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terça-feira, dezembro 17, 2013

O melhor amigo do homem começou a sê-lo há mais tempo do que se pensava...

O cão tornou-se o nosso amigo na Europa pré-agrícola

O cão terá sido domesticado na Europa

Quando e onde é que o cão deixou de ser lobo e passou a ser o melhor amigo do homem? Uma análise comparativa do ADN de lobos e cães, modernos e antigos, forneceu agora a resposta.

Uma equipa internacional de cientistas conclui na revista Science, datada desta sexta-feira, que os lobos foram domesticados na Europa, pelos caçadores-recolectores, durante a última grande Idade do Gelo, há 19 mil a 32 mil anos. As suas conclusões invalidam uma velha teoria segundo a qual a domesticação do cão teria acontecido no leste da Ásia há apenas 15 mil anos.

De facto, esta teoria tinha um problema: os mais antigos restos fósseis de animais parecidos com cães que se conhecem provêm da Europa e da Sibéria e têm 30 mil anos. Mas agora, Olaf Thalmann, da Universidade de Turku, na Finlândia, e colegas – entre os quais Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Leipzig, na Alemanha, mais conhecido pela sequenciação do genoma dos Neandertais –, realizaram uma análise genética e resolveram essa aparente contradição.

Os cientistas compararam o chamado ADN mitocondrial de uma série de lobos, cães e afins. O ADN mitocondrial é um bocadinho de material genético que é exclusivamente transmitido pelas mães à sua descendência e que os geneticistas das populações usam para construir as árvores genealógicas das espécies por via matrilinear.

Mais precisamente, a equipa incluiu no estudo 18 lobos e canídeos pré-históricos e 77 cães e 49 lobos modernos – entre os quais o dingo, os coiotes da América do Norte, várias raças de cães chineses e os mais antigos restos fósseis de cães conhecidos, ambos encontrados na Alemanha (um com 12.500 anos e o outro com 14.700 anos).

Conclusão: o ADN dos cães modernos é muito parecido com o dos cães europeus, antigos e modernos, mas não com o dos lobos de fora da Europa.

Os resultados desta análise genética surpreenderam os próprios autores, lê-se num comunicado da Universidade de Tubinga (Alemanha), onde trabalha Johannes Krauss, especialista em sequenciação de ADN antigo, que também assina o artigo da Science. “Fiquei pasmado pela clareza com que [os resultados] mostram que todos os cães actuais descendem de apenas quatro linhagens, todas elas originárias da Europa”, diz Thalmann, citado nesse comunicado. Mais: a maioria do ADN dos cães modernos pertence a uma única linhagem, que apresenta um alto grau de parentesco com a de um esqueleto de lobo encontrado numa gruta no norte da Suíça.

“Os nossos resultados implicam que os cães já eram nossos amigos muito antes de começarmos a criar cabras, ovelhas e gado”, diz Krausse. Ou seja, a domesticação do lobo antecede o advento da agricultura e eles foram muito provavelmente domesticados pelas comunidades de caçadores-recolectores que dominaram a Europa durante a última grande Idade do Gelo.

Os cientistas especulam que o processo de domesticação terá começado com os lobos a serem atraídos pelos caçadores, cujo rasto seguiam comendo os restos de animais que eles deixavam para trás.

in Público - ler notícia

domingo, novembro 27, 2011

Semana da Ciência e da Tecnologia 2011 - Tertúlia on-line (XI)


Terminamos, com a poesia que inicia o primeiro livro de poesia de António Gedeão, a Semana da Ciência e da Tecnologia 2011. Uma semana de muito trabalho: esta Tertúlia, em que participaram 13 Blogues, uma formação em TIC (com cerca de uma dúzia de professores), uma observação astronómica, com apresentação pelos autores de três livros, apresentações multimédia, visita a uma exposição de trabalhos de alunos e de livros de Astronomia na Biblioteca Escolar da minha Escola (que inclui jantar partilhado...) e uma actividade para alunos sobre software astronómico para os alunos do clube de Astronomia da minha Escola, isto para além das aulas, dos testes, do trabalho em casa e de milhentas outras coisas. Mas, como dizia um poeta que morreu no último dia deste mês, há setenta e seis anos, tudo vale a pena se a alma não é pequena...

(imagem daqui)

Homem


Inútil definir este animal aflito.
nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis.
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.


in Movimento Perpétuo (1956) - António Gedeão