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segunda-feira, abril 23, 2012

O homem que impediu os ortodoxos comunistas de retomarem o poder na União Soviética (e depois acabou com ela) morreu há 5 anos

Bóris Nicoláievitch Iéltsin (Butka, 1 de fevereiro de 1931 - Moscovo, 23 de abril de 2007) foi um político russo, com um importante papel na história recente da União Soviética e da Federação Russa.
Era casado com Naina Iosifovna Ieltsina, com quem teve duas filhas, Iélena e Tatiana, nascidas em 1957 e 1958, respectivamente.
Foi o primeiro presidente da Rússia em 1991, após o fim da União Soviética, na história daquele país governando entre 1991 e 1999. A sua eleição, em 1991, ficou envolta de muita expetativa e a 12 de junho de 1991, Iéltsin ganha as eleições com 57% dos votos.
Em 1994 ordenou a invasão da Chechénia, originando a primeira Guerra Chechena, até chegar a um tratado de paz em 1996, violado pouco tempo depois.
Iéltsin foi o responsável por transformar a Rússia num estado capitalista, deixando de lado o socialismo.
Engenheiro industrial, membro do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) desde 1961 e, entre 1976 e 1985, chefe do partido na região de Sverdlovsk, incorporou-se em 1981 ao Comité Central, ocupando a presidência em 1985. Reformista convicto, Mikhail Gorbatchov solicitou sua presença em Moscovo, onde dirigiu o PCUS e se apresentou, em 1985, como candidato ao Politburo. Enquanto Yeltsin ganhava popularidade na capital graças às reformas empreendidas na administração e à luta contra a corrupção, obtinha a inimizade das forças opositoras à reforma, que conseguiram sua destituição em 1988 como chefe do partido e candidato ao Politburo.
Nomeado então vice-primeiro-ministro para a Construção, em 1990 foi eleito presidente do Congresso dos Deputados da Rússia, impulsionando a aplicação da Perestroika. Mais tarde, abandonou o Partido Comunista. Na sequência da introdução, em 1991, de um sistema presidencialista, alcançou a presidência da Rússia após as primeiras eleições livres e secretas da história do país.
Em agosto de 1991, opôs-se ao golpe conservador contra Gorbatchov, assumiu a missão de acabar com o PCUS e aprovou a formação da Comunidade de Estados Independentes (CEI), processo ligado à queda de Gorbatchov e à dissolução da União Soviética (dezembro de 1991). Yeltsin empreendeu uma reforma política que pretendia instaurar a economia de mercado, mas deparou com a resistência das forças reacionárias lideradas pelo vice-presidente Alexander Ruzcoi, que tentaram, em vão, provocar sua queda em outubro de 1993. Com a aprovação de uma nova Constituição (dezembro de 1993), Yeltsin reforçou seu poder, mas não obteve êxito na economia.
Em dezembro de 1993, teve de fazer concessões a seus adversários políticos na Duma, que ficaram ainda mais fortalecidos. Na política interna, graças ao apoio do ministro Victor Chernomirdin, prosseguiu com as reformas, de forma mais duvidosa, visando manter o poder. Na política externa, suas relações com os países da CEI baseavam-se na defesa dos interesses nacionais russos de forma hegemónica e conservadora. Combateu duramente Mussaiev D. Dudaiev em 1990, quando a Chechênia tentou separar-se da Federação Russa, sem sucessos militares significativos. As negociações de paz com os chechenos, nas eleições presidenciais de junho de 1996, a união eleitoral com o ex-general Alexander Liebed, seu conselheiro de Segurança, e diversas ações populistas asseguraram-lhe a permanência no cargo novamente.
Após uma cirurgia no coração, em 1996, empreendeu um novo rumo de reformas, alterando a composição dos órgãos de decisão e do aparelho político central. Nomeou Anatoli Chubais e Boris Nemzov vice-presidentes do governo, mantendo Chernomirdin em seu cargo. Ante a ampliação da NATO, com a incorporação de novos membros do antigo Pacto de Varsóvia, Yeltsin estreitou ainda mais a cooperação com a China. Por seu delicado estado de saúde, pelas críticas que vinha recebendo ao carácter autocrático do seu governo e a casos de corrupção, Yeltsin renunciou em 31 de dezembro de 1999. Nomeou para o seu posto o primeiro-ministro,  Vladimir Putin, o que lhe garantiu imunidade contra eventuais processos judiciais.
Iéltsin faleceu aos 76 anos de idade, de complicações cardíacas, após uma visita à Jordânia. Encontra-se sepultado no Cemitério Novodevichy.