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terça-feira, abril 09, 2024

A Batalha de La Lys começou há 106 anos...

A cidade de Ypres, devastada pelos combates
    
A Batalha de La Lys, deu-se entre 9 e 29 de abril de 1918, no vale da ribeira da La Lys, sector de Ypres, na região da Flandres, na Bélgica.
Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães provocaram uma estrondosa derrota às tropas portuguesas, constituindo a maior catástrofe militar portuguesa depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
   

Soldados portugueses nas trincheiras em La Lys
   
A frente de combate distribuía-se numa extensa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentières, guarnecida pelo 11° Corpo Britânico, com cerca de 84 000 homens, entre os quais se compreendia a 2ª divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), constituída por cerca de 20.000 homens, dos quais somente pouco mais de 15.000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa. Esta linha viu-se impotente para sustentar o embate de oito divisões do 6º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934). Essa ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava à tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer. As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha, perderam cerca de 7500 homens entre mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros, ou seja, mais de um terço dos efetivos, entre os quais 327 oficiais.
Entre as diversas razões para esta derrota tão evidente têm sido citadas, por diversos historiadores, as seguintes:
  • A revolução havida no mês de dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático.
  • A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de favor político.
  • Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas pelas britânicas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além disso, alguns oficiais, com maior poder económico e influência, conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus postos.
  • O moral do exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídios.
  • O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das tropas britânicas.
  • O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à retaguarda.
  • As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
O resultado da batalha já era esperado por oficiais responsáveis dentro do CEP, Gomes da Costa e Sinel de Cordes, que por diversas vezes tinham comunicado ao governo português o estado calamitoso das tropas.
No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette" se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo Alto Comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em profundidade da frente aliada antes da chegada das tropas norte-americanas, que nessa altura se encontravam prestes a embarcar ou já em trânsito para a Europa.
O objetivo do general Ludendorff no sector português consistia em atacar fortemente nos flancos do CEP, consciente que nesse caso os flancos das linhas portuguesa e britânica vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas respetivas em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem por onde a infantaria alemã se pudesse lançar. Coerente com essa tática e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficassem desprotegidos, os estrategas alemães decidiram-se a simplesmente arrasar o sector português com a sua esmagadora superioridade em capacidade de fogo artilheiro (uma especialidade alemã), e deslocando para a ofensiva um grande número de efetivos como se explica acima, (nas palavras dos próprios: "Vamos abrir aqui um buraco e depois logo se vê!", o que também indicia o estado de espírito já desesperado do planeamento da ofensiva). Nestas condições, não surpreende a derrocada do CEP, que apesar de tudo resistiu como pôde, atrasando o movimento alemão o suficiente para as reservas aliadas serem mobilizadas para tapar a brecha.
Esta resistência é geralmente pouco valorizada em face da derrota, mas caso esta não se tivesse verificado a frente aliada na zona poderia ter sido envolvida por um movimento de cerco em ambos os flancos pelo exército alemão, o que levaria ao seu colapso. Trata-se de uma batalha com muitos mitos em volta a distorcerem a perceção do realmente passado nesse dia 9 de abril de 1916.
Uma situação análoga à da batalha de La Lys foi a da contra-ofensiva alemã nas Ardenas na parte final da Segunda Guerra Mundial, a (Batalha do Bulge), que merece comparação pelas semelhanças entre ambas. Novamente um exército aliado escasso para defender o sector atribuído (o I Exército dos Estados Unidos da América), sujeito a uma ofensiva desesperada por parte do Alto Comando Alemão (OKW - Oberkommando der Wehrmacht), para desorganizar a frente aliada arrombando-a em profundidade, usando para o efeito quatro exércitos completos (dois blindados) para atacar no sector do I exército norte-americano. A consequência foi o colapso local da frente, com retirada desorganizada dos americanos e com milhares a serem feitos prisioneiros pelos alemães, contido depois com as reservas aliadas (incluindo forças sobreviventes da Batalha de Arnhem ainda em recuperação como a 101ª e a 82ª divisões aerotransportadas) e com o desvio de recursos de outros exércitos aliados nas regiões vizinhas (com destaque para o III Exército do general Patton), obrigando a passar duma situação de ofensiva geral aliada à defesa do sector das Ardenas a todo o custo. Os aliados só retomariam a iniciativa na frente ocidental passado mais de um mês.
Comparando-se ambas compreende-se melhor a derrocada das forças do CEP em La Lys.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
  
Soldado Milhões
Nesta batalha a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Milhais, natural de Valongo, em Murça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa. Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!". Foi o único soldado raso português da Primeira Grande Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem da Torre e Espada, a mais alta condecoração existente no país.
    

sábado, abril 06, 2024

Os Estados Unidos da América declararam guerra à Alemanha há 107 anos

(imagem daqui)
      
The American entry into World War I came in April 1917, after two and a half years of efforts by President Woodrow Wilson to keep the United States neutral. Apart from an Anglophile element supporting the British, American public opinion went along with neutrality at first. The sentiment for neutrality was strong among Irish Americans, German Americans and Swedish Americans, as well as among church leaders and women. On the other hand, even before World War I broke out, American opinion toward Germany was already more negative than it was toward any other country in Europe. The citizenry increasingly came to see the German Empire as the villain after news of atrocities in Belgium in 1914, and the sinking of the passenger liner RMS Lusitania in May 1915. Wilson made all the key decisions and kept the economy on a peacetime basis, while allowing banks to make large-scale loans to Britain and France. To preclude making any military threat, President Wilson made only minimal preparations for war and kept the United States Army on its small peacetime basis, despite increasing demands for preparedness. However, he did enlarge the United States Navy.
In early 1917, Germany decided to resume all-out submarine warfare on every commercial ship headed toward Britain, realizing that this decision would almost certainly mean war with the U.S. Germany also offered to help Mexico regain territories lost in the Mexican–American War in the Zimmermann Telegram. Publication of that offer outraged Americans just as German U-boats (submarines) started sinking American ships in the North Atlantic. Wilson asked Congress for "a war to end all wars" that would "make the world safe for democracy", and Congress voted to declare war on Germany on April 6, 1917.
  
(...)
   
On April 2, 1917, Wilson asked a special joint session of Congress to declare war on the German Empire, stating, "We have no selfish ends to serve". To make the conflict seem like a better idea, he painted the conflict idealistically, stating that the war would "make the world safe for democracy" and later that it would be a "war to end war". The United States had a moral responsibility to enter the war, Wilson proclaimed. The future of the world was being determined on the battlefield, and American national interest demanded a voice. Wilson's definition of the situation won wide acclaim, and, indeed, has shaped America's role in world and military affairs ever since. Wilson believed that if the Central Powers won, the consequences would be bad for the United States. Germany would have dominated the continent and perhaps would gain control of the seas as well. Latin America could well have fallen under Berlin's control. The dream of spreading democracy, liberalism, and independence would have been shattered. On the other hand, if the Allies had won without help, there was a danger they would carve up the world without regard to American commercial interests. They were already planning to use government subsidies, tariff walls, and controlled markets to counter the competition posed by American businessmen. The solution was a third route, a "peace without victory", according to Wilson.

On April 6, 1917, Congress declared war. In the Senate, the resolution passed 82 to 6, with Senators Harry Lane, William J. Stone, James Vardaman, Asle Gronna, Robert M. La Follette, Sr., and George W. Norris voting against it. In the House, the declaration passed 373 to 50, with Claude Kitchin, a senior Democrat, notably opposing it. Another opponent was Jeannette Rankin, who alone voted against entry into both World War I and World War II. Nearly all of the opposition came from the West and the Midwest.
  

quinta-feira, março 21, 2024

A derradeira tentativa alemã de ganhar a I Grande Guerra começou há 106 anos

  
A Ofensiva da Primavera de 1918 ou Kaiserschlacht (A Batalha do Kaiser em alemão), também conhecida como a Ofensiva Ludendorff, foi um conjunto de ataques alemães aos Aliados, ao longo da Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial, iniciados a 21 de março de 1918, que marcaram os avanços mais significativos, para ambos os lados, desde o início do conflito em 1914. As forças alemãs tomaram consciência de que a única, e última, hipótese de vitória era derrotar os Aliados antes da entrada das forças norte-americanas, superiores em termos de recursos humanos e materiais. Nesta altura, os alemães tinham uma vantagem temporária em termos de número de homens, com cerca de 50 divisões disponíveis depois da rendição dos russos, após o Tratado de Brest-Litovski.
Foram quatro os ataques alemães com o nome de código Michael, Georgette, Gneisenau e Blücher-Yorck. Michael, o primeiro, constituiu o principal ataque, cujo objetivo era penetrar nas linhas Aliadas, cercar as forças britânicas que defendiam a frente a partir do rio Somme até ao Canal da Mancha e derrotar o Exército Britânico. Quando este objetivo fosse cumprido, esperava-se que os franceses assinassem um armistício. As outras ofensivas dependiam da Michael e e serviam para desviar as atenções dos Aliados da principal ofensiva no Somme.
No entanto, os objetivos estratégicos da operação não existiam. Não foi estabelecido qualquer objetivo claro antes do começo das ofensivas e, já durante as operações, os alvos dos ataques mudavam constantemente de acordo com a situação tática do campo de batalha. Por seu lado, os Aliados concentraram as suas forças principais em zonas essenciais (a aproximação aos portos do Canal e a estação de caminhos-de-ferro de Amiens), deixando o terreno estrategicamente sem valor, destruído por anos de combates, com apenas algumas defesas.
Os alemães também se mostraram incapazes de reforçar as operações com mantimentos e reforços de forma rápida e eficiente de forma a manter a sua vantagem. As forças de ataque rápido alemãs, que lideravam os ataques, não podiam levar comida e munições suficientes para manterem a sua autonomia, e todas as ofensivas alemãs falharam, em parte devido à falta de suprimentos.
No final de abril de 1918, o perigo de uma vitória alemã tinha passado. O Exército Alemão tinha sofrido pesadas baixas e ocupava agora terreno de pouco valor estratégico que se mostrou impossível de manter com os poucos recursos humanos agora disponíveis. Em agosto de 1918, ao Aliados deram início a uma contra-ofensiva utilizando novas técnicas de artilharia e métodos operacionais. A Ofensiva dos Cem Dias resultou na retirada dos alemães ou na expulsão destes de todos os terrenos ganhos na Ofensiva da Primavera, na queda da Linha Hindenburg e na capitulação do Império Alemão, em novembro.
  
Tanque alemão A7V em Roye a 21 de março de 1918
  

quarta-feira, março 20, 2024

O Marechal Foch morreu há 95 anos...

    
Ferdinand Foch (Tarbes, 2 de outubro de 1851Paris, 20 de março de 1929) foi um militar francês. Comandou as forças da Tríplice Entente ou dos Aliados em 1914 de uma forma decisiva, levando à vitória do Marne. Dirigiu com êxito operações na Flandres; como adjunto de Joseph Joffre, coordenou as operações dos exércitos franceses, belgas e britânicos. Em 1917 assumiu o cargo de chefe de Estado-Maior do Exército Francês e em 1918 somou mais uma vitória, ao conseguir ganhar a Segunda Batalha do Marne. Um grande admirador seu foi Winston Churchill, que se referia a ele com grande respeito, levando em consideração a sua perspicácia em relação ao Tratado de Versalhes, dizendo que a paz duraria somente 20 anos.
     

domingo, março 03, 2024

O Tratado de Brest-Litovski foi assinado há 106 anos

As primeiras páginas do Tratado de Brest-Litovsk, escrito em alemão, húngaro, búlgaro, turco otomano e russo

O Tratado de Brest-Litovski (ou de Brest-Litovsk) foi um tratado de paz assinado entre o governo bolchevique russo e as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Otomano) em 3 de março de 1918, em Brest (antigamente Brest-Litovski), na atual Bielorrússia, pelo qual era reconhecida a saída do Império Russo da Primeira Guerra Mundial.
A retirada da Rússia da guerra foi um dos principais objetivos da Revolução Russa de 1917 e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos). Leon Trotsky, no exercício das relações exteriores do governo bolchevique, pressionou França e Reino Unido para que iniciassem em conjunto o processo de paz, encerrando a Primeira Guerra Mundial. Porém, sem obter resposta, ameaçou iniciar esse processo de forma solitária, o que de facto ocorreu.
Os termos do Tratado de Brest-Litovski eram humilhantes, mesmo Lenine, defendendo a paz, chamou-a de "paz vergonhosa". Através deste, a Rússia desistia do controle da Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polónia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob o seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, 50% da sua indústria e 90% das suas minas de carvão.
A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício com os países aliados em 11 de novembro, em Compiègne, permitiu que a Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia se tornassem estados verdadeiramente independentes e os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa, e acabaram por ser novamente anexadas, agora sob o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As negociações de paz tinham sido iniciadas em 22 de dezembro de 1917, uma semana após o armistício entre a Rússia e as Potências Centrais, em Brest-Litovsk.
   
Delegação bolchevique em Brest-Litovsk. Sentados, desde a esquerda: Lev V. Kamenev, Adolff A. Ioffe e Anastasia A. Bitzenko. De pé: V. V. Lipskiy, P. Stučka, Lev D. Trotsky e Lev M. Karakhan
  
in Wikipédia

sexta-feira, janeiro 26, 2024

O general Douglas MacArthur nasceu há 144 anos

 
Douglas MacArthur (Little Rock, 26 de janeiro de 1880 - Washington D.C., 5 de abril de 1964) foi um comandante militar norte-americano, filho de um dos grandes heróis da Guerra da Secessão, formado na Academia Militar de West Point, em 1903.
   
História
Durante a Primeira Guerra Mundial lutou na França, tendo sido considerado um dos maiores heróis do Corpo Expedicionário do Exército Norte Americano, sob o comando do general Pershing, tendo recebido várias das mais altas condecorações Norte Americanas e Francesas.
Em 1932 foi o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, tendo sido duramente criticado pela repressão a veteranos de guerra, saindo do exército em 1937.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, retornou para a frente de batalha, sendo nomeado chefe de operações no Sudeste Asiático, combatendo a expansão japonesa pelo Oceano Pacífico, onde comandou a reação americana.
O momento mais baixo deste período foi a sua retirada das Filipinas, na altura um protetorado do Estados Unidos, tendo fugido com a sua família, nos últimos dias de batalha. Os seus detratores nunca perdoaram esta fuga, enquanto os seus defensores argumentam que apenas por ordem direta do Presidente aceitou deixar as suas tropas. Em defesa destes, temos o facto de MacArthur ter sido posteriormente condecorado por Franklin Roosevelt com a mais alta condecoração militar do seu país, a Medalha de Honra do Congresso.
O seu nome ficará para sempre associado à reconquista das Filipinas por parte das tropas norte americanas, cumprindo a sua famosa promessa de regresso - I shall return - efetuada dois anos antes.
A sua atuação ao longo destes anos, concedeu-lhe um lugar ímpar na história da Segunda Guerra Mundial, sendo considerado um dos maiores comandantes militares do século XX e um dos maiores militares norte americanos de todos os tempos, tendo sido juntamente com o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, o General George Marshall, com o General Omar Bradley e com o General Dwight "Ike" Eisenhower os únicos generais de 5 estrelas do Exército dos Estados Unidos.
Em 1945, quando nomeado chefe supremo das Potências Aliadas, aceitou a rendição dos japoneses após a explosão das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Esta rendição teve um grande valor simbólico para os americanos, pois foi efetuada na baía de Tóquio a bordo do navio USS Missouri.
Foi nomeado Comandante Aliado no Japão após a guerra, ocupando o cargo até 1950. Quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em 1950, os Estados Unidos entraram na guerra comandando a força militar das Nações Unidas. Foi nomeado comandante do Exército das Nações Unidas, tendo expulsado os invasores e atacada a Coreia do Norte, invadindo-a.
No entanto, a China passou a apoiar de forma veemente o Exército norte-coreano, permitindo ao mesmo suster a incursão das tropas aliadas conduzindo a guerra a uma situação de impasse, que conduziu a uma paz instável, que dura até aos dias de hoje.
Em 1951, como comandante das forças da ONU, foi demitido por Truman, devido a desobediência de ordens do Presidente dos Estados Unidos.
Regressando ao seu País, o Partido Republicano tentou fazê-lo aceitar a candidatura à presidência dos Estados Unidos, que recusou.
Faleceu em 5 de abril de 1964, aos 84 anos, vitima de uma cirrose biliar primária.
No cinema, foi representado pelo ator Gregory Peck, no filme MacArthur, de 1977.
   

quarta-feira, janeiro 24, 2024

Churchill morreu há 59 anos


Sir Winston Leonard Spencer-Churchill (Woodstock, 30 de novembro de 1874 - Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável, também foi oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prémio Nobel de Literatura e a cidadania honorária dos Estados Unidos.
Durante sua carreira no exército, Churchill pode assistir à ação militar na Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902). Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra através dos livros que escreveu descrevendo as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico na Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses.
Churchill nasceu numa família da nobreza britânica, da família do duque de Marlborough. O seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um carismático político, tendo servido como ministro da Fazenda do Reino Unido. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido durante quatro décadas. Foram notáveis a sua eleição para o parlamento em 1900, a sua ascensão a secretário para os Assuntos Internos em 1910 e a sua ida para o Ministério da Fazenda do Reino Unido, entre 1924 e 1929. Em 2002 foi eleito pela BBC o maior britânico de todos os tempos.
     
Brasão de Winston Spencer-Churchill
         

segunda-feira, janeiro 08, 2024

O discurso dos Catorze Pontos foi proferido por Woodrow Wilson há 106 anos

  
Os Catorze Pontos constituíam um plano para a paz mundial a ser tido em conta nas negociações da paz após a Primeira Guerra Mundial, elucidados pelo Presidente dos Estados Unidos da América Woodrow Wilson num discurso, a 8 de janeiro de 1918. A Europa em geral recebeu calorosamente os Catorze Pontos de Wilson, mas os seus principais colegas líderes aliados (Georges Clemenceau da França, David Lloyd George do Reino Unido, e Vittorio Emanuele Orlando da Itália) eram céticos quanto à aplicabilidade do idealismo wilsoniano.
Os Estados Unidos haviam-se juntado aos Poderes Aliados na guerra contra as Potências Centrais a 6 de abril de 1917. A sua entrada na guerra devia-se em parte aos ataques submarinos, por parte da Alemanha, a navios mercantes destinados à França e à Grã-Bretanha. Todavia, Wilson pretendia evitar o envolvimento dos Estados Unidos nas tensões que arrastavam entre as grandes potências europeias; se a América entrasse na guerra, tentaria livrar o conflito de disputas e ambições nacionalistas. A necessidade de se estabelecerem objetivos morais tornar-se-ia mais importante quando, após a queda do regime russo, os bolcheviques divulgaram tratados secretos entre os Aliados. O discurso de Wilson também deu resposta ao Decreto da Paz de Lenine (novembro de 1917, imediatamente após a Revolução de outubro), que propunha a retirada imediata da RSFS da Rússia da guerra, advogando uma paz justa e democrática que não se compadecia com anexações territoriais, e que levou ao Tratado de Brest-Litovsk, a 3 de março de 1918.
O discurso feito por Wilson, a 8 de janeiro de 1918, expunha uma política de livre-cambismo, divulgação de tratados, democracia e autodeterminação dos povos. O discurso dos Catorze Pontos foi a única declaração explícita dos objetivos de guerra feita por qualquer uma das nações beligerantes da Primeira Guerra Mundial (alguns Estados deram indicações gerais dos seus objetivos; a maioria manteve em segredo os seus objectivos pós-guerra). Os Catorze Pontos do discurso basearam-se nas determinações d'O Inquérito (The Inquiry), uma equipa de 150 conselheiros em política externa liderada por Edward M. House, na sua preparação dos assuntos antecipados para a Conferência de Paz em Versalhes.

Os Catorze Pontos
A fama de Wilson como internacionalista liberal baseava-se na grande visão que possuía do estabelecimento da paz na Europa no período pós-guerra, assim como a sua participação fundamental na Sociedade das Nações, cujos objetivo eram promover a segurança coletiva e evitar uma outra guerra.
Esta visão estava expressa nos seus Catorze Pontos; a saber:
1.º Pactos abertos (acordos) de paz a serem alcançados abertamente, sem acordos secretos;
2.º Livre navegação absoluta, além das águas territoriais, tanto na guerra como na paz, exceto quanto a liberdade de navegação fosse cessada, em parte ou no seu todo, por execução de pactos internacionais;
3.º Remoção de todas as barreiras económicas e estabelecimento de igualdade de condições de comércio entre todas as nações consentâneas à paz e à sua manutenção;
4.º Redução das armas nacionais ao mínimo necessário à segurança interna;
5.º Ajustes livres imparciais e abertos às reivindicações das colónias;
6.º Evacuação das tropas alemãs da Rússia e respeito pela independência da Rússia;
7.º Evacuação das tropas alemãs da Bélgica;
8.º Evacuação das tropas alemãs da França, inclusive da contestada região da Alsácia-Lorena;
9.º Reajuste das fronteiras italianas dentro de linhas nacionais claramente reconhecíveis;
10.º Autogoverno limitado para o povo austro-húngaro;
11.º Evacuação das tropas alemãs dos Balcãs e independência para os povos balcânicos;
12.º Independência para a Turquia e autogoverno limitado para as outras nacionalidades até então vivendo sob o Império Otomano;
13.º Independência para a Polónia;
14.º Formação de uma associação geral de nações, sob pactos específicos com o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial, tanto para os Estados grandes como para os pequenos.
   

sábado, dezembro 30, 2023

Rasputin foi assassinado há 107 anos


Grigoriy Yefimovich Rasputin (Pokrovskoie, Oblast de Tiumen, Guberniya de Tobolsk, 22 de janeiro de 1869 - Petrogrado, atual São Petersburgo, 30 de dezembro de 1916) foi um místico russo, figura politicamente influente no final do período czarista.

Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde, segundo se dizia, Rasputin teria salvado a vida de Alexei Romanov, o filho e herdeiro do czar, que era hemofílico.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Feodorovna dedicar-lhe-á uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção, Rasputin passa a influenciar a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Todavia, o seu comportamento, considerado dissoluto, licencioso e devasso (com supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) justificará denúncias feitas por políticos, dentre os quais se destacam Piotr Stolypin e Vladimir Kokovtsov. O czar Nicolau II afasta-se então de Rasputin, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.

A Primeira Guerra Mundial trouxe novos contornos à atuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço da Alemanha. Escapa às várias tentativas de aniquilamento, mas acaba por ser vítima de uma trama de parlamentares e aristocratas da grande estirpe russa, entre os quais Yussupov.
Rasputin também foi conhecido pela sua suposta e curiosa morte: primeiro ele foi envenenado num jantar, porém sua úlcera crónica fê-lo expelir todo o veneno. A história real conta que em 1916, o monge russo Rasputin sofreu uma segunda tentativa de envenenamento por cianeto. Durante um banquete, o príncipe Yussopoff e seus amigos ofereceram a Rasputin um pudim contendo cianeto de potássio em quantidade suficiente para matar várias pessoas. Embora Rasputin tenha comido grande quantidade desse pudim, ele não morreu. Por esse motivo, e pelo facto de serem atribuídos poderes satânicos ao monge criou-se uma lenda de sobrenaturalidade envolvendo o evento. A lenda só foi desfeita em 1930, quando foi descoberto que alguns açúcares, como a glicose e a sacarose, se combinados com o cianeto, formam uma substância praticamente sem toxicidade, denominada cianidrina. Posteriormente, Rasputin teria sido fuzilado, sendo atingido por um total de onze tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o atiraram inconsciente no rio Neva ele morreu, não pelos ferimentos, mas afogado. Existe um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrada água nos pulmões, dando apoio à ideia de que ainda estava vivo quando atirado ao rio parcialmente congelado.

 


quinta-feira, outubro 26, 2023

O Brasil entrou na I Guerra Mundial há 106 anos

O presidente da República Venceslau Brás declara guerra contra o Império Alemão e seus aliados

O Brasil na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) tinha uma posição respaldada pela Convenção de Haia, mantendo-se inicialmente neutro, buscando não restringir os seus produtos exportados na época, principalmente o café. O Brasil foi o único país latino-americano que participou efetivamente na Primeira Guerra Mundial (sem contar com declarações de guerra sem efeitos práticos).
 
(...)
  
Consequências diplomáticas
No dia 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu relações diplomáticas com o bloco germânico, e, em 20 de maio, o navio Tijuca foi torpedeado perto da costa francesa por submarino alemão. Nos meses seguintes, o governo brasileiro confiscou 42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indemnização de guerra, essa quantidade considerável de navios passou a corresponder a um quarto da frota brasileira.
No dia 26 de maio de 1917, o vapor brasileiro Lapa foi atingido por três tiros do canhão de um submarino alemão.
Em 18 de outubro de 1917, um outro navio mercante, Macau, foi torpedeado por submarino alemão U-93.
No dia 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional Macau, um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino alemão U-93, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro.
Com a pressão popular contra a Alemanha, no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra à aliança germânica.
Nos dias 1 e 3 de novembro de 1917 os navios Acari e Guaíba, respetivamente, foram torpedeados, próximo do cabo de São Vicente, em Portugal, por um submarino alemão U-151.

domingo, outubro 15, 2023

Mata Hari foi fuzilada há cento e seis anos

 

Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
     
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Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses quanto alemães, e tornou-se um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido totalmente se ela fora realmente uma espia, e se sim, quais eram as suas atividades como tal. Em 1917 foi a julgamento na França, acusada de atuar como espia e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano foi fuzilada.
      

quinta-feira, outubro 12, 2023

Edith Cavell foi executada há 108 anos - e este é um crime de guerra que nunca será esquecido...

 

 

Edith Louisa Cavell (Swardeston, 4 December 1865 – Schaerbeek, 12 October 1915) was a British nurse and humanitarian. She is celebrated for saving the lives of soldiers from all sides without distinction and in helping some 200 Allied soldiers escape from German-occupied Belgium during World War I, for which she was arrested. She was court-martialled and found guilty of treason. She was sentenced to death and shot by firing squad. She received worldwide sympathetic press coverage.
She is well-known for her statement that "patriotism is not enough." Her strong Anglican beliefs propelled her to help all those who needed it, both German and Allied soldiers. She was quoted as saying, "I can’t stop while there are lives to be saved". Cavell was also an influential pioneer of modern nursing in Belgium.

Edith Cavell was born on 4 December 1865 in Swardeston, a village near Norwich, where her father, the Reverend Frederick Cavell, was priest for 45 years. She was the eldest of four children and was taught to always share with the less fortunate, despite her family’s meagre earnings. After a period as a governess, including for a family in Brussels 1900 -1905, she trained as a nurse at the London Hospital under Matron Eva Luckes. In 1907, Cavell was recruited by Dr. Antoine Depage to be matron of a newly established nursing school by the name of L'École Belge d’Infirmières Diplômées on the Rue de la Culture in Brussels. By 1910, "Miss Cavell 'felt that the profession of nursing had gained sufficient foothold in Belgium to warrant the publishing of a professional journal,' and therefore launched the nursing journal, L'infirmière. A year later, she was a training nurse for three hospitals, 24 schools, and 13 kindergartens in Belgium.
When World War I broke out, she was visiting her widowed mother in Norfolk in the East of England. She returned to Brussels where her clinic and nursing school were taken over by the Red Cross.

In late 1914, after the German occupation of Brussels, Cavell began sheltering British soldiers and funnelling them out of occupied Belgium to the neutral Netherlands. In the following months, an underground organisation developed, allowing her to guide some 200 Allied soldiers to safety, which placed Cavell in violation of German military law. German authorities became increasingly suspicious of the nurse's actions, which were backed up by her outspokenness.
She was arrested on 3 August 1915 and charged with harbouring Allied soldiers. She was held in St Gilles prison for 10 weeks, the last two in solitary confinement, and was court-martialled. She was then prosecuted for aiding British and French soldiers, in addition to young Belgian men, to cross the border and enter Britain. She admitted her guilt when she signed a statement the day before the trial, thus reaffirming the crime in the presence of all other prisoners and lawyers present in the court at the beginning of the trial. Cavell gave the German prosecution a much stronger case against her when she declared that the soldiers she had helped escape thanked her in writing when arriving safely in Britain. This admission proved hard to ignore because it not only confirmed that Cavell had helped the soldiers navigate the Dutch frontier, but it also established that she helped them escape to a country at war with Germany.
As the case stood, the sentence according to German military law was death. Paragraph 58 of the German Military Code says: “Will be sentenced to death for treason any person who, with the intention of helping the hostile Power, or of causing harm to the German or allied troops, is guilty of one of the crimes of paragraph 90 of the German Penal Code.” The case referred to in the above-mentioned paragraph 90 consists of "Conducting soldiers to the enemy." Additionally, the penalties according to paragraph 160 of the German Code, in case of war, apply to both foreigners as well as Germans.
The British government said they could do nothing to help her. Sir Horace Rowland of the Foreign Office said, "I am afraid that it is likely to go hard with Miss Cavell; I am afraid we are powerless." The sentiment was echoed by Lord Robert Cecil, Under-Secretary for Foreign Affairs. "Any representation by us", he advised, "will do her more harm than good."The United States however had not yet joined the war and was in a position to apply diplomatic pressure. Hugh S. Gibson, First Secretary of the U.S. legation at Brussels, made clear to the German government that executing Cavell would further harm Germany's already damaged reputation. Later, he wrote:
We reminded him (Baron von der Lancken) of the burning of Louvain and the sinking of the Lusitania, and told him that this murder would stir all civilized countries with horror and disgust. Count Harrach broke in at this with the remark that he would rather see Miss Cavell shot than have harm come to one of the humblest German soldiers, and his only regret was that they had not 'three or four English old women to shoot.'
The German civil governor, Baron von der Lancken, is known to have stated that Cavell should be pardoned because of her complete honesty and because she had helped save so many lives, German as well as Allied. However, the German military acted quickly to execute Cavell and so deny higher authorities the opportunity to consider clemency.
Cavell was not arrested for espionage, as many were led to believe, but for treason. Of the 27 put on trial, Cavell and four others were condemned to death, among them Philippe Baucq, an architect in his thirties who had also been instrumental in the escapes. Evidence has recently emerged that Cavell was in fact a spy working for the British Secret Intelligence Service (SIS), but her espionage role was compromised by her helping prisoners to escape.
When in custody, Cavell was questioned in French, but the session was minuted in German. This gave the interrogator the opportunity to misinterpret her answers. Although she may have been misrepresented, she made no attempt to defend herself. Cavell was provided with a defender approved by the German military governor. A previous defender, who was chosen for Cavell by her assistant, Elizabeth Wilkins, was ultimately rejected by the governor.
The night before her execution, she told the Reverend Stirling Gahan, the Anglican chaplain who had been allowed to see her and to give her Holy Communion, "Patriotism is not enough, I must have no hatred or bitterness towards anyone." These words are inscribed on her statue in St Martin's Place, near Trafalgar Square in London. Her final words to the German Lutheran prison chaplain, Paul Le Seur, were recorded as, "Ask Father Gahan to tell my loved ones later on that my soul, as I believe, is safe, and that I am glad to die for my country."
Despite efforts by Brand Whitlock, the U.S. minister to Belgium, and by the Marquis de Villalobar, the Spanish minister, on Cavell's behalf, on 11 October, Baron von der Lancken allowed the execution to proceed. Sixteen men, forming two firing squads, carried out the sentence pronounced on her and on four Belgian men at Tir National shooting range in Schaerbeek, at 6:00 am on 12 October 1915. There are conflicting reports of the details of Cavell's execution. However, according to the eyewitness account of the Reverend Le Seur, who attended Cavell in her final hours, eight soldiers fired at Cavell while the other eight executed Philippe Baucq.
There is also a dispute over the sentencing imposed under the German Military Code. Supposedly, the death penalty relevant to the offence committed by Cavell was not officially declared until a few hours after her death.
On instructions from the Spanish minister, Belgian women immediately buried her body next to St. Gilles Prison. After the War, her body was taken back to Britain for a memorial service at Westminster Abbey and then transferred to Norwich, to be laid to rest at Life's Green.
  
  
in Wikipédia

segunda-feira, outubro 02, 2023

Paul von Hindenburg nasceu há 176 anos

  
Paul Ludwig Hans Anton von Beneckendorff und von Hindenburg (Posnan, 2 de outubro de 1847 – Neudeck, 2 de agosto de 1934) foi um militar alemão que comandou o Exército Imperial Alemão durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente serviu como Presidente da República de Weimar de 1925 até à sua morte.
Hindenburg é geralmente lembrado como o homem que, como Presidente alemão, nomeou o líder nazi Adolf Hitler como Chanceler da Alemanha. Hitler e Hindenburg pessoalmente detestavam-se, ele referia-se a Hitler como um "cabo boémio". Hitler, de forma repetida e forçada, pressionou Hindenburg para o nomear como Chanceler, mas este, continuamente, recusou o pedido.
Embora com 84 anos e a saúde precária, Hindenburg foi convencido a candidatar-se a Presidente para as eleições de 1932, pois era considerado como o único candidato que podia derrotar Adolf Hitler. Hindenburg foi reeleito na segunda volta. Embora se opusesse a Hitler, a deterioração da estabilidade política da República de Weimar permitiu-lhe ter um papel importante na ascensão ao poder do Partido Nazi. Hindenburg dissolveu o parlamento, por duas vezes, em 1932, e acabou por nomear Hitler como Chanceler da Alemanha em janeiro de 1933. Em fevereiro, emitiu o Decreto de Fogo do Reichstag que suspendia várias liberdades civis e, em março, assinou a Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933 na qual o parlamento dava à administração de Hitler poderes legislativos. Hindenburg morreu no ano seguinte, após o qual Hitler declarou que o lugar de Presidente ficava vazio e, como "Führer und Reichskanzler", ele próprio era o Chefe de Estado.
O famoso zeppelin Hindenburg que foi destruído pelo fogo em 1937, recebeu o nome em sua homenagem, tal como o Hindenburgdamm, um causeway que liga a ilha de Sylt ao continente em Schleswig-Holstein, que foi construído ainda durante a sua vida. A antiga cidade de Zabrze da Província da Alta Silésia (em alemão: Hindenburg O.S.), também foi renomeada em sua homenagem em 1915. O SMS Hindenburg, um cruzador ao serviço da Marinha Imperial Alemã, em 1917, e o último navio a entrar ao serviço na Marinha Imperial, também receberam o seu nome. Em 1938 a Alemanha lança moeda comemorativa in memoriam de Paul von Hindenburg.
   
 

Nasceu em Posen, no dia 2 de outubro de 1847. Era o primogênito de Robert von Beneckendorff und von Hindenburg, um conde e médico, e Louise Schwickart, de uma família aristocrática da Saxónia, descendente de Carlos Magno. Foi casado com Gertrud von Sperling (prima de Araci von Sperling), de quem teve: Oskar von Hindenburg, major do Exército, Irmgard Pauline, solteira e Annemarie von Hindenburg, casada com Christian von Pentz.

Educado na escola de cadetes de Berlim, Hindenburg entrou no exército prussiano em 1866, onde esteve cerca de 40 anos, servindo na Guerra das Sete Semanas e na Guerra Franco-Prussiana.

No início da Primeira Guerra Mundial, em Agosto de 1914, já retirado da vida militar, aceitou comandar o 8º Exército Alemão na fronteira russa. Ele e o general Erich Ludendorff conseguiram uma estrondosa vitória sobre os russos na batalha de Tannenberg; nomeado marechal de campo em 1916, torna-se, com Ludendorff, responsável pela direcção de todas as forças alemãs. Em março de 1917, Hindenburg estabeleceu um sistema de trincheiras através do Norte de França, conhecido pelo nome de "Linha de Hindenburg", só ultrapassado pelos Aliados em outubro de 1918.

Depois da guerra, retirou-se do exército pela segunda vez. Em 1920, nas suas memórias (Mein Leben, "Minha vida") explica que a derrota alemã na guerra teve origem numa revolução interna que pôs fim ao império alemão e estabeleceu a república em 1919.

Em 1925 foi eleito presidente da República e, apesar de pretender a unidade da Alemanha, promoveu os interesses dos junkers prussianos, isto é, a aristocracia terratenente. Em 1932 - já com 84 anos de idade - voltou a concorrer às eleições presidenciais como o único candidato capaz de derrotar o partido nazi de Adolf Hitler, o que veio a acontecer. 

Em fins de 1932 foi convencido por Franz von Papen a chamar Adolf Hitler à chancelaria. Em 30 de Janeiro de 1933, Hindenburg nomeia Hitler chanceler, a quem o Reichstag (Parlamento) viria a dar poderes ditatoriais; a partir de então, Hindenburg passou a ser uma simples figura decorativa no governo germânico.

Faleceu em 2 de agosto de 1934. Encontra-se sepultado em Elisabethkirche, Marburg, Hessen na Alemanha.