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sexta-feira, janeiro 05, 2024

Ernest Henry Shackleton morreu há cento e dois anos...


Sir Ernest Henry Shackleton (Kilkea, condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 - Geórgia do Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar que liderou três expedições britânicas à Antártida, e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heroica da Exploração da Antártida

Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackleton e a sua família anglo-irlandesa mudaram-se para Sydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quando ele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na Expedição Discovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em 1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antártida em 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efetuaram uma marcha para sul que estabeleceria uma nova marca Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelo rei Eduardo VII quando regressou a casa.

Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em dezembro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shackleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o último grande objetivo da exploração antártica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo Polo. Para prosseguir com este projeto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A expedição não correu bem, com o navio, Endurance, a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro. Em 1921, regressou à Antártida, na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de levar a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pedido da sua esposa, foi enterrado ali.

Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geralmente, agitada e insatisfeita. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, criou vários negócios, mas nenhum teve sucesso. Seus assuntos financeiros eram habitualmente confusos; quando morreu, estava significativamente endividado. Após a sua morte, foi elogiado pela imprensa, mas acabou por ser, em larga medida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackleton foi "redescoberto", tonando-se uma figura de culto, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa numa história de sobrevivência, descrita pela historiadora polar Stephanie Barczewski como "incrível".

Suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição Transantáctica Imperial. O seu carácter é resumido na última frase do livro Shackleton's Boat Journey, de F. A. Worsley, capitão do Endurance como "As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens".

 

 

(...)

 

Em 1920, cansado de tantas palestras, Shackleton começou a ponderar a possibilidade de uma última expedição. Pensou em ir à região do mar de Beaufort, no Ártico, uma zona ainda por explorar, e transmitiu esta ideia ao governo canadiano. Com o financiamento do seu antigo colega de escola, John Quiller Rowett, comprou um navio de pesca de focas de 125 toneladas, Foca I, ao qual lhe alterou o nome para Quest. O plano foi alterado; o destino passou a ser a Antártida, e o projeto passou a ser definido por Shackleton como uma "expedição oceanográfica e sub-antártica". Os objetivos do novo empreendimento não eram claros, mas incluíam uma circum-navegação do continente antártica e a pesquisa de algumas ilhas sub-antárticas "perdidas", como a Tuanaki.

Rowett concordou em financiar toda a expedição, que passou a ser designada por Expedição Shackleton–Rowett, e que deixou Inglaterra no dia 24 de setembro de 1921.

Apesar de muitos dos antigos tripulantes ainda não terem recebido o pagamento devido pela expedição do Endurance, muitos deles aceitaram fazer parte do novo projeto. Quando o grupo chegou ao Rio de Janeiro, Shackleton terá sofrido um ataque cardíaco. No entanto, recusou receber um exame médico apropriado, e o Quest continuou em direção a sul, chegando à Geórgia do Sul no dia 4 de janeiro de 1922. 

Às primeiras horas do dia seguinte, Shackleton chamou o medico da expedição, Alexander Macklin, à sua cabina, queixando-se de dores nas costas e outros sintomas. Segundo o relato de Macklin, este disse-lhe que se andava a esforçar muito, e que devia "levar uma vida mais calma "; Shackleton respondeu-lhe: "Estão sempre a dizer-me para eu desistir das coisas, de que devo eu desistir?" "Do álcool, Chefe", respondeu Macklin. Mais tarde, às 02.50 horas de 5 de janeiro de 1922, Shackleton sofreu um ataque fatal.

Macklin, responsável pela autópsia, concluiu que a causa da morte foi um "ateroma das artérias coronárias" agravado por "esforço durante um período de maior debilidade". Leonard Hussey, um veterano da Expedição Transantártica Imperial, ofereceu-se para acompanhar o corpo até à Inglaterra; contudo, enquanto estava em Montevideo, a caminho de Inglaterra, recebeu uma mensagem de Emily Shackleton pedindo que o seu marido fosse enterrado na Geórgia do Sul. Hussey regressou à Geórgia do Sul com o corpo no Woodville e, a 5 de março de 1922, Shackleton foi sepultado no cemitério de Grytviken, após um pequeno serviço fúnebre na Igreja Luterana. Macklin escreveu no seu diário: "Penso que era esta a forma que "o Chefe" gostaria de ser enterrado, sozinho numa ilha longe da civilização, rodeado de mares tempestuosos, e na vizinhança do local de uma das suas grandes explorações.". 

   

Sepultura de Sir Ernest Shackleton em Grytviken, Geórgia do Sul

 

quinta-feira, dezembro 14, 2023

Amundsen conquistou o Polo Sul há cento e doze anos

Da direita para a esquerda: Roald Amundsen, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting em "Polheim", a tenda instalada no Polo Sul, em 16 de dezembro de 1911 (a bandeira é a da Noruega - fotografia de Olav Bjaaland
  
A primeira expedição a atingir o Polo Sul foi liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen. Ele, e mais quatro membros da expedição, chegaram ao Polo a 14 de dezembro de 1911, cinco semanas antes do grupo liderado pelo inglês Robert Falcon Scott, da Expedição Terra Nova. Amundsen e a sua equipa regressaram, sãos e salvos, à sua base, sendo informados, mais tarde, que Scott e mais quatro companheiros tinham morrido na viagem de regresso.
O plano inicial de Amundsen era ser o primeiro a chegar ao Árctico, e a conquistar o Polo Norte, utilizando um navio preparado para navegar no gelo. Obteve a licença para utilizar o Fram, o navio de exploração polar de Fridtjof Nansen, e conseguiu angariar uma grande quantia para financiar o seu projecto. No entanto, em 1909, os seus rivais norte-americanos, Frederick Cook e Robert Peary, anunciaram, cada um deles, terem chegado ao Polo Norte, deitando, assim, por terra, o empreendimento de Amundsen. Este decidiu, então, alterar os seus planos e iniciou a preparação da expedição ao Polo Sul; sem ter a certeza se o público e os seus apoiantes se mantinham a seu lado, manteve em segredo o seu novo objetivo. Quando partiu, em junho de 1910, a maior parte da sua tripulação acreditava que era o início da viagem para o Árctico.
Amundsen estabeleceu a sua base, "Framheim", na Baía das Baleias na Grande Barreira de Gelo. Após meses de preparação, o estabelecimento dos depósitos e uma falsa partida, quase terminaram em desastre. Ele, e o seu grupo, partiram para o Polo, em outubro de 1911. No percurso, descobriram o Glaciar Axel Heiberg, que os ajudou na sua rota até ao Planalto Antártico e, consequentemente, para o Polo Sul. A experiência na utilização de esquis, de cães e trenós, fez com que a sua viagem fosse relativamente rápida e sem problemas de maior. Outras realizações desta expedição incluíram a primeira exploração da Terra do Rei Eduardo VII e uma vasta exploração oceanográfica.
Embora a expedição tenha tido sucesso e fosse largamente aplaudida, o trágico destino de Scott ofuscou a sua conquista. Por outro lado, o facto de Amundsen ter decidido manter em segredo a sua alteração de planos, foi bastante criticado. Os historiadores mais recentes reconhecem a Amundsen, e ao seu grupo, elevada capacidade e coragem; a Estação Polo Sul Amundsen-Scott recebeu o seu nome juntamente com o de Scott.
     

Percursos efectuados ao Polo Sul por Scott (verde) e Amundsen (vermelho) em 1911–1912
          
in Wikipédia

sexta-feira, dezembro 01, 2023

O Tratado da Antártida foi assinado há 74 anos

Bandeira do Tratado da Antártida
      
O Tratado da Antártida é o documento assinado a 1 de dezembro de 1959 pelos países que reclamavam a posse de partes continentais da Antártida, em que se comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional.
O tratado possui um regime jurídico que estende a outros países, além dos 12 iniciais, a possibilidade de se tornarem partes consultivas nas discussões que regem o "status" do continente quando, demonstrando o seu interesse, realizarem atividades de pesquisa científica substanciais.
A área abrangida pelo Tratado da Antártida situa-se ao sul do paralelo 60 S, e nela aplicam-se os seus 14 artigos, que consagram princípios como a liberdade para a pesquisa científica, a cooperação internacional para esse fim e a utilização pacífica da Antártida, proibindo expressamente a militarização da região e sua utilização para explosões nucleares ou como depósito de resíduos radioativos.
      
Mapa das estações de pesquisa e pretensões territoriais na Antártida
        
in Wikipédia

terça-feira, julho 18, 2023

Roald Amundsen desapareceu há 95 anos...

     
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872  - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães.
Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos, Norte e Sul.
Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste ele se decidiu por uma vida de exploração no desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen.
    
(...)
    
Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O voo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Polo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amundsen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo o verão de 192, e nela participou Louise Boyd, exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações, Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

domingo, julho 16, 2023

Amundsen nasceu há 151 anos...

  
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (16 de julho de 1872, Borge - 18 de junho de 1928, Ártico, perto da Ilha do Urso) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães.
Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos, Norte e Sul.
Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste, ele decidiu-se por ter uma vida de exploração do desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen.
    
(...)
    
Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O voo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Polo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro em uma massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amundsen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo o verão de 1928, e dela participou Louise Boyd exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
    
(...)
   

Roald Amundsen é reconhecido e lembrado por seus feitos, tendo destaque:

      

domingo, junho 18, 2023

Roald Amundsen morreu há 95 anos

   
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872 - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares, que liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul, a 14 de dezembro de 1911, utilizando trenós puxados por cães.
Amundsen nasceu em uma família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin, que provou a existência da passagem Noroeste, ele decidiu-se por uma vida de exploração do desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen. Embora tivesse frequentado o curso de Medicina, Amundsen decidiu seguir uma vida ligada ao mar e à exploração. Em 1897, com 25 anos, fez parte da tripulação do Belgica, como primeiro oficial, na Expedição Antártica Belga, de Adrien de Gerlache. Anos mais tarde, em 1903, parte para uma expedição que iria atravessar a passagem Noroeste, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá, a bordo do Gjøa.
Depois de atingir o Polo Sul, em 1911, Amundsen desejava alcançar novas conquistas. De regresso dos Estados Unidos, onde esteve em digressão de conferências, interessou-se pelo mundo da aviação e, em 1914, obteve o seu certificado de voo, o primeiro atribuído a um civil na Noruega. Em 1918, parte para o Ártico, no veleiro Maud mas, depois de dois anos à deriva, não conseguiu chegar ao Polo Norte. Em 1925, organiza a primeira expedição aérea ao Ártico, chegando à latitude de 87º 44' N. Um ano depois, foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge, e a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos Norte e Sul.
Em junho de 1928, Roald Amundsen embarca num hidroavião, em Tromso, perto do cabo Norte, para efectuar as buscas do dirigível Itália que levava o aviador Umberto Nobile a bordo; foi a última vez que se teve notícias de Amundsen.
   
(...)
  
Roald Amundsen morreu a 18 de junho de 1928, num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no oceano Ártico. O voo tinha como objetivo resgatar o explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia caiu a nordeste do arquipélago Svalbard ao regressar do Polo Norte. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin a 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca de Amundsen e dos seis desaparecidos do Italia continuou todo o verão de 1928, e nela participou Louise Boyd, exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado e o corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico até hoje. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

quinta-feira, janeiro 05, 2023

Ernest Henry Shackleton morreu há cento e um anos


Sir Ernest Henry Shackleton (Kilkea, condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 - Geórgia do Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar que liderou três expedições britânicas à Antártida, e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heroica da Exploração da Antártida

Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackleton e a sua família anglo-irlandesa mudaram-se para Sydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quando ele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na Expedição Discovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em 1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antártida em 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efetuaram uma marcha para sul que estabeleceria uma nova marca Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelo rei Eduardo VII quando regressou a casa.

Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em dezembro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shackleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o último grande objetivo da exploração antártica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo Polo. Para prosseguir com este projeto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A expedição não correu bem, com o navio, Endurance, a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro. Em 1921, regressou à Antártida, na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de levar a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pedido da sua esposa, foi enterrado ali.

Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geralmente, agitada e insatisfeita. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, criou vários negócios, mas nenhum teve sucesso. Seus assuntos financeiros eram habitualmente confusos; quando morreu, estava significativamente endividado. Após a sua morte, foi elogiado pela imprensa, mas acabou por ser, em larga medida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackleton foi "redescoberto", tonando-se uma figura de culto, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa numa história de sobrevivência, descrita pela historiadora polar Stephanie Barczewski como "incrível".

Suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição Transantáctica Imperial. O seu carácter é resumido na última frase do livro Shackleton's Boat Journey, de F. A. Worsley, capitão do Endurance como "As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens".

 

 

(...)

 

Em 1920, cansado de tantas palestras, Shackleton começou a ponderar a possibilidade de uma última expedição. Pensou em ir à região do mar de Beaufort, no Ártico, uma zona ainda por explorar, e transmitiu esta ideia ao governo canadiano. Com o financiamento do seu antigo colega de escola, John Quiller Rowett, comprou um navio de pesca de focas de 125 toneladas, Foca I, ao qual lhe alterou o nome para Quest. O plano foi alterado; o destino passou a ser a Antártida, e o projeto passou a ser definido por Shackleton como uma "expedição oceanográfica e sub-antártica". Os objetivos do novo empreendimento não eram claros, mas incluíam uma circum-navegação do continente antártica e a pesquisa de algumas ilhas sub-antárticas "perdidas", como a Tuanaki.

Rowett concordou em financiar toda a expedição, que passou a ser designada por Expedição Shackleton–Rowett, e que deixou Inglaterra no dia 24 de setembro de 1921.

Apesar de muitos dos antigos tripulantes ainda não terem recebido o pagamento devido pela expedição do Endurance, muitos deles aceitaram fazer parte do novo projeto. Quando o grupo chegou ao Rio de Janeiro, Shackleton terá sofrido um ataque cardíaco. No entanto, recusou receber um exame médico apropriado, e o Quest continuou em direção a sul, chegando à Geórgia do Sul no dia 4 de janeiro de 1922. 

Às primeiras horas do dia seguinte, Shackleton chamou o medico da expedição, Alexander Macklin, à sua cabina, queixando-se de dores nas costas e outros sintomas. Segundo o relato de Macklin, este disse-lhe que se andava a esforçar muito, e que devia "levar uma vida mais calma "; Shackleton respondeu-lhe: "Estão sempre a dizer-me para eu desistir das coisas, de que devo eu desistir?" "Do álcool, Chefe", respondeu Macklin. Mais tarde, às 02.50 horas de 5 de janeiro de 1922, Shackleton sofreu um ataque fatal.

Macklin, responsável pela autópsia, concluiu que a causa da morte foi um "ateroma das artérias coronárias" agravado por "esforço durante um período de maior debilidade". Leonard Hussey, um veterano da Expedição Transantártica Imperial, ofereceu-se para acompanhar o corpo até à Inglaterra; contudo, enquanto estava em Montevideo, a caminho de Inglaterra, recebeu uma mensagem de Emily Shackleton pedindo que o seu marido fosse enterrado na Geórgia do Sul. Hussey regressou à Geórgia do Sul com o corpo no Woodville e, a 5 de março de 1922, Shackleton foi sepultado no cemitério de Grytviken, após um pequeno serviço fúnebre na Igreja Luterana. Macklin escreveu no seu diário: "Penso que era esta a forma que "o Chefe" gostaria de ser enterrado, sozinho numa ilha longe da civilização, rodeado de mares tempestuosos, e na vizinhança do local de uma das suas grandes explorações.". 

   

Sepultura de Sir Ernest Shackleton em Grytviken, Geórgia do Sul

 

quarta-feira, dezembro 14, 2022

Amundsen chegou ao Polo Sul há cento e onze anos

Da direita para a esquerda: Roald Amundsen, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting em "Polheim", a tenda instalada no Polo Sul em 16 de dezembro de 1911 (a bandeira é a da Noruega - fotografia de Olav Bjaaland
  
A primeira expedição a atingir o Polo Sul foi liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen. Ele, e mais quatro membros da expedição, chegaram ao Polo a 14 de dezembro de 1911, cinco semanas antes do grupo liderado pelo inglês Robert Falcon Scott, da Expedição Terra Nova. Amundsen e a sua equipa regressaram sãos e salvos à sua base, sendo informados, mais tarde, que Scott, e mais quatro companheiros, tinham morrido na viagem de regresso.
O plano inicial de Amundsen era ser o primeiro a chegar ao Árctico, e a conquistar o Polo Norte, utilizando um navio preparado para navegar no gelo. Obteve a licença para utilizar o Fram, o navio de exploração polar de Fridtjof Nansen, e conseguiu angariar uma grande quantia para financiar o seu projecto. No entanto, em 1909, os seus rivais norte-americanos, Frederick Cook e Robert Peary, anunciaram, cada um deles, terem chegado ao Polo Norte, deitando, assim, por terra, o empreendimento de Amundsen. Este decidiu, então, alterar os seus planos e iniciou a preparação da expedição ao Polo Sul; sem ter a certeza se o público e os seus apoiantes se mantinham a seu lado, manteve em segredo o seu novo objetivo. Quando partiu, em junho de 1910, a maior parte da sua tripulação acreditava que era o início da viagem para o Árctico.
Amundsen estabeleceu a sua base, "Framheim", na Baía das Baleias na Grande Barreira de Gelo. Após meses de preparação, o estabelecimento dos depósitos e uma falsa partida, quase terminaram em desastre. Ele, e o seu grupo, partiram para o Polo, em outubro de 1911. No percurso, descobriram o Glaciar Axel Heiberg, que os ajudou na sua rota até ao Planalto Antártico e, consequentemente, para o Polo Sul. A experiência na utilização de esquis, de cães e trenós, fez com que a sua viagem fosse relativamente rápida e sem problemas de maior. Outras realizações desta expedição incluíram a primeira exploração da Terra do Rei Eduardo VII e uma vasta exploração oceanográfica.
Embora a expedição tenha tido sucesso e fosse largamente aplaudida, o trágico destino de Scott ofuscou a sua conquista. Por outro lado, o facto de Amundsen ter decidido manter em segredo a sua alteração de planos, foi bastante criticado. Os historiadores mais recentes reconhecem a Amundsen, e ao seu grupo, elevada capacidade e coragem; a Estação Polo Sul Amundsen-Scott recebeu o seu nome juntamente com o de Scott.
     
Percursos efectuados ao Polo Sul por Scott (verde) e Amundsen (vermelho) em 1911–1912
          
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quinta-feira, dezembro 01, 2022

O Tratado da Antártida foi assinado há 73 anos

Bandeira do Tratado da Antártida
   
O Tratado da Antártida é o documento assinado a 1 de dezembro de 1959 pelos países que reclamavam a posse de partes continentais da Antártida, em que se comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional.
O tratado possui um regime jurídico que estende a outros países, além dos 12 iniciais, a possibilidade de se tornarem partes consultivas nas discussões que regem o "status" do continente quando, demonstrando o seu interesse, realizarem atividades de pesquisa científica substanciais.
A área abrangida pelo Tratado da Antártida situa-se ao sul do paralelo 60 S, e nela aplicam-se os seus 14 artigos, que consagram princípios como a liberdade para a pesquisa científica, a cooperação internacional para esse fim e a utilização pacífica da Antártida, proibindo expressamente a militarização da região e sua utilização para explosões nucleares ou como depósito de resíduos radioativos.
   
Mapa das estações de pesquisa e pretensões territoriais na Antártida
        
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segunda-feira, julho 18, 2022

Amundsen desapareceu há 94 anos

     
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872,  - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães.
Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos, Norte e Sul.
Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste ele se decidiu por uma vida de exploração no desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen.
    
(...)
    
Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O voo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Polo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amundsen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo o verão de 1928, e dela participou Louise Boyd exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

sábado, julho 16, 2022

Roald Amundsen nasceu há 150 anos...!

  
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (16 de julho de 1872, Borge - 18 de junho de 1928, Ártico, perto da Ilha do Urso) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães.
Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos, Norte e Sul.
Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste, ele decidiu-se por ter uma vida de exploração do desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen.
    
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Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O voo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Polo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro em uma massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amundsen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo o verão de 1928, e dela participou Louise Boyd exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
    
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Roald Amundsen é reconhecido e lembrado por seus feitos, tendo destaque:

      

sábado, junho 18, 2022

Roald Amundsen morreu há 94 anos

    
Roald Engelbregt Gravning Amundsen (Borge, 16 de julho de 1872 - Ártico, perto da Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares, que liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul, a 14 de dezembro de 1911, utilizando trenós puxados por cães.
Amundsen nasceu em uma família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin, que provou a existência da passagem Noroeste, ele decidiu-se por uma vida de exploração do desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Gronelândia por Fridtjof Nansen. Embora tivesse frequentado o curso de Medicina, Amundsen decidiu seguir uma vida ligada ao mar e à exploração. Em 1897, com 25 anos, fez parte da tripulação do Belgica, como primeiro oficial, na Expedição Antártica Belga, de Adrien de Gerlache. Anos mais tarde, em 1903, parte para uma expedição que iria atravessar a passagem Noroeste, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá, a bordo do Gjøa.
Depois de atingir o Polo Sul, em 1911, Amundsen desejava alcançar novas conquistas. De regresso dos Estados Unidos, onde esteve em digressão de conferências, interessou-se pelo mundo da aviação e, em 1914, obteve o seu certificado de voo, o primeiro atribuído a um civil na Noruega. Em 1918, parte para o Ártico, no veleiro Maud mas, depois de dois anos à deriva, não conseguiu chegar ao Polo Norte. Em 1925, organiza a primeira expedição aérea ao Ártico, chegando à latitude de 87º 44' N. Um ano depois, foi o primeiro explorador a sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge, e a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos Norte e Sul.
Em junho de 1928, Roald Amundsen embarca num hidroavião, em Tromso, perto do cabo Norte, para efectuar as buscas do dirigível Itália que levava o aviador Umberto Nobile a bordo; foi a última vez que se teve notícias de Amundsen.
   
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Roald Amundsen morreu a 18 de junho de 1928, num acidente com o seu hidroavião Latham 47, no oceano Ártico. O voo tinha como objetivo resgatar o explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia caiu a nordeste do arquipélago Svalbard ao regressar do Polo Norte. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro numa massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin a 12 de julho, dezanove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca de Amundsen e dos seis desaparecidos do Italia continuou todo o verão de 1928, e nela participou Louise Boyd, exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado e o corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico até hoje. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
Existe controvérsia quanto à conquista do Polo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois polos da terra.
   

quarta-feira, janeiro 05, 2022

O explorador polar Ernest Henry Shackleton morreu há um século...


Sir Ernest Henry Shackleton (Kilkea, condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 - Geórgia do Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar que liderou três expedições britânicas à Antárctida, e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heróica da Exploração da Antártida

Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackleton e a sua família anglo-irlandesa mudaram-se para Sydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quando ele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na Expedição Discovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em 1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antártida em 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efectuaram uma marcha para sul que estabeleceria uma nova marca Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelo rei Eduardo VII quando regressou a casa.

Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em dezembro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shackleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o último grande objectivo da exploração antárctica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo Polo. Para prosseguir com este projecto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A expedição não correu bem, com o navio, Endurance, a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro. Em 1921, regressou à Antárctida, na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de levar a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pedido da sua esposa, foi enterrado ali.

Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geralmente, agitada e insatisfeita. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, criou vários negócios, mas nenhum teve sucesso. Seus assuntos financeiros eram habitualmente confusos; quando morreu, estava significativamente endividado. Após a sua morte, foi elogiado pela imprensa, mas acabou por ser, em larga medida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackleton foi "redescoberto", tonando-se uma figura de culto, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa numa história de sobrevivência, descrita pela historiadora polar Stephanie Barczewski como "incrível".

Suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição Transantáctica Imperial. O seu carácter é resumido na última frase do livro Shackleton's Boat Journey, de F. A. Worsley, capitão do Endurance como "As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens".

 

 

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Em 1920, cansado de tantas palestras, Shackleton começou a ponderar a possibilidade de uma última expedição. Pensou em ir à região do mar de Beaufort, no Árctico, uma zona ainda por explorar, e transmitiu esta ideia ao governo canadiano. Com o financiamento do seu antigo colega de escola, John Quiller Rowett, comprou um navio de pesca de focas de 125 toneladas, Foca I, ao qual lhe alterou o nome para Quest. O plano foi alterado; o destino passou a ser a Antárctida, e o projecto passou a ser definido por Shackleton como uma "expedição oceanográfica e sub-antárctica". Os objectivos do novo empreendimento não eram claros, mas incluíam uma circum-navegação do continente antárctica e a pesquisa de algumas ilhas sub-antárcticas "perdidas", como a Tuanaki.

Rowett concordou em financiar toda a expedição, que passou a ser designada por Expedição Shackleton–Rowett, e que deixou Inglaterra no dia 24 de Setembro de 1921.

Apesar de muitos dos antigos tripulantes ainda não terem recebido o pagamento devido pela expedição do Endurance, muitos deles aceitaram fazer parte do novo projecto. Quando o grupo chegou ao Rio de Janeiro, Shackleton terá sofrido um ataque cardíaco. No entanto, recusou receber um exame médico apropriado, e o Quest continuou em direcção a sul, chegando à Geórgia do Sul no dia 4 de Janeiro de 1922. 

Às primeiras horas do dia seguinte, Shackleton chamou o medico da expedição, Alexander Macklin, à sua cabina, queixando-se de dores nas costas e outros sintomas. Segundo o relato de Macklin, este disse-lhe que se andava a esforçar muito, e que devia "levar uma vida mais calma "; Shackleton respondeu-lhe: "Estão sempre a dizer-me para eu desistir das coisas, de que devo eu desistir?" "Do álcool, Chefe", respondeu Macklin. Mais tarde, às 02.50 horas de 5 de janeiro de 1922, Shackleton sofreu um ataque fatal.

Macklin, responsável pela autópsia, concluiu que a causa da morte foi um "ateroma das artérias coronárias" agravado por "esforço durante um período de maior debilidade". Leonard Hussey, um veterano da Expedição Transantártica Imperial, ofereceu-se para acompanhar o corpo até à Inglaterra; contudo, enquanto estava em Montevideo, a caminho de Inglaterra, recebeu uma mensagem de Emily Shackleton pedindo que o seu marido fosse enterrado na Geórgia do Sul. Hussey regressou à Geórgia do Sul com o corpo no Woodville e, a 5 de Março de 1922, Shackleton foi sepultado no cemitério de Grytviken, após um pequeno serviço fúnebre na Igreja Luterana. Macklin escreveu no seu diário: "Penso que era esta a forma que "o Chefe" gostaria de ser enterrado, sozinho numa ilha longe da civilização, rodeado de mares tempestuosos, e na vizinhança do local de uma das suas grandes explorações.". 

   

Sepultura de Sir Ernest Shackleton em Grytviken, Geórgia do Sul