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quarta-feira, março 13, 2024

Música para recordar o Cesário, o presidente da AAC precocemente desaparecido...

Cesário Silva, presidente da Associação Académica de Coimbra, morreu há dois anos...

Cesário Silva

Cesário Silva esteve desde cedo ligado ao associativismo, tendo sido presidente do Núcleo de Estudantes de Informática e ainda membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra

O presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra, Cesário Silva, morreu hoje em consequência de um acidente de viação em Oliveira de Azeméis, revelou à agência Lusa o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.
Cesário Silva, 24 anos, estudante de Engenharia Informática, morreu na sequência de um choque frontal entre duas viaturas ligeiras, ocorrido durante a tarde na estrada nacional 224, no concelho de Oliveira de Azeméis.
Fonte dos bombeiros de Oliveira de Azeméis contou à agência Lusa que o acidente causou dois feridos graves, transportados para o Hospital de Gaia, mas um deles, Cesário Silva, acabou por morrer.
Cesário Silva tinha tomado posse em dezembro passado como presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra.
Em comunicado, a câmara municipal de Coimbra lamentou "profundamente a morte prematura" de Cesário Silva, sublinhando que é uma "dolorosa perda" para a cidade.
Estudante na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Cesário Silva "esteve desde cedo ligado ao associativismo, tendo sido presidente do Núcleo de Estudantes de Informática e ainda membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra", referiu a câmara municipal.
 
in CNN

domingo, janeiro 21, 2024

Hoje é dia de ouvir fado de Coimbra...

Saudades de Barros Madeira...

 

Fado da Ansiedade - João Barros Madeira

 

O mundo dá tanta volta
Quem dera que fora assim
E se numa dessas voltas
Tu viesses para mim

Depois de Deus só é grande
O teu amor para mim
Não é Deus por ter princípio
Quase Deus por não ter fim

 

Barros Madeira morreu há três anos...

  

Chega-nos a notícia do falecimento do Dr. JOÃO BARROS MADEIRA (Loulé, 03.08.1934 - 21.01.2021), filho de David Mendes Madeira e de Joana d'Aragão Barros, associado que foi do Orfeon Académico e da TAUC, dirigente associativo em Coimbra e reputado cantor-serenateiro na década de 50 e nos inícios dos anos sessenta. Deixou discos gravados com os grupos de Jorge Tuna e António Portugal.

Frequentou a FM da UC entre 1953-1962, com passagem prévia pelo Liceu João de Deus (Faro). Concluído curso, exerceu medicina no Algarve, teve militância política e dedicou-se à criação, treino e venda de pombos correios. 

Foi autor de pelo menos duas composições coimbrãs famosas e teve uma gravação censurada pela moral da época por conta de um verso onde se dizia que Nossa Senhora tivera inveja de uma moça sortuda. 

Tem uma pequena biografia em Niza (1999: I, 94), com erros na datação dos registos fonográficos.

Barros Madeira foi, no vulto e na voz, uma espécie de Luciano Pavarotti da Academia de Coimbra, tenor dotado de pontentíssimo registo que em 1962 fez um sucesso estrondoso na digressão do Orfeon Académico aos USA com o tema Fado de Santa Clara (em cuja gravação faz umas lentificações curiosas).

Deixa amigos, admiradores e muitas saudades.

Divulgação de uma fotografia tirada em 1959 junto da República Boa-Bay-Ela, onde também figura o popular "Teixeira" que vendia o Poney, https://www.facebook.com/photo/?fbid=3603026223067804&set=a.101096153260846


in Guitarra de Coimbra V (Cithara Conimbrigensis)



quinta-feira, novembro 16, 2023

Hoje houve eleições na Associação Académica de Coimbra...

 

...celebremos as escolhas e decisões dos atuais estudantes, de vetusta Universidade, com a música da Academia, com um excelente fado:

 

 

PS - parabéns à nova Presidente da Mesa da Assembleia Magna, Carolina Nobre, e ao novo Presidente da Direção-Geral, Renato Simões, candidatos da Lista P - Por ti. Pela Académica.

sexta-feira, novembro 03, 2023

Música para celebrar o aniversário do mais antigo clube ativo português e da maior e mais antiga associação de estudantes...!

Como é bonito ver uma associação de estudantes (e clube...!) chegar à proveta idade de 136 anos, sem precisar de falsificar a data de nascimento. Parabéns BRIOSA!

 

A Académica faz hoje 136 anos


A Associação Académica de Coimbra (sigla: AAC), fundada a 3 de novembro de 1887, é a mais antiga associação de estudantes de Portugal. Representa os mais de vinte cinco mil e quinhentos estudantes da Universidade de Coimbra, que são automaticamente considerados seus sócios enquanto se encontrem inscritos nesta Universidade. Existem também 3055 associados seccionistas, 17 associados extraordinários e 25 associados honorários.

A AAC alberga uma série de secções culturais e desportivas. Entre as secções culturais pontificam, o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) que realiza anualmente o Festival "Caminhos do Cinema Português", a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), a Secção de Jornalismo (que edita o jornal universitário "A Cabra"), a Televisão da Associação Académica de Coimbra, a secção de fado, o Grupo de folclore e etnografia (GEFAC) e os grupos de teatro (TEUC e CITAC). As secções desportivas abrangem um vasto leque de desportos, tais como o hóquei em patins, futebol, andebol, basquetebol, rugby, canoagem, natação, voleibol, ténis, artes marciais e xadrez, entre muitos outros. A "Académica" é assim o "clube" mais eclético do pais, uma vez que "pratica" o maior número de modalidades.
Também referido como "Académica", o clube de futebol profissional mais conhecido de Coimbra, de seu verdadeiro nome Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC–OAF), é considerado o herdeiro da secção de futebol da AAC (que se mantém na pratica amadora), mas é hoje um clube independente, cuja ligação com a AAC é cada vez mais ténue.

A AAC é dirigida pela Direção Geral (DG), composta por estudantes, e eleita anualmente entre novembro e dezembro, em eleições abertas a todos os sócios, tanto estudantes como os sócios seccionistas. À DG compete a administração da AAC bem como a representação política dos estudantes. Em termos políticos, é ainda de referir a importância das Assembleias Magnas, assembleias sobretudo de discussão da política da Academia, abertas a todos os sócios, cujas decisões têm de ser obrigatoriamente cumpridas, independentemente da opinião da DG. Este poder decisório da Assembleia Magna torna-a no palco de discussões acesas, sobretudo entre os estudantes politizados. O atual edifício da AAC foi inaugurado em 1961 e alberga praticamente todas as secções da AAC, estando integrado num quarteirão que inclui ainda uma sala de espetáculos (Teatro Académico de Gil Vicente) e um complexo de cantinas.

Atualmente a DG/AAC é presidida por João Pedro Caseiro, que se encontra no seu segundo mandato enquanto Presidente.

  
Culturais
   
Desportivas
  
Condecorações
   
Outras distinções
  • Medalha de Mérito Cultural (27 de outubro de 1987)
  • Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra
  • Medalha Honorífica da Universidade de Coimbra (18 de dezembro de 2008)
  • Troféu Olímpico Português
  • Instituição de Utilidade Pública

  

 
in Wikipédia

 

Nota: a maior associação de estudantes da Europa (e um dos clubes com mais modalidade e secções) faz hoje  anos, sem necessitar, como outros clubes fizeram, de falsificar a data de nascimento (até porque é a continuidade de outro clube que a antecedeu). A minha associação de estudantes, enquanto aluno da vetusta Universidade de Coimbra, merece tudo - Efe-Erre-Á...!

Hoje é dia de ouvir Fado e Canção de Coimbra...!

quarta-feira, novembro 01, 2023

Faleceu o decano dos cantores de Coimbra...


Napoleão Amorim o mais veterano dos intérpretes da canção de Coimbra faleceu aos 99 anos, confirmou a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra (AAEC), em comunicado. Nascido em 1924, Napoleão Amorim foi um dos fundadores da Associação Académica de Espinho, em 1938, quando tinha apenas 14 anos. Ali começou a cantar num pequeno orfeão, sendo escolhido para solista graças à qualidade da sua voz.


Em 1942 entrou para o 1.º ano da Faculdade de Ciências do Porto, mas como a maior parte dos seus amigos vieram estudar para a Universidade de Coimbra, ele decidiu fazer o mesmo. 

Aqui completou o 2.º e o 3.º anos dos Preparatórios de Engenharia, tendo ingressado no Orfeon Académico de Coimbra, como solista e membro do grupo de fados. Feitos os dois anos, teve de regressar ao Porto, para concluir Engenharia, uma vez que ainda não existia essa licenciatura em Coimbra.
A verdade é que a excelência da sua voz levou a que o regente do Orfeon Académico de Coimbra, maestro Raposo Marques, continuasse a chamá-lo para as digressões do Orfeon. Espanha, Madeira, Cabo Verde, São Tomé, Angola, Moçambique, África do Sul, Brasil – eis algumas das paragens onde atuou com o grupo da Universidade de Coimbra. Já nos anos 80 fez parte de um grupo de músicos de Coimbra que foi atuar ao Japão. E passou a integrar o grupo de fados “Coimbra Eterna”, da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto.
Cantou em Coimbra há pouco mais de um ano, nas comemorações do 63.º aniversário da AAEC e dos 94 anos de Polybio Serra e Silva, de quem era grande amigo.
E demonstrou, na altura, que os seus então 98 anos não o impediam de continuar a ter uma voz excelente – como salientaram quantos o ouviram e aplaudiram na festa da AAEC, mas também os muitos milhares que em poucas horas viram as gravações colocadas nas redes sociais, e nelas deixaram centenas de comentários elogiosos.
Enfim, um exemplo para as novas gerações, não só pelo timbre da voz (pois esse é um dom que só a alguns é concedido), mas também pela gentileza, simplicidade e simpatia e pelo seu amor a Coimbra e à Academia.
«A AAEC, que há dois anos homenageou Napoleão Amorim, curva-se perante a sua memória e apresenta sentidas condolências a sua família», confirma a AAEC, em comunicado.


in Diário de Coimbra - notícia do Calinas corrigida

sexta-feira, outubro 06, 2023

A Serenata da Festa das Latas & Imposição de Insígnias de 2023 - filme da tvAAC...!

 

Grupo Inquietação

- Noites de Coimbra - João Bagão
- É preciso Acreditar - Música: Luiz Goes / Letra: Leonel Neves
- Graça de Deus - Luiz Goes
- Variações em Lá Menor - Artur Paredes
- Novo Canto - Música: António José Moreira / Letra: Eduardo Filipe
- Vento Não Batas à Porta - Fernando Rolim
- Danças Portuguesas N.º 1 – Carlos Paredes

   
Grupo de Fado d'Anto
- Tempos de Neto - Música: João Barreirinhas
- Canto a Coimbra - Música: Vítor Almeida e Silva / Letra: Aurelino Costa
- Fado das Andorinhas - Música: José Paradela de Oliveira / Letra: João Carlos Celestino Gomes
- Dança Palaciana - Música: Carlos Paredes
- Fado do Mondego - Música: João Bagão / Letra: Edmundo Bettencourt
- Trova Nova - Música: António Portugal / Letra: Manuel Alegre
- Balada de Coimbra - Música: José Elyseu / Arranjo: Artur Paredes
   
Efe-Erre-Á

terça-feira, outubro 03, 2023

Música para preparar uma Serenata...

Esta noite há a tradicional Serenata da Festa das Latas & Imposição de Insígnias da Academia de Coimbra...!


Para os que estão longe, podem ver através da tvAAC ou ouvir na RUC...! Coimbra é eterna - se, os não viveram nela, chegam a ter saudades dela, imaginem os que nela viveram...

 

Alinhamento Musical (24.00 horas de 03.10.2023)
 
Grupo Inquietação

- Noites de Coimbra - João Bagão
- É preciso Acreditar - Música: Luiz Goes / Letra: Leonel Neves
- Graça de Deus - Luiz Goes
- Variações em Lá Menor - Artur Paredes
- Novo Canto - Música: António José Moreira / Letra: Eduardo Filipe
- Vento Não Batas à Porta - Fernando Rolim
- Danças Portuguesas N.º 1 – Carlos Paredes

   
Grupo de Fado d'Anto
 
- Tempos de neto - Música: João Barreirinhas
- Canto a Coimbra - Música: Vítor Almeida e Silva / Letra: Aurelino Costa
- Fado das Andorinhas - Música: José Paradela de Oliveira / Letra: João Carlos Celestino Gomes
- Dança Palaciana - Música: Carlos Paredes
- Fado do Mondego - Música: João Bagão / Letra: Edmundo Bettencourt
- Trova Nova - Música: António Portugal / Letra: Manuel Alegre
- Balada de Coimbra - Música: José Elyseu / Arranjo: Artur Paredes

sábado, agosto 05, 2023

É hoje - a Estudantina na final do programa Estrelas ao Sábado...!

É às 14.15, na RTP 1, a grande final do programa Estrelas ao Sábado.Vejam e votem...! E o meu filho participa, com a Estudantina Universitária de Coimbra.

 

ADENDA - a primeira canção foi maravilhosa - espera que a segunda ainda seja melhor e que ganhem! O número de telefone para votar na Estudantina é o 761205034...!

 

ADENDA (parte dois) - 4º lugar - parabéns à Estudantina, aos d'Anto (brilhante 2º lugar...!) e a todos os participantes na finalíssima. O facto de Academia de Coimbra ter dois grupos dividiu os votos e impediu a vitória...

quinta-feira, maio 18, 2023

Começou a Queima das Fitas...!


Queima das Fitas começa na sexta-feira, Serenata Monumental será no Pátio das Escolas


A edição deste ano conta ainda com uma noite extra, a 27 de maio, dedicada aos antigos estudantes da UC.

A contagem decrescente para mais uma edição da Queima das Fitas de Coimbra já começou. A Praça da Canção recebe a festa académica, entre os dias 19 a 26 de maio, que conta com um cartaz com nomes como Os Quatro e Meia, Slow J, Kevinho, Linda Martini, Calema, Quim Barreiros e Ivete Sangalo, entre muitos outros.

Na noite de quinta para sexta-feira, 18 para 19 de maio, a tradicional Serenata Monumental promete encher o Pátio das Escolas, com atuações a cargo da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (consultar o alinhamento completo no final da notícia).

O Cortejo da Queima das Fitas 2023 está marcado para a tarde de dia 23, sendo que no período da manhã decorre, no Largo da Sé Velha, a Queima do Grelo.

A Queima das Fitas conta, este ano, com uma noite extra, a 27 de maio, dedicada aos Antigos Estudantes. Este dia tem um propósito maior: os lucros do evento revertem para o Fundo António Luís Gomes, que tem como objetivo a atribuição de bolsas de estudo. Resultante de parceria com a Universidade de Coimbra e a Associação Académica de Coimbra (AAC), este dia solidário vai contar com a presença de dois grandes nomes da música portuguesa: "Xutos & Pontapés" e "Deixem o Pimba em Paz", com Bruno Nogueira e Manuela Azevedo.

Além dos concertos principais, as Noites do Parque contam ainda com a animação do Palco Secundário com uma programação a decorrer de 23 a 26 de maio.

Mais informações sobre a QF 2023 estão disponíveis nas redes sociais do evento: Facebook, Instagram, Twitter.

 

 in Notícias UC

Começa hoje a Queima das Fitas, com a Serenata Monumental a ser transmitida pela RTP...!

  
Este ano há novamente transmissão pela RTP 1 (assim é que há serviço público...!), a partir do Paço das Escolas (escadaria de entrada da Sala dos Capelos e da Via Latina, na Faculdade de Direito), por causa das obras que ainda há no largo da Sé Velha:

A Serenata Monumental, que se realiza no Paço das Escolas, marca o arranque da Queima das Fitas de Coimbra 2023. Trata-se de um momento de grande solenidade e comoção que tem início após soarem as 12 badaladas, quando se ouvem os primeiros acordes das guitarras e as vozes afinadas dos estudantes que se encontram na escadaria da Universidade de Coimbra fazem soar a Canção de Coimbra.

 

in RTP


Para quem não tem acesso ao canal RTP 1, pode ver na RTP Play - AQUI

 

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Alinhamento musical da Serenata Monumental de 2023:

 

Inquietação – Grupo de Canção de Coimbra

  • Pequeno Nada – Henrique Fraga e Marco Matos;
  • Não Olhes para os Meus Olhos – letra: popular / Fernando Rolim | música: Serrano Baptista;
  • O Meu Fado – letra: António Botto | música: Armando Goes;
  • Rapsódia N.º 2 – Arr: Artur Paredes;
  • Fado Hilário – Augusto Hilário;
  • Inquietação – letra: Edmundo de Bettencourt | música: Alexandre Rezende;
  • Ao Fundo do Túnel – Henrique Fraga e Marco Matos.

 

Grupo de Fado d’Anto

  • Aguarela Portuguesa - António Portugal
  • O Sol anda lá no Céu - letra: popular | música: Carlos Figueiredo
  • Fado das Pombas - letra: Alfredo Pimenta/Fernando Pessoa | música: Francisco Menano
  • Que me Espera o Tempo - letra: José Sendim Miranda | música: Grupo de Fado d'Anto/ José Sendim Miranda
  • Sol em Antanhol - João Barreirinhas
  • Balada da Nostalgia - letra: Vasco Rodrigues | música: Vasco Rodrigues/Grupo de Fado d'Anto
  • Nasce na Estrela o Mondego - letra: popular | música: Eduardo Aroso
  • Romagem à Lapa - letra: Leonel Neves | música: Luiz Goes
  • Balada de Despedida 2023 - letra | música: Grupo de Fado d'Anto
  • Balada de Coimbra - José Elyseu/Artur Paredes

 

in Notícias UC

sexta-feira, maio 12, 2023

Manuel Alegre - 87 anos...!


Manuel Alegre de Melo Duarte  (Águeda, 12 de maio de 1936) é um escritor e político português.
Filho de Francisco José de Faria e Melo Ferreira Duarte, que jogou na Académica e foi campeão de atletismo, e da sua mulher, Maria Manuela Alegre de Melo Duarte, a sua família tem referências na política - um dos seus ascendentes esteve nas revoltas contra D. Miguel I, tendo sido decapitado na Praça Nova do Porto - e no desporto - o próprio Manuel Alegre sagrou-se campeão nacional de natação e foi atleta internacional da Associação Académica de Coimbra nessa modalidade. A sua infância e juventude encontram-se retratadas no romance Alma (1995).
À exceção dos primeiros estudos, feitos em Águeda, frequentou diversos estabelecimentos de ensino: fez o primeiro ano do liceu no Passos Manuel, em Lisboa, no segundo esteve três meses como aluno interno no Colégio Almeida Garrett, no Cartaxo, seis meses no Colégio Castilho, em São João da Madeira, e depois foi para o Porto, concluindo os estudos secundários no Liceu Central Alexandre Herculano. Aí fundou, com José Augusto Seabra, o jornal Prelúdio.
Em 1956 entra na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Pouco depois entra nos grupos de oposição de estudantes ao Salazarismo por via de uma amiga sua. Torna-se militante do Partido Comunista Português em 1957, que viria a abandonar em 1968. É membro da Comissão da Academia quando esta apoia a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958. Participou ainda na fundação do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e foi ator do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, deslocando-se para atuar em Bruxelas (1958), Cabo Verde (1959) e Bristol (1960).
Em 1960 publica poemas nas revistas Briosa (que dirigiu), Vértice e Via Latina, participando ainda na coletânea A Poesia Útil e Poemas Livres, juntamente com Rui Namorado, Fernando Assis Pacheco e José Carlos Vasconcelos.
Em 1961 é chamado a cumprir serviço militar e assenta praça na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, de onde sai, pouco depois, para a Ilha de São Miguel. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde é preso pela PIDE, em 1963. Regressado a Portugal, é-lhe fixada residência em Coimbra. Em 1964 exila-se em Paris.
Chegado a Paris em julho de 1964, participa na Terceira Conferência e é eleito para um cargo na Direção da Frente Patriótica de Libertação Nacional, presidida por Humberto Delgado. Isto dar-lhe-á a possibilidade de depor perante as Nações Unidas, como representante dessa organização, sobre a sua experiência em Angola, e contactar com os líderes dos movimentos africanos de libertação, como Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Samora Machel, Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade e Aquino de Bragança. Em 1964 parte para o exílio, em Argel, onde é locutor da emissora de rádio A Voz da Liberdade.
Nessa emissora difunde conteúdos contra o regime anti-democrático português. Entretanto os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), são apreendidos pela censura, mas cópias manuscritas ou dactilografadas circulam de mão em mão, clandestinamente. Poemas seus, cantados, entre outros, por Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luis Cília tornam-se emblemas da luta clandestina.
Em 1968, afasta-se do Partido Comunista Português para aderir à Acção Socialista Portuguesa.
Uma década depois de ter partido para Argel regressa a Portugal, onde chega a 2 de maio de 1974. Entra nos quadros da Radiodifusão Portuguesa, como diretor dos Serviços Recreativos e Culturais, e é um dos fundadores (com Piteira Santos, Nuno Bragança e outros) dos Centros Populares 25 de Abril, uma organização que pretendia um papel cívico, complementar ao dos partidos.
Ainda em 1974 adere ao Partido Socialista, de que foi dirigente nacional. Estreia-se como deputado na Assembleia Constituinte, em 1975. É deputado à Assembleia da República a partir de 1976, integrando também o I Governo Constitucional (de Mário Soares), primeiro como Secretário de Estado da Comunicação Social, depois como Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro para os Assuntos Políticos. Também no Parlamento foi presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, vice-presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa ao Conselho da Europa, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e vice-presidente da Assembleia da República. Em 2004 foi candidato a secretário-geral do PS, perdendo para José Sócrates. Em 2006 foi candidato independente às eleições presidenciais, tendo obtido mais votos que Mário Soares, então candidato oficial do PS. Após essas eleições funda o Movimento de Intervenção e Cidadania. Em 2009 cessa o seu último mandato como deputado à Assembleia da República, após trinta e quatro anos no Parlamento. Mantém-se como membro do Conselho de Estado e das Ordens Honoríficas de Portugal. Em 2010 anuncia a sua candidatura às es eleições presidenciais de 2011, conseguindo o apoio do PS, do BE, bem como dos dirigentes do MIC.
No total foi deputado 34 anos. Reforma-se após deixar o parlamento. Aufere uma reforma de 3219,95€ (para a qual contaram os descontos efetuados como deputado), uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais. A sua reforma foi motivo de diversos boatos nos meios de comunicação social, que foram levados a Tribunal, culminando no pagamento a Manuel Alegre de uma indemnização no valor de quarenta mil euros, como compensação por danos morais em virtude de notícia, publicada em junho de 2006, no jornal diário Correio da Manhã, e que lhe imputava o recebimento de uma reforma superior a três mil euros por escassos meses de trabalho na RDP, esquecendo os mais de 30 anos em que Manuel Alegre descontou para a Caixa Geral de Aposentações enquanto deputado na Assembleia da República. Manuel Alegre ganhou os recursos em sede de tribunal de primeira instância, de novo na relação de Lisboa, e de novo em sede de Supremo Tribunal de Justiça. Acumula ainda uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais, aplicada a todos os titulares de cargos públicos com desempenhos superiores a 12 anos.
Casou duas vezes, primeiro com Isabel de Sousa Pires, de quem não teve filhos, e depois com Mafalda Maria de Campos Durão Ferreira (Lisboa, 13 de dezembro de 1947), de quem tem dois filhos e uma filha.
Além da atividade política, saliente-se o seu proeminente labor literário, quer como poeta, quer como ficcionista. Entre os seus inúmeros poemas musicados contam-se a Trova do vento que passa, cantada por Adriano Correia de Oliveira, Amália Rodrigues, entre muitos outros. Reconhecido além fronteiras, é o único autor português incluído na antologia Cent poemes sur l'exil, editada pela Liga dos Direitos do Homem, em França (1993). Em abril de 2010, a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas. Pelo conjunto da sua obra recebeu, entre outros, o Prémio Pessoa (1999) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1998). É sócio-correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa, eleito em 2005
  
 
  
LIBERDADE

Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.

Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.

Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.

Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.

Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade.
   
  

in A Praça da Canção - Manuel Alegre (3ª Edição -1974)