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domingo, fevereiro 04, 2024

Henrique Galvão nasceu há 129 anos

 

Henrique Carlos da Mata Galvão (Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.

   

(...)   


Henrique Galvão morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer. A 7 de novembro de 1991 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
    

domingo, janeiro 21, 2024

O paquete Santa Maria foi desviado há 63 anos...


 

Há 50 anos, estava por horas o assalto e desvio do paquete 'Santa Maria'. Começa na madrugada de 22, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira ação política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o ato de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebatizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o ato ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de atos de rebelião. Poucos meses depois, em outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.
    
in DN - ler notícia

 

sábado, fevereiro 04, 2023

Henrique Galvão nasceu há 128 anos

 

Henrique Carlos da Mata Galvão (Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.

   

(...)   


Henrique Galvão, morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer. A 7 de novembro de 1991 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
    

sábado, janeiro 21, 2023

O paquete Santa Maria foi desviado há 62 anos

 
Há 50 anos, estava por horas o assalto e desvio do paquete 'Santa Maria'. Começa na madrugada de 22, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira ação política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o ato de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebatizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o ato ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de atos de rebelião. Poucos meses depois, em outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.
    
in DN - ler notícia

sexta-feira, fevereiro 04, 2022

Henrique Galvão nasceu há 127 anos

 
Henrique Carlos da Mata Galvão
(Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.
  
Biografia
Henrique Galvão desde cedo seguiu a carreira militar. Foi um dos apoiantes de Sidónio Pais. Foi administrador do concelho de Montemor-o-Novo. Participou na revolução de 28 de maio de 1926 e foi um fervoroso salazarista.
Foi Comissário Geral da Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto, em 1934. Nesse mesmo ano foi nomeado como primeiro diretor da Emissora Nacional e, a 1 de agosto, agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Mais tarde, esteve em África, onde organizou ações de propaganda. Foi governador de Huíla. Angola inspirou-lhe a veia literária, tendo escrito uma série de livros brilhantes sobre a vida nas colónias africanas, a sua antropologia e zoologia.
No início da década de 50, Henrique Galvão desiludiu-se com o regime de Salazar e começou a conspirar com outros militares, mas acabou por ser descoberto, preso e expulso do exército. Em 1959, aproveitando uma ida ao Hospital de Santa Maria, fugiu e refugiou-se na embaixada da Argentina, tendo conseguido exílio político na Venezuela. Henrique Galvão era, com Humberto Delgado, uma figura extremamente popular nos meios oposicionistas não afetos ao Partido Comunista Português. Para o Partido Comunista, Portugal ainda não estava pronto para a revolução, enquanto Galvão achava que não havia tempo a perder. Foi durante o exílio que começou a preparar aquela que seria a sua ação mais espetacular: o desvio do paquete português Santa Maria, cheio de passageiros, a que deu o nome de "Operação Dulcineia". Coordenou esta ação com Humberto Delgado, que estava exilado no Brasil.
    
(imagem daqui)
  
   
Santa Maria/Santa Liberdade
O navio escolhido foi o paquete "Santa Maria", que tinha largado em 9 de janeiro de 1961 para uma viagem regular até Miami. Galvão embarcou clandestinamente no navio, em Curaçao, Antilhas Holandesas. A bordo já se encontravam os 20 elementos da Direção Revolucionária Ibérica de Libertação, grupo que assumiria a responsabilidade pelo assalto. O navio levava cerca de 612 passageiros, muitos norte-americanos, e 350 tripulantes. A operação começou na madrugada de 22 de janeiro, com a ocupação da ponte de comando. Um dos oficiais de bordo ofereceu resistência e foi morto a tiro; os restantes renderam-se. O paquete mudou de rumo e partiu em direção a África. Henrique Galvão queria dirigir-se à ilha espanhola de Fernando Pó, no golfo da Guiné, e a partir daí atacar Luanda, que seria o ponto de partida para o derrube dos governos de Lisboa e Madrid. Um plano megalómano e quixotesco, condenado ao fracasso, mas que chamaria as atenções internacionais para a ditadura salazarista.
As coisas começaram a complicar-se quando o navio foi avistado por um cargueiro dinamarquês, que avisou a guarda costeira americana. Daí até à chegada dos navios de guerra foi um ápice. Vendo que tudo estava perdido, Henrique Galvão decidiu rumar ao Recife e render-se às autoridades brasileiras, pedindo asilo político, que foi aceite.
    
Morte
Henrique Galvão, morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer. A 7 de novembro de 1991 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
    

sexta-feira, janeiro 21, 2022

O paquete Santa Maria foi desviado há 61 anos

50 anos: Desvio do "Santa Maria"
Os 'piratas' que ameaçaram Salazar
   
 
Há 50 anos, estava por horas o assalto e desvio do paquete 'Santa Maria'. Começa na madrugada de 22, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira acção política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o acto de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebaptizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o acto ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de actos de rebelião. Poucos meses depois, em Outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.
    
in DN - ler notícia

quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Henrique Galvão nasceu há 126 anos

 
Henrique Carlos da Mata Galvão
(Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.
  
Biografia
Henrique Galvão desde cedo seguiu a carreira militar. Foi um dos apoiantes de Sidónio Pais. Foi administrador do concelho de Montemor-o-Novo. Participou na revolução de 28 de maio de 1926 e foi um fervoroso salazarista.
Foi Comissário Geral da Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto, em 1934. Nesse mesmo ano foi nomeado como primeiro director da Emissora Nacional e, a 1 de agosto, agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Mais tarde, esteve em África, onde organizou acções de propaganda. Foi governador de Huíla. Angola inspirou-lhe a veia literária, tendo escrito uma série de livros brilhantes sobre a vida nas colónias africanas, a sua antropologia e zoologia.
No início da década de 50, Henrique Galvão desiludiu-se com o regime de Salazar e começou a conspirar com outros militares, mas acabou por ser descoberto, preso e expulso do exército. Em 1959, aproveitando uma ida ao Hospital de Santa Maria, fugiu e refugiou-se na embaixada da Argentina, tendo conseguido exílio político na Venezuela. Henrique Galvão era, com Humberto Delgado, uma figura extremamente popular nos meios oposicionistas não afectos ao Partido Comunista Português. Para o Partido Comunista, Portugal ainda não estava pronto para a revolução, enquanto Galvão achava que não havia tempo a perder. Foi durante o exílio que começou a preparar aquela que seria a sua acção mais espectacular: o desvio do paquete português Santa Maria, cheio de passageiros, a que deu o nome de "Operação Dulcineia". Coordenou esta acção com Humberto Delgado, que estava exilado no Brasil.
  
(imagem daqui)

   
Santa Maria/Santa Liberdade
O navio escolhido foi o paquete "Santa Maria", que tinha largado em 9 de janeiro de 1961 para uma viagem regular até Miami. Galvão embarcou clandestinamente no navio, em Curaçao, Antilhas Holandesas. A bordo já se encontravam os 20 elementos da Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação, grupo que assumiria a responsabilidade pelo assalto. O navio levava cerca de 612 passageiros, muitos norte-americanos, e 350 tripulantes. A operação começou na madrugada de 22 de janeiro, com a ocupação da ponte de comando. Um dos oficiais de bordo ofereceu resistência e foi morto a tiro; os restantes renderam-se. O paquete mudou de rumo e partiu em direcção a África. Henrique Galvão queria dirigir-se à ilha espanhola de Fernando Pó, no golfo da Guiné, e a partir daí atacar Luanda, que seria o ponto de partida para o derrube dos governos de Lisboa e Madrid. Um plano megalómano e quixotesco, condenado ao fracasso, mas que chamaria as atenções internacionais para a ditadura salazarista.
As coisas começaram a complicar-se quando o navio foi avistado por um cargueiro dinamarquês, que avisou a guarda costeira americana. Daí até à chegada dos navios de guerra foi um ápice. Vendo que tudo estava perdido, Henrique Galvão decidiu rumar ao Recife e render-se às autoridades brasileiras, pedindo asilo político, que foi aceite.
  
Morte
Henrique Galvão, morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer. A 7 de novembro de 1991 foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
  

quinta-feira, janeiro 21, 2021

O paquete Santa Maria foi desviado por Henrique Galvão há sessenta anos

50 anos: Desvio do "Santa Maria"
Os 'piratas' que ameaçaram Salazar

Há 50 anos, estava por horas o assalto e desvio do paquete 'Santa Maria'. Começa na madrugada de 22, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira acção política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o acto de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebaptizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o acto ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de actos de rebelião. Poucos meses depois, em Outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.
  
in DN - ler notícia

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Henrique Galvão nasceu há 119 anos

(imagem daqui)

Henrique Carlos da Mata Galvão (Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.

Biografia
Henrique Galvão desde cedo seguiu a carreira militar. Foi um dos apoiantes de Sidónio Pais. Foi administrador do concelho de Montemor-o-Novo. Participou na revolução de 28 de maio de 1926 e foi um fervoroso salazarista.
Foi Comissário Geral da Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto, em 1934. Nesse mesmo ano foi nomeado como primeiro director da Emissora Nacional e, a 1 de agosto, agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Mais tarde, esteve em África, onde organizou acções de propaganda. Foi governador de Huíla. Angola inspirou-lhe a veia literária, tendo escrito uma série de livros brilhantes sobre a vida nas colónias africanas, a sua antropologia e zoologia.
No início da década de 50, Henrique Galvão desiludiu-se com o regime de Salazar e começou a conspirar com outros militares, mas acabou por ser descoberto, preso e expulso do exército. Em 1959, aproveitando uma ida ao Hospital de Santa Maria, fugiu e refugiou-se na embaixada da Argentina, tendo conseguido exílio político na Venezuela. Henrique Galvão era, com Humberto Delgado, uma figura extremamente popular nos meios oposicionistas não afectos ao Partido Comunista Português. Para o Partido Comunista, Portugal ainda não estava pronto para a revolução, enquanto Galvão achava que não havia tempo a perder. Foi durante o exílio que começou a preparar aquela que seria a sua acção mais espectacular: o desvio do paquete português Santa Maria, cheio de passageiros, a que deu o nome de "Operação Dulcineia". Coordenou esta acção com Humberto Delgado, que estava exilado no Brasil.

(imagem daqui)

Santa Maria/Santa Liberdade
O navio escolhido foi o paquete "Santa Maria", que tinha largado em 9 de janeiro de 1961 para uma viagem regular até Miami. Galvão embarcou clandestinamente no navio, em Curaçao, Antilhas Holandesas. A bordo já se encontravam os 20 elementos da Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação, grupo que assumiria a responsabilidade pelo assalto. O navio levava cerca de 612 passageiros, muitos norte-americanos, e 350 tripulantes. A operação começou na madrugada de 22 de janeiro, com a ocupação da ponte de comando. Um dos oficiais de bordo ofereceu resistência e foi morto a tiro; os restantes renderam-se. O paquete mudou de rumo e partiu em direcção a África. Henrique Galvão queria dirigir-se à ilha espanhola de Fernando Pó, no golfo da Guiné, e a partir daí atacar Luanda, que seria o ponto de partida para o derrube dos governos de Lisboa e Madrid. Um plano megalómano e quixotesco, condenado ao fracasso, mas que chamaria as atenções internacionais para a ditadura salazarista.
As coisas começaram a complicar-se quando o navio foi avistado por um cargueiro dinamarquês, que avisou a guarda costeira americana. Daí até à chegada dos navios de guerra foi um ápice. Vendo que tudo estava perdido, Henrique Galvão decidiu rumar ao Recife e render-se às autoridades brasileiras, pedindo asilo político, que foi aceite.

Morte
Henrique Galvão, morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer. A 7 de novembro de 1991 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

terça-feira, janeiro 22, 2013

O Paquete Santa Maria foi libertado há 52 anos

 (imagem daqui)

O N/T Santa Maria foi um paquete português. Pertenceu à Companhia Colonial de Navegação (CCN), a quem serviu entre 1953 e 1973.

Foi construído nos estaleiros da Société Anonyme John Cockerill, na Bélgica, entre 1952 e 1953. A sua encomenda inseriu-se dentro do Plano de Renovação da Marinha de Comércio - conhecido por Despacho 100 - implementado por Américo Tomás, então ministro da Marinha de Portugal, a partir de 1946. Ao abrigo desse plano, foram construídos 56 novos navios para a marinha mercante portuguesa - entre os quais vários grandes paquetes como o "N/T Santa Maria" - que ficaram conhecidos como "navios do Despacho 100".
O seu projeto era similar ao do "N/T Vera Cruz", também pertencente à CCN, e que entrara ao serviço em 1951.
Lançado ao mar, a sua viagem inaugural decorreu em novembro de 1953, ligando Portugal ao Brasil, Uruguai e Argentina, levando a bordo o ministro Américo Tomás.
Durante a sua carreira foi empregue na ligação entre Portugal e as Américas (do Norte, Central e do Sul). Foi o único paquete português com ligações regulares a portos dos Estados Unidos da América.
O "Santa Maria" ficou célebre pelo seu sequestro, em 22 de janeiro de 1961, por um grupo de portugueses e espanhóis - integrantes da Direção Revolucionária Ibérica de Libertação (DRIL) -, que então faziam oposição política aos governos ditatoriais de António de Oliveira Salazar e de Francisco Franco, sob o comando do capitão Henrique Galvão. Durante a ação, foi assassinado o oficial João José Nascimento Costa. A embarcação acabou por fundear no porto do Recife, no Brasil, em 2 de fevereiro seguinte. O episódio constitui-se no primeiro sequestro político de um transatlântico na história contemporânea.
Em 1973, apesar de ainda relativamente novo, foi vendido para ser desmantelado na República da China.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Há 50 anos a Santa Liberdade ameaçava a paz podre de Salazar

50 anos: Desvio do "Santa Maria"
Os 'piratas' que ameaçaram Salazar

Há 50 anos, estava por horas o assalto e desvio do paquete 'Santa Maria'. Começa na madrugada de 22, com a entrada de vários membros na ponte de comando do navio, e durante vários dias vai concentrar as atenções de todo o mundo para a primeira acção política deste género. Inicia-se um acontecimento que vai marcar o tom da contestação a Salazar, ao regime e à política colonial.

"Em todo o país o acto de pirataria causou indignação e repulsa", era um dos muitos títulos que ocupavam a primeira página do Diário de Notícias de há 50 anos. Durante os dias seguintes, variantes sem fim desse título continuaram a ser destaque na capa do jornal, para explicar o assalto e o desvio do paquete Santa Maria por um comando liderado por Henrique Galvão.

Era o primeiro acontecimento radical, dos muitos que desafiariam Salazar em 1961, ano de sucessivos contratempos políticos para com um regime que se perpetuava e com o qual a maior parte dos portugueses convivia adormecido.

Se foi notícia em Portugal o assalto ao Santa Liberdade, nome com que o comando o rebaptizou após a tomada do navio, a repercussão mundial foi enorme e centenas de jornalistas de todo o planeta viajaram para o Brasil e cobriram o acontecimento. Houve até um que, no desespero de ser o primeiro a contactar os revoltosos, alugou uma avioneta e atirou-se de pára-quedas. Falhou o convés e quase ia sendo devorado pelos tubarões.

Enquanto o desvio prosseguia erraticamente até ser decidido atracar no Recife, a contra-informação em Portugal era gigantesca, mas não suficiente para retirar a dimensão de herói ao capitão que desafiara o ditador português e de o acto ser notícia com interesse planetário.

Camilo Mortágua foi um dos membros do comando de Henrique Galvão, que, aos 29 anos, participou numa das mais extraordinárias aventuras duma vida bastante repleta de actos de rebelião. Poucos meses depois, em Outubro, entraria num avião da TAP e executaria, com Palma Inácio, outro desvio, para sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas numa distribuição de panfletos contra o regime.

in DN - ler notícia