a apenas 72 mil quilómetros da Terra, que representa um quinto da distância entre a Terra e a Lua e o dobro da distância da maioria de satélites de comunicações, segundo o site Sky and Telescope.

Esta pequena ameaça celeste, designada de 2009 DD45 - que se julga ter cerca de 30 metros - passou ontem por volta das 13h00 muito perto do nosso planeta.

O objecto foi detectado pela primeira vez no sábado por uma equipa de investigadores australianos e mais tarde confirmado pela MPC.

O mais recente objecto que se tinha avistado passar tão perto da Terra foi o 2004 FU162, um asteróide de seis metros que passou a mais de 6 mil quilómetros no nosso planeta, em Março de 2004.

Nos tempos recentes apenas um asteróide de dimensões semelhantes ao 2009 DD45 colidiu com a Terra. Há cem anos, a 30 de Julho de 1908, o Tunguska atingiu a terra na zona da Sibéria libertando força equivalente a 85 bombas como a de Hiroshima e derrubando 80 milhões de árvores.

in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Notícia no Público sobre Darwin - II

A exposição da Gulbenkian

Micos, escorregas e os olhos azuis de Charles Gulbenkian
12.02.2009 - 07h30 Nicolau Ferreira

A exposição segue a vida de Darwin

Num dos momentos mais injustos da sua vida, Charles Darwin foi retratado numa caricatura pitoresca como um homem-macaco cheio de barbas brancas. Mas na recta final da exposição A Evolução de Darwin que é hoje, às 19.00 horas, inaugurada na Gulbenkian, em Lisboa, nem nos lembramos do sentimento de raiva com que grande parte da sociedade do final do século XIX recebeu a "notícia" de Darwin de que o chimpanzé e o homem tinham tido um antepassado comum.

É o "I think" escrito por Darwin no primeiro caderno em que começa a descrever a teoria da evolução que continua a vibrar depois de sairmos da exposição: o seu pensamento arrojado, ao mesmo tempo humilde, mas com uma solidez que ainda hoje nos permite redescobrir o significado da vida à luz da evolução.

Na última sala da exposição com a árvore da evolução humana, vemos a nossa história integrada na história de um planeta. Os fósseis de crânios dispostos numa longa cronologia com milhões de anos desembocam em nós, Homo sapiens, e confrontam-se (e confrontam-nos) com um painel enorme que mostra a evolução da Terra. Dois séculos depois do seu nascimento, a consciência de sermos um pormenor na evolução da vida terrestre é um dos maiores legados deixados por Darwin, e conforta-nos sairmos da exposição com os olhos já velhos do cientista a proteger-nos as costas.

A origem da exposição

Há 200 anos, a 12 de Fevereiro de 1809, quando Charles Darwin nasceu em Inglaterra, já se discutia a origem das espécies. Por isso, quando o jovem Darwin de 18 anos nos aparece na exposição como se estivesse vivo – cabelo loiro, pele branca, patilhas até às queixadas, mala a tiracolo onde uma ave está presa e com os seus olhos azuis a olharem intensamente para um escaravelho que passeia pela sua mão esquerda –, já o espectador está embrenhado no contexto em que a imutabilidade das espécies criadas por Deus começa a ser posta em causa. Ficaram para trás Lineu, que em 1735 agrupou o mundo natural em três reinos atribuindo essa organização a um plano de Deus, e Jean-Baptiste de Lamarck, que no início do século XIX formulou a primeira teoria sobre a evolução.

A exposição da Gulbenkian inspirou-se na que o Museu de História Natural de Nova Iorque fez em 2006, intitulada Darwin, tendo mesmo a fundação comprado dois módulos dessa exposição e utilizado parte do conhecimento científico produzido pelos norte-americanos. Mas a versão portuguesa não se limita a uma biografia do Darwin, porque mostra o contexto histórico onde as ideias apareceram e faz uma ponte para o que se conhece hoje.

O Jardim Zoológico de Lisboa ajudou a trazer para a exposição a natureza observada por Darwin durante a sua famosa viagem de barco. E isto não é uma metáfora, há animais vivos nas salas de exposição da Gulbenkian, tal como havia em Nova Iorque. "Trouxemos a natureza para a Gulbenkian. Acho que era isto que Darwin queria que fizéssemos", disse ao P2 José Feijó, comissário da exposição, professor na Faculdade Ciências da Universidade de Lisboa e chefe de um grupo de investigação em desenvolvimento de plantas no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Quando visitámos a exposição, os animais do zoo ainda não tinham chegado à Gulbenkian, mas Feijó prometeu que veríamos micos-dourados, uma boa constritora, piranhas, papagaios, uma família de suricatas, iguanas e tartarugas. "Uma das coisas que atraíam mais as pessoas na exposição americana eram os animais vivos", contou Feijó. E não é só por show-off, disse o comissário, mas porque "Darwin foi um amante e um observador da natureza" e queremos dizer, neste espaço museológico, que "a natureza é a obra de arte". Da exposição americana vêm réplicas de emas, de tartarugas do arquipélago das Galápagos ou o fóssil de um Gliptodonte (uma versão gigante do tatu moderno) – tudo exemplos do que Darwin teve oportunidade de observar durante a sua expedição pelo mundo fora.

Diário original

O navio Beagle saiu do porto de Plymouth em Inglaterra a 27 de Dezembro de 1831 e foi o lar de Darwin durante uma viagem de cinco anos. Na exposição, a viagem começa com o primeiro diário de bordo do naturalista. É mesmo o diário original e Feijó disse que foi uma sorte enorme ter conseguido o empréstimo neste ano de todas as comemorações – além do bicentenário do nascimento faz 150 anos que o livro A Origem das Espécies (edição D. Quixote) foi publicado pela primeira vez. Para Portugal, o interesse do primeiro diário é duplo, porque Darwin tinha chegado à ilha de Santiago, em Cabo Verde, o primeiro local visitado pelo cientista na sua viagem e que na altura era território português. "Ninguém deve ter reparado que era o primeiro diário do Darwin, nem que era o original", brincou José Feijó, sublinhando a importância de a exposição mostrar o documento manuscrito.

Um mapa enorme apresenta o percurso do Beagle, cujo objectivo principal durante a viagem era cartografar a costa. Mas foi em terra que Darwin fez a maioria das observações essenciais para desenvolver a Teoria da Evolução e Selecção Natural e onde capturou milhares de espécies de plantas e animais que ia enviando para Inglaterra, produzindo uma grande colecção.

O Beagle voltou a Inglaterra em 1836. Darwin ficou por Londres durante um ano, onde se casou. No caderno B, iniciado em 1837, começou a desenvolver a teoria da transmutação, que marcou o início de uma nova fase que durou 20 anos e culminou na publicação em 1859 do livro em que formulou a teoria da evolução e com a qual revolucionou o pensamento científico do século XIX. Afinal, as espécies descendem uma das outras, a variabilidade que uma população apresenta e a selecção do meio ambiente permitem às populações evoluírem, tornando-as mais adaptadas. Noutros casos, não conseguem manter-se adaptadas e desaparecem. É aqui que aparece o "I think", "eu acho" ou "eu penso que", escrito pelo naturalista por cima da primeira árvore evolutiva desenhada no caderno B. Posteriormente, Darwin vai dizer que falar sobre a teoria da evolução "era como se estivesse a confessar um crime", mas 200 anos mais tarde, no escritório de Darwin da Gulbenkian, entre laboratórios de orquídeas e insectos, a grande ideia do naturalista parece a coisa mais natural do mundo.

"Darwin ao descrever o mecanismo da selecção natural e ao descrever a origem das espécies, pela sua sequência narrativa, da forma como é escrita, fez com que desde cientistas até homens do povo que leram o livro achassem que isto é uma explicação tão pungente que provavelmente é assim", afirmou o comissário. Em 1871, 11 anos antes de morrer, Darwin ainda teve tempo de lançar mais uma bomba com o seu livro The Descent of Man, onde aplica a teoria da evolução à história do Homem.

Três toneladas de ADN

O naturalista inglês fica para trás à medida que atravessamos a ponte para o século XX, para a hereditariedade, para a síntese da teoria evolutiva e para a dupla hélice de ADN. A descoberta do código genético e a biologia molecular "só tem validado tudo o que já se pensava sobre a evolução", assegurou José Feijó.

No meio da penúltima sala da exposição está uma molécula de ADN gigante que sobe até ao tecto e pesa três toneladas. O visitante pode trepar escada acima e descer num escorrega de ARN. "A exposição americana era kid unfriendly, não tinha praticamente pontos interactivos. Tivemos a preocupação que não houvesse nenhum módulo sem um ponto interactivo", explicou José Feijó. Quem sai do escorrega ainda vai a tempo de escrever uma carta a Darwin, como o próprio comissário o fez.

No final, há um vídeo com David Attenborough sobre Darwin. "O objectivo da exposição é contar a história da biologia. Darwin é utilizado como charneira que nos leva à ciência do século XXI", referiu Feijó.

A exposição foi montada para se instalar definitivamente no Museu de História Natural, mas posteriormente, por uma questão de fundos, foi a Câmara de Oeiras que a comprou. Durante os próximos dois anos A Evolução de Darwin vai andar em "digressão" e só volta em 2011.

Na Gulbenkian, pode revisitar-se a vida de Darwin até 24 de Maio.

in Público - ler notícia

Notícia no Público sobre Darwin

Livro defende que horror à escravatura foi o motor da investigação de Darwin
A longa viagem de Darwin para provar que os humanos são todos da mesma espécie
12.02.2009 - 07h30 Clara Barata


A evolução do Homem na exposição da Gulbenkian

Foi já no fim da sua viagem marítima de cinco anos à volta do mundo, no navio da Real Marinha Britânica HMS Beagle, que Charles Darwin ouviu um grito que não deixou de ouvir toda a vida. Foi na zona de Pernambuco, no Brasil. "Ouvi os gemidos mais inspiradores de pena, e só posso suspeitar que algum pobre escravo estivesse a ser torturado", relata no seu Journal, o diário de viagem a bordo do Beagle.

Se Darwin não viu o que se passou dessa vez, tinha já visto muitos exemplos da forma como os escravos eram tratados no Brasil. "Perto do Rio de Janeiro vivi frente a uma velha senhora que tinha um instrumento para esmagar os dedos das suas escravas. E fiquei numa casa onde um jovem mulato era insultado, espancado e perseguido todos os dias e todas as horas. Era o suficiente para quebrar o espírito até do animal mais baixo", escreveu no mesmo livro. "Agradeço a Deus por nunca mais ter de visitar um país esclavagista", concluía.

Darwin, antiesclavagista? Não é essa a história que costumamos ouvir contar sobre o homem que desenvolveu a teoria da evolução das espécies através da selecção natural. Mas esse é o foco de um novo livro lançado no Reino Unido, poucos dias antes de se comemorar, hoje, o nascimento de Charles Darwin – 12 de Fevereiro de 1809, o mesmo dia em que nasceu Abraham Lincoln, o Presidente dos Estados Unidos ligado à luta pela abolição da escravatura.

Darwin's Sacred Cause – Race, Slavery and the Quest of Human Origins (em tradução literal, A Causa Sagrada de Darwin – Raça, Escravatura e a Busca das Origens Humanas) foi escrito por Adrian Desmond e James Moore, também autores de uma biografia de Charles Darwin. Desta vez analisam o meio cultural e familiar do homem que se tornou um herói da ciência.

A escola americana

Quando Darwin publicou o livro que o transformou num ícone da ciência moderna – Sobre a Origem das Espécies através da Selecção Natural (tradução literal da obra publicada em Portugal pela D. Quixote com o título A Origem das Espécies) –, propondo um mecanismo natural como o motor da evolução, em 1858, discutia-se se os seres humanos seriam apenas uma espécie única, em todo o mundo, ou se negros, asiáticos e demais tipos humanos eram espécies separadas. A visão de um mundo em que cada espécie foi criada autonomamente, no local onde se encontra hoje, estava a vingar nos Estados Unidos – e favorecia a política esclavagista, que em breve viria a desencadear a Guerra Civil Americana (1861-1865).

Se negros e brancos fossem de facto espécies separadas, e não apenas diferentes raças, poder-se-ia justificar a visão do mundo dos supremacistas brancos, como os proprietários de plantações no Sul dos Estados Unidos. O homem branco era visto como o pináculo da criação. E os negros como criaturas inferiores, naturalmente destinados a servirem o homem branco. A ciência em que se baseavam estas ideias partia de coisas como o estudo de crânios – para analisar as suas mossas, que revelariam a dimensão dos vários órgãos do cérebro, como o da justiça ou da consciência – e o tamanho dos cérebros.

Havia algumas gradações nesta escola antropológica americana. Samuel Morton, que era apenas uma década mais velho que Darwin e tinha passado pela Universidade de Edimburgo, tal como o autor da teoria da evolução, era o expoente da abordagem positivista: não deixava que Deus entrasse nos seus estudos de crânios, cuja capacidade mediu, enchendo-os primeiro com sementes de mostarda e depois com bolinhas de chumbo. Mas introduziu uma série de desvios estatísticos que distorcia as suas obras monumentais, como Crania Americana, relatava o historiador da ciência e biólogo Stephen Jay Gould no livro A Falsa Medida do Homem (Quasi Edições).

Outros, como o suíço Louis Agassiz, radicado nos Estados Unidos e professor na Universidade de Harvard, introduziam uma dimensão mística no estudo das raças e espécies. Agassiz, que aliás muito irritava Darwin, garantem Desmond e Moore – um dos capítulos do livro chama-se Oh for shame Agassiz, pegando num comentário escrevinhado por Darwin –, acreditava que a vida na Terra tinha sido recriada muitas vezes, depois de cataclismos cíclicos. Mas não tolerava a ideia de que as espécies se fossem transformando, evoluindo e espalhando pelo mundo. "Embora tivesse havido uma sucessão de tipos 'mais elevados', dos peixes aos humanos, explicava-os como a revelação dos pensamentos de Deus – não havia ligações materiais ou evolutivas entre um fóssil e outro, relacionavam-se apenas através da Mente Divina, que criava miraculosamente cada nova espécie", escrevem Desmond e Moore.

Homens e irmãos

Darwin, entre o seu regresso da viagem do Beagle, em 1836 (tinha apenas 22 anos quando ela começou), e o casamento com a prima Emma Wedgwood, em 1839, encheu muitos caderninhos de notas sobre a sua convicção cada vez maior de que as espécies "se transmutavam" – mudavam, ao longo dos tempos, transformando-se noutras, espalhando-se pelo mundo. Em apontamentos telegráficos reflectia sobre os possíveis mecanismos para explicar que as espécies não eram fixas, imutáveis.

Esta ideia da "transmutação" das espécies já andava a germinar na cultura europeia há décadas, embora sem que ninguém tivesse proposto um mecanismo convincente. Mas não era propriamente senso comum, e Darwin manteve-se calado, reflectindo, fazendo experiências – construindo a sua reputação, e sofrendo com o fervilhar de ideias que tinha dentro de si. Porque ele, que acreditava na unidade da espécie humana, apesar de todas as suas variações, tinha uma ideia herética: acreditava na unidade de todas as espécies, que foram evoluindo e transformando-se a partir de um antepassado comum.

Esta crença na unidade da espécie humana era sustentada pela sua vivência familiar, entre as famílias Darwin e Wedgwood, que se casaram várias vezes entre si. Ambas eram activistas na luta pela abolição do comércio de escravos, primeiro, e depois pela abolição da escravatura. Os Wedgwood, fabricantes de louça, criaram um medalhão que se tornou o símbolo dessa luta – um negro de joelhos e com correntes, com a inscrição "Não serei eu um homem e vosso irmão".

Na sua viagem de cinco anos no Beagle, Darwin contactou muitas vezes com escravos, negros e mulatos. Destes últimos duvidava-se que pudessem até ter filhos, como as mulas, que resultam do cruzamento de espécies diferentes, de cavalos e burros. Mas a ele não lhe faziam confusão nenhuma. "Nunca vi ninguém tão inteligente como os negros, especialmente as crianças negras ou mulatas", escreveu depois de chegar à Praia, em Cabo Verde, a primeira paragem da viagem do Beagle, iniciada a 27 Dezembro de 1831.

E também viu muitos índios sul-americanos, representantes das tribos de aparência primitiva com que os europeus da época se confrontaram, muitas vezes em encontros inéditos – foi o momento em que os exploradores europeus começaram a chegar mesmo a todos os cantos da Terra.

Pombos e sementes

O caminho pelo qual chegou à prova de que as espécies podem de facto espalhar-se pelo mundo e mudar, ao longo dessa viagem, acabou por incluir pombos e sementes postas a marinar em água salgada.

Para estas experiências, durante a década de 1850, conseguiu mobilizar a sua enorme rede de correspondentes em todo o mundo, e também o apoio da estrutura consular e comercial do Império Britânico – aquele onde o Sol nunca se chegava a pôr, de tal forma era grande. Mandavam-lhe sementes e peles de ossos de pombo, de variedades locais, para ele estudar. E foi a irritação que as ideias de Agassiz lhe despertavam que o levou a lançar-se nesta aventura, defendem Desmond e Moore.

O que lhe interessava era mostrar que as espécies se modificam – e podem ser modificadas pela acção do homem, que pode simplesmente gostar de pombos com a cauda mais larga ou o bico mais curto, sem que crie espécies novas. E provar que as espécies animais e vegetais podiam viajar pelo mundo, adaptando-se localmente. Para tal, demonstrou que a água salgada não matava as sementes, como toda a gente admitia (sem provas experimentais), e que portanto podiam fazer longas viagens por mar e germinar numa nova terra.

Com estas experiências, Darwin demonstrou os mecanismos da transmutação das espécies – a evolução através da selecção natural. E também de um outro factor, o da selecção sexual: as fêmeas preferem certas características nos machos, que podem não ter valor evolutivo, mas são passadas à geração seguinte. O mesmo mecanismo pode explicar que existam homens negros e brancos, se cada cor preferir ter como parceiro sexual alguém com a mesma tonalidade de pele.

Da origem e dispersão das espécies Darwin colheu uma farpa que apontou ao coração do racismo, que ganhava expressão durante a década de 1850, nos Estados Unidos mas não só. Só que, em 1858, Darwin tinha pressa de publicar – por causa da carta que recebeu de Alfred Russel Wallace, um jovem naturalista que estava na Indonésia e que lhe enviou as suas reflexões sobre a origem e transformação das espécies que tanto se assemelhavam à sua própria teoria, desenvolvida ao longo de duas décadas. Por isso, acabou por deixar a evolução humana de fora de A Origem das Espécies.

Entendia-se que nessa obra ele colocava a humanidade em pé de igualdade com os outros animais. Mas Darwin sentia que precisava de mais provas, de ser verdadeiramente esmagador, para falar sobre a evolução humana, num momento em que a campanha dos que viam os negros como uma espécie separada era tão forte, e em que a ameaça de guerra nos EUA estava a agigantar-se.

Cartas e outros escritos mostram que Darwin tinha esperança que Charles Lyell, o seu mentor científico, o ajudasse, falando da evolução humana no livro que estava a preparar sobre o tema. Mas Lyell tinha dificuldade em aceitar que o homem branco fosse retirado do pináculo da evolução e até algumas simpatias pelos plantadores do Sul dos EUA (embora não propriamente pela escravatura), e não conseguia dar esse passo.

Só anos mais tarde, em 1871, já depois de ter terminado a guerra nos EUA, Darwin ganhou coragem para publicar o livro em que fala mesmo sobre a evolução humana – A Ascendência do Homem, e Selecção relativamente ao Sexo (não disponível em edição portuguesa). Nele expõe então a sua teoria da selecção sexual, para explicar as diferenças que criam as raças.

in Público - ler notícia

Um bolo para Darwin


Alunos do 1º ano da escola Vasco Martins Rebolo, da Amadora, cantam os parabéns a Charles Darwin. A iniciativa, promovida pelo Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, quis marcar o bicentenário do nascimento do naturalista com uma prenda muito especial: um bolo inglês segundo a receita de Emma Darwin, sua mulher...

Fotografia: Daniel Rocha

in Público on-line - sem link

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Notícia no Público sobre Paleontologia

Com cerca de 390 milhões de anos

Fóssil pode ajudar a explicar a origem das pinças dos escorpiões
06.02.2009 - 17h17


O Schinderhannes mede cerca de 10 centímetros e tem dois membros semelhantes aos dos pinguins

Cientistas da Universidade de Yale (EUA) e da Universidade de Berlim descobriram um fóssil com 390 milhões de anos que pode ajudar a compreender a evolução das pinças dianteiras do escorpião e do caranguejo-ferradura, refere um artigo científico publicado hoje pela revista “Science”.

O Schinderhannes bartelsi foi encontrado fossilizado numa ardósia extraída de uma mina perto da localidade de Bundenbach, na Alemanha. A zona, denominada Hunsrück Slates, é conhecida por ter fornecido ao mundo diversas pistas sobre a evolução dos artrópodes.

“O espécimen é o único exemplo conhecido desta invulgar criatura”, disse o investigador da Universidade de Yale, Derek Briggs, autor do artigo na prestigiada revista científica.

Com esta descoberta, os cientistas ficam mais próximos de perceber a origem das duplas quelíceras (apêndices articulados que estão ao lado da boca e servem para apanhar as presas) que se podem encontrar nas cabeças dos escorpiões e dos caranguejos-ferradura – animal no qual foi inspirado o desenho do Pavilhão Atlântico em Lisboa. Estas quelíceras podem ser equivalentes às encontradas em criaturas que supostamente se terão extinguido cem milhões anos antes do Schinderhannes bartelsi.

A secção da cabeça do fóssil tem grandes olhos salientes, uma abertura de boca circular e um par de apêndices cobertos de espinhos. O tronco é composto por 12 segmentos e o corpo termina numa cauda em forma de espigão. Entre a cabeça e o tronco existem duas extremidades triangulares, com a forma de asa – que supostamente ajudariam a criatura a nadar, da mesma forma como os pinguins fazem, refere Briggs. O Schinderhannes bartelsi mede cerca de 10 centímetros, ao contrário dos seus antepassados que quase atingiriam um metro de comprimento.

“Infelizmente a mina de onde foi retirado este fabuloso material está fechada por razões económicas, e assim os únicos espécimes adicionais que vão aparecer estão já nas mãos de coleccionadores, que podem não estar devidamente preparados ou conscientes do que [os espécimes] representam”, lamentou Briggs.

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segunda-feira, janeiro 05, 2009

Novo Museu em Leiria...?!?

Esqueleto de uma criança com cerca de 25 mil anos
Arqueologia: "Menino do Lapedo" regressa a Leiria em 2010
04.01.2009 - 11h21 Lusa


O "Menino do Lapedo", o esqueleto de uma criança com cerca de 25 mil anos descoberto há uma década em Santa Eufémia, Leiria, deve regressar ao concelho em 2010, quando estiver concluído o Museu de Arqueologia.


"Esperamos, com a criação do Museu de Arqueologia, que deve estar pronto no final de 2010, ter as condições para receber o 'Menino do Lapedo'", revelou o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Leiria, Vítor Lourenço.

O museu, cujo investimento previsto é de 2,3 milhões de euros, ficará instalado no Convento de Santo Agostinho, na cidade de Leiria, e "vai ter o 'Menino do Lapedo' como peça principal", garantiu o autarca, que reconheceu: "Sem ele não faria sentido inaugurar o espaço". "Não queremos levar a réplica", ironizou ainda Vítor Lourenço, lembrando que o achado está "à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico".

A réplica é a maior atracção do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho, que completa amanhã o primeiro aniversário sobre a inauguração em Santa Eufémia, próximo do sítio arqueológico com o mesmo nome, onde foi encontrada a primeira sepultura do Paleolítico Superior na Península Ibérica.

Até à passada sexta-feira, o centro recebeu "cerca de cinco mil visitantes", adiantou o vereador da Câmara Municipal de Leiria, que se afirmou "muito satisfeito" com os números.

O autarca destacou que o centro é visitado por um grande número de alunos, mas também por pessoas interessadas no estudo do património arqueológico e natural do Vale do Lapedo.

Além de um espaço dedicado ao "Menino do Lapedo", o centro faz a contextualização do achado, podendo-se observar objectos que explicam a história de há 25 mil anos.

O visitante é ainda "atraído" ao património natural do Vale do Lapedo.

Entretanto, Vítor Lourenço não esconde o desejo de ver o sítio arqueológico Abrigo do Lagar Velho classificado como monumento nacional, admitindo mesmo que tal possa estar "para breve". "Todo o trabalho que sistematiza a decisão está feito", referiu o responsável, destacando que a eventual classificação "vem confirmar a importância do achado".

Por outro lado, lembrou a sua "importância para a protecção do local", como para continuar a potenciar os "trabalhos de investigação no vale", que definiu como "um pequeno 'Canyon' geológico".

O vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria apontou a hipótese de classificação também como uma forma de potenciar a candidatura do Vale do Lapedo a Património Mundial da UNESCO. Lembrou, contudo, que este é um "trabalho moroso", apontando a necessidade de primeiro "desenvolver mais conhecimentos" da zona, não apenas do ponto de vista arqueológico como natural.

Antes, vai nascer um centro de apoio aos trabalhos arqueológicos no vale, a instalar numa escola do primeiro ciclo desactivada na freguesia de Santa Eufémia, assim como um centro de investigação em arqueologia no futuro museu, adiantou Vítor Lourenço.

Este centro de investigação pretende ser o "motor" dos trabalhos a desenvolver no Vale do Lapedo, esclareceu Vítor Lourenço, justificando a importância do investimento: "O nosso ouro negro é o património arqueológico".

in Público -ler notícia (foto Fernando Martins)

sábado, janeiro 03, 2009

Se fosse em Portugal dava para fazer uma reunião plenária de deputados


Em Shandong
Cientistas chineses dizem ter encontrado a maior colecção de fósseis de dinossauros
01.01.2009 - 17h48 PÚBLICO

Uma equipa de investigadores da Academia chinesa das Ciências acredita ter encontrado a “Cidade dos Dinossauros”, ou seja, a maior colecção de fósseis destes animais. Desde Março foram descobertos 7600 ossos na província chinesa de Shandong.

Segundo a BBC online, a maioria dos ossos data do final do Cretáceo, período durante o qual os dinossauros se extinguiram, e os cientistas esperam conseguir compreender por que razão os dinossauros desapareceram da Terra.

Desde os anos 60 do século passado que Zhucheng, em Shandong, é considerada a “Cidade dos Dinossauros” devido às importantes descobertas aí realizadas. Mas os cientistas acreditam que um novo local encontrado no início de 2008, durante trabalhos de exploração mineira, é ainda mais importante. Tanto mais que, apenas de um único local de escavação com escassas centenas de metros foram desenterrados três mil ossos.

“Este grupo de dinossauros fossilizados é actualmente o maior alguma vez encontrado no mundo... em termos de área”, comentou Zhao Xijin, paleontólogo responsável pelas escavações, citado pela BBC online. A informação detalhada sobre a descoberta só será publicada em revistas científicas no final deste ano.

Segundo a BBC, as autoridades de Shandong estão a pensar criar ali um parque dedicado à paleontologia.

in Público on-line - ler notícia

sábado, dezembro 20, 2008

Humor, criacionismo e jornal Público

HUMOR CIENTÍFICO NO "INIMIGO PÚBLICO"

Encontrado fóssil de costela muito semelhante a uma mulher e um dente de lobo vegetariano

O registo fóssil finalmente apoia a ciência criacionista: "um igual e Deus desempata com voto de qualidade", gracejou um neo-criacionista ao IP. Os artefactos genesiolíticos (do Génesis) foram descobertos durante as escavações do Museu da Criação, em Cincinatti. "Foi só construir o Museu à volta, nem houve necessidade de retirá-los do lugar. Acaso? Evidentemente que não, isto é o que eu chamo design inteligente. Já reparou que os evolucionistas encontram supostos fósseis de dinossauros e putativos antecessores do homem a milhares de quilómetros dos sues museus de história natural?" Durante as escavações foram também descobertos um dente de lobo vegetariano que habitava o Jardim do Éden e um pedaço da arca de Noé. Do acervo do Museu da Criação constam ainda cerca de 1500 litros da água do grande dilúvio aprisionada nas calotes polares, um trilho de pegadas de Jesus Cristo sobre as águas, gafanhotos egípcios e uma oliveira à prova de água, capaz de sobreviver 150 dias submersa (encontrada no Alqueva) descendente do ramo com que voltou a pomba que Noé soltou para saber se já havia pé.

David Marçal

sábado, dezembro 13, 2008

Lua mais próxima


Há 15 anos que a Lua Cheia não estava tão perto da Terra. São 30 mil quilómetros a menos do que o normal. A lua tem uma órbita elíptica à volta da Terra, por isso não está sempre à mesma distância do planeta. Hoje está só a 363.000 quilómetros, por isso apresenta-se aos nossos olhos 14 por cento maior e 30 por cento mais brilhante.
Fotografia: Enric Vives-Rubio

in Público on-line (link não disponível)

terça-feira, novembro 25, 2008

Dia Nacional da Cultura Científica


Ontem o Google abria com a imagem anterior e remetia para o Dia Nacional da Cultura Científica!

Clicando na imagem fazia automaticamente uma pesquisa sobre esta data - ver AQUI.

Também o Público teve uma interessante iniciativa: fez um pequeno vídeo, filmado com telemóvel, de diversos cientistas lendo o Poema para Galileo de António Gedeão - ver AQUI.

Há dias assim, bonitos e plenos...

ADENDA: o filme do Público antes referido já está no YouTube! Aqui está ele:


sábado, novembro 22, 2008

Simulacro ma non troppo

Resultados da simulação não vão ser rigorosos
Técnicos de segurança criticam simulacro por divulgação antecipada dos locais
21.11.2008 - 20h32 Lusa

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil alegou que o simulacro do sismo em Lisboa impede a obtenção de resultados rigorosos, criticando a divulgação antecipada dos locais. A associação lamenta também não ter sido envolvida no simulacro.

"O seu resultado em termos de qualidade, medição de tempos de reacção e de mobilidade e disponibilidade de meios será muito pouco credível", referem os técnicos de protecção civil.

Sabendo de antemão as artérias nas quais a circulação foi cortada e a que horas ocorreriam os cortes, as pessoas "obviamente irão evitá-las", argumenta a associação, acrescentando que "muitas pessoas resolveram não trazer as suas viaturas para Lisboa e muitas empresas mandaram para casa mais cedo os seus colaboradores".

Trata-se ainda de "uma sequência artificial" de acontecimentos, "desenquadrada da realidade", porque, por exemplo, escolheram-se "as piores situações para o dia de sábado", refere o comunicado.

"A mobilidade real de uma situação destas seria infinitamente inferior àquela que vai acontecer", observa a associação, que afirma esperar "que não venham dizer que tudo correu muito bem e que estamos todos preparados para o que der e vier".

Exercícios em Lisboa e arredores

O exercício, realizado ao longo de sexta-feira, sábado e domingo, tem como objectivo treinar a capacidade de resposta da protecção civil ao suposto "terramoto" e validar os pressupostos operacionais contidos no Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML).

O primeiro exercício em Lisboa começou hoje por volta das 18h00 no cais de cargas e descargas da Praça de Touros do Campo Pequeno, envolvendo o derrame de matérias perigosas de uma viatura.

No sábado, às 09h05, o Centro Comercial Colombo será evacuado devido à degradação das condições de segurança do edifício. Ao meio da manhã, vários edifícios na zona oriental ribeirinha vão ser destruídos e uma viatura com ocupantes cai ao Rio Tejo, no Cais das Colunas.

Um incêndio num posto de combustível em Alfama, a queda do viaduto em Alcântara-Mar e o risco de derrocada no Hospital de Santa Maria são outros cenários do simulacro para sábado.

O último dia do exercício terá como panoramas uma fuga de gás com incêndio na Torre da Galp, no Parque das Nações, uma ruptura de água e consequente inundação no Campo de Santa Clara e um acidente no metropolitano de Lisboa.

Alenquer, Samora Correia, Porto Brandão, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro são outros locais que terão edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais.

Nos próximos três dias vai haver movimento de colunas e grupos de veículos de socorro nas principais auto-estradas e vias de acesso às zonas do cenário.

No total vão estar mobilizados 2750 elementos operacionais e 1798 figurantes, dos quais 234 vão simular que estão mortos, 795 feridos e 769 desalojados.

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sexta-feira, novembro 21, 2008

Notícia sobre Plano de Emergência Sísmica de Lisboa

Terra vai tremer às 17h30 e o simulador aponta para 525 mortos
Exercício testa Plano de Emergência Sísmica na Área Metropolitana de Lisboa
21.11.2008 - 08h35 Jorge Talixa

Quase (SIC) 90 anos depois do último grande sismo que afectou a Região de Lisboa e Vale do Tejo, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) promove, de hoje a domingo, um amplo exercício para testar a capacidade de resposta a uma eventual catástrofe deste género e a eficácia do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa (PEERSAML).

A acção desenvolver-se-á em articulação com as estruturas distritais de Protecção Civil de Lisboa, Santarém e Setúbal e com diversos serviços camarários, envolvendo perto de um milhar de efectivos e de figurantes.

O PROCIV IV/2008 tem arranque previsto para as 17h30 de hoje com um suposto sismo com magnitude de 6,9 na escala de Richter, em tudo semelhante ao que, a 23 de Abril de 1909, atingiu todo o baixo Ribatejo, destruindo quase por completo as vilas de Benavente e de Samora Correia e provocando 30 mortes.

Falha do (SIC) Vale Inferior

Agora, os cenários estudados pela ANPC apontam, também, para um sismo com epicentro na falha do vale inferior do Tejo, que afecta especialmente o município ribatejano de Benavente, mas também os municípios vizinhos dos distritos de Lisboa e de Setúbal.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil sustenta que cada um dos distritos envolvidos desenhou cenários complementares, testando valências como a busca e salvamento, a emergência médica e o apoio social. Entre outras ocorrências simuladas, prevêem-se danos muito graves nas zonas antigas das vilas de Benavente e Samora Correia, problemas estruturais na antiga fábrica de descasque de arroz de Vila Franca de Xira, um acidente com uma viatura de transporte de matérias perigosas no cais de cargas e descargas da Praça de Toiros do Campo Pequeno - onde se realizará a primeira acção dos meios de socorro - e um deslizamento de terras na zona de Porto Brandão (Almada).

Exercício evolutivo

Miguel Cardia, vereador da Câmara de Benavente com responsabilidades no pelouro da Protecção Civil, disse ao PÚBLICO que "este será um exercício evolutivo", porquanto os participantes não conhecem na totalidade os cenários do princípio ao fim dos três dias da acção. "Considerando o grau de evolução do exercício é que vamos accionando mais ou menos meios", explicou Miguel Cardia, que é também comandante dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia e coordenador da protecção civil municipal de Benavente.

Segundo referiu Miguel Cardia, está previsto que sejam testadas as situações que normalmente resultam da ocorrência de um sismo grave. Entre elas, "o colapso de estruturas, nomeadamente de edifícios habitacionais, e os consequentes danos em pessoas, pessoas soterradas, pessoas desaparecidas, pessoas feridas", referiu. Está, por isso, prevista a participação de mais de uma centena de figurantes, sobretudo elementos de grupos de escuteiros do distrito de Santarém.

Para além de bombeiros e elementos da protecção civil, deverão participar mais de três dezenas de entidades, incluindo forças de segurança, os diferentes ramos das forças armadas e serviços de saúde, da Segurança Social e das autarquias locais.

De acordo com Miguel Cardia, uma das preocupações foi reduzir ao mínimo os transtornos originados aos cidadãos no seu dia-a-dia com as movimentações de meios de socorro envolvidos no exercício.

Trânsito cortado

De qualquer modo, estão previstos grande condicionamentos no trânsito automóvel para os três dias do exercício, e na região ribatejana, na manhã de sábado, na Estrada Nacional n.º 118 (Alcochete-Benavente-Salvaterra de Magos), constrangimentos esses que, garantiu o autarca de Benavente, estarão devidamente sinalizados e com a indicação das melhores alternativas.

"Foi assumido com a ANPC que um dos objectivos seria ter a população toda a aceitar a realização do exercício, a compreender a sua realização e a aprender, e não tê-la contra nós. Vamos tentar ao máximo evitar essas situações de constrangimento", vincou o autarca de Benavente.

Também a população de Lisboa deverá aguardar fortes condicionamentos de trânsito em algumas das principais artérias da cidade.

30 mortos em 1909

O sismo de 23 de Abril de 1909 foi o mais grave dos últimos 100 anos na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Começou às 17h05 e durou 22 segundos, destruindo grande parte das vilas de Benavente, Samora Correia e Salvaterra. Provocou apenas 30 mortos, pois boa parte da população estava na altura a trabalhar nos campos. Gerou-se depois uma campanha nacional de solidariedade que levou à reconstrução de bairros inteiros.

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NOTA - Pese embora o facto de ter falhas, por nós referidas entre texto, ressalve-se a publicação desta notícia; e, já agora, por que motivo se ficou por 3 distritos e pelo menos o sul do distrito de Leiria não entrou - os sismos agora obedecem a fronteiras?

quinta-feira, outubro 09, 2008

Bem aventurados pobres de espírito...

Valter Lemos desvaloriza aposentações entre os professores
08.10.2008 - 13h25 Natália Faria

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou hoje as aposentações entre os professores, atribuindo o facto de quatro mil docentes terem pedido a aposentação nos últimos dez meses (o dobro do ano passado) às alterações na lei da reforma.

“A idade da reforma aumentou e, naturalmente, mais pessoas pediram a aposentação, mas isso aconteceu em todas as profissões”, declarou, falando aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto, onde participou no Encontro Nacional de Professores.

Considerando que a notícia avançada pelo "Jornal de Notícias" é "uma manipulação dos números”, o representante do Governo qualificou como ilegítima qualquer associação entre a duplicação dos pedidos de aposentação e a desmotivação dos professores. “Não acho nada que os professores tenham falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares em Portugal melhoraram e muito e isso deve-se ao trabalho dos professores”, afirmou, insistindo que as aposentações também aumentaram entre “médicos, enfermeiros, juízes e advogados”.


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NOTA: É, no mínimo, triste ver um membro de um governo pôr em causa dados oficiais desse mesmo governo. Nos comentários a esta notícia estava este, de alguém nosso conhecido, que nos atrevemos a publicar aqui:

09.10.2008 - 11h20 - Mário Oliveira, Leiria
Caro Valter Lemos (deixemo-nos dessas coisas de Ex.mo Secretário de Estado, face ao que lhe proponho com a maior das humildades), sei que não lerá estas linhas. Mas aqui ficam, pois alguém do seu staff lhas pode dar a ler: Vá, de surpresa, a uma qualquer escola deste país. Liberte os professores da lei da rolha, e deixe-os falar em directo, frente da comunicação social, na sua presença. Ouça, de forma respeitosa os professores - algo que me parece ter faltado ao Ministério da Educação desde que os senhores lá chegaram, mas esta pode ser apenas uma sensação minha). Deixe que os jornalistas julguem da motivação dos docentes. Tenha coragem de responder a este tão simples desafio (todos sabemos que o seu Ministério tem uma certa dificuldade em aceitar opiniões contrárias, mesmo sendo as correctas, mas tenha essa frontalidade ao menos uma vez durante o seu mandato), provando ao país capacidade para ser confrontado com a realidade que criou, sem se refugiar no poder que lhe foi conferido. Manifeste simultaneamente respeito pelos funcionários que tutela, o que é um bom princípio de gestão dos "recursos humanos". Aceite os meus respeitosos cumprimentos, enquanto aguardo pela sua decisão.